ACRÔNICO. #Parte 13.

Um conto erótico de Ralph.
Categoria: Homossexual
Contém 950 palavras
Data: 27/04/2017 11:50:52
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu sentia o toque físico e a textura da música ao senti-la atravessar meu peito e a vontade de balançar meu corpo que me impediam de continuar parado, mesmo tentando. Tudo ao meu redor era uma bela confusão de luzes, vultos, cores, sons e brilho. Muito brilho. Eu sequer sabia como tinha ido parar ali e isso não me preocupava.

Um segundo de olhos fechados foi suficiente para distanciar-me do grupo que acompanhava. Eu não tinha muito espaço para vasculhar, visto que eu estava rodeado de todo tipo de gente, mas dei alguns rodopios esperando encontrar o que eu procurava.

Eu ri quando avistei os ombros nus daquele que reconheci como meu acompanhante. Meu riso pareceu mais alto que a própria música e em vez de me calar, eu ri ainda mais. O riso daquele que também me avistou foi igualmente mais alto que a confusão sonora e não houve nenhum temor de sua parte. Nosso encontro foi marcado por um beijo tão violento e vulgar, que eu arrancaria a roupa do garoto se ele já não estivesse de peito desnudo.

Seus delicados dedos colados em meu queixo conduziram meu olhar para os vários palcos erguidos no meio daquele mundo de gente. Sobre eles e iluminadas por luzes neon, drag queens dançavam e faziam seus cabelos esvoaçantes e coloridos chicotearem no ar. Elas pareciam mover-se em câmera lenta, mas acho era o efeito da música e das luzes malucas. Assisti-las era tão bonito que eu fiquei hipnotizado e só saí do transe porque os dedos outra vez conduziram meu olhar ao rosto do seu dono.

“Só eu mereço essa atenção”, eu ouvi Eric dizer em um sussurro claro, mesmo no meio daquela multidão.

- Minha atenção é toda sua – eu devolvi em outro sussurro sabendo que seria escutado.

- Assista-me! – Eric soltou antes de desvencilhar-se das minhas mãos.

Foi lindo assistir seu corpo brilhante criar uma distância de mim. Toda minha atenção estava voltada para os movimentos que ele fazia com a cintura, levando-a para um lado e para o outro, emendando leves rebolados e giros que me entregavam sua bunda firme protegida por uma calça apertada que revelava os contornos dela. Eu babei. Babei e quis estar fazendo isso com meu rosto enfiado no meio das nádegas negras. Ele sorriu para mim sabendo que virar-se e esconder de mim sua bunda desejável seria entendido como provocação. Eu fingi tristeza e ele entregou-me um beicinho manhoso. Mas aquela expressão não se demorou ali.

Outra vez seus olhos eram ferozes e do paredão dançante de pessoas, mãos saíam e encontravam seu corpo. Dedos se arrastavam por sua pele suada e unhas demarcavam o terreno percorrido. Ele arfava e jogava sua cabeça para trás que era segurada por aqueles que estavam atrás de seu corpo. Era um show para mim, mas antes disso, era um show para si mesmo.

Gemidos, suspiros, respirações e a música eram tudo que eu ouvia. Bocas carnudas, rígidas, pequenas e grandes beijavam a pele do meu garoto e os seus lábios. Dentes mordiam seus ombros e pescoço, línguas róseas lambiam o contorno das orelhas e desciam para o queixo. Dedos nervosos entravam na fenda entre o cós da calça e a pele e claramente atingiam o que estava guardado ali dentro.

Eu quis estar no meio daquilo que acontecia, mas era igualmente prazeroso ser apenas o espectador. Eu sabia que seria o próximo a experimentar daquele corpo que era provado primeiro por tantos outros.

E foi assim: cada uma das mãos e bocas e línguas e o que mais estivesse em seu corpo foi saindo de mansinho, deixando-o sozinho e desolado outra vez. Acalentando-o, foi minha vez de tocar o corpo usado e massacrado. Eu o apertei, o senti e o puxei para o meu próprio corpo. Eu chupei os lábios que guardavam o gosto de outras bocas e os mordi. Eu chupei o pescoço que abrigava outros calores e absorvi o seu calor para mim.

Entre os beijos e lambidas, um trago de qualquer coisa me foi oferecido.

- Prove. – Meus lábios tocaram os dedos que seguravam o cigarro.

Imediatamente eu senti o efeito daquilo que tinha passado para dentro, tragado e depois liberado para os dançantes ao redor. E repeti aquele processo tantas outras vezes que tudo que restou ao alcance da minha vista foi o rosto do próprio Eric, porque ele era o assunto mais próximo de mim.

- Talvez sua performance seja melhor quando chapado. – Eric riu-se inteiro agarrando meu pescoço febril.

- É melhor não me provocar. – Minhas ameaças eram sérias.

- Nem depois de você entrar em mim – ele se esticava para falar ao meu ouvido. – Nem depois de arregaçado, e machucado, e mordido, ou fodido, eu deixarei de te provocar. Eu vou arrancar as memórias ruins e boas de você e te preencher de algo novo. Algo meu.

- Tentador – eu sussurrei sofrendo.

- Eu implorarei que enfie o seu passado na minha bunda, Ralph.

Aquilo seria cômico se não fosse dito no meio de uma excitação estratosférica.

- E quando nada restar do lado de fora – ele deu uma pausa para uma lambida vulgar –, enfie suas mãos em mim. É assim que eu gosto de ser tomado.

Eu não poderia escutar aquilo sem enfiar minhas mãos dentro de sua calça apertada. Meus dedos rapidamente roçaram aquela fenda quente que ele guardava e vários gemidos foram soltos depois de cada palavra dita. Aquele corpo seria minha ruína. Eu podia prever isso.

- Dane-se o pouco tempo entre nós – ele falou primeiro o que quase saiu da minha própria boca –, mas nós casaremos ainda esta noite.

- O meu sim saíra em um gemido. Certeza!

- Eu preciso desse gemido, mas antes disso eu preciso que você acorde. – Ele foi decisivo e grosseiro.

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