Como conquistar um primo Hétero - Passo a passo - Passo 2

Um conto erótico de Atila
Categoria: Homossexual
Contém 2696 palavras
Data: 03/11/2016 18:05:00
Última revisão: 03/11/2016 18:14:41

Passo 2: Mantenha uma conversa inteligente

O que é uma conversa inteligente? Dizem alguns sabichões que uma boa conversa é a chave para qualquer conquista. Ah, claro, muito fácil. É só abordar um assunto legal, de preferência do interesse dele, dosando bem humor e ideias sem parecer chato e sem dar bandeira, porque, afinal, o gato não pode ver logo de cara que você tá a fim dele. Mas na prática...

Entramos no quarto dele, calmamente ele ligou o videogame e a tv, tirou a colcha da cama, e deitou-se, me apontando o lado esquerdo para acompanha-lo na partida. Eu estava um pouco ansioso e sem graça.

Eu não sei vocês, mas quando eu estou ansioso, a primeira coisa que me vem é uma onda de perturbações gastrointestinais e foi isso que aconteceu naquele momento. Sentia algo se mexendo dentro da minha barriga e comecei a me sentir mal. Ele percebeu.

- Tudo bem? – ele perguntou já deitado, se ajeitando nas almofadas.

- Aham, mas posso ir ao banheiro primeiro?

- Vai nesse aqui, é mais perto. – ele disse quando viu que eu ia saindo do quarto.

- Não, tô indo escovar os dentes. – também, mas na verdade isso era uma desculpa porque eu tava realmente mal das entranhas e iria morreeer se ele ouvisse ou sentisse alguma coisa.

Não preciso dizer que acabei demorando mais do que eu pretendia no banheiro. Quando me senti melhor, notei que estava um pouco suado e isso me incomodou. Acabei passando uma água rápida pelo corpo, depois fui pro meu quarto onde passei desodorante e vesti outra roupa. Me olhei no espelho, ajeitei o cabelo e fui.

Era a primeira vez que me convidavam pra entrar naquele quarto. Não que meu primo fosse ruim ou esnobe, nada disso, o problema é que ele era nove anos mais velho do que eu e nunca tivemos muita convivência mesmo. Nem sabia que ele jogava videogame, fiquei até surpreso por causa da idade dele, se soubesse teria aprendido alguma coisa.

Quando entrei meio sem jeito ele me olhou franzindo a testa, depois riu.

- Escovar os dentes, hein?

- Hã?

Ele riu e colocou um jogo lá, falando sobre ele e eu tentando entender.

- Gosta desse?

- Hã? É, sim. – não conseguia falar nada com mais de uma sílaba.

Depois de alguns minutos de muita concentração eu consegui entender alguma coisa daquele jogo, mas claro que ele ganhou fácil.

- Fraquinho você, hein?

- O quê? – eu tava muito lerdo e não entendia nada. – É, não sou bom nisso mesmo, desculpa.

- Deixa disso seu bobo. Vou te ensinar.

E ele ficou ali dando instruções e eu levando muito a sério porque não queria parecer mais idiota do que o normal. Depois recomeçamos o jogo e eu até que consegui fazer uns pontinhos, mas ele ganhava sempre.

Cerca de vinte minutos depois o celular dele tocou, ele pegou, olhou a tela, mas não atendeu. Fiquei curioso, mas não falei nada pra não dar uma de enxerido.

O celular tocou de novo e de novo, até que ele meio que bufando de raiva atendeu.

- Oi. – sem parar de prestar atenção no jogo – Sei, mas estou ocupado agora... É sim... Com a minha mãe...

Hã? Com a mãe? Sem conseguir evitar eu ia prestando atenção na conversa. Ele continuava jogando concentrado, com a cabeça meia inclinada para o lado para o celular não cair e me olhou estranho quando notou que eu tinha parado. Tive que disfarçar e voltar a atenção pra tela da Tv, mas meus ouvidos permaneceram atentos.

- Sandra, quem tem que entender é você, eu não posso escolher entre as duas, sei que minha mãe se mete demais, eu já falei com ela e tudo, mas não há mais o que fazerSe for pra vir aqui e ficar com a cara feia é melhor que não venha.

Ele ia falando acho que tentando manter a calma enquanto eu ia ficando nervoso. Nessa hora ele ganhou novamente e sorriu olhando para mim e eu atônito por causa da conversa dele ao celular.

- Você é péssimo, haha! – ele disse baixinho e cobrindo o aparelho com a mão.

Ele continuou a conversa, aliás, quem continuou foi a mulher do outro lado da linha porque ele apenas respondia com monossílabos, sem prestar nenhuma atenção, totalmente concentrado no jogo.

Muitos minutos depois ele deu um tchau sem paciência nenhuma e desligou o aparelho, suspirando. Eu não consegui conter minha curiosidade e quis puxar assunto.

- Problemas com a namorada?

- Imagina! De um lado é ela falando que minha mãe se mete demais e do outro é a dona Helena me enchendo a paciência, ah, tem hora que dá vontade de sumir, sabia! Olha, eu gostaria que minha mãe tivesse uns quatro filhos pra cuidar, assim ela parava de querer mandar na minha vida, mas não duvido nada que ela daria conta de todo mundo do mesmo jeito.

Ele estava nervoso e ia descontando no game, jogava com uma agressividade impressionante, falava sem olhar para mim.

- Talvez sua mãe esteja certa, uai. – falei e me arrependi na mesma hora.

- E daí? Acha legal quando sua mãe fica dando palpite nos seus namoros?

- Minha mãe não dá palpite nenhum, só me liga a cada dois ou três meses e nem sabe nada da minha vida.

Ele se calou e me olhou. Depois tocou de leve no meu braço. Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu não gostava de falar sobre isso. Como chegamos nesse assunto?

- Ai Atila, desculpa, tá? Estou um pouco nervoso e falando bobagens. E desculpa aí o meu pai falando mal do tio Antônio também. Nem parece que eles são irmãos, né?

- É, não parece mesmo, mas tá tudo bem, eu não ligo. – mas eu ligava sim e muito.

- Claro que liga, e isso tudo é tão chato, não é? Vamos deixar isso pra lá. Ainda quer jogar?

- Claro, quero sim, assim eu vou aprendendo e um dia vou ganhar de você.

- Ah, vai, daqui a uns duzentos anos. – ele riu e voltou pro jogo sem falar nada.

Depois de um tempo ali eu comecei a bocejar, no começo eu conseguia reprimir, mas daí a pouco não dava mais. Meus olhos começaram a arder, foram pesando, pesando até que senti o joystick sendo tirado da minha mão. Eu sabia que deveria levantar e sair dali, mas aquela preguiça que vem depois do almoço de domingo, seguida daquela conversa que me abalava e o cansaço daquele jogo enfadonho...

Acordei e estava tudo escuro, as cortinas fechadas, um cobertor quentinho sobre mim, tudo desligado. E eu sozinho. Droga, eu acabei dormindo e ele saiu, me deixando confortável ali no seu quarto.

Que idiota que eu me senti! Não sabia jogar, não sabia conversar nada interessante, fiquei nervoso a ponto de ter que ir ao banheiro e ainda por cima quase chorei quando ele falou da minha mãe. Eu estava indo de mal a pior.

Saí dali depois de arrumar a cama e dobrar o cobertor, fui por meu quarto e peguei meu celular que eu tinha esquecido no bolso da outra bermuda. Tomei um susto. Além de já ter passado das dezesseis horas eu tinha esquecido completamente de um compromisso com uns colegas de sala. A gente tinha marcado pra fazer um trabalho, eu já estava atrasado. Tinha treze ligações, além de muitas mensagens. Que vergonha!

Peguei minha mochila e saí quase correndo pra pegar um ônibus. A casa estava silenciosa nos lugares que passei, e quando cheguei perto do portão o Luiz Fernando estava saindo com o carro dele. Ele abaixou o vidro.

- Por que a pressa?

- Cara, eu esqueci de um trabalho que tinha marcado com o pessoal, acredita? Tô atrasadão, eles vão me matar!

- Vão nada, entra aí que eu te levo.

Ouvi o barulho das portas destravando. Fiquei meio na dúvida. Às vezes eu me sentia constrangido por ser aquele parente pobre que se aproveita dos bens dos parentes ricos.

- Não quero incomodar.

- Anda logo, o tempo tá passando.

- Tá bom, valeu! – entrei no carro meio sem jeito e ainda bati a porta com uma força desnecessária e ele riu. Quase voei pela janela de tanta vergonha.

- Não se estresse, a gente chega logo. Me diz aí onde é.

- Não tô estressado não. – ainda bem que ele pensou que era isso.

Dei o endereço certinho a ele, e de carro nem era tão longe. Era bem perto da faculdade no ap do Reginaldo, meu colega de sala. No caminho respondi as mensagens e avisei o povo que já estava indo.

Praticamente não conversamos durante o trajeto e ele colocou umas músicas lá, bem legais, mas não me lembro de quem era.

Quando Luiz Fernando parou em frente ao prédio vi que minha amiga Sarah estava lá me esperando. Fiquei sem saber o que dizer a ele antes de sair do carro e ele me olhou.

- É aqui mesmo?

- Ah, é sim. Nossa, brigadão pela carona, se eu viesse de busão eu ia demorar pra caramba.

- De nada, vai lá então. Até mais.

- Até. – e saí do carro me sentindo tonto como sempre.

Fui até a Sarah que estava bem perto da portaria. Nos abraçamos como sempre fazíamos.

- Desculpa a demora Sá, é que acabei dormindo depois do almoço. Ainda bem que descolei essa carona.

- Relaxa, todo mundo acabou de chegar. Te liguei mais cedo, mas você não atendeu.

- Tava dormindo, já disse.

- Credo, tava morto então!

Reginaldo, Rodrigo e o Amado já estavam lá esperando quando Sarah e eu chegamos. A gente sempre fazia trabalho juntos (quando possível) desde os primeiros dias. Foi uma afinidade natural criada principalmente porque nós não éramos os mais populares da faculdade, bem pelo contrário, éramos os bulinados da sala.

- A gente ficou preocupado e até chamou a polícia véi, cê não atendia o caraio do telefone de jeito nenhum! - Reginaldo disse isso e foi ao quarto dele buscar o notebook.

- Ah, gente, foi mals. Eu peguei no sono legal depois do almoço.

- Normal cara, desencana. – Rodrigo era o cérebro do grupo, além da Sarah.

Ele tinha uma deficiência visual, não era exatamente cego, mas precisava de ajuda pra estudar. Já trabalhava e tudo, mas se algo não estivesse adaptado alguém tinha que ler pra ele. E assim surgiu o Amado para ajudar, um rapazinho baixo e muito tímido. Eles tinham autorização pra fazerem tudo juntos na sala, até mesmo as provas e isso revoltava alguns idiotas.

Na opinião desses babacas, o Amado era o beneficiado pela ajuda ao Rodrigo, porque ele sozinho só tirava notas baixas. Sem contar as piadinhas que começaram a surgir por causa do nome do menino, eles diziam “Rodrigo e seu Amado” de forma pejorativa.

- “Reginaldo, traga o seu brinquedo”. – até eu brincava com Reginaldo imitando a voz da mãe do menino naquele episódio do Picapau.

Reginaldo riu enquanto ligava o seu notebook. Esse era outro que sofria por causa do nome, no entanto ele levava na maior brincadeira. A Sarah ia dizendo pra ele o que fazer e ele, todo animado ia fazendo. Sendo um dos riquinhos da sala ele tinha tudo pra ser do tipo manezão, mas não era. Mas era aquele tipo que você olhava e pensava em como ele tinha conseguido entrar pra faculdade. Normalmente ninguém o queria nos grupos pelo fato de ele ter muita dificuldade em todas as matérias, era burrinho mesmo, coitado. Mas a Sarah, a melhor garota desse mundo o trazia pro nosso grupo sem deixa-lo se sentir um peso morto. Ela o botava pra trabalhar e ele gostava disso.

O trabalho era de Sociologia e apenas ela e Rodrigo eram bons naquilo. Eu trabalhava demais, estava sempre cansado e acabava dormindo na aula, apesar do professor ser mó gente boa, super engraçado. Ele ia à minha cadeira pra puxar os meus cabelos quando eu estava dormindo, e ainda falava “Acorda, menina!” igual a Ana Maria Braga e todo mundo ria de mim. Mas eu não ligava pra isso, gostava muito dele.

Eu estava lendo um livro de Sociologia de capa velha e bocejando até lacrimejar quando o Reginaldo deu um tapa na minha cabeça.

- Acorda, menina! – e caiu na gargalhada.

- Uh, Reginaldo! – rimos juntos, mas Rodrigo, nosso amigo mais sério, mais velho e mais responsável chamou nossa atenção.

- Vão querer sair daqui depois da meia noite? Bora terminar isso, a aula já é amanhã.

Ficamos calados e lemos, digitamos e discutimos até mais de oito da noite. O Amado foi levar o Rodrigo em casa (de ônibus) apesar de ele insistir que não precisava e ficamos eu, Sarah e Reginaldo ali na sala do apezinho dele.

Encostei no sofá e fechei os olhos.

- Eita, ou tá apaixonado ou tá doente essa menina!

- Naldo, seu filho de uma boa mãe, menina é a sua periquita. Tem nada pra comer aí não, velho?

- Tem uai, bora fazer aqui, vem. Sarah, fica aí que os “zomi” faz o rango.

Fizemos mistos e suco, as coisas já estavam arrumadinhas na geladeira dele e foi fácil fazer. Enquanto comíamos sentados no chão da sala, encostados no sofá, Reginaldo começou de novo.

- Velho, mas, sério, você tá tão pensativo...

- Tá mesmo migo. – Sarah falou também enquanto tomava nosso suco doce demais.

- Ai, gente. Sabe quando você quer conversar com uma pessoa, quer impressionar e só sai bobagens? Tipo, você planeja e planeja o encontro e quando ele acontece dá tudo errado?

- Ah, meu fii! – Reginaldo riu – Isso é normal demais uai. Vai ver que cê tá querendo pegar “os peixão”, mulher mais velha, ou “as gatinha” do pedaço. Aí se prepara pra sofrer né. Faz que nem o Reginaldo aqui, dá moral só pra quem der bola pra você.

- Ah, pra você deve ser fácil isso. Diminui uns dez centímetros aí, perde uns dez quilos e anda de busão morando de favor na casa da tia e me conta se vai ter alguma opção. Mas não é ninguém da facul não, é outra pessoa.

- Huum. – ele disse rindo e piscando pra mim. Não entendi nada.

- Migo, seja apenas você mesmo e tenha paciência. Uma hora vai dar certo. – a Sarah era inteligente, mas essa dica dela não me ajudou em nada, acho.

Ele quis levar a gente em casa, primeiro eu e depois a Sarah. Se os dois eles estivessem com algum esquema eu ia gostar muito. Reginaldo, apesar de ser meio tapado as vezes, era muito gente boa e a Sarah merecia alguém legal.

Ela não era do tipo “gatona”. Era baixinha, meio gordinha, olhos verdes e cabelos meio secos, usava óculos e suas roupas não eram as da ultima moda. Logo nos primeiros dias de aula ela teve um “affair” com um carinha de outro curso, mas depois de poucos dias esse carinha trocou ela por uma magricela caneluda da nossa sala e a Sarah ficou arrasada. Lembro que um dia, ao chegar já atrasado na faculdade, vi a Sarah sentada sozinha perto da escada, com os olhos vermelhos. Perguntei o que era e ela me disse que a tal garota falou poucas e boas pra ela, chamando-a de gorda e feia na frente de um monte de gente. Chorei com ela ao ouvir aquilo, mas depois de alguns minutos ela foi ao banheiro, lavou o rosto e entrou na sala de cabeça erguida. Virei fã daquela menina.

Esse era o meu grupo, meus amigos. Nunca falei das minhas preferências sexuais com eles (morria de vergonha de tocar nos assunto), mas acho que apenas o Reginaldo na sua lerdeza não entendia que eu até ficava com meninas, mas preferia um menino.

Quando entrei na casa da minha tia Helena, apenas ela estava ali e falando ao telefone. Subi pro meu quarto e liguei pro meu pai. Tava com saudade do meu velho, do meu cantor favorito. Tio Walter podia falar que ele era preguiçoso, que não sustentava a família, mas eu amava o meu pai.

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Brigadão a todos os que estão acompanhando, tô amando esses monte de gente lendo!

Estou demorando um pouco pra postar porque ainda não terminei O Rei Victor, meu outro conto.

Pra quem tá chegando agora, eu postei também "Instigante" e estou começando no Wattpad (@leitorbrasil)

GEnte, eu não vou sair daqui não tá, prometo, lá naquele outro site é muito chato

Amo Vocês!!

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Comentários

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Ei, como assim não vi esse conto? Eu me perco fácil nessa casa. Cômodos demais. haha Sobre esse aqui: eu a-d-o-r-ei. Leve, divertido e de fácil identificação. Adorei mesmo, J. Mas onde foi parar a primeira parte, hein?

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Muito bom. Você criou personagens plausíveis, situações que convencem, e o resultado está sendo ótimo. Gostando muito. 😉

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OOiiiee..Amamos vc!!!Amando o conto...Some nao..

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Amamos voce tambémmmm ❤❤❤.

Ta muito booooom o seu conto ❤❤❤❤ Kkkk muito bom mesmo, gosto muito que nao começou com eles se pegando de primeira, fica bem realista assim. Parabéns vc manda muito bem né nem preciso falar que vc sabe que é bom haha. Beijos ❤❤❤❤

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