Moleca .02

Um conto erótico de Preta88
Categoria: Homossexual
Contém 2625 palavras
Data: 06/03/2017 21:26:03

- O que foi? O que você ta pensando? – Perguntei preocupada abraçando-a pela cintura e apertando contra mim.

- Sinto que cada vez que transamos é uma despedida. – Falou me olhando com serenidade. Meu peito se apertou. A voz travou na garganta. Ela me deu um selinho.

- Sinto que você está indo embora. E sei que nada que eu faça te trará de volta. Você só está aqui por medo. Eu sei. – A cada palavra dela meu coração se despedaçava e virava pó. Nunca senti tanta dor. Meus olhos se encheram de d’água. Minha garganta doía. Ela beijou cada olho meu e as lágrimas caíram.

- Pode ir. Não vou te segurar mais. Você não merece isso. Você é a coisa mais linda da minha vida. – Sua voz tinha uma serenidade assustadora. Eu estava ali morrendo a cada palavra e ela estava segura, lúcida, calma. Morri mil mortes. Coloquei a cabeça em seu peito e chorei. Ela me abraçou e ficamos assim por longos minutos. Eu esperava por esse momento, mas não imaginei que seria tão doloroso. Eu estava destroçada. Ouvimos Marcos, o melhor amigo dela, chamar seu nome. Ela virou o rosto pra ele, mas não falou nada. Segurou meu rosto tirando-o do seu colo e me deu um selinho.

- Preciso ir, meu bem... – falou enxugando minhas lágrimas. Meus olhos ardiam, minha garganta doía. Cada parte do meu corpo era dor. Não conseguia largar ela. Ela descruzou meus braços das suas costas e foi se soltando do meu abraço.

- Dorme comigo hoje, por favor... – Foi o que conseguir falar. Já de pé, com os olhos cheios d’água, fez que não com a cabeça. – Não posso, Mah. – Segurei sua mão e a puxei para mim, mas ela não veio. Apertou minha mão e disse que se fosse não conseguiria me deixar. Levou minha mão aos lábios, beijou. Se inclinou e plantou um selinho molhado nos meus lábios. Senti meu corpo todo doer. Uma surra instantânea. E ela se foi. Sem olhar pra trás.

Coloquei a cabeça entre as mãos e chorei. Chorei como uma criança. Chorei toda a dor que sentia, quando sinto um abraço me puxando pra si. Nem precisei abrir os olhos, sabia de quem era aquele cheiro.

- Eu to aqui com você. Pode chorar. – falou a guria. Seu tom era tão sério, maduro, sincero. Coloquei minha cabeça nas suas coxas e chorei. Chorei forte. Chorei toda a solidão que estava em mim. Toda a dor acumulada. Toda a frustração. Todo o luto de um amor morto.

Não sei por quanto tempo fiquei ali. Meus olhos ardiam. Fui me recompondo. Sentia sua mão me fazendo cafuné e a outra alisando minhas costas. Volta e meia sentia um beijo, um cheiro em meu cabelo. Aquilo estava me fazendo bem. E me deixando confusa ao mesmo tempo. “como essa menina apareceu aqui?” “por que sua presença ta me fazendo tão bem?” “quem é essa garota?!”. Levantei minha cabeça, ajeitei meu cabelo e olhei pra ela. Era uma mulher que estava na minha frente olhando para mim. Não tinha nenhum traço da garota sapeca que eu encontrava no elevador e que tinha expulsado do meu lado hora antes. Era uma mulher que me olhava com uma força que não conseguia distinguir exatamente o que era. Ficamos nos olhando por uns instantes até que por alguma razão eu me senti envergonhada. “putz, minha cara deve ta horrível” pensei. Olhei em volta e tentei me aprumar.

- Você está linda, Marina. – falou me olhando séria, num tom decidido. – Com o braço apoiado na minha coxa e sustentando minha cabeça com dois dedos fiquei fitando ela. – O que você ta fazendo aqui, menina? – falei em um tom provocativo, mas muito confuso. – Estou com você. E pode me chamar de Luiza. – respondeu com calma. Passei as mãos pelo rosto tentando entender tudo que estava acontecendo.

- Eu vi vocês duas transando e terminando. Eu sabia que você não a amava mais, mas não imaginei que você fosse sofrer tanto assim. Você me surpreendeu, Marina. Você é mais maravilhosa do que imaginei. – Olhava para aquela garota ou aquela mulher, não sei... E não sabia o que dizer. – A primeira vez que te vi eu me apaixonei por você. No instante que te vi no estacionamento, dia que vim conhecer o apartamento, eu me encantei. Sei seus horários e forçava encontros casuais no elevador. Por várias vezes vi vocês juntas e sabia que você não a amava mais. O fim era um fato. – A cada palavra da Luiza eu ficava mais perdida. Completamente sem ação. - Eu quero que você saiba que sou apaixonada por você. Não sei bem porque, já que você é um pedaço de cavalo. Mas sua energia me atrai. Sinto sua presença sem precisar vê-la. Senti você e quando olhei em volta você tinha passado por mim na boate. Fui te procurar. Quando te vi sentada aqui, tão imersa em seu mundo... Nossa, eu daria duas vidas para fazer parte desse mundo. – A garota falava tudo com calma, com uma emoção sincera. Eu ouvia tudo e realmente não sabia o que fazer. Então...

- Preciso beber. – falei entre o silêncio dela. Ela sorriu. – Posso te acompanhar?

- Claro que não! Se não te dei maconha, vou te dar uma droga pior?! Vou te comprar um refrigerante! – Falei levantando a caminho do bar. Ela soltou uma gargalhada muito gostosa. Olhei pra trás e ela estava radiante. Linda como nunca tinha visto ou percebido antes. Voltei com uma vodka com energético pra mim e com um drink sem álcool pra ela. Quando ela viu o drink soltou um sorriso muito sapeca, me olhando sem acreditar que estava te dando um drink. Sentei e bebi um gole da minha bebida ate que sinto ela me dá uma cotovelada no braço.

-Que garota chata! Não tem álcool! – falou fingindo revolta. Olhei de canto de olho pra ela, prendendo o riso. – Criança não bebe. – e voltei a beber. Ela revirou os olhos e sorriu.

Ficamos lado a lado conversando. Ela falando pelos cotovelos e eu apreciando a vista. Era incrível como ela era versátil. Era menina, era mulher em um nano segundo. E tinha uma percepção constrangedora sobre o que eu pensava. As vezes nossas pernas se tocavam e eu sentia um choque percorrer meu corpo. Me deixei levar pelo papo e quando percebi eu estava colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Ela me olhou e sorriu maliciosamente. Aquele sorriso me deixou totalmente desconcertada. Sorri e dei de ombros mostrando minha rendição. Dei uma golada na minha bebida e vi que ela havia acabado. Fui levantar para comprar mais uma e senti o mundo girar. Sentei de novo. Ela riu.

- Bateu hein, gata?! – se divertindo com a cena. Passei a mão no cabelo e fiz que sim com a cabeça liberando o meu sorriso mais envergonhado que eu poderia ter. – Não sorri assim pra mim, Marina. Estou fazendo uma força descomunal para não pular em você e te agarrar aqui mesmo. – Quando ouvi suas palavras minha buceta piscou na hora. “quem é essa mulher cheia de atitude no corpo dessa adolescente?”. Fiquei olhando intrigada pra ela. – O que foi? – Perguntou. Dei de ombros.

- Não sei, mas eu quero que você – uma adolescente - pule em cima de mim. Só posso está muito bêbada mesmo. – cuspi sinceridade.

- Acontece que não sou “uma adolescente”. Tanto que irei te levar para casa, em meu carro, pois por lei tenho idade para dirigir. E sim, você está muito bêbada. E não, não vou pular em você. Não aqui. Não com você assim. Você irá me pedir com toda sua sanidade. – falou me olhando nos olhos. Piscou e se levantou me estendendo a mão. Dei risada, segurei sua mão e levantei. Ela trançou nossos dedos e passou na minha frente. Minha mão repousada junto a sua na curva da coluna e inicio da bunda. O decote das suas costas ia até o cocix. Minha mão tocava sua pele. Devido a quantidade de pessoas por vezes ficava bem atrás dela. O cheiro do seu cabelo me invadia. Teve um aperto maior e tivemos que parar. Ela parou e pegou minhas mãos passando entorno da sua cintura e parando na sua barriga. Ela rebolava timidamente seguindo a batida da musica. Aquilo estava me deixando louca de tesão. Me aproximei do seu ouvido e falei:

- Você está no caminho certo. Parabéns. – Cheirei seu cangote. – Ela riu e perguntou dissimulada. – Que caminho, gata? – Mordeu minha orelha. Na hora apertei sua barriga e colei seu corpo no meu. Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa ela segurou minha mão e saiu andando na frente. Encontrou um grupo de meninos e meninas, todos com a carinha de guri. Virou pra mim e perguntou se tinha ido de carro. Falei que sim. Ela entregou as chaves dela a uma menina, se despediu e saímos. Na porta da boate ela me pediu as chaves.

- Não posso te dar elas, só adultos dirigem. – ela revirou os olhos. – Para de graça, dona bêbada. Me dá logo essa porra antes que eu te lasque um beijo e você descubra a criança. – Falou provocantemente séria, bem próxima a minha boca. Levantei as chaves ao lado do corpo. Ela pegou. – Onde está?

- Na esquina. – Apontei. – Muito bem! Vamos! – Saiu na frente me arrastando. Dei risada e fui. Entramos, ela ligou o carro e saiu com competência. – É... parece que você sabe mesmo dirigir. Quero dar um confere...

- Em mim? – Cortou minha fala me olhando provocante. – Na sua carteira. – Falei sorrindo.

– Ah! Que pena... Tá na bolsa, pega. – Falou fingindo distração no que dizia e concentração no que fazia. A bolsa-carteira estava entre suas pernas. BEM entre suas pernas. Do mesmo jeito que minha boca queria está. “pqp, essa pirralha ta me deixando doida”. Olhei pra ela...

- Pego sim... – me inclinei em sua direção, respirando em cima dela. Enfiei a mão entre suas pernas, roçando as costas da minha mão, passando as unhas na parte interna da sua coxa. Peguei a carteira olhando para cara dela. Ela prendia a respiração enquanto mordia o lábio. – Posso abrir? – Falei ainda com a mão entre as suas pernas. Me olhou confusa, olhei para as pernas dela e voltei a olhá-la. – A carteira! – puxei e levantei a carteira entre nós. Ela sorriu muito safada.

- O que você quiser, gata. – E se ajeitou no banco abrindo um pouco mais as pernas. Meu sangue correu todo para minha buceta na hora. Sorri e me consertei no meu banco.

- Encosta no 4 rodas. Tô com fome. – Falei indicando pra ela jogar para a esquerda.

- 4 rodas? Não conheço. Tá aberto as 3 da manhã?

- Tá sim. Funciona durante a madrugada. Para na calçada, onde estão aquelas cadeiras. – Assim ela fez. Quando descemos todos pararam para nos olhar. Ela linda desceu fazendo um coque no cabelo na mesma hora em que eu fazia o mesmo. Ela com aquela carinha de menina e um corpo de mulher. Eu estava com uma legging preta e uma cropped folgadinha, caidinha no ombro. (sou péssima em descrever roupas), e com uma bota cano curto sem salto (já tenho 1,78 de altura). Tenho o corpo musculoso. Treino jiu-jtsu, crossfit e faço musculação. Sempre fiz esporte. Não sou panicat, tô mais pra “não sei o que” Falconi. Quando nos vimos fazendo coque no mesmo momento, rimos juntas. Homens e mulheres nos olhavam.

- Não sei se me sinto como uma atriz da globo ou atração de circo. – falou debochada. Ri e olhei para o cardápio. Quando ela viu as comidas surtou! – Sério que você come essas coisas???

- Sim, amo essas comidas. E as daqui são deliciosas. Qual o problema? Não gosta?

- Eca! Claro que não! Como assim comer sarapatel? Xinxim? Só de ler os nomes eu já travo! – falou e vi uma criança de 6 anos na minha frente. – Só você tem nojo. O lugar está cheio por uma razão simples: é tudo gostoso. Você come feijoada? – perguntei impaciente.

- Como “emi ci donaldi” – falou soletrando errado com a cara mais sapeca que ela já fez. – Ri – Sério! Você come feijoada? – perguntei tentando disfarçar minha diversão.

- Posso tentar... – falou birrenta.

Fomos chegando no estacionamento do prédio. Ela estacionou o carro e desligou. Apoiou no braço do banco e se inclinou pra mim.

-E aí, gata? Vamos? – falou carinhosa. Eu estava com a cabeça no banco. Imaginando voltar pra casa. Tudo naquela casa é a cara da Roberta. – Obrigada pelos cuidados, mas não vou pra casa, não. Pode descer. Obrigada. – Falei e olhei pra ela. Ela estava linda. A luz fraca do estacionamento iluminando seu rosto. Seus lábios carnudos e molhados. Sempre estão molhadinhos. Os olhos apertadinhos, curiosos. Fiquei olhando para ela me segurando para não agarrá-la ali mesmo. Aqueles olhos me desafiando e eu lutando contra mim mesma.

- Por que não vai para casa? - Perguntou calmamente com uma voz macia, sedutora. Pronto, ali estava surgindo a versão dela “femme fatale”. Não resisti e tomei aquela boca pra mim. Enfiei a mão pelo seu cabelo e a trouxe pra mim. Quando me dei conta ela já estava em meu colo. Foi um lance rápido e intenso. O beijo dela era delicioso. Inquietante como ela. Vários ritmos, varias intensidades. Maravilhoso. Quando percebi que ela estava no meu colo eu parei tudo. Minha respiração estava a mil por hora. Olhei para aquela menina e ela parecia uma tigresa enjaulada. Ela é selvagem. Seu peito subia e descia com o compasso da respiração acelerada. Fiquei admirando ela. Passei o dedo nos seus lábios. O cabelo bagunçado. Desci o dedo pelo seu pescoço até o contorno dos seus peitos. Puxei de leve e fingir olhar pra dentro. Rimos. Ela com uma cara safada que me fazia ter vontade de rasgar aquele vestido no dente. Corri as mãos pela sua cintura descendo até a bunda e subindo até as axilas. Meus polegares por cima dos seus peitos. – Ele são perfeitos. – Enchi a mão e os apertei gostoso. Ela colocou as mãos por cima das minhas, fechou os olhos e inclinou a cabeça para trás. Cheirei seu cangote sem parar de apertar seus peitos. Ela estava sem sutiã. Apertei seus mamilos por cima do vestido e ela gemeu. – Não faz assim que eu gozo aqui mesmo... – falou gemendo. Minha buceta encharcou na mesma hora. – Você é deliciosa, Luiza. – falei chupando seu pescoço e apertando meus braços envolta dela. Alisando cada pedaço daquele corpo.

- Ai, Marina... não estou aguentando mais. Estou encharcada... me come... – falou gemendo muito gostoso. Que menina gostosa! Mas não ia conseguir subir com ela pro meu apartamento. Só em lembrar eu perdia o ritmo. – Por favor, Mah... – ela suplicava. “Pqp, não posso ira para casa, nem posso comer a garota aqui. Nem sei se era virgem ou não. Caralho, será que ela é virgem?!”. Quando saio do meu devaneio sinto minha mão na sua buceta. Hiper molhada. Ela abraçada a mim, suplicando para comê-la.

- Lú, calma... não posso te comer aqui. – falei tentando que ela entendesse. – Seu AP... – falou gemendo e segurando minha mão na sua buceta. Eu já estava perdendo o juízo.

- Lá não dá... Lú, por favor... para. Não tô mais agüentando. – falei implorando. Ela me olhou me penetrante que senti meu corpo todo vibrar. – Meu ap ta vazio. Meus pais só voltam mês que vem. Eu quero você agora. – Não tive mais argumentos. Eu precisava ter aquela menina. – Você já fez isso antes? – perguntei hesitante.

- Marina, não sou criança. Sou uma mulher sexualmente ativa e que sabe o que quer. Vamos logo! – saio de cima de mim e foi abrindo a porta do carro.

Por favor, comentem! Para as meninas que gostam de trocar ideias sobre feminismo, lesbianismo, mulher negra ou qualquer outra temática que envolva a condição da mulher de forma geral meu email é AFRONISTALES@GMAIL.COM.

Um cheiro!

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Comentários

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Obrigada, Vic, Bee20, Pretinha25 e Poiaaa! Fico muito feliz que tenham gostado.

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Volta logoooo , quero o desfecho dessa história pleaaase

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Pooxa acabou na melhor parte? Kkk mt boom sua escriita é muito boa

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Caramba, que escrita maravilhosa, espero que continue com esse conto

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