Macho

Um conto erótico de Hubrow
Categoria: Homossexual
Contém 2106 palavras
Data: 21/05/2017 14:08:19
Última revisão: 05/06/2019 23:46:13

Era um cinema de pegação bem rastaquera, dos mais chinfrins mesmo. Eu estava no balcão do segundo andar, onde não há poltronas, mas cadeiras soltas, destas de plástico branco, que ficavam espalhadas. Elas em geral ficavam encostadas às paredes, onde havia, aqui e ali, luminárias que davam uma luminosidade fraca mas suficiente para que se pudesse ver com alguma facilidade quem era quem e quem fazia o quê. Eu estava numa das cadeiras, numa discreta pose passiva que, sendo eu não afeminado, aprendera que era eficaz para bons entendedores: as pernas quase fechadas, as mãos bem distantes da minha braguilha e a coluna numa postura que deixava minha bundinha levemente empinada sobre o assento.

Ele chegou vagarosamente e encostou-se à minha frente, na mureta que dava vista para o primeiro andar. Parecia jovem, talvez chegando aos trinta anos, mas definitivamente não era um garoto. Tinha os cabelos revoltos, usava uma camiseta não muito justa e sobre ela uma camisa aberta, com as mangas compridas enroladas. Usava uma capanga a tiracolo e fumava com calma – uma liberalidade que só mesmo cinemas desse tipo tem. Eu não conseguia perceber seu volume nas calças jeans surradas, mas logo ele deu uma apalpada, seguida de uma apertada, olhando para o lado, como se o fizesse displicentemente. Eu não escondi meu interesse e, sem me dar conta, empinei um pouco mais a bundinha.

Ele voltou a me olhar, soltou o cigarro no chão e o pisou, para apagar. Num gestual que parecia algo de enfado, desafivelou ostensivamente o cinto da calça e pude ouvir vagamente um gesto rápido do zíper se abrindo. Sacou o cacete pra fora e afastou as abas da calça, expondo seu tesouro: um caralho grosso, já com a cabeça exposta mas ainda não totalmente duro, que pendeu pesado de uma mata densa de pentelhos escuros.

Ele acariciava vagarosamente o membro, sabendo que me enfeitiçava, mas eu vacilava em ir até ele. Dois homens haviam se aproximado e, embora mantivessem certa distância, não escondiam que estavam à espera de um espetáculo. O macho percebeu a timidez e, em passos sem pressa, aproximou-se. Deixou o cacete a alguns centímetros do meu rosto e pôs uma das mãos na cintura. Com a outra, acariciou meu cabelo, transmitindo para mim a segurança que lhe sobrava.

Eu dei um beijo no cacete, e depois outro. Ele tirou vagarosamente a mão de minha cabeça quando percebeu que, sem tocá-lo, eu procurava com a boca a ponta do cacete já inchado. Apenas ajeitou a capanga, pondo-a mais pra trás, e agora suas duas mãos mantinham-se na cintura e as pernas afastadas uma da outra, numa posição viril de quem tem plena consciência de que capturara a presa.

O cacete era sedoso, macio, muito grosso, proporcional a todo o conjunto. Estava ligeiramente úmido pelo líquido pré-seminal provocado pela excitação. Dos colhões que se avolumavam no saco ligeiramente peludo emanava aquele odor que, sem ser excessivamente forte, é próprio de machos. Um cheiro de pica propositalmente mantido para afastar qualquer ambigüidade.

O caralho cresceu um pouco mais enquanto eu mamava, tornando-se rígido e cada vez mais difícil de ser totalmente abrigado pela minha boca. Mesmo assim, eu insistia para engoli-lo por inteiro e numa dessas tentativas tive um ligeiro engasgo. Inclinando-se sem tirar as mãos da cintura e mantendo sua posição, ele sussurrou “relaxa a boquinha que entra até a garganta; não precisa ter medo”. Havia um movimento em torno, mas ninguém se aproximou além da conta. Era óbvia a cobiça por aquele membro maciço e por aquele homem que, sem grandes delongas, expunha despreocupadamente seu orgulho e o domínio sobre o passivo que sequer se tocava, unicamente concentrado em satisfazê-lo.

Na nova tentativa, ele segurou minha cabeça com as duas mãos, quando percebeu que eu iria mais uma vez afastar-me pelo início de um engasgo. Não pressionou para que eu avançasse mais, permitindo que com dificuldade eu recobrasse o fôlego, mas me mantendo na posição. Eu naturalmente passei a percorrer sua pele com a língua, mesmo que a grossura do cacete dificultasse as manobras dentro da boca. Como era gostosa a maciez que aquele pau mantinha, mesmo totalmente rígido como agora. Eu parecia conseguir sentir toda a sua textura e até mesmo o relevo das veias saltadas, e era como se o conhecesse há muito tempo, como se ele fizesse parte de mim toda a vida e que não poderia viver sem ele.

Eu sugava como um bebê, mamando com cuidado para dar o máximo de prazer àquele macho que havia me escolhido entre tantos outros. Ele tinha as duas mãos nas laterais da minha cabeça, mantendo-a firme, e, logo após fazer um breve carinho com os dedos, percebi que vagarosamente, muito lentamente, fazia pressão para penetrar mais. Eu aceitei o movimento, tranqüilizado pela sua habilidade em invadir minha boca sem me assustar. O membro ia avançando aos poucos e eu não continha os gemidos, mesmo que abafados pelo volume do membro. Então senti os primeiros pentelhos roçarem meu nariz e tentei avançar mais, querendo que seus pelos tomassem todo o meu rosto. Mas ele me conteve com as mãos firmes, orientando para que eu não pusesse tudo a perder. Obedeci e, após uma pausa, ele continuou com seu movimento cauteloso.

Então, finalmente, minha garganta acusou a entrada do macho, num acomodando-se involuntariamente, e me entreguei à aspereza e ao cheiro de seus pelos grossos. Ele manteve-se imóvel por um tempo e então iniciou movimentos cadenciados, mas muito curtos, fudendo-me a boca sem pressa e com cuidado. Eu agora gemia ainda mais, baixinho, quase choroso, e sentia meu corpo fraquejar, sem noção de nada entorno, apenas daquele homem que me submetia ao seu desejo com calma e certeza.

Ele aumentava ligeiramente a velocidade e depois retornava à lentidão cautelosa e, em meio a isso, tirava o caralho um pouquinho mais, aumentando o movimento das metidas. Passou-se um bom tempo até que, sempre mantendo minha cabeça ligeiramente inclinada para trás e firme entre suas mãos, ele passasse a retirar o membro até quase a cabeça alcançar meus lábios e empunhar novamente todo o volume até o talo. Suas mãos agora não pressionavam tanto, seguro de que havia me ensinado a satisfazê-lo corretamente e de que me usaria sem problemas até o alcance do gozo. Eu era ali apenas o passivo disponível que ele escolhera para usar sob seu comando.

A frouxidão de meu corpo enquanto tinha a boca fudida agora sem qualquer cerimônia mostrava que a humilhação de se ver dominado assim frente a tantos outros homens não me acanhava nem me era estranha. Era como se eu tivesse sido criado para estar sob a posse daquele homem, como se eu finalmente tivesse encontrado meu destino, e meu destino era estar a disposição dele.

Bruscamente, ele arrancou todo o cacete e um jato forte bateu em meu rosto, seguido de outro tão denso quanto o primeiro. Novamente sem aviso, ele meteu de novo e agora minha boca era tomada não só pelo volume do caralho mas também pela viscosidade e o sabor da porra grossa que jorrava do meu dono. Eu senti que um pouco iria escorrer, mas não tinha como conter com a sofreguidão com que ele se movimentava dentro de mim, bruto e desesperado como um animal. Então, pôs fundo e passou a injetar o esperma diretamente na garganta, subtraindo-me o prazer de sentir o gosto de sua porra mas realizando plenamente seu poder sobre meu corpo.

Ainda pude sentir uns filetes de porra quando ele relaxou, sem tirar o órgão, e com a língua fui tentando buscá-los mais. O cacete se tornava flácido mas mantinha-se inchado, continuando a tomar-me toda a boca devido à anatomia privilegiada. Eu podia sentir sua respiração e, olhando discretamente, percebia o movimento dos homens que se masturbavam no entorno.

O caralho me abandonou sem pressa, mas se manteve próximo. As mãos voltaram à cintura e as pernas permaneceram afastadas. A calça jeans continuou aberta, mas contida nos quadris pelas coxas muito grossas, e os culhões, agora aliviados, pendiam emoldurados pela braguilha escancarada. Entendi o que ele determinava e passei a lamber toda a extensão do cacete, para limpá-lo. Ele deixou que eu o fizesse pelo tempo necessário para cumprir corretamente a tarefa, enquanto eu percebia que pouco a pouco sua respiração se normalizava.

Quando estava mais relaxado e já notava que eu havia acabado o serviço e que agora lambia seu saco apenas para estender aquele momento mágico, virou-se vagarosamente para partir. Nada disse nem me tocou, mas não foi brusco nem ostensivamente displicente. Ele era o macho, estava satisfeito. E, com a experiência que havia demonstrado durante toda a posse, certamente deduzia que outro viria para me usar, e que eu atenderia o próximo macho com a mesma dedicação.

Permaneci sentado, tentando relaxar após tanta excitação. Era a vez de eu me recobrar. Os homens que nos assistiam foram se dispersando, e um deles chegou a se aproximar com o pau em riste, mas eu o afastei sem mesmo me dar conta, por um gestual involuntário do corpo. Enquanto descansava, acompanhava o andar tranqüilo do macho pelo corredor lateral, que dava acesso ao banheiro do segundo andar. Ele tinha um andar levemente cadenciado, e sua silhueta esguia, emoldurada pela meia-luz, mostrava que não se preocupara em fechar a calça: apesar das abas da braguilha, eu conseguia notar o balanço de seu caralho pesado, ainda inchado, exposto durante todo o percurso.

Diante daquela visão, a excitação venceu o cansaço. Há tempos eu parara de me masturbar e limitava o alcance dos orgasmos apenas quando penetrado, pela ação do macho em minha próstata. Eu precisava voltar àquele homem, admirá-lo mais um pouco, espichar mais aquele momento tão próximo a alguém como ele. Talvez até ele entendesse que eu buscava ser sodomizado por ele; talvez, tão experiente, ele soubesse que homens como eu dependem de homens como ele para atingir o pleno prazer e me concedesse uma foda ainda ali naquele cinema, um pouco mais tarde, talvez uma metida que me fizesse gritar enquanto ele me arrebentasse numa das cabines do banheiro.

Quando entrei, havia três outros homens além dele. Dois deles, de frente para o mictório e com seus membros simulando mijadas, mantinham os corpos voltados para o lavatório, num claro esforço para acompanhar os movimentos naturalmente viris daquele espécime privilegiado. Ele os ignorava, enquanto banhava com atenção o membro, agora já com as calças na altura dos joelhos. Na luz mais forte, pude admirar melhor aquele membro que me enfeitiçara, grosso, moreno,com a cabeça parcialmente coberta pelo prepúcio que volta e meia ele movimentava para a higiene. Já estava totalmente relaxado, mas mantinha a majestade das suas raras proporções.

Ele pareceu sequer se dar conta da minha entrada. Por minha vez, fiquei por alguns segundos aparvalhado, sem saber o que fazer, porque meu ímpeto por revê-lo me impediu de pensar que, ao entrar, teria de ter alguma ação, fazer alguma coisa. Fui para o lavatório ao lado dele e, pondo as mãos em concha sob o fiozinho de água que saía da bica, iniciei uma simulação de que iria bochechar. Numa das vezes em que busquei com o canto do olho a visão do membro sendo lavado, exposto descaradamente sob a luz, notei que ele me flagrara. Nossos olhares se cruzaram, mas ele não demonstrou qualquer reação, apenas encerrando a lavagem e, após uma bela balançada da pica, recolhendo-a e fechando a braguilha.

Pôs-se a meu lado, afivelando o cinto. Eu me virei para ele, o coração batendo mais forte, na esperança de que me chamasse para estar mais um pouco ao seu lado, talvez sentarmos juntos ou conversarmos no foyer, certo de que me teria a sua disposição para servir-lhe mais uma vez. Talvez apenas isso, um segundo round com uma foda completa, mas talvez também o primeiro de uma série de encontros até que ele se tornasse meu macho e eu seu namorado passivo, ou talvez o amante em quem ele descarregaria semanalmente um alívio extraconjugal.

Ele levantou a cabeça após ajeitar a capanga junto ao flanco e simulou um sorriso confiante, simpático na medida para que não fosse mal entendido. “Você é muito bom. A gente se vê”, disse baixo, e deu uma breve apertada em meu ombro.

Fui até a porta do banheiro segundos depois, ainda esperançoso de que ele continuasse no cinema, apenas fazendo uma pausa para retomar as forças para uma nova caça. Tomou a direção das escadas. Fui até a mureta do balcão, para ver qual a poltrona que ocuparia no primeiro andar. Mas, em vez disso, virou à esquerda e o vi partir pela porta de saída do cinema.

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Comentários

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Nada como um conto bem escrito, apesar do excesso de norma culta, muito excitante

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Delicioso. Um viadinho como você é tudo de bom para um macho.

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