Pra Inglês Ver S02E03

Um conto erótico de Matt Taylor
Categoria: Homossexual
Contém 852 palavras
Data: 17/04/2017 02:12:01

S02E03

Logo após a aula, resolvemos ir em uma lanchonete que tinha ali perto, para colocar o papo em dia. Eu, Luke, Richard e Oliver, nosso amigo que estuda uma série a baixo da nossa. Ele wasé baixo e magro, mas está sempre sorrindo e inventando moda com o cabelo. Atualmente, ele está com as raizes levemente descoloridas (seu cabelo é castanho escuro) e as pontas de um verde que já foi mais bonito.

Pedimos um refrigerante pra cada, e ali ficamos, apenas jogando conversa fora. Conversamos sobre as férias (não dei detalhes sobre as minhas), Luke tinha ficado em casa, Richard tinha ido visitar parentes em Cardiff e Oliver tinha ido para a Bélgica.

- O que me faz lembrar - disse ele - troixe isso pra vocês! - e tirou quatro frascos de vidro, de aproximadament 50 ml, com um líquido amarelo-alaranjado dentro.

- O que é isso? - Perguntou Luke.

- Isso, meus amigos, é a melhor cerveja de Bruxelas. Um pequeno souvenir da minha viagem.

Olhamos surpresos para os frascos. Não esperávamos aquilo. Depois de alguns segundos, Luke foi o primeiro a quebrar o gelo:

- Não posso levar isso pra casa. Já tenho problemas demais com meu irmão. - e, dizendo isso, surpreendentemente pegou o frasco, tirou a rolha e bebeu tudo de uma vez. - blergh. Isso é horrível. Não sei como alguém consegue beber.

Caímos na risada com seus comentários e caretas. Richard e eu decidimos que iríamos guardar os nossos frascos.

Com o tempo o assunto foi morrendo e nós decidimos ir para casa. Aquela tinha sido uma ótima tarde. Podia sentir o sorriso estampado em meu rosto conforme eu caminhava.

Mas a minha felicidade durou pouco. Quando cheguei em casa, no final daquela tarde, minha mãe estava ao telefone, com uma cara de desolação. Fiquei me questionando o porquê disso, mas logo fui respondido. Estava guardando minhas coisas no meu quarto quando minha mãe chegou. Seus olhos vermelhos e lacrimejantes indicavam que algo não estava certo.

- Filho, eu tenho uma notícia para te dar. - ela disse, se aproximando de mim e colocando a mão em meu ombro - é melhor você se sentar.

Sentei em minha cama, e ela me acompanhou. As lágrimas já escorriam de sua face, me deixando preocupado:

- O que aconteceu? - perguntei, com um tom um pouco mais elevado que deveria.

Minha mãe suspirou, segurou minhas mãos e disse:

- É sobre seu primo, Gabriel.

- O que aconteceu com ele? - meu coração ficou apertado. Gabriel era alguém especial pra mim. Ele foi o motivo de minhas férias terem sido tão memoráveis. E agora tudo parecia ser uma memória tão distante...

- Você sabe que ele fazia parte daquele clube, que reune as crianças e leva elas pra acampar e fazer atividades ao ar livre, não é?

- Sim...

- Então, em um desses acampamentos uma das crianças caiu no rio, e o Gabriel pulou na água para ajudá-la. Porém, de alguma forma, depois de salvar a criança, ele perdeu o equilíbrio enquanto estava na água e a correnteza o levou. Ele não foi visto desde então.

O choque da notícia me deixou sem palavras. Senti as lágrimas brotarem de meus olhos e escorrerem pelo meu rosto. Não me preocupei em limpá-las. Minha mãe me abraçou, mas depois de alguma tempo eu recuei. Em silêncio ela saiu do quarto e fechou a porta. Eu fiquei ali. Me deitei na cama e abracei o travesseiro. As lágrimas fluiam de meus olhos como uma nascente de rio.

Não sei por quanto tempo fiquei assim. Não sei se dormi, ou se apenas fechei os olhos. Mas lembro do mundo ficar escuro, como se sem o Gabriel e seu sorriso radiante o sol não tivesse mais motivo para brilhar.

Quando finalmente tive forças para me levantar, a hora do jantar já tinha passado há muito tempo. Meu pai estava na sala lendo, e viu a minha figura desolada passar por ele em direção à cozinha.

- Filho? - Ele chamou, docemente. Não tive forças pra responder mais que um resmungo. - Sua mãe deixou comida para você na geladeira. Quer que eu esquente?

- Não precisa - eu finalmente respondi. Posso fazer isso.

Peguei o pote de macarrão na geladeira e coloquei no microondas. Sentei na cadeira enquando esperava pelo bip, e comecei a revisitar as fotos de nosso verão. Agora parecia que tudo tinha acontecido a uma eternidade atrás. Nós estavamos tão felizes. Não precisávamos nos preocupar com nada. Éramos apenas dois adolescentes se auto-descobrindo, e descobrindo ao outro. Mas tudo estava no passado.

As lágrimas estavam voltando quando o bip do microondas me despertou. Estava comecando a comer quando meu pai entrou na cozinha.

- Filho, - ele disse pausadamente - eu sei o quão próximos você e o Gabriel ficaram nessa viagem. E eu sei o quão difícil é pra você agora. Eu só quero que você saiba que eu e a sua mãe estamos aqui, para qualquer coisa que você precisar.

Ele se virava para sair quando eu me levantei da cadeira e o abracei. Um abraço apertado, como eu não dava nele havia tempo.

- Por que isso, filho?

- Você disse qualquer coisa que eu precisasse. No momento é só disso que eu preciso.

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