O filho do meu professor de luta. #12

Um conto erótico de Caio (Patrick)
Categoria: Homossexual
Contém 5469 palavras
Data: 02/03/2017 21:52:14

Eu estava esperando o Ricardo aparecer pra irmos embora, usava minha fiél calça Jeans apertada, vans preto, regata branca e jaqueta preta de couro, já tinha tocado a buzina umas 20 vezes apressando ele.

Eu e ele tínhamos ido passar o fim de semana na casa da minha mãe, e era domingo, a noite estava caindo, decidimos ir embora. Mas ele está demorando muito, ele mandou eu esperar ele terminar de se arrumar que já íamos embora, mas porra! Ele estava demorando muito a se arrumar. Deve estar na cozinha fofocando com a minha mãe, aqueles dois quando sentam pra conversar, dura horas...

Finalmente ele saiu, estava tão lindo, usava uma jaqueta branca com franjas nas mangas, um shorts jeans claro desfiado e calçando seus all-stars brancos. Veio caminhando com um sorriso no rosto, seus cachos lindos balançavam enquanto ele caminhava, eu saí de cima da minha moto e fui na direção dele.

Nem esperei ele abrir a boca e dei um beijo nele, coloquei as mãos em suas bochechas macias e dei um beijo nele, saboreando seus lábios, um beijo lento, doce.

-“Cê” tá lindo. - Disse eu fazendo ele sorrir.

-Me arrumei só pra ti. - Disse ele, não resisti e voltei a beijá-lo e apertar aquela bunda gostosa dele apertada naquele shorts que mais tarde eu tiraria, com os dentes kk’s

-Esperem aí meninos. - Disse minha mãe atrapalhando nosso beijo, eu a encarei irritado, não dava pra esperar? - Levem um pedaço de bolo e de torta. - Disse ela entregando pro Ricardo que colocou em sua mochilinha.

-Obrigado por ter me recebido na sua casa Dona Marta. - Disse Ricardo dando um abraço na minha mãe, foi lindo ver as pessoas mais importantes da minha vida se abraçando.

-Cuida bem do meu filho, viu? - Disse ela beijando a bochecha dele.

-Tchau mamãe. - Disse eu abraçando minha velha brava, eu não queria sair dos braços da minha mãe.

-Vê se toma vergonha e venha visitar mais a sua mãe, tá? - Disse ela batendo no meu braço.

Depois de um sermão da minha mãe, me mandando nunca mais subir num tatame. Nós finalmente partimos, eu até queria ficar mais tempo. Mas não poderíamos.

-Baby I don't need dollar bills to have fun tonight… I love cheap thrills ♫ ♪ - Cantava ele enquanto eu pilotava minha moto, sentindo seus braços abraçando minha cintura.

No meio da viagem nós paramos perto de uma carrocinha de churros, meu namorado adora churros. Ele devorou dois e ainda comeu metade do meu, que ele fez manha pra conseguir.

Subimos na moto de novo e logo estávamos chegando em casa, seus pais estavam na sala.

-Cheguei amôres! - Disse Ricardo sambando no meio da sala e se jogando no colo da mãe.

-Como foi lá na casa da Marta? Mandaram meu beijo pra ela? - Perguntou minha sogra.

-Mandamos, e ela te mandou outro. Mandou bolo e torta pra vocês também. - Disse eu entregando o saquinho pro professor Clayton que foi logo abrindo e comendo o bolo.

-DEIXA PRA MIM, PAI! - Disse Ricardo irritado.

-Você já comeu, além do mais tá muito gordo. Parecendo um hipopótamo. - Disse seu pai rindo.

-Mãe, ele me chamou de hipopótamo! - Choramingou o Ricardo.

-É ele que parece um hipopótamo meu filho. Seu pai é implicante! Não liga pra ele não… - Disse minha sogra.

-Vocês vão amanhã mesmo? - Perguntou Ricardo.

-Sim, só vamos esperar sua avó chegar e vamos partir. - Disse o professor Clayton. - Minha mãe chega de manhã, e assim que ela chegar a gente sai!

Os pais dele iam viajar no dia seguinte pra casa de praia da família, iam passar três semanas lá, incluindo o carnaval. Eu não pude ir porque tenho aulas pra dar na academia e o Ricardo tem muito trabalho pra fazer gerenciando aquele lugar, então eles iam sozinhos, eu pude jurar que vi uma pontada de felicidade no olhar dos pais dele quando nós dissemos que não poderíamos ir.

-E como não sou maluca de deixar vocês dois sozinhos por três semanas, porque quando eu voltasse vocês teriam colocado fogo na casa, eu decidi chamar a sua avó pra ficar aqui com vocês esse tempo. - Disse minha sogra.

-Eu não quero ficar esse tempo todo longe de vocês. - Choramingava o Ricardo.

-Ôhh meu filho. - Disse minha sogra abraçando ele. - Rapidinho passa, e além do mais sua avó vai ficar aqui contigo.

-É… Essa é a parte boa, eu estava morrendo de saudades da vovó. - Disse Ricardo. - Ela vive viajando, rodando o mundo, a gente vê ela poucas vezes por ano.

A avó dele sempre viajou muito, meu sogro me contou que ela já esteve em todos os continentes habitáveis.

Eu mal posso esperar pra conhecer a avó dele, Ricardo parece ser bem apegado a avó dele. Ela deve ser uma senhorinha muito doce, a mãe do pai dele. O pai do Ricardo, meu chefe e meu professor de luta, desde que eu me entendo por gente, é um cara mega zen, tranquilão, doce, brincalhão, tá sempre de bom humor, carinhoso, sensato, com a cabeça no lugar, mesmo sendo um homem grande, uma montanha de músculos, com quase dois metros, e que sabe tudo sobre luta, ele poderia me quebrar ao meio como um graveto seco se quisesse, mesmo assim o meu sogro é tranquilão. Por isso eu imagino que a mãe dele, avó do Ricardo, deva ser um doce de avózinha.

Nós subimos pro quarto, tomamos banho e nos deitamos juntos pra ver nossas séries. Ricardo desceu pra fazer um lanche pra gente e logo voltou.

-Ôhh Ricardo, que história é essa de você ficar postando que não espera o carnaval chegar pra ser vadia? - Disse eu assim que ele entrou no quarto, ele tinha ido preparar um lanche pra gente. Eu estava no instagram e vi uma foto dele com essa legenda, ele estava muito gato naquela selfie.

-Kkk’s Isso é uma música amor, da Pabllo Vittar ❤ - Disse ele rindo e me entregando o prato com um sanduíche e um copo de refresco. - Para de ser chato, foi só uma brincadeira.

-Eu sei que é uma música né Ricardo? Eu não vivo numa caverna. Só achei desnecessário. - Disse eu, eu achei desnecessário ele se expor usando esses termos, eu entendo que ele é desconstruído, empoderado e não tem medo de dar a cara á tapa, mas tipo, sei lá. Fico receoso, achei desnecessário.

-Para de show Caio. - Disse ele se deitado em meu peito. - Eu sou vadia todo dia, mas sou só seu. - Disse ele beijando meu peito. Mas eu estava bravo com ele por conta disso, não cedi às provocações dele. Continuei comendo meus sanduíches, enquanto ele beijava minha barriga e quando ele tentou colocar a mão dentro dos meus shorts eu me deitei de bruços, mas ele apertou minha bunda e deu uma mordidinha por cima do fino short de futebol que eu usava, juro que senti um arrepio por todo o meu corpo, ele desceu um pouco os meus shorts e deu um beijo na minha bunda, seus lábios tocaram diretamente minha pele, eu estava trêmulo de tesão, mas me mantive firme.

-Que bunda gostosa. - Disse ele dando outro beijo na minha bunda, cara… Vou acabar cedendo.

-Eu tô com dor de cabeça. - Disse eu me afastando dele na cama.

-Ok… - Disse ele se deitando, percebi que ele ficou frustrado, paciência.

Eu acabei comendo o meu sanduíche e o dele, o que gerou uma briga, na verdade só ele que brigou. Ele ficou muito bravo comigo por eu ter comido o sanduíche dele, quase me jogou pela janela, fiquei com medo dele me colocar em coma de novo kk’s Mas uma coisa eu preciso dizer, ele fica muito fofo quando está bravo.

-Eu tô muito bravo com você! - Disse ele todo fofinho, vocês não tem noção do quanto ele fica fofinho quando tá bravo.

-Não, você está fofo. - Disse eu fazendo biquinho pra ele.

-Fofo é o caralho! - Disse ele fazendo sua cara zangada, ahh meu Deus! É a coisa mais fofa do mundo.

Eu corri e me joguei em cima dele enchendo ele de beijos.

-GRRR! Sai de cima de MIM! - Gritava ele super bravo, e eu lá com os olhos brilhando com tanta fofura, sério, ele quando está com raiva é muito fofo.

-Não! “Cê” tá muito fofo! - Disse eu em cima dele beijando aquela cara fofa do meu bravinho.

-Vai á merda! - Disse ele me empurrando, se levantou da cama e foi em direção ao seu banheiro. Eu fiquei admirando sua bunda mexendo enquanto ele andava.

-Que bunda linda bebê, parece um coração. - Disse eu rindo, ele se virou e me mostrou seu dedo do meio. Garoto marrento… Como não se apaixonar?

Ele estava escovando os dentes, lá da cama eu conseguia vê-lo em frente à pia escovando seus dentes e me encarando pelo espelho, fazendo caretas.

-Eu acho que seus pais ficaram felizes quando a gente disse que não ia poder ir com eles… - Disse eu deitado na cama com os braços atrás da cabeça olhando por teto.

-Você acha? - Perguntou ele rindo lá de banheiro. - Eu tenho certeza kk’s Eles são um casal e gostam de privacidade, de ficar sozinhos, ainda mais naquela casa enorme. - Disse ele. - Eu queria tanto ir lá contigo.

-A gente vai nas nossas férias. - Disse eu. - Vai ser estranho ficar aqui sem eles.

-Muito, nunca fiquei tanto tempo longe dos meus pais, mas eu tô muito empolgado pra ver minha avó. Ela vai cuidar de nós e da casa. Mas mesmo eu tô tão feliz, vou ver minha avózinha que eu amo demais! Sério, você vai adorar minha avó, ela é a melhor avó do mundo.

-Nem vamos poder dar aquela festa que a gente queria dar, né? - Disse eu. Quando seus pais disseram que iam viajar, nossas mentes diabólicas logo pensaram juntas: FESTA! Nós estávamos organizando uma festa á semanas.

-Claro que vamos! Eu já até fiz a lista das bebidas.

-Mas e sua avó?

-Cara, ela é de boa. - Disse ele dando os ombros. Voltou pra cama e eu fiquei conversando com ele enquanto assistia algum programa aleatório na TV, depois de alguns minutos eu percebi que ele não estava me dando resposta, eu o encarei e ele tinha pego no sono.

Só eu que tenho mania de ficar olhando meu namorado dormindo? Eu sou tão apaixonado por aquele garoto lindo, como eu pude ter tanta sorte? Não há no mundo nada que eu não faria pra fazê-lo feliz, eu só quero fazer esse garoto feliz, só quero mostrá-lo que o amo. Eu fico horas olhando ele dormir, às vezes o dia está amanhecendo e eu ainda não dormi, porque fiquei olhando ele dormir. Eu viajo...

“Eu poderia te fazer feliz, tornar os seus sonhos realidade

Não há nada que eu não faria

Vou ao fim da Terra por você

Para fazer você sentir o meu amor...”

Estávamos meus sogros e eu na mesa do café da manhã, eu ainda estava de pijamas e bocejando, eu queria tanto ter dormido mais, mas o Ricardo me chutou pra fora da cama e eu caí no chão, a queda foi tão brusca que perdi até o sono kkk’s Ele nem acordou com o barulho. Meus sogros já estavam arrumados pra viajar, e me dando um sermão pra cuidar da casa, regar as plantas, dar água e comida pro cachorrinho e ficar de olho no Ricardo porque ele é maluco, é bem capaz dele trocar a casa por um par de sapatos e uma jaqueta.

-Nossa, cadê minha mãe? Está demorando… - Disse meu sogro olhando as horas em seu relógio.

Era cedo de manhã, a única coisa que ouvíamos eram os pássaros, o barulho dos talheres batendo contra nossos pratos de omelete e nossa conversa baixa, falávamos sobre coisas aleatórias. Mas como o silêncio dura pouco naquela casa, logo o Ricardo acordou e o silêncio foi embora. Só quando ele não está ou está dormindo é que podemos desfrutar do silêncio.

-Hold up, they don't love you like I love you, slow down, they don't love you like I love you! Back up, they don't love you like I love you… ♫ ♪ - Cantava meu namorado entrando na cozinha, com seu cachorrinho no colo e dançando. Ele estava com os cabelos bagunçando, parecendo um leãozinho. Só com seu pijama do Bart Simpson. Ele ficou dançando no meio da cozinha, quando ele chega trás o sol junto com ele.

-Senta na cadeira e toma seu café, garoto! - Gritava seu pai jogando um guardanapo nele. Ele foi dançando até a pai e começou a dançar em volta dele. - Garoto perturbado! Kk’s - Ricardo ficou dançando e cantando. - Meu filho, senta e toma seu café antes que esfrie.

Ele puxou a mãe e ficaram dançando no meio da cozinha. Ele deu um beijo em minha bochecha e se sentou ao meu lado.

Ricardo estava contando que tenho um sonho super estranho envolvendo presunto e naves espaciais, e do nada ouvimos uma gritaria lá fora, mas tão cedo de manhã? Quem estaria gritando daquela forma e falando todos aqueles palavrões.

-Eu conheço essa voz. - Disse Ricardo sorrindo e enfiando cinco pães de queijo na boca ao mesmo tempo.

-Ela chegou. - Disse meu sogro se levantando.

Nós abrimos a porta e saímos, no meio da rua estava uma mulher, usava roupas descoladas, ela já tinha uma certa idade, mas usava roupas tão estilosas. Uma calça de couro tão apertada que acho que ela usou manteiga ou lubrificante pra entrar na calça kk’s Sapatos de salto, uma jaqueta de couro no mesmo tom da calça, cheia de jóias e balançando seu enorme cabelo afro. Usava uma maquiagem pesada pra aquela hora da manhã e tinha várias malas brilhantes perto dos pés. Ela estava batendo no taxista com seu sapato de salto e puxando suas roupas, aquela mulher sabia brigar kk’s Até eu fiquei com medo dela.

-VAI SE FUDER! ARROMBADO! ENCUBADO! - Gritava aquela mulher no meio da rua pra o taxista que estava com as roupas rasgadas correndo pra dentro do seu veículo e saiu em disparada desaparecendo na esquina.

-Meus Deus, vovó! O que houve? - Perguntou Ricardo abraçando a mulher.

-Vovó? - Perguntei incrédulo.

-Eu estava mostrando pra aquele filho da puta que ele tem que respeitar as pessoas! - Disse a avó dele, nossa como ela fala alto.

-Mãe, ele te desrespeitou de alguma forma? Eu ligo pra cooperativa dele agora e faço uma reclamação. - Disse meu sogro.

-Não, não precisa, ele aprendeu a lição dele! Ele não me desrespeitou, desrespeitou minha família. - Disse ela ajeitando seu enorme cabelo afro tingido de vermelho vibrante. - Nós paramos aqui em frente á casa de vocês, e enquanto eu pagava a corrida eu disse: Ahh estou tão feliz, vou rever meu neto e conhecer o namorado dele”, eu disse toda animada, aí o taxista virou pra mim e disse: “Namorado do neto? Como assim?”, então eu respondi tranquilona: “Pois é, meu neto é bicha…”, aí ele virou pra mim e falou uma coisa que fez meu sangue ferver: “Nossa, ter um neto viado deve ser uma vergonha né? Eu não desejaria isso pro meu pior inimigo”, nessa hora eu tirei meu salto - Disse ela mostrando o salto alto prateado que ainda estava em sua mão, mas ela logo colocou novamente no pé. Percebi que os braços da avó dele tinham várias tatuagens - E sentei o sapato na cara dele, ele se assustou e eu continuei batendo nele com meu salto, a gente saiu do carro, ele tentou partir pra cima de mim, mas graças á Deus eu tenho um filho que me ensinou a me defender e o resultado foi aquele, ele saindo daqui escorraçado e com as roupas em trapos!

-Vovó, a senhora não devia ter feito isso por mim. Ele poderia ter te machucado, te atropelado ou até te dado um tiro, sei lá… - Disse Ricardo.

-Meu bebê, eu não fiz isso só por ti. Fiz por todas as bichas que eu conheço e conheci. Lá na minha cidade quando eu era moça, eu tinha uma amigo bicha, ele era meu melhor amigo. Meu pai ODIAVA que eu andasse com o afeminado da cidade, mas eu amava meu amigo e eu também amava afrontar meu pai. KKkk’s Papai quase morreu quando eu comecei a andar com as travestis que faziam show na cidade á noite, nos bordéis. Ele quase me colocou pra fora de casa por isso, mas eu adorava andar com elas, as travestis me ensinaram a me maquiar, elas me maquiavam, arrumavam meu cabelo, me emprestavam roupas fabulosas, cheias de brilhos, me enchiam de bijuterias. Eu era praticamente uma travesti, só faltava o pinto. E eu amava! Por isso eu não aceitei aquele velho incubado falar aquilo, em respeito as bichas que eu conheci.

Eu estava perplexo, sério. Sem palavras...

-Além do mais, até hoje eu tenho um amigo que eu conheci nas Filipinas, ela faz shows incríveis montada, ele que me ensinou como fazer contorno na maquiagem. - Disse ela ajeitando seus anéis.

-Você nunca me disse que foi pras Filipinas. - Disse Ricardo.

-Mas eu fui. - Disse ela.

-Foi mesmo, e foi presa em Manila! Lembra que eu mandei o dinheiro da fiança? - Perguntou meu sogro.

-Verdade, e eu fiquei muito agradecida. Então, foi na cadeia que eu conheci esse meu amigo, ele estava montado e tudo. - Disse ela.

-Vovó, a senhora foi presa em todos os continentes. Praticamente! - Disse Ricardo enquanto sua avó abraçava sua mãe.

-Venha cá, deixa eu dar uma olhada em você. - Disse ela tirando os óculos escuros e olhando Ricardo da cabeça aos pés. - Meu Deus, como eu estou ficando velha… Meu neto, já está um homem feito. Como eu senti saudades suas, trouxe presentes - Disse ela abraçando ele apertado. Por cima dos ombros do Ricardo ela me encarou. - E quem esse menino branco?

-Vó, esse é o Caio. Meu namorado, estamos juntos a quase um ano! - Disse ele me olhando com os olhinhos brilhantes.

-Era dele que você tanto falava? - Perguntou ela se aproximando. - Que rapaz bonito. Como vai criança? Eu sou Latasha. Mas eu prefiro: Vovó Tasha.

-Muito prazer. - Disse eu estendo a mão.

-Sem formalidades criança! - Disse ela me dando um abraço apertado e me sufocando em seus peitos enormes. - Vamos ficar no meio da rua mesmo? - Disse ela, nós pegamos suas malas pesadas e levamos pra dentro. Ela brincou com o Martini, cachorrinho do Ricardo.

Eu fiquei olhando as tatuagens dela, o Ricardo puxou o gosto por tatuagens da avó. Eles estavam sentados no sofá mostrando suas novas tatuagens.

-E essa aqui eu fiz lá no Panamá. - Disse ela mostrando que tinha tatuado “Ricardinho” no pulso.

-Meu nome. Vó… Eu nem sei o que dizer! - Disse Ricardo emocionado.

Eles continuaram conversando e a avó dele era tão de boa, tão “moderna” nos assuntos que eu até me senti um careta.

-Como foi lá na República Tcheca? - Perguntou minha sogra dando uma xícara de café para Vovó Latasha.

-Foi ótimo, passei uma ótima temporada em Praga. - Disse ela reclamando do café.

-Eu acabei de coar Dona Latasha. - Disse minha sogra.

-Eu sei querida, mas eu prefiro meu café um pouco mais… Irlandês! - Disse ela rindo e piscando pra Ricardo, que riu e foi até o bar no canto da sala, voltou com uma garrafa de Whisky “Jack Daniel’s” e colocou no café de sua avó. - Ahh, meu querido. - Disse ela dando um cafuné no neto e provando seu café “irlandês” e parece que estava gostoso, ela fez uma cara feliz.

-Mamãe a senhora não muda, é de manhã ainda e a senhora já está bebendo! - Disse meu sogro balançando a cabeça desaprovando a atitude da mãe.

-Cala a boca! Se mete na sua vida! É cedo pra você, pra mim já está tarde o suficiente pra eu dar uma “esquentada” kk’s - Disse ela rindo e fazendo todos nós rirmos. Acendeu um cigarro e continuou contado sobre suas viagens.

Depois de uma sessão de choradeira do Ricardo e muitos conselhos deles, seus pais finalmente entraram no carro e foram. Ficamos na porta da casa acenando pra eles.

-Ahh finalmente! - Disse Vovó Tasha. - Kk’s Eu amo meu filho, mas ele é muito careta!

-Pois é, vó. Eu puxei muito da senhora, você não tem idéia! - Disse Ricardo.

-Eu imagino, você lembra muito eu, na sua idade. Um não conformista! Isso me enche de esperança que a caretice dessa família está com os dias contados. - Disse ela revirando os olhos. - Mas então meninos, o que nós vamos fazer pra nos divertir? - Perguntou ela nos encarando. - Porque eu não vou passar esse tempo sentada na frente da Tv assistindo “Faustão” e remendando minhas calcinhas, eu quero ficar bem “colocada” kk’s

-Então vó, a gente tá querendo dar uma festa. Chamar uns amigos, aproveitar que meus pais estão fora e dar uma festa daquelas “épicas”! - Disse ele pulando de animado.

-Ahh glória a Deus! - Disse ela beijando a testa dele. - Parece que alguém puxou a mim nessa família, menino. Eu adoro uma festa, vai ter bebida?

-Com certeza, você jura que eu dou festa pra ficar sóbrio? Vai ter MUITO bebida, vou chamar uns amigos meus DJ’s que tocavam nos eventos que eu organizava, já chamei minhas manas! Já comprei várias garrafas de Catuaba selvagem e vodka, já provou Catuaba selvagem, vó?

-Menino, não. Deixa na onda? - Perguntou ela.

-Deixa, e como! - Disse ele rindo.

-Dois copos e a senhora já vai ficar no “brilho”. - Disse eu.

-Que bom, se for pra beber coisa fraca, eu bebo água com açúcar! - Disse ela rindo. - Menino, já compraram as bebidas?

-Ainda não Vó Tasha, a gente está fazendo a lista primeiro, e com a senhora aqui pra ajudar a dar idéias a gente acaba essa lista logo. - Disse eu.

-Vovó tem um vasto conhecimento em bebidas, né? - Perguntou Ricardo á sua avó.

-Sim, quando eu estava em Marselha na França, conheci um sommelier que me ensinou muito sobre bebidas, tivemos um romance regado a muito vinho rosé, bons tempos… - Disse ela com o olhar longe. - Coloca umas garrafas de absinto pra mim, na lista de bebidas que precisamos comprar pra festa.

-Vó Tasha, a venda de absinto é proibida no Brasil. O nível de álcool é muito alto! Eles até vendem um absinto genérico, mas o teor de álcool é menor.- Disse eu, caralho, Vó Tasha bebe absinto, essa é braba!

-Deus me livre de absinto genérico! Eu gosto do original, que desce rasgando, é uma delícia! Esse Brasil é tão careta. - Disse ela mostrando a língua e rindo. - Eu vou ligar pra uns amigos e conseguir umas garrafas de um bom absinto original, vamos fazer essa festinha valer a pena! - Disse ela pegando seu celular.

“Cause we like to party, hey… Hey… Hey…”

Eu ainda estava dentro do quarto terminando de me arrumar, o Ricardo já estava lá embaixo. Milagrosamente ele terminou de se arrumar antes de mim, quando eu estava no banho ele já tinha saído. Eu nem vi como ele estava, saiu com pressa porque ouviu sua música preferida tocar, lá de cima eu podia ouvir a festa e cara! Parecia uma boate de tão agitado, era uma festa de carnaval á fantasia, eu estava fantasiado de BamBam dos Flintstones, tinha um porrete e tudo kk’s

Eu saí do quarto e as paredes tremiam por causa da música alta.

-Oi, homem das cavernas! - Disse Vó Tasha que estava fantasiada de coelhinha da Playboy, ela estava no topo da escada jogando colares coloridos pras pessoas da festa que pegavam e logo colocavam no pescoço.

-Oi, coelhinha. Está fazendo o que Vó? - Perguntei eu a ajudando a jogar os colares.

-Quando eu passei uma temporada na Louisiana, eu participei do Mardi Gras em Nova Orleans. Uma festa linda, muito parecida com o nosso carnaval! E é tradição as pessoas ficarem nas sacadas de suas casas jogando colares de contas pras pessoas, cada cor de colar tem um significado. - Disse ela pegando três, um roxo, um verde e um dourado e colocando em meu pescoço.

-Obrigado, qual o significado deles?

-São as cores do Mardi Gras, o roxo é para a justiça. O dourado é para poder e o verde é para paz e fé! - Disse ela beijando minha testa, virou uma dose de absinto, ela estava com a garrafa na mão, terminou de jogar os colares e me acompanhou na dança.

“Starships were meant to fly

Hands up and touch the sky

Can't stop 'cause we’re so high

Let's do this one more time…”

Eu terminei de dançar com a Vó Tasha e fui atrás do meu namorado, a casa dele estava lotada. Tinham pessoas que eu nem conhecia, eu fui pro quintal e encontrei ele dançando com a Kendra perto da piscina.

-Now Sissy that walk! ♫ ♪ - Cantava ele indo até o chão sendo acompanhado pela Kendra, meu amor estava lindo vestido de Peter Pan, até o chapeuzinho ele estava usando e Kendra veio vestida de sininho, acho que eles combinaram. Eu o abracei por trás e começamos a dançar, ele estava tão gato, não resisti e dei um beijo nele. - Meu namorado não vai gostar de saber que eu estou beijando os homens da caverna por aí!

-E meu namorado não vai gostar de saber que eu tô apertando a bunda de um Peter Pan tão gostoso. - Disse eu apertando sua bunda e beijando seu pescoço.

Eu fui lá dentro pegar uma bebida pra nós e um garoto vestido de diabinho ficou dando em cima de mim, eu fiquei na minha.

-O gato comeu sua língua? - Perguntou ele passando as mãos em meu peito, dei um empurrãozinho nele.

-Foi mal, tenho namorado. Essa festa é dele, devia respeitar! - Disse eu tentando voltar pro quintal, mas ele barrou minha saída.

-Desculpa, eu não sabia. Mas ele é muito bobo de deixar um cara lindo como tu assim, sozinho. - Disse ele.

-Fala isso pra ele! - Disse eu.

O garoto começou a passar mal, ou fingir, sei lá…

-Eii, você está bem? - Perguntei eu, ele começou a se apoiar nas paredes e parecia que ia cair, quando eu vi que ele ia cair eu o segurei. - Garoto, é melhor você ir lá pra fora tomar um ar.

-Prefiro ficar aqui. - Disse ele passando a mão em meu peito. - Você é tão forte.

-Ahh me poupe, eu querendo te ajudar e você vem com essa? - Disse eu frustrado. - Se dê mais valor cara, você não é feio. Procura um cara solteiro, tem um monte aqui! Até te apresento alguém! - Ele realmente não é feio, é até bonito.

-QUE PORRA É ESSA AQUI? - Perguntou Ricardo vendo aquele garoto em meus braços.

-Quem é esse? Oi, tudo bem? - Perguntou o garoto tentando beijar o Ricardo que o empurrou.

- “Vambora”, ganha teu rumo, piranha! Bate asinha e voa! - Disse Ricardo empurrando ele pra fora da cozinha. Ricardo é mais forte do que eu pensei, o garoto foi parar quase lá no quintal.

-NÃO ME ENCOSTA! - Gritou ele saindo de perto de nós.

-Amor, eu só estava ajudando ele. Calma! - Disse eu, com medo. Mas ele me surpreendeu me dando um selinho.

-Eu te conheço Caio, sei quando está mentindo pra mim, e nesse momento você não está. E sei também que você não é esse tipo de homem “canalha”. - Disse ele sorrindo pra mim, é tão bom ter a confiança do seu amor. - Agora vem, temos que encontrar a minha avó, ela sumiu e quando minha avó some, é porque está aprontando. Igual criança! - Disse ele me pegando pela mão.

Quando nós estávamos saindo da cozinha ele me agarrou e me pressionou contra a parede e me beijou tão gostoso, passando a mão pelo meu peito. Eu coloquei minha mão em seus cabelos e a outra em sua bochecha macia.

-Amor, você está muito gato. Porra… - Disse ele mordendo meus lábios. E beijando minha bochecha. - Gostoso! Se eu não tivesse que procurar minha avó eu te levava lá pro meu quarto, sempre quis um homem das cavernas, sabe usar bem esse porrete? Kk’s - Perguntou ele beijando meu pescoço.

-Você sabe que sim! - Disse eu apertando sua cintura e o beijando. - E você Peter Pan, vai me fazer viajar pra terra do nunca?

-Vou te levar pra onde você quiser, amor. - Disse ele me olhando nos olhos, eu podia sentir todos os pecados que passavam pela cabeça dele com aquele sorriso safado no rosto. Nós demos mais uns amassos na cozinha e fomos procurar a avó dele.

Nós procuramos pelo quintal inteiro e não a achamos, procuramos no primeiro andar e não encontramos. Subimos pro quarto e a porta do quarto de hóspedes estava fechada.

-Será que ela está com alguém? - Perguntou ele com medo de bater.

-Fica chato a gente interromper a transa da tua avó, ela vai ficar brava! - Disse eu.

Mas mesmo assim ele bateu na porta.

-Entra, porra! - Gritou ela lá de dentro.

-Vovó, porque a senhora está aqui no… O QUE É ISSO?! - Perguntou ele entrando no quarto, ela estava lá com um grupo de jovens, meninos e meninas. O quarto estava que era fumaça pura, várias garrafas de absinto vazia, eles não estavam fazendo nada sexual, graças a Deus. Estavam apenas fumando no Narguilê e fumando maconha, a avó dele estava com um baseado na boca. - Que porra é essa Vó? Maconha? Sério?

-Calma amor… A vó também gosta de se divertir, ficar relaxada… - Disse ela rindo como uma hiena, eu só observava e ria da cara de espanto dos jovens com a gritaria do Ricardo, ele da medo mesmo quando fica bravo.

- “Ficar relaxada…”, onde já se viu? QUAL DE VOCÊS, MACONHEIROS MALDITOS QUE DEU MACONHA PRA MINHA AVÓ? - Perguntou ele aos berros, eu segurava o Ricardo porque ele estava tentando bater nas pessoas que estavam lá, os garotos até se assustavam e tremiam a cada grito dele.

-Não fomos nós que demos pra ela… - Disse um dos meninos, ele estava apavorado diante do olhar fulminante do Ricardo. - Sua avó que convidou a gente pra fumar com ela, ela que ofereceu a “marijuana” pra nós, a gente só trouxe o narguile. Ela viu a gente usando narguile no jardim e perguntou se a gente não queria um bagulho “mais forte”, se a gente queria ficar “na onda”...

-O que? - Perguntou ele encarando a avó. - Vovó, que isso? Você fuma maconha? Traz pra minha casa e ainda oferece pros outros?

-Só fumo quando eu bebo. - Disse ela assoprando a fumaça e rindo. -Essa cannabis eu trouxe de uma viagem que fiz ao Himalaia, lá a erva cresce no pé da montanha como erva daninha, sério, bebê pra tu ter uma idéia, é tanta que tem lá que eu mesma colhi! Não é de ninguém, é mato! E essa é especial, natural, sem nenhuma química, sente só… É da boa, chega a ser adocicada! Ai, ai, ai kk’s - Disse ela gargalhando e oferecendo o baseado a um dos garotos.

-Meu Deus do céu, esse é o fim dos tempos, vó, você está coagindo esses garotos, pode ir presa… De novo! - Disse ele. - Ôhh meu pai, isso é demais pra mim!

-Todos eles são de maior, amor. Não são, galera? - Perguntou sua avó aos garotos, nenhum deles parecia ser de menor, mas até que digam o contrário eu não vi a identidade deles.

-Calma meu amor, fica suave. Deixa tua avó curtir. - Disse eu beijando o pescoço dele, sempre acalma meu amor.

- “Ficar suave”? Como eu vou ficar suave? Minha avó está no quarto de hóspedes, com um bando de adolescentes, bêbada de absinto e fumando maconha. E pra piorar, nem me ofereceu um baseado. - Disse ele rindo.

-Para de gracinha kk’s - Disse eu rindo da palhaçada dele.

-Vovó, eu vou deixar você e seus “amiguinhos” em paz. Mas no fim da festa eu quero esse quarto vazio, e limpo, ouviu?

-Pode deixar lindo, eu limpo tudinho. - Disse ela vomitando no chão, um dos garotos desmaiou em cima do vômito dela.

-VAMOS EMBORAAA! Isso é demais pra mim! - Gritou o Ricardo saindo do quarto e me puxando junto.

-Tua avó é… Radical né? Ela foi da geração sexo, drogas e rock ‘n roll Kkk’s - Disse eu rindo.

-Tô sentindo que ela vai dar trabalho nessas semanas, tô sentindo. - Disse ele coçando a cabeça, nós voltamos pra festa e pros nossos amigos. O Bambam e o Peter Pan mais apaixonados que vocês conhecem.

Continua...

Então amôres, mais um capítulo pra vocês, desculpem o tamanho, mas acabei escrevendo demais. Espero que estejam curtindo acompanhar essa série, tanto o quanto eu estou curtindo escrever pra vocês. O que acharam do capítulo de hoje? Que rumo acham que a história vai tomar? Deixem seus palpites, sua opinião, deixem sua crítica e eu prometo que tento melhor ok? Beijos 💜

Deixe sua nota, um comentário e muito obrigado por terem lido o meu conto! XOXO ♥

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