O filho do meu professor de luta. #9

Um conto erótico de Caio (Patrick)
Categoria: Homossexual
Contém 4739 palavras
Data: 19/02/2017 22:48:59

“Foi assim que a história aconteceu

Eu conheci alguém por acidente,

Isso me surpreendeu

Eram os mais sombrios dos meus dias

Quando você tomou minha tristeza e levou minha dor

E as enterrou

Você as enterrou…”

Minha vida tinha voltado as trevas de antes, eu dormia o dia inteiro á base de remédios que me impediam de ter pensamentos do tipo “Cortar os pulsos” ou simplesmente esvaziar um vidro de pílulas na minha garganta e dormir pra sempre, acho que nada disso ia adiantar muito, acho que minha alma seria amarga na eternidade. Eu não fazia mais nada por vontade própria, a única coisa que eu fazia todos os dias é esperar…

-Eii, você precisa comer! - Disse Samuel entrando no meu quarto com um prato de comida e um copo enorme de refresco. Eu o encarei e voltei a mergulhar nos lençóis, não tinha vontade de fazer nada, só dormir, porque nos meus sonhos eu era feliz.

*Isso começou há algumas semanas…*

Eu e Caio estávamos no telefone:

-Mas eu preciso de ti lá! - Disse ele ao telefone, ele estava indo pra mais uma luta e eu não podia ir assisti-lo, tinha muito trabalho pra fazer na academia.

-Eu sei Caio, eu também queria ir, mas não posso. Meu pai e a Kendra vão contigo. - Disse eu sentado na cadeira em frente ao computador, segurando o telefone em meu ouvido com a ajuda do meu ombro.

-Porra, você só fica nessa sala trabalhando. Nem na minha luta você pode ir?

-Poder eu posso, mas depois vou ter que virar a noite pra recompensar o tempo. - Disse eu.

-Parece que você nem liga mais pra mim, nem liga mais pra gente! - Disse ele.

-Para de drama…

-Drama? Qual foi a última vez que a gente se viu? Nós só nos vemos pelos corredores da academia e você nem fala comigo direito, você enjoou de mim? - Disse ele.

-Claro que não, só que meu tempo tem estado muito apertado. Eu prometo que na próxima eu vou, ok?

-E se não tiver outra?

-Não fale besteiras! - Disse eu.

-Eu sinto tua falta, nós nem conversamos direito. - Disse ele. - Parece até que você já não se interessa por mim!

-Para de drama Caio, eu só ando muito ocupado, porque você não dorme lá em casa hoje ou eu durmo na sua? - Perguntei eu. - Nós pedimos comida Japonesa, Chinesa… Sei lá. E assiste aos novos episódios de “Rupaul’s drag race”, pra eu poder matar a saudade de ti, eu tô sentindo muito a sua falta... tá?

-Hmm, gostei. Eu vou levar outra medalha pra ti hoje, tá? - Disse ele com aquele tom de animação na voz que eu amo ouvir.

-Amor, não se preocupe em me trazer medalhas! Se você voltar pra mim inteiro, já é o melhor prêmio que eu vou receber. Toma cuidado nessa luta, tá? Você sabe muito bem que não gosto de te ver todo machucado! - Disse eu sentindo um aperto no meu coração. -Por favor…

-Pode deixar bebê, eu prometo não chegar muito ferrado em casa kk’s - Disse ele rindo.

-Tô falando sério, garoto.

-Tudo bem amor, eu volto pra ti do mesmo jeitinho que você me viu da última vez tá? Agora eu preciso ir me preparar, teu pai já tá se irritando comigo kk’s - Disse ele rindo, eu podia ouvir meu pai apressando ele.

-Meu pai é chato! Manda um beijo pra Kendra, fala pra ela cuidar do meu bebê! - Disse eu sorrindo. Nos despedimos e eu voltei pro meu trabalho.

Nesse dia eu almocei sozinho lá no refeitório da academia, quando dei por mim já tinha passado da hora do almoço e eu tive que correr antes que o refeitório fechasse, eu corri e as nossas copeiras ainda não tinham tirado as comidas, porque perceberam que eu não tinha ido almoçar, que fofas.

-Menino Ricardo, isso são horas de vir almoçar? - Perguntou uma das copeiras me dando um abraço.

-Desculpa Dona Ju, eu me perdi no tempo. Meu pai, a Kendra e o Caio não estão, eles foram pra uma competição de luta. E como são sempre eles que vem me chamar pro almoço eu esqueci de comer, só lembrei quando minha barriga roncou! - Disse eu.

Eu tive que almoçar sozinho. Comi rápido e corri pra minha sala, queria terminar todo o meu trabalho do dia pra poder curtir a noite com o Caio e talvez até nos dar um dia de folga no dia seguinte kk’s Já estava anoitecendo e eu finalmente saí da sala, quando estava descendo as escadas pra ir embora eu vejo e Kendra entrar na academia em passos apressados e com uma cara que me deixou aflito.

-Kendra, garota! Eaí como foi lá? - Disse eu sorrindo, fui abraça-la, mas ela não correspondeu meu abraço. Eu a encarei e pude ver que ela não estava normal. - O que houve?

Ela respirou fundo, engoliu seco e evitava me olhar nos olhos.

-Eu preciso te contar algo. - Disse ela segurando minha mão, eu senti que ela tremia e suas mãos estavam suadas. - Eu vim aqui pra isso mesmo, quase todos já foram embora né? - Disse ela olhando em volta e vendo a academia vazia.

-O que aconteceu Kendra? Foi algo com o Caio? - Disse eu sentindo um nó na garganta.

-Vem comigo… - Disse ela me segurando pela mão e me levando até minha sala, mas eu parei no meio da escada com ela.

-Kendra, me conta logo! Não tenta tornar o “baque” menos cruel! Cadê o meu pai? - Disse eu.

-Seu pai está no hospital. - Disse ela, seus olhos começaram a marejar.

-Hospital? - Perguntei eu olhando em seus olhos chorosos.

-Senta aqui. - Disse ela se sentando nas escadas e me fazendo sentar com ela, nos sentamos no mesmo degrau e ela segurou minha mão. - Eu não quero falar isso pra ti… Não quero mesmo!

-Kendra… - Disse eu sentindo meu coração bater como um martelo em meu peito.

-O Caio acabou sofrendo um acidente na luta e… - Disse ela começando a ficar com a voz embargada.

-E? - Disse eu olhando tão fundo em seus olhos que quase podia ver sua alma, eu suplicava em silêncio que ela me dissesse que ele está bem e que a qualquer momento vai entrar pela porta da academia com aquele sorriso lindo, com uma medalha no pescoço, rindo, falando sua bobagens, vai me pegar nos braços me tirando do chão e me dar um beijo.

-E ele está no hospital… Na UTI. - Disse ela colocando as mãos no rosto e me observando com dor, ela podia ver que me feriu profundamente. - Desculpa.

-UTI? - Disse eu sentindo o chão se abrir debaixo dos meus pés, eu me encostei no corrimão e só sentia as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Meu choro que estava contido logo se tornou alto e desesperado. Eu havia recebido um golpe mortal, meu coração tinha se ferido. Eu só queria vê-lo.

Kendra me pegou em seus braços e ficamos os dois sentados naquela escada, abraçados e chorando. A dor que eu sentia, era a pior dor que eu já senti, algo que nunca imaginei sentir. É quase como se seu coração estivesse sendo apunhalado e não morresse, punhaladas eternas.

“E eu gostaria de poder deitar ao seu lado

Quando o dia acabasse

E acordar com seu rosto sob o sol da manhã

Mas como tudo que eu já conheci na vida

Você vai embora um dia...

Então vou passar minha vida inteira escondendo meu coração”

Eu andava pelos corredores daquele hospital, Kendra segurava minhas mãos com força, eu precisava de força naquele momento. Vi meu pai parado em um dos corredores falando no telefone com alguém, quando me viu ele desligou o celular e veio correndo em minha direção.

Eu me joguei em seus braços e ele me abraçou com força e eu só conseguia chorar com o rosto escondido no peito do meu pai.

-Me desculpa, meu filho. Eu devia ter percebido… - Disse ele chorando.

-Percebido o que? - Disse eu o olhando nos olhos.

-Que ele não estava bem, ele levou um golpe forte na cabeça e outro no queixo, depois um golpe de enforcamento. Mas continuou de pé, quando a luta terminou ele estava estranho, não falava nada. Ficou com o olhar distante, o que é estranho, porque ele tinha ganhado a luta, mesmo depois de todos esses golpes ele conseguiu finalizar o outro lutador e venceu. Quando estávamos no vestiário ele caiu.

-Caiu?

-Ele desmaiou, o golpe foi mais forte do que a gente imaginou. Ele…

-Ele o que? - Perguntei sentindo mais lágrimas chegaram.

-Ele teve… Um AVC. - Disse ele, nunca tinha visto meu pai chorar. Mas ele estava naquele momento.

-Cadê ele? Eu quero ver ele agora! - Disse eu saindo dos braços dele, mas ele me segurou.

-Ele está sobre observação, colocaram ele em coma induzido pra amenizar os estragos e estão cuidando dele! - Disse meu pai.

-E ele vai acordar depois de tudo isso? - Perguntei eu.

-Talvez.

-Talvez? - Perguntei eu com raiva.

-Ele pode não acordar quando o tirarem do coma induzido, talvez por conta do AVC, ele tenha morte cerebral, eu não queria falar isso pra ti, mas também não quero que você seja enganado. - Disse ele.

-E o que eu faço? ESPERO? - Disse eu socando o peito do meu pai com raiva.

-Calma Ricardo. - Disse ele segurando meus pulsos e me olhando com pena.

-Calma? COMO? É o Caio que está ali dentro! E ele pode não acordar mais, o que eu vou fazer se perder ele? - Perguntei eu, senti minhas pernas tremerem com essa possibilidade, eu caí de joelhos no chão, Kendra e meu pai me abraçaram.

Ficamos a madrugada inteira lá, quando estava amanhecendo minha mãe apareceu, trouxe algo pra gente comer e me consolou, eu não tinha fome, nem sede, nem sono. Eu estava oco, não sentia nada.

-Os médicos disseram que só uma pessoa pode vê-lo, pra não termos o risco de contaminação cruzada, você quer ir né Ricardo? - Perguntou meu pai.

-Sim. - Disse eu me levantando.

Os enfermeiros me levaram á uma sala onde colocaram um jaleco descartável em mim, prenderam meus cabelos, me colocaram luvas e uma máscara.

-Você só pode ficar pouco tempo lá, não toque nos aparelhos e nem no paciente. Vou deixá-lo sozinho… - Disse a enfermeira.

Eu entrei na sala e lá estava o amor da minha vida, sobre um leito, imóvel, cheio de aparelho e tubos em seu corpo.

-Amor… - Disse eu sentindo mais lágrimas descerem. - Me desculpa, a culpa é minha. Se eu tivesse ido te assistir tudo poderia ser diferente.

Seu rosto estava apático, sem sentimento, contrariando as ordens da enfermeira eu passei a mão em seu rosto, precisava senti-lo, mesmo que pela última vez.

-Eu te amo. - Disse eu retirando a máscara e dando um beijo em sua bochecha. - Fica comigo, por favor. Você me prometeu nunca me deixar, me prometeu nunca partir meu coração. Cumpra sua promessa e lute amor. Se você for embora eu não vou ter motivos pra continuar aqui, não me deixa sozinho, eu preciso de ti...

Eu fiquei olhando o seu rosto, eu queria ouvir sua voz, ver seu sorriso, olhar em seus olhos e dizer que eu amo ele, mesmo que pela última vez.

Batidas na porta me tiraram do nosso mundinho.

Era a enfermeira, eu saí do quarto e voltei pra perto do meu pai. Decidi voltar pra casa com a minha mãe, nessa noite eu não conseguia dormir. Eu queria poder passar a noite com ele, mas não deixaram. Meu pai estava com ele no hospital e eu dormi com a minha mãe, ela me abraçou a noite inteira e me ajudou a me acalmar quando eu tinha crises de choro de madrugada.

“Estou vivendo num mundo que é todo sobre você e eu

Eu não terei medo

Meu coração partido está livre para abrir minhas asas

E voar para longe, para longe com você”

Eu tive que ir até a academia dar as chaves da minha sala pra Kendra poder organizar algumas coisas, porque eu não tinha condições de trabalhar por um tempo.

-Ele está melhor? - Perguntei ela me abraçando.

-Não sei… Eles não falam, meu pai está lá com ele. - Disse eu.

-Tio… - Um garotinho que devia ter cinco ou seis anos puxou minha camisa. - Você é namorado do Tio Caio?

-Sou sim. - Disse eu me agachando e ficando no mesmo nível dele. Muitas das crianças viam a gente se abraçando ou beijando quando nos encontrávamos na academia.

-Eu sou aluno do Tio Caio, disseram que ele está dodói! Por isso tem outro tio dando aula pra gente. - Disse o pequeno apontando pra sala que o Caio dava aulas.

-Pois é, ele está dodói. - Disse eu, eu não sabia o que falar pra aquela criança que me encarava.

-Mas ele vai melhorar tio. - Disse ele vendo meus olhos começarem a marejar, passou os dedinhos em meu rosto limpando minhas lágrimas. - Não chora não. - Disse ele, levantou sua mão e ele estava segurando uma florzinha laranja. - Minha mãe deixou eu pegar essa flor lá na praça e trazer pro tio Caio.

Ele estendeu a flor pra mim e eu peguei.

-Leva pra ele, vai ajudar ele a sarar rápido, fala que foi o Felipe! Ele vai saber quem é. - Disse o pequeno sorrindo, eu me controlava pra não cair em lágrimas.

Ele me segurou pela mão e me levou até a sala onde o Caio dava aulas.

-Oi Ricardo. - Disse o professor substituto do Caio, me deu um abraço. - Como vai o Caio?

-Na mesma… - Disse eu olhando em seus olhos. - O Felipe me deu isso aqui e me pediu pra levar pra ele, que fofo né? - Disse eu sorrindo e mostrando a flor pra ele.

-Ahh, eles trouxeram muitas coisas pro Caio. - Disse ele apontando pra um mural cheio de desenhos e cartinhas. - Seu namorado é muito querido pelas crianças que ele dá aula.

Eu fui até o mural e li todas as cartinhas, vi os desenhos e eles escreveram coisas tão lindas, que tocaram meu coração. “Tio Caio, hoje eu orei pra você ficar bom logo e voltar pra dar aula, eu não sei orar ainda, mas pedi a ajuda da minha mãe. Acho que Deus escutou, mas pra garantir eu vou orar de novo.”

Eu abracei aqueles anjinhos, ouvi um monte de coisas que eles queriam que eu dissesse pro Caio, meu namorado realmente tocou o coração daquelas crianças, assim como tocou o meu, pra sempre…

Se ele se for, vai deixar um legado lindo, ele tocou o coração de muitas pessoas e mudou a vida delas. Inclusive a minha. Ele é o amor da minha vida, meu sonho que virou realidade, sempre vai ser.

“E eu desistiria da eternidade para te tocar

Pois eu sei que você me sente de alguma maneira

Você é a mais próxima do paraíso que sempre estarei

E tudo que posso respirar é a sua vida

E mais cedo ou mais tarde se acaba

Eu só não quero ficar sem você essa noite…”

Já haviam semanas que o Caio estava no hospital, os médicos falavam pouco sobre como ele estava, eu ia todos os dias vê-lo, mas tinha dias que eu não conseguia me levantar da cama. Esse dia era um desses, eu estava na cama, não conseguia nem abrir meus olhos. Minha vida tinha voltado a ser as trevas que eram antes dele tocar minha alma, eu voltei a depressão que estava, mas a única pessoa que poderia me tirar daquilo estava dormindo, talvez pra sempre…

-Puta que pariu! - Disse eu me levantando pra atender a porta, a pessoa estava insistente na campainha.

Eu desci as escadas e a claridade da sala fez meus olhos arderem.

-Já tô indo, porra! - Gritei eu antes de abrir a porta, a pessoa finalmente tirou o dedo da campainha.

Quando eu abri aquela pessoa enorme me abraçou, eu conhecia aquele perfume.

-Samuel? - Disse eu sentindo seu abraço, eu acabei me entregando eu precisava daquele abraço.

-Eu soube do que aconteceu. - Disse ele me apertando em seus braços. - Assim que eu soube eu corri pra vim te ver, eu sabia que você precisava de um abraço.

Nós ficamos um bom tempo abraçados, ele tem razão, eu precisava…

Eu o convidei pra entrar, contei pra ele sobre como tudo aconteceu, ele disse que ficou sabendo quando estava me stalkeando no facebook e viu um comentário da Kendra numa foto minha com o Caio.

-Você já almoçou? - Perguntou ele deitado comigo na minha cama.

-Não… Eu não sinto mais fome. - Disse eu olhando pro teto.

-Qual foi a última vez que você comeu, Ricardo?

-Sei lá, eu comi uns biscoitos ontem na hora do almoço. - Disse eu me escondendo embaixo do edredon.

-Porra! Tá vendo? Você não está se cuidando, quando o Caio voltar ele não vai gostar de ver o namorado dele magrelo e com cara de doente! - Disse ele se levantando da cama. - Eu vou na cozinha ver o que tem geladeira pra você comer, e você vai comer!

O que eu mais gostava no Samuel é que ele sempre manteve o pensamento positivo de que o Caio vai acordar e vai voltar.

Eu estava de olhos fechados visualizando eu e o Caio, eu sinto tanta falta dele. Peguei meu celular e fiquei olhando nossas fotos juntos, ouvindo os áudios que ele me mandava e sorrindo, eu precisava ouvir sua voz, escutar as mesmas velhas piadas e brincadeiras que ele faz. Podia sentir o cheiro do perfume dele, o gosto do beijo dele, ver ele no portão da minha casa, em cima da sua moto, de jaqueta de couro, calças jeans, regata branca, com um boné virado pra trás, fumando um cigarro e me vendo sair pela porta pra me levar a algum lugar onde íamos dançar juntos.

-Eii, você precisa comer! - Disse Samuel entrando no meu quarto com um prato de comida e um copo enorme de refresco. Eu o encarei e voltei a mergulhar nos lençóis, não tinha vontade de fazer nada, só dormir, porque nos meus sonhos eu era feliz. - Você vai comer, nem que eu tenha que dar comida na sua boca!

Ele arrancou o edredom de cima de mim e me obrigou a comer, eu precisava mesmo comer, porque limpei o prato, depois eu me deitei.

-Viu? Comeu tudo! Um morto de fome como você não consegue ficar muito tempo sem comida. - Disse ele rindo e se deitando atrás de mim, me abraçou e ficamos deitados de conchinha.

-O que você está fazendo? - Perguntei eu mandando meu cachorro morder ele.

-Eii, calma. Eu não quero nada contigo. Eu já percebi a muito tempo que não vai rolar nada entre a gente, porque teu coração pertence ao Caio, mas eu me preocupo contigo. De verdade. - Disse ele. - Além do mais, se os meus lábios tocarem os teus, é bem provável que o teu namoradinho brutamontes acorde na hora e caia aqui de paraquedas pra me bater kk’s

-Não fala assim dele. - Disse eu rindo, me virei e dei um soquinho nele, mas ele me deu um selinho. - SAMUEL! VOCÊ ESTÁ MALUCO?

-Calma, garoto bravo da porra… Era só pra ver se teu namoradinho aparecia mesmo. - Disse ele rindo.

-Mas ele ia te bater lembra?

-Não me importo, mas você ia ficar feliz por ele aparecer, não ia?

-Você estaria disposto a apanhar dele, só pra me fazer feliz? - Perguntei eu.

-Claro… - Disse ele.

-Qualquer menino teria muita sorte em te ter como namorado, de verdade. - Disse eu passando a mão em seu rosto. Ele mudou, está se tornando um homem melhor. Samuel é apaixonante, o sorriso, o cuidado que ele tem com as pessoas, os olhos, o jeito de garoto bobo, meio tímido, malandrinho. Além de tudo ele é um GATO! Qualquer um teria sorte em tê-lo como namorado, de verdade.

-Falando nisso, eu tenho algo pra te contar.

-Vai se casar com aquela vadia? Era só o que me faltava… - Disse eu revirando os olhos.

-Não, muito pelo contrário. - Disse ele olhando em meus olhos.

-Ela morreu? Minha macumba deu certo! - Disse eu rindo, ele apertou a ponta do meu nariz.

-Continua o mesmo garoto bobo! Kkk’s Ela não morreu e eu não vou me casar com ela. Eu terminei com ela. - Disse ele todo orgulhoso de si. - E me afastei daqueles meus amigos.

-Eles eram idiotas, não queriam a tua felicidade. Queriam que você fosse um escondido dentro do armário como eles. - Disse eu.

-Pois é, os amigos que sobraram são verdadeiros, me deram toda a força. Eu contei pros meus pais, nossa relação está meio abalada, mas foi bem melhor do que eu esperava… - Disse ele sorrindo,

-Eu tô muito orgulhoso de ti. - Disse eu o encarando.

-Obrigado eu tenho que agradecer a ti pela força. Se não fossem os conselhos e aquele sermão que você me deu eu jamais teria coragem de dar o primeiro passo. - Disse ele me olhando nos olhos, por poucos segundos eu me senti feliz. Dei um abraço nele e fiquei feliz por ele estar finalmente sendo quem ele é, com todo o orgulho de si.

Eu recebi uma ligação do meu pai querendo que eu fosse pro hospital, enquanto eu me arrumava o Samuel me observava.

-“Cê” tá muito lindo. - Disse ele sorrindo, vendo eu ajeitar o cabelo na frente do espelho.

-Obrigado, meu pai me ligou me mandando ir pro hospital, talvez o Caio tenha acordado, não quero aparecer feio lá, ele é o amor da minha vida. Eu tenho que estar lindo, pra ele… - Disse eu borrifando perfume em mim.

-Ele é um cara de muita sorte. - Disse ele se levantando.

-Você vai comigo né? - Disse eu segurando em sua mão.

-Não, seu pai não vai curtir muito me ver, e seu namoradinho também não. É melhor eu ficar de longe, só observando… Que foi tudo o que eu fiz depois de ter sido um babaca contigo. Eu vi você se levantar de novo, se tornar popular na noite do Rio, ter todas aquelas pessoas sabendo seu nome. Se tornar um dos homens mais lindos que eu já vi. - Disse ele sorrindo e passando as mãos em meu rosto. - E pensar que um dia, antes de você se tornar quem é, antes de tudo isso, um dia você foi meu namorado. - Disse ele olhando em meus olhos - Eu já fiz o que eu vim aqui fazer, cuidar de ti enquanto seu namoradinho não podia cuidar, agora que ele voltou pra ti eu posso vazar!

-Muito obrigado Samuel! - Disse eu dando um abraço nele. - Eu tô MUITO melhor, você me ajudou muito, muito mesmo! - Disse eu sorrindo.

-Eu até te beijaria, mas sei que você me daria um soco no rosto, bem mais forte do que o seu namoradinho me deu. - Disse ele rindo e dando um beijo na minha testa.

-Obrigado por tudo. - Disse eu, nós descemos as escadas, ele seguiu seu caminho e eu fui pro hospital. Eu sentia que o Caio tinha acordado, eu chegaria lá e daria um beijo nele, mataria minha vontade daqueles lábios, de ouvir sua voz de ver seu sorriso, ia contar todas as novidades e levar ele pra casa, finalmente meu amor voltaria e minha vida seria como antes.

Cheguei lá e corri pro corredor do quarto do Caio.

-Como vai, filho? - Disse meu pai me abraçando e dando um beijo na minha testa.

-Tô bem, o Caio acordou? - Perguntei eu sentindo um sorriso enorme nascer em meu rosto.

-Ainda não. - Disse ele.

-Ahh… Eu achei... Que… - Eu quase podia sentir uma dor física, meu coração se partiu novamente, que tolo eu fui.

-Tem alguém que queria muito te conhecer, mas ela saiu por alguns instantes, mas daqui a pouco ela volta.

-Quem quer que seja, manda embora, não quero conhecer ninguém. - Disse eu. - Eu posso ir vêr o Caio? - Perguntei ao meu pai.

-Vai lá. - Disse meu pai, um enfermeiro me levou até lá.

Eu entrei no quarto e lá estava ele, do mesmo jeito que eu tinha visto no dia anterior, e no anterior, e no anterior, e no anterior…

Me sentei na poltrona ao lado da sua cama e segurei sua mão.

-Oi amor, já faz semanas que você está aqui… - Disse eu olhando em seu rosto. - Eu já disse isso muitas vezes, mas sinto sua falta. Você me salvou de tantas maneiras diferentes, de todas as maneiras que alguém pode ser salvo, você mudou minha vida pra sempre e tocou meu coração e minha alma, eu estava preso em tanta tristeza e amargura quando eu te conheci, mas então você chegou sorrindo, segurou minha mão e me fez feliz, de uma forma que eu nunca me senti, e eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente por ter feito tanto por mim. - Disse eu sentindo minha voz ficar presa, entrelacei meus dedos aos dele, quando a palma da sua mão tocou a minha eu senti um arrepio, era ele ali, quando a pele dele me toca eu sinto meu coração acelerar e todos os sentimentos bons voltam por poucos segundos. -Eu te amo e sempre vou amar, disseram que talvez você nunca acorde, mas eu não me importo. Eu vou esperar por ti amor, dias, meses e anos. Porque eu esperaria pra sempre só pra poder te ver novamente, eu sinto tanta a tua falta. Se você não acordar mais e for pro céu virar uma estrela e ficar lá brilhando pra mim, você promete que me espera lá em cima? Por que sem ti aqui comigo, eu não vou durar muito. E não deixe os anjos se apaixonarem por ti. Eu não me imagino vivendo sem ti, eu não conseguiria se tentasse. Obrigado por ter me feito feliz pela primeira vez na minha vida, os momentos que eu vivi contigo nesse último ano, foi quando eu realmente vivi, eu não sabia o que era nada disso antes de te conhecer… - Disse eu beijando seu rosto. - Te amo lutador.

Eu fiquei ali observando ele.

Meu namorado é o maior fã da Lady Gaga que vocês respeitam. Todos sabem que eu sou devoto de Beyoncé, mas até curto algumas músicas da Gaga, então eu sempre colocava músicas da Gaga pra ele escutar no hospital. O álbum preferido dele é o último, então eu coloquei pra tocar no meu celular, baixei só por causa dele. O que o amor não faz né?

“Pegue minha mão e fique, Joanne

O Céu ainda não está preparado pra você

Cada parte do meu coração machucado

Precisa de você mais do que os anjos precisam

Se você pudesse, eu sei que você ficaria

Nós dois sabemos que as coisas não funcionam assim

Eu te prometi que nunca diria adeus

Então eu sorrio e minha voz fica fraca

Na verdade, eu sei onde você está indo

E, querido, você só está seguindo em frente

E eu ainda te amarei mesmo se eu não puder te ver de novo

Mal posso esperar para te ver voar…”

Batidas na porta me despertaram pra realidade. Eu pausei a música no celular.

-Entre… - Disse eu ainda sentado na poltrona.

Uma mulher entrou, eu não a conhecia. Mas tinha algo nela que me era familiar, eu não sei…

Ela estava vestida bem, uma mulher elegante. Ela sorriu pra mim e entrou no quarto.

-Eu acho que a senhora entrou no quarto errado. - Disse eu.

-Não, não entrei não. - Disse ela olhando pro leito e seu sorriso sumiu. - Eu sempre disse pra ele que essa coisa de “luta” ia acabar matando ele, porque eles nunca escutam? - Disse ela com o rosto triste. - Mas eu já chorei o suficiente. É uma pena nós nos conhecermos nessas condições. - Disse ela me encarando, eu conheço aqueles olhos, reconheceria em qualquer lugar, veio até mim, passou as mãos em meu rosto e brincou com o meu cabelo. - Ele disse que você é bonito, mas não sabia que era tanto.

-Você é a mãe dele… - Disse eu emocionado.

-E sua sogra de agora em diante.- Disse ela sorrindo, Caio tem os olhos e o sorriso da mãe.

Continua…

Então amôres, mais um capítulo pra vocês. Espero que estejam curtindo acompanhar essa série, tanto o quanto eu estou curtindo escrever pra vocês. O que acharam do capítulo de hoje? Que rumo acham que a história vai tomar? Deixem seus palpites, sua opinião, deixem sua crítica e eu prometo que tento melhor ok? Beijos 💜

Deixe sua nota, um comentário e muito obrigado por terem lido o meu conto! XOXO ♥

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 3 estrelas.
Incentive Trick_Patrick a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Velhooo, comecei a ler seu conto ontem. Estou viaciado.com, mas está sendo muito difícil ler e não se colocar no lugar do Ricardo. VOLTAAA LOGO CAIO.

0 0
Foto de perfil genérica

Adorei o capítulo! Tô quase chorando com esse capítulo! Espero que Caio se recupere!

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa que Capítulo Triste... Nossa não mata o Caio por favor... Nota: 10 Muito Emocionante, Viciante e dramática o Conto... Cheguei a me emocionar aqui... Continua logo.! Parabéns pelo Conto...

0 0
Foto de perfil genérica

Genteee, q sofrimento, não to conseguindo lidar, poxa, o Ricardo vai ficar péssimo se ele morrer, mas como aqui é um conto né, temos de estar preparados pra tudo. Como no meu conto preferido que é O filho do dono que o final é horrível, eu chorei tanto quando terminou, foi um fim tão cruel que até quando lembro me dá vontade de chorar. Ansiso pelo próximo capítulo e por favor, não mata o Caio 😭

0 0
Foto de perfil genérica

muito bacana este capitulo,otimo contexto,que ele retorne logo pra criar uma familia,,,este capitulo teve tudo dizendo * no retorno eles poderao e farao a sua volta ser mais feliz *

0 0
Foto de perfil genérica

Ai gente que golpe no coração esse acidente dele.

0 0
Foto de perfil genérica

Se matar o personagem espere e verás a nota que vai ganhar

0 0
Foto de perfil genérica

Chorei!! Não mate ele por favor! Serio caio volta logo ansioso pelo próximo meu lindo bjao❤❤❤

0 0
Foto de perfil genérica

Só espero que vc não mate ele no conto para dar uma chance ao novo Samuel.e por favor acorda logo ele. Já no próximo capítulo...

0 0
Foto de perfil genérica

gente to chorando, acorda ele logo pelo amor de chesus. rs

0 0
Foto de perfil genérica

Ameiii , coitado do Caio ... continuee bjss

0 0