ACRÔNICO.

Um conto erótico de Ralph.
Categoria: Homossexual
Contém 624 palavras
Data: 21/03/2017 17:24:12

Aquela foi uma das poucas noites que eu passei fora de casa. Não que eu seja alguém vivendo em cárcere privado, mas quando se é escritor, as noites representam todo o potencial de criatividade elevado ao máximo. Quando as horas se passam, a lua toma o céu e os barulhos habituais cessam, os dedos coçam e deles saem as benditas palavras aprisionadas durante todo o dia. A sina, ou a glória, de quem escolheu as palavras.

Constatei que acabara de entrar na madrugada numa rápida verificada no relógio do meu pulso enquanto fechava a porta da sala. Não me ocupei em acender as luzes e atravessei todo o espaçoso cômodo em direção ao meu quarto. Me livrei da blusa de lá que cobria meu peito, da calça que teimava em apertar minha cintura, dos sapatos que esquentavam meus dedos e das meias fofinhas que abraçavam meus pés. Delas eu gostava. Eu queria me jogar na cama sem pensar, mas a tela acesa do computador venceu a briga que travava com a cama por minha atenção e por ela fui atraído como um inseto perdido fora do seu habitat. Me debrucei sobre a tela apenas para desligar o monitor e vi uma notificação esperando por mim no canto da tela. Eu poderia deixá-la ali me esperando e somente visualizá-la mais tarde naquele mesmo dia, mas o que me impedia de atender ao seu chamado, afinal?

Sem pressa cliquei sobre o pequeno ícone e um e-mail surgiu. Por hábito minha vista foi direto para o remetente e por causa dele meus joelhos quase não aguentaram o peso do meu próprio corpo. Eu estaria no chão se não houvesse à minha frente um mesa me servindo de apoio. Eu precisei reler o nome daquele que me enviara a mensagem e tomei todo o ar possível antes de ler as palavras:

“Estou escrevendo e nem sei ao certo que palavras usar para dizer que, sim, eu ainda estou vivo. [espaço destinado para minha risada]

Talvez tenha passado tempo demais e talvez você nem lembre do meu nome. Mas pode ser que eu esteja completamente errado, não é? Não sei no que quero acreditar, mas com esse e-mail quero apenas dizer que eu estou bem, acredito que estou curado e se não for pedir muito, adoraria revê-lo. Sem compromisso, aliás. Me veja como alguém que sente saudades. De você e do tudo. Se não quiser isso ao menos me responda. Não me deixe esperando uma resposta que pode nunca chegar.

Com carinho, Bernardo Cahill.”

Eu não consegui pensar em nada ao término daquela pequena leitura. Não conseguia achar um caminho para direcionar meus pensamentos. Eu fiquei estático com o rosto praticamente colado na tela, relendo palavra por palavra, cada vírgula entre elas, tomando o humor adotado e querendo acarinhar a esperança naquele ponto final. Por fim eu reconheci o caminho que meus pensamentos tomavam, me levando por uma viagem extensa, mas bonita e real, e deixei um sorriso calmo surgir no canto dos meus lábios enquanto permitia que um espaço para a resposta se abrisse diante de mim.

Nele apenas coloquei um horário e o endereço do meu lugar preferido na cidade. Nada além disso.

.

.

Ei. Ow. Psiu! Adivinha quem voltou? Eu mesmo.

Vou precisar da atenção de vocês nesse novo conto. Não porque é super complexo ou coisa do tipo, mas há muitas "passagens de tempo", então se alguém não entender pode perguntar (ou reclamar) sem medo. E se não gostarem, digam também. E se gostarem? Aí vocês comentam bem gostosinho que a gente comemora juntos. :D

Ah! Duas criaturas danadas, Jades e o J.K., me carregaram pro Wattpad. Está por lá? Me procura: @euesse. Vez ou outra liberarei um capítulo lá primeiro. Depende do meu humor. ;)

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Comentários

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Não tem muito o que falar sobre o conto, críticas e elogios só terão fundamentos a partir do segundo ou terceiro capítulo. Mas irei acompanhar o desenvolver da história aqui e no Wattpad também hahaha

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