A história impossível de nós dois. (Capítulo 10)

Um conto erótico de Pudim
Categoria: Homossexual
Contém 1600 palavras
Data: 05/01/2017 00:10:24

Continuando...

Eduardo ficou de costas,e eu esperei em silêncio o que ele ia dizer.Ele deu uns passos pela sala,como se não encontrasse as palavras certas,e então se virou pra mim.Me encarando de um jeito,que me deixou tenso.

-Lúcio,você tem que entender meu lado também.Não é fácil acreditar em você,com o histórico que possui.Eu confesso que quando o Cristóvão me relatou a confusão,te imaginei no meio,porque sei que seria bem a sua cara,se meter nisso.-Ele disse por fim,fazendo meu coração bater surdo e meu sorriso murchar no rosto.

-Isso é o que tu tem pra dizer?-Perguntei sem conseguir acreditar no que tinha acabado de ouvir.

-Não,Lúcio!...Eu vim te pedir que esqueça a nossa discussão de manhã,que a gente possa ficar de bem novamente.-Ele respondeu,sua voz grossa ressoando pela sala.

-Tu acha que é assim?...Me diz aquele monte de coisas e depois é só chegar e dizer vamo apagar,e tá apagado?-Perguntei,o encarando decepcionado.

-Lúcio,eu...-Ele tentou falar,enquanto dava um passo pra trás.

-Eu pensei que tu tinha vindo pedir desculpa,mais agora vejo que tu pensa mesmo aquilo de mim.Tu acha mesmo que sou um marginal sem jeito que merece a morte!-interrompi,sentindo meus olhos cheios d'água.

-Você tá exagerando!-Ele disse me olhando com desespero.

-Exagerando?...Tu me acusou e disse coisas,que ninguém diz nem a um cachorro de rua...Mais tu não vê isso.Tu não vê o quanto me machucou!-Disse,com as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

-Talvez eu tenha exagerado um pouco,mais...-Ele tentou dizer,enquanto se aproximava.

-Não quero mais ouvir nada que venha da sua boca.Vá embora da minha casa!-interrompi sentindo a raiva e a decepção inundar o meu peito.

-Ainda não terminamos essa conversa,Lúcio.-Ele disse.

-Pra mim acabou e pra sempre...Eu não quero ver tu nunca mais...VÁ EMBORA DA MINHA CASA E DA MINHA VIDA!-Disse,deixando que a minha raiva explodisse.

Eduardo pareceu ter levado um soco,e me encarou surpreso.Por um momento pareceu que ele ia se aproximar,mais ele foi em direção a porta e saiu.Caminhei em direção ao meu quarto,sentindo meu coração em pedaços.Deitei no meu colchão,e deixei as lágrimas caírem.

Não sei quanto tempo se passou,até que me lembrei da escola.Fiz um esforço e me levantei,decidido a esquecer do Eduardo e risca-lo para sempre da minha vida.

Vendo a hora no relógio da sala,voltei ao quarto e vesti uma roupa qualquer,sem prestar muita atenção em qual.Peguei a mochila e sai,em direção a escola do bairro que ficava não muito perto.Caminhei por uns vinte minutos,e notei que o prédio estava fechado.Procurei o vigia,e ele me contou que havia morrido um parente da diretora,e como ele tinha sido professor na escola,ela tinha dado o dia de luto.

Fiquei feliz por aquilo,afinal não tinha condições de assístir a nenhuma aula.Fiz o caminho de volta para casa,e ao me aproximar,notei Fred que vinha descendo do carro e vindo em direcão a minha casa,pois ainda não havia me visto.

Ele vestia uma camisa xadrez de mangas,que estavam enroladas até o cotovelo e uma calça jeans azul escuro.Fred era um pouco mais alto que eu,tendo fácil 1,80 de altura e era o tipo magro sarado,nada exagerado como o Eduardo era.Fred tinha cabelos loiros claros e olhos azuis também claros.Era bem branco,mais o mais bonito,era seu sorriso enorme,capaz de iluminar qualquer coisa.

Chamei a atenção dele,antes que ele batesse a minha porta.Fred se me encarou sorridente,e caminhou ao meu encontro.

-Vim ver,se você não ia ter aula hoje.-Ele disse

-Eu fui até a escola,mais tá de luto.Só vão abrir segunda!-Me expliquei.

-Então vai me fazer companhia,em um jantar?-Ele perguntou me encarando.

Concordei e caminhei ao lado dele até o carro cinza,onde entramos.Ele deu partida e depois de mais ou menos quarenta minutos,entramos na cidade do lado.Ele rodou por várias ruas,até que parou em frente a um restaurante pequeno e bem movimentado.Fred estacionou e descemos,entrando no local em seguida.Ele escolheu uma mesa ao fundo,e nós sentamos.O garçom veio e trouxe os cardápios,demos uma olhada rápida e pedimos,fazendo com que ele nós deixasse a só.

-Notei que está bem triste,aconteceu alguma coisa?-Ele perguntou sério.

-Uma pessoa veio me visitar hoje a tarde,e não saio muito bem.-Respondi,sem vontade de contar sobre o Eduardo.

-Sua namorada?-Ele perguntou,me olhando com curiosidade.

-Não,é só um mane aí,muito metido a besta.-Respondi enquanto olhava as pessoas ao redor.

-Hum!...E como vai a escola?Gosta?-Ele perguntou mudando de assunto.

-Só um pouquinho!-respondi,agradecido.

-O que pretende ser no futuro,Lúcio?-Ele perguntou.

-Se eu falar,tu vai rir?-Respondi encabulado.

-Claro que não!-Ele respondeu curioso.

-Queria ser diretor de cinema!-Disse enquanto olhava fixamente para as outras pessoas.

-Uma escolha bem interessante...Gosta de escrever?-Fred perguntou com um tom de voz divertido.

-Um pouco!-respondi ainda envergonhado.

-Você fica lindo,quando banca o tímido,sabia?-Ele perguntou baixinho,enquanto me encarava.

Senti meu rosto arder e fiquei em silêncio.O garçom veio e serviu nossos pedidos e bebidas.Fred agradeceu e começou a comer,gesto que imitei,mais ainda mantendo o silêncio.

-Sabia que o seu pai era formado?-Ele perguntou quebrando o clima tenso que havia se formado.

-Não...sempre pensei,que ele nunca nem tinha ido a uma escola.-Respondi surpreso.

-Ele era formado em direito,fez isso antes de virar matador de aluguel.-Ele informou com um sorriso.

-Ele nunca me falou isso.-Disse triste,ao imaginar o que mais não sabia sobre o homem que tinha me feito.

-Seu pai não gostava de falar sobre o passado...Ele sempre dizia que,era algo que ele desejava fechar para sempre e esquecer.-Fred disse com carinho,estendendo a mão por cima da mesa e pegando a minha.

-Porque?-Perguntei,sentindo a vontade de comer ir embora.

-Eu não sei direito,mais seu pai era um homem atormentado por lembranças.Tinha pesadelos constantes com coisas,que ele nunca me contava o que eram.-Fred respondeu parecendo distânte.

Perguntei sobre o trabalho dele,fazendo a conversa sair do meu pai,e logo ele se animou novamente.Já era tarde,quando ele pagou a conta e saímos.Demos uma volta pela cidade e fomos em direcao a minha,me deixando em frente a minha casa,muitos minutos depois.

Nos despedimos com um forte abraço,e entrei em casa,caindo no colchão como uma pedra.Acordei no dia seguinte,com os gritos da minha mãe,mais me sentia muito bem para me incomodar com isso.

Os dias passaram rápidos,e eu ficava cada vez mais tempo com o Fred,aonde conversávamos sobre tudo e eu tentava a todo custo manter a conversa longe do meu pai,pois eu comecei a perceber,que isso o deixava triste.Assim como também tentava evitar,o assunto família.

E então era terça feira de manhã,e minha mãe já estava na casa do Piolho.Eu terminei de mexer um mingual de milho e quando ia me sentar a mesa para comer,ouvi batidas na porta.Imaginando ser o Fred,me levantei e quase correndo fui abrir,mais dei de cara com o Eduardo,que me olhou com tristeza.

-Já não tinha dito,que não queria tu aqui?-Perguntei com frieza.

-Não achei,que tivesse falado sério.-Ele respondeu,sua voz grossa me causando arrepios.

-Falei sim,vá embora daqui.-Disse,tentando bater a porta na cara dele,mais ele colocou o pé.

Eduardo então colocou a mão na porta e empurrou,fazendo com que eu cambaleasse para trás.Ele entrou e sem se importar,bateu a porta com força atrás de si.

-Você não pode entrar na minha casa,desse jeito.-Disse,sem muita firmeza na voz.

-Cala essa boca!-Ele disse num tom autoritário,enquanto vinha em minha direção.

Me encostei a parede e ele se aproximou devagar,pressionando seu corpo no meu,me fazendo estremecer.E então Eduardo aproximou seu rosto,e eu senti a sua respiração se confundir com a minha.Ele me olhou intensamente com seus olhos azuis escuros,invadindo meu íntimo,despertando o meu desejo por seu corpo quente e macio.

Eduardo colocou sua mão na minha nuca,e me trouxe para mais perto,fazendo assim os nossos lábios se encaixarem,me dando um selinho longo e profundo. O abracei,pois eu não conseguia e nem queria me separar dele,desejando permanecer para sempre entre seus braços fortes.Quando ele já ia acabando o selinho,o puxei de volta e lhe dei um beijo desesperado,nossas línguas se entrelaçando em harmonia como se fosse uma dança sensual e perigosa.

Continua...

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Olá boa madrugada!

Atheno o Lúcio o descreve nesse capítulo.Humm,gosta de pelos né,tipo ursao ou Tony Ramos!kkkkkk

GeoMateus,Morenaaa,ValterSó,Ru/Ruanito,garafao e Chria obrigado pelos comentários e notas,me incentivam bastante e é bom ver que a história está indo bem e agradando.Espero que gostem desse capítulo!

Haryan eu tô tentando compra outro celular,pra ver se consigo fazer maior.O meu está com a tela quebrada e é uma complicação,desculpe.

Obrigado a todos que leram...

Até a próxima!

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Comentários

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Uau!!!! Foi top!!

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Uow, Kra estou gostando muito do conto, o tamanaho do capítulo ficou ótimo, obrigado por ter deixado ele um pouquinho maior, muito fofo de sua parte.

Quanto mistério na vida desse garoto hein, uhu, parabéns ae...

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Noooossaa.Que capítulo..Q pegada essa do Eduardo..Essa amizade com o Fred vai fazer ele amadurecer e assim sair da casa da mãe.Pois amor ele não tem ali.Esperando ansiosissima o capítulo de amanhã..

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UAU. QUE DELÍCIA. TÁ FICANDO CADA VEZ MAIS INTERESSANTE. MAS EDUARDO TEM NAMORADO E COMO FICA ISSO??? ME PARECE QUE ESSE NAMORADO É BEM CIUMENTO. SINTO CHEIRO DE PROBLEMAS NO AR. E QUANDO VAI SAIR DA CASA DESSA MÃE? DEVE SER UMA DELÍCIA SER ACORDADO DE MANHÃ COM CHUTES. DEVE SER GOSTOSO OUVIR QUE A COMIDA DA CASA NÃO É PRA VAGABUNDO. BOM, SE ESTÁ AINDA NESSA CASA É PORQUE GOSTA DESSE TIPO DE TRATAMENTO. AH E NÃO ME VENHA COM ESSA HISTÓRIA DE QUE MÃE É MÃE. ISSO NÃO COLA MAIS. UMA CACHORRA TB É MÃE DOS SEUS FILHOTES E NÃO OS TRATA ASSIM.

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Que conto diferente e bem escrito, Parabéns ❤contínuaaa

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Tem muito mistério na história do Lucio, pai, quero mais. Eduardo ogro merece umas porradas para deixar de ser ignorante. E estou amando a amizade de Fred e Lúcio filho. rs

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