PELA PRIMEIRA VEZ - CAPÍTULO 13: SOLIDÃO

Um conto erótico de RafazinhoGostoso
Categoria: Homossexual
Contém 1531 palavras
Data: 25/03/2017 22:53:42

PELA PRIMEIRA VEZ - CAPÍTULO 13: SOLIDÃO

- Seu moleque, nunca mais encosta no meu sobrinho! Desgraçado! - Falava Danilo para Davi que era sendo colocado dentro da viatura.

- Ah, é? Pois o teu filho é um tremendo de um viadinho! Ele adora beijar outros caras, é um baitolinha! Ele queria chupar a minha rola, ele queria me chupar todo! Esse viadinho do caralho! - Gritava Davi de dentro da viatura, bem transtornado e louco.

Ali, na frente de todos, os meus segredos eram expostos por aquele menino. Acho que falhei em tentar resolver o problema, acabei arranjando muitos outros.

Meu tio acreditava que Davi estava falando coisas sem sentido, visto que ele estava muito louco. Eu estava tão arrasado com o que aconteceu que não tinha forças pra mais nada, mesmo assim fui obrigado a depor na delegacia.

Após o depoimento, me sentei no banco da delegacia tentando digerir tudo o que aconteceu. Eu estava muito mal comigo mesmo, mal por estar transtornando a vida do tio Danilo, de meter o Gabriel, a Amanda e o Renato nessa história, de ter me mudado pra cá e feito da vida de todos um inferno. No fundo eu sabia que isso não daria certo, namorar o primo mais novo, por mais que eu quisesse muito, isso era impossível.

- Meu Deus, Rafael. Me desculpa pelo Davi! Nem sei o que dizer. Estou muito envergonhada. - Disse Larissa se aproximando e se sentando ao meu lado.

- Tudo bem, eu acho. - Disse eu.

- Larissa, não é culpa sua. Não é. - Disse tio Danilo abranço-a.

- Como não é? Ela é a mãe dele! Se ele é assim, ela deve ter sua parcela de culpa no cartório. - Disse Renato, indignado.

- Renato! Cala a boca! - Disse Amanda. - Isso não cabe á gente. - Sussurou.

- Pois bem, acho que por hoje chega de surpresas. Vou pra casa porque a mamãe já deve estar preocupada com o fato de eu não ter aparecido pra almoçar. - Disse Renato.

- Já vou também. Fica bem, Rafa. - Disse Amanda beijando a minha testa.

Fomos para casa, eu e o tio Danilo. A essa altura, o Gabriel já devia saber do que acontecera e é claro que ele logo associaria que ele tinha culpa na história, mas a culpa era inteiramente minha. Eu que arranjei confusão com ele, eu podia ter apenas o denunciado para a diretora, podia resistir a esse sentimento pelo Gabriel, assim nossa vida não viraria de cabeça pra baixo. Eu precisava que ele soubesse quem era o verdadeiro culpado na história.

Cheguei em casa, e fui direto para o meu quarto. Eu queria estar sozinho, eu precisava ficar sozinho, precisava pensar sobre a minha vida até ali. O que aconteceu servira para eu entender que o problema não era o Davi, o problema era eu.

Danilo veio até o meu quarto, estava com uma cara bem cansada. Ele estava com a camisa entre-aberta.

- E aí? Tudo bem com você? - Perguntou.

- Mais ou menos. E você? Parece meio mal. - Falei.

- Bom, você nunca imagina que sua namorada vai ter um filho psicopata. Quer me contar o que aconteceu? Eu sei que você já explicou tudo na delegacia, mas eu quero ouvir de você. - Disse, sentando na beirada da cama.

- O senhor sabe, ele andava batendo no Gabriel porque ele pegou o Davi fumando na escola e ameaçou contar pra diretora. Eu queria defendê-lo. - E lá ia eu omitindo os fatos outra vez.

- E por que você não me contou antes? - Disse ele.

- O senhor vive ocupado. Não queria que fossémos um transtorno pro senhor, mas acabamos estragando tudo. - Disse, baixando a cabeça.

- Ei, olha pra mim! - Disse Danilo, levantando meu rosto. - Eu amo vocês, podem contar comigo. Me dá um abraço.

Danilo me deu um abraço forte, podia sentir o seu peito peludo encostando em mim, o volume da sua calça encostando em minha coxa. Isso poderia me excitar, mas naquela hora eu só pensava no quanto esse sentimento era ruim e eu odiava ser gay. ODIAVA! Por que eu não podia ser normal?

- Sai de perto de mim, tio. Preciso descansar. - Falei, ríspido.

- Ah, desculpa. Eu vou falar com o Gabriel então, explicar pra ele o que aconteceu. - Disse ele, se afastando e indo embora.

Eu odiava não saber o que fazer, não conseguir raciocinar. Naquele momento eu estava me sentindo um lixo, me sentindo culpado por estar bagunçando a vida de todos, começei a chorar insistentemente. Por que o meu pai me trouxe pra cá? Por que é tão difícil saber quem sou? Liguei para Renato, eu estava em prantos.

- Oi, quem fala? - Perguntou Renato.

- Oi... - Falei, chorando.

- Rafa? Que foi, cara? - Perguntou preocupado.

- Nada, eu só queria conversar mesmo.

- Mas você tá bem? - perguntou ele.

- Sim, eu só estava pensando que às vezes é preciso deixar que as coisas se endireitem, e eu quero deixar a vida do meu tio se endireitar. O passáro não pertence a esse ninho, e ele precisa voar pra longe. - Falei.

- Como assim, Rafa? Não entendi, do que você está falando? - Perguntou Renato.

Desliguei.

Gabriel foi até meu quarto, parecia preocupado.

- Primo... é culpa minha? - Perguntou Gabriel entrando.

- Não. Eu sou o culpado, culpado de tudo. - Falei.

- Mas isso não vai mudar nada entre a gente, né? - perguntou ele.

- Caralho, porra, Gabriel! Não vai mais rolar, merda, você viu o que aconteceu por causa disso! Você já me comeu, não era isso que você queria? - Falei gritaneo. Eu não costumava falar palavrão, o que tornava tudo ainda mais agressivo.

Gabriel se assustou e começou a chorar, percebi que havia sido grosso, insentato e burro.

- Não, desculpa, Gabriel! Não é culpa sua, é minha, é que eu... - Falei, sendo interrompido.

- Vai se foder. - Ouvi da boca de Gabriel, nunca tinha ouvido ele falar um palavrão.

- O quê? - Fiquei perplexo.

- Eu odeio você! Eu quero que você morra! Seu idiota! - Falou gritando.

- Ei, ei , ei. Que gritaria toda é essa? - Perguntou Danilo, entrando assustado no quarto.

- Nada, papai. - Respondeu Gabriel limpando as lágrimas dos olhos. - Eu só queria dizer que gostava mais quando era só eu e você. - Disse Gabriel rancoroso, saindo do quarto.

- O que aconteceu aqui? - Perguntou Danilo.

- Nada. - Falei, virando o rosto.

Danilo sabia que eu não iria falar nada mesmo, então saiu do quarto tentando falar com Gabriel. Eu estava destruído por dentro. Sabia que era tudo culpa minha, aceitei correr riscos desde o começo e acabei magoando pessoas importantes pra mim. Acabei me magoando. Eu pensei muito sobre o que acontecera e cheguei a uma conclusão: eu era a causa do problema, a solução dele era eu ir embora. Começei a arrumar minhas coisas, pegando só o mais importante e enfiando numa sacola. Se eu voltasse pra casa da mamãe, eu não iria magoar mais ninguém.

Uma chuva forte começou a se formar lá fora, eu precisava me apressar e dar um jeito de sair do prédio antes que ela desabasse. Danilo havia, sem sucesso, tentado conversar com Gabriel, que estava magoado demais. Ele foi para a sala, sentou-se no sofá, bem triste por tudo que acontecera até aqui. Ali, aquele homem que parecia inabalável começou a chorar. Ele podia lembrar-se da sua esposa e de como eles brigavam, no fundo ele achava que o culpado pelo fim do casamento era ele, assim como agora ele se sentia culpado por ser um pai e um tio ausente. O barulho do quase choro de Danilo foi interrompido pelo som do telefone tocando, ele atendeu.

- Alô, quem fala?

- Rafa? Sou eu, Renato.

- É o Danilo, tio dele.

- Ah, o senhor pode me fazer um favor, estou precupado. O Rafa me ligou faz um tempo dizendo umas coisas estranhas de que o pássaro precisava voar do ninho. Ele tá bem? - Disse Renato.

Danilo deixou o telefone cair, correu em direção ao meu quarto. Eu já não estava mais lá. Havia deixado um bilhete em cima da cama:

"Desculpe ser um transtorno pra vocês. Eu vou voltar pro lugar de onde eu nunca devia ter saído. Adeus."

Por um momento, Danilo podia ver sua esposa saindo pela porta, com as malas prontas.

"Eu vou para o lugar de onde eu nunca devia ter saído!", dizia ela.

- Não, eu não vou deixar acontecer novamente. Não vou. - Disse Danilo.

Enquanto isso, a chuva já começava a ficar cada vez mais forte, e eu estava no meio da tempestado, sem ter onde me proteger. As ruas estavam escuras, a água subia pelos meus pés, mas eu já havia escolhido, precisava ir embora e era o que eu estava fazendo. O som da chuva forte, do vento arrastando as coisa era ensurdecedor. Tentei caminhar por sobre a rua, tentando me apoiar sobre algo para andar. Ouvi apenas um barulho, abafado pela chuva, ao me virar, pude ver um carro vindo em bem perto minha direção.

CONTINUA...

Gostaram de como a história voltou? Espero que sim! Antes a história era postada todo dia, mas ultimamente ando meio ocupado e tenho escrito menos, isso significa que os capítulos vem mais lentamente.

Estou começando a explorar alguns momentos passados de Danilo, e pretendo fazer isso com os outros personagens. Isso nos ajudará bastante a compreender a personalidade e as atitudes de alguns personagens.

Fiquem ligados no capítulo 14!

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Comentários

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SEM DRAMAS RAFAEL. DESDE QUANDO SER GAY NÃO É NORMAL? SÓ NA SUA CABECINHA DE VENTO. REALMENTE VC MAGOOU A PESSOA Q MAIS TE AMAVA, O GABRIEL. DAVID TEVE O Q MERECEU. APRENDA UMA COISA; CONVERSAR É SEMPRE MELHOR DO QUE GUARDAR SEGREDOS SOZINHO, TENTAR RESOLVVER TUDO SOZINHO. VC NÃO É SUPERHOMEM. PRECISA CONTAR TUDO AO SEU TIO.

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Acho a história excelente, mas continuo sentindo falta de cenas de sexo. Espero que no próximo conto o Rafa finalmente fique com o Danilo pq já ta na hora né hahaha. Nos próximos contos você deveria tentar, de alguma forma, incluir mais o Davi. Confesso que adorei aquela cena que ele colocou o pau pra fora pro Rafa chupar e fiquei triste quando ele recusou hahaha. Bom, adoro os contos mas sinto muita falta de cenas de sexo. Já que não vais mais poder escrever e postar todos os dias poderia fazer contos maiores. São rápidos demais de ler hahaha.

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eu faço minhas as palavras do Bryan vc tem de dar a idade deles pra podermos ter uma visão melhor das coisas n fique chateado com o que a gente falou mas vc tem de aprofundar mais os personagens para que a trama fique mais sólida e concisa se for usar drogas ou algo ilicíto na trama da uma olhada nelas pra saber o que cada uma faz pra evitar erros bobos e sem proporção volta logo.

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Ok, vou falar toda minha opinião sobre a história. Fiz uma maratona agora e acabei de ler todos os capítulos. Gostei muito do enredo, principalmente da trama com o tio. Não gostei da história entre o Rafa e o Biel porque muitas vezes o primo mais novo é referido como menino ou garoto, passando uma impressão gigantesca em mim de que ele é uma criança e o Rafael não passa de um pedófilo. No primeiro capítulo foi dito que a diferença de idade dos dois era de quatro anos. Mas acho que você mudou no decorrer da trama para dois anos de diferença(pq se não me engano essa é a diferença dos anos escolares deles). O que não mudou foi a mentalidade do Biel. Ele continua sendo um garoto chorão, irritado por bobagens e sem maturidade. Acho que deveria ser salientado as idades desses dois personagens e melhorado a mentalidade do Biel para algo de adolescente. Ah, inclusive no começo da trama eu pensei que você estava preparando um relacionamento paterno-materno entre os primos para um futuro relacionamento com o tio, já que foi como você chamou a reação do Rafa quando defendeu pela primeira vez o primo. Quanto ao Davi, eu esperava ter visto algo mais sexual com ele. As tramas infantilizadas dos primos, relembrando-me a pedofilia enjoava-me e eu pensei que Davi seria uma solução para isso. Mas ele era um babaca, além do antagonista da história então entendo pq não rolou nada entre os dois. Na trama em que o Davi foi preso, não gostei nem um pouco de falar que ele tinha fumado maconha e por isso estava mais violento. Sério, achei tão preconceituoso e desinformado essa parte que pensei em parar de ler a história. A maconha tem como efeito o relaxamento da pessoa e uma sensação de tranquilidade, além da diminuição do raciocinio. Diferente da cocaína ou heroína, que são mais propensas a facilitar um comportamento agressivo.

Acho que seria interessante em algum momento da história o pai do Rafael reaparecer e causar conflitos, talvez uma necessidade do protagonista decidir se iria morar com ele ou continuaria com o tio. Afinal, apesar de super ausente, o pai dele ainda está vivo e em algum momento deveria aparecer para complicar a vida do apaixonado Rafa. Enfim, espero que compreenda meus pontos. Apesar de tudo, adorei sua escrita e a trama! :)

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Não vejo a hora da continuação e escrevi observações bobas na parte do hiato, mas se quiser ler só ir lá. Gostaria de manter contato com você também kkkk

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