Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 16 - EU TENHO UM SONHO

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 5209 palavras
Data: 21/05/2017 19:01:34

As coisas não ficaram boas para Guilherme após voltar de sua viagem ao Brasil e Estados Unidos. O jovem iniciou o tratamento que colocaria ao fim seu sofrimento, mas, na verdade, aquele seria o sofrimento maior. Dor extrema, calafrios e muita sede, esses foram os primeiros sintomas que Guilherme precisou enfrentar durante o tratamento. As injeções deixam o jovem muito debilitado, mas de acordo com os médicos o tumor havia diminuído, não muito, mas o suficiente para dar esperança para os Thompons.

Felipe: (entrando no quarto do hospital) – Cadê o namorado mais corajoso?

Guilherme: (falando baixo) – Aqui. (tentando rir sem sucesso)

Felipe: (sentando perto de Guilherme e pegando na sua mão) – Eu te amo.

Guilherme: - Também te amo. (fechando os olhos)

Felipe: - Ei. (pegando o celular e mostrando um vídeo) – Olha o que o Tchubirubas aprontou lá no dormitório. (rindo)

Guilherme: (rindo forçado) – Ele é um pestinha, né? Só tem essa cara de bonzinho.

Felipe: - Ele tá de castigo. Tirei todos os brinquedos.

Guilherme: - Tadinho. Não faz isso com ele.

Felipe: (guardando o celular)

Guilherme: (tossindo)

Felipe: (percebendo o desanimo do namorado) – Posso deitar do seu lado?

Guilherme: - Pode sim.

Felipe: (tirando o casaco e deitando ao lado do namorado) – Você tá cansado amor. Tenta dormir um pouco. Estarei aqui.

Guilherme: (colocando a cabeça encostada no peito de Felipe e dormindo)

Felipe: (pensando) – Te amo tanto. Aguenta firme.

Kaity ainda não conseguia engolir a gravidez de Rebecca, a jovem por diversas vezes tentou fazer amizade com a ex-de-seu-atual, mas não conseguiu nenhum resultado. Dylan conseguiu alugar um apartamento maior, ele queria dar privacidade para Rebecca e não queria dormir mais no sofá, isso estava afetando seu desempenho na faculdade.

Kaity: - Amor. O sofá vai ficar ótimo naquele canto da sala, não acha?

Dylan: - Sim. Acho que vai sim.

Rebecca: - Não concordo. A janela vai atrapalhar bastante, principalmente no verão. Toda a claridade vai entrar e…

Dylan: - Vamos deixar desse jeito. (ficando ao lado de sua namorada)

Rebecca: - Vocês que sabem. Eu vou voltar em breve para os Estados Unidos.

Dylan: - Por falar nisso, quando vou acompanhar uma ultrasonografia.

Rebecca: - Na próxima vez que eu for ao médico, confesso que detesto os médicos de Londres. Não entendo nada o que eles falam. (rindo e indo em direção a cozinha)

Dylan: (empurrando o sofá) – Ficou lindo amor. Você sempre arrasa.

Kaity: - Sim. (torcendo a boca) – Mas sabia que ele tem razão?

Dylan: - Sério? (estranhando)

Kaity: - Sim. A luz do sol vai atrapalhar quando você for assistir TV.

Dylan: - Quer que eu troque?

Kaity: - Não. Eu vou te dar de presente uma cortina maravilhosa.

Rebecca: (ouvindo a conversa e fazendo cara de poucos amigos) – Vadia.

Nariko recebeu um telefonema que a deixou muito animada, porém os momentos de alegria duraram pouco. Ela escondia um segredo de seus amigos, na verdade não era um segredo, apenas uma informação que não havia compartilhado. A mãe de Nariko na verdade era transexual, e a jovem foi adotada por seus pais.

Nariko: - E agora? (falando sozinha)

Felipe: - Tá tudo bem?

Nariko: - Que susto.

Felipe: - Nossa calma. Não tive a intenção. (sentando ao lado de Nariko) – Você está bem?

Nariko: - Sim, digo, não. Na verdade não sei Felipe, sabe, a vida pode ser muito complicada, e Deus sabe, que eu tento não ser tanto, mas às vezes é mais forte que eu e… (olhando para o lado) – Felipe?

Felipe: (cochilando)

Nariko: - Felipe?! Acorda.

Felipe: - Opa. Desculpa. A minha vida tá uma correria.

Nariko: - Desculpa amigo, eu aqui tagarelando… e o Guilherme? Segurando firme?

Felipe: - Mais do que eu pensei… ele é tão corajoso. Tá enfrentando isso de cabeça erguida.

Nariko: - Sim. O Guilherme é uma inspiração.

Felipe: - Mas me conta… o que tá te preocupando?

Nariko: - Meus pais estão vindo para Londres. A minha mãe vai trazer uma linha de roupa para a Londres Fashion Week.

Felipe: - Sério?! Que legal Nariko. Você deve estar bastante animada, né?

Nariko: - Um pouco.

Felipe: - Que animação, hein?

Nariko: - Felipe… (respirando fundo) – Você é meu melhor amigo aqui nessa cidade. E…

Felipe: - E…

Nariko: (Falando em japonês) – Minha mãe é transexual… ela era homem e virou mulher.

Felipe: (fazendo uma careta) – Pode apertar a tecla sap?

Nariko: - Tá bom. Felipe, a minha mãe é uma transexual.

Felipe: - Mentira? (Tirando o celular do bolso e entrando no perfil de Nariko) – Gente. Eu não diria isso… na verdade, não imaginaria isso. Que loucura.

Nariko: - É. Eu a amo como se fosse minha mãe de verdade, eu sou adotada e…

Felipe: - O fato de você ser adotada não te faz menos filha dela, você sabe disso, né?

Nariko: - Sei, mas é que… você é gay… você sabe como as pessoas agem quando veem algo diferente delas. A minha mãe sofreu com o preconceito todos esses anos.

Felipe: - O mundo está mudando… em passos lentos… muito… muito lentos, mas um dia o preconceito será uma bobagem.

Nariko: - Sim. (encostando a cabeça no ombro de Felipe) – Você é um rapaz bem peculiar, Felipe.

Felipe: - Vou aceitar isso como um elogio. Ah… você fez o dever? Eu não tive tempo.

Nariko: - (tirando um papel da mochila) – Pode ficar. Fiz dois. Suspeitei que você não estaria com cabeça para um trabalho.

Felipe: - Obrigado mesmo. (abraçando Nariko)

Leopold Thompson era um homem de pensamentos rápidos, ele era uma fera no mundo dos negócios, mas nos últimos dias andava completamente no mundo das nuvens. Anualmente, ele fazia um evento para arrecadar fundos para um hospital na África. O pai de Guilherme havia esquecido completamente do evento.

John: - Senhor? Aqui estão os papéis.

Leopold: (olhando pela janela)

John: - Senhor?

Leopold: (virando) – John. O que houve?

John: - A lista com os convidados da Fundação Thompson.

Leopold: (pegando os papéis) – Eu… eu não consigo, John. (chorando)

John: (fechando a porta do escritório) – Senhor?

Leopold: - Eu tento ser forte… o tratamento está dando certo, mas o Guilherme parece um zumbi. Eu estou vendo o meu filho definhar naquela cama e não posso fazer nada.

John: (pegando no ombro de Leopold) – Ele é forte.

Leopold: - Eu errei tanto com relação a ele. Eu perdi tanto tempo com raiva e… e…

John: - O importante é que você deu a volta por cima e está ao lado dele nesse momento tão crucial.

Leopold: - Quando você ia me contar?

John: - Contar o que?

Leopold: - Que namorou por um bom tempo com o meu filho?

John: - (ficando vermelho) – Senhor… eu… posso… posso explicar e…. (ficando nervoso e gaguejando) – Sinto muito… não foi bem….

Leopold: - John. (pegando no ombro do rapaz) – Respira. Eu entendo que na época você deve ter ficado com medo. Eu digo… pra você deve ser difícil ver o Guilherme nessa situação.

John: - Confesso que quando o Guilherme começou a namorar com o Felipe… eu fiquei com muita raiva… e… fiz muitas coisas da qual não me orgulho para tentar reparar isso…

Leopold: - Como se aliar com aquele rapaz que nos roubou e…

John: - Senhor… (Ficando visivelmente vermelho) – Eu… lamento por esse episódio.

Leopold: - John. (abraçando o funcionário) – Você sempre foi o meu braço direito. Eu confio em você de olhos fechados.

John: (retribuindo o abraço de Leopold) – Obrigado senhor.

Leopold: (se afastado) – Porque você é tão formal?

John: - Eu lhe respeito. O Senhor é como o pai que eu nunca tive e… me ensina a cada dia a ser um homem de respeito.

Leopold: - Você é como um filho para mim. Eu lembro de como você chegou aqui na empresa…. Um jovem assustado e inexperiente. Durante todos esses anos você evoluiu tanto.

John: - Eu só quero lhe orgulhar. E tenha certeza que o Guilherme tem orgulho do senhor…

Leopold: - Espero que ele tenha.

John: - E senhor? Faça o evento. Pense em quantos jovens precisam dessas doações. Já imaginou quantas vidas salvou com a Fundação Thompson?

Leopold: - John. Quero que você fique a frente desse projeto. Quero uma festa inesquecível.

John: - Eu?

Leopold: - Você. (pegando no ombro de Leopold)

John: - Pode deixar. (sorrindo)

Semanas se passaram e Guilherme ficava mais debilitado com o tratamento. Ele não conseguia mais andar, e por muitas vezes, sofria com alucinações. Felipe não conseguia mais dormir direito, ele passava que quase 14 horas de seu dia no hospital. O comportamento de Guilherme começou a ficar mais agressivo.

Guilherme: (tentando comer) – Eu não quero mais.

Felipe: - Amor. Você precisa disso. Pra ficar fortinho. (sorrindo)

Guilherme: - Eu tô sem fome.

Celestina: (entrando no quarto) – Nossa essa chuva tá muito forte. (olhando para o prato de Guilherme) – Ainda não comeu nem a metade.

Guilherme: - Eu não quero… tô sem fome.

Celestina: - Não é questão de querer… é questão de precisar.

Guilherme: (afastando a bandeja) – Não vou mais comer.

Felipe: - Amor. Tenta pelo menos a gelatina… vai… (pegando a colher)

Guilherme: (ficando ofegante) – Eu não quero Felipe.

Felipe: (colocando gelatina na colher e levando até a boca de Guilherme) – Só um pouco.

Celestina: - Meu amor… come vai.

Guilherme: - Gente… eu… eu….

Felipe: - Só essa colherada.

Guilherme: (jogando a bandeja longe) – Eu já disse que não quero essa porra. (visivelmente nervoso)

Felipe e Celestina: (se olham)

Felipe: (levanta e começa a juntar as coisas do chão)

Celestina: - Isso são modos? Você viu que quase me acertava?

Guilherme: - Eu… (colocando a mão no rosto e começa a chorar) – Desculpa, Celestina… Felipe… (chorando)

Felipe: (colocando as coisas em cima da mesa e indo em direção a Guilherme) – Não precisa se desculpar. (pegando na mão de Guilherme) – Tá tudo bem.

Celestina: - Guilherme. Você quer parar o tratamento?

Guilherme: - Essa é a minha única chance. Eu não quero morrer. (Chorando)

Celestina: - Eu sei, mas esse tratamento só está te deixando debilitado. Eu não consigo mais. (se emocionando)

Felipe: - Amor. Eu sei que você está fazendo isso por nossa causa. Se isso tá te machucando de algum jeito… por favor… eu não quero te perder, mas também não quero te ver sofrer. Toda noite você tem febre, eu já te peguei chorando várias vezes com dor e problemas para respirar. Ontem vi você conversando sozinho. Seus pais também estão preocupados….

Guilherme: - Eu quero continuar. O tumor diminuiu três centímetros. Ainda tem tempo.

Felipe: - Eu te amo. (beijando Guilherme)

Celestina: (limpando o chão)

Guilherme: - Desculpa…

Paris e Steve decidiram se casar. Ela contou a novidade para as amigas que ficaram muito animadas com a notícia. Nariko e Kaity foram até uma loja de alianças com Paris. Elas ficaram impressionadas com os preços.

Nariko: - Gente. 150 mil euros em uma aliança.

Paris: - Enquanto vocês veem os preços, eu vejo beleza e durabilidade. Pena que esse está fora do meu orçamento.

Kaity: - O Steve já sabe que você está fazendo isso?

Paris: - Quero surpreender ele. Vou colocar o anel na sobremesa.

Nariko: - Não é muito arriscado? Já vi histórias na internet de pessoas que engoliram a aliança.

Paris: - Eu acho que vai dar certo. (Tirando uma linha da bolsa)

Nariko: - Que linha é essa?

Paris: - É a medida do dedo de Steve. Vou mostrar para a vendedora.

Kaity: - Pelo menos uma boa notícia na minha vida.

Nariko: - Aquela Rebecca ainda no teu pé?

Kaity: - Sim. O Dylan tá muito feliz, mas tem algo estranho nessa história. Ela é cheia de restrições. Tentei ir com ela até a aula de yoga, mas ela foi super grossa.

Nariko: - Nossa.

Kaity: - Acredita que ela não deixa o Dylan acompanhar os exames?

Nariko: - Kaity? Será que essa menina tá realmente grávida?

Kaity: (arregalando os olhos)

Para Nariko, o grande dia estava chegando. A sua mãe já cruzava o Oceano para aterrizar em Londres. A jovem ficou ansiosa, mas queria acima de tudo causar uma boa impressão para a mãe. Ela ainda não havia contado um detalhe para Wong, mas ela sabia que nada disso seria um grande problema para seu namorado.

Kasuku: - Minha filha linda. (falando em japonês)

Nariko: (cumprimentando a mãe)

Kasuku: - A limosine está nos esperando?

Nariko: - Mamãe. A senhora disse que não usaríamos carros chamativos.

Kasuku: - É a semana de moda, querida. (em inglês) – Acha que eu não chegaria arrasando?

Nariko: - Mãe! Please.

Fotografo: (Tirando várias fotos de Nariko e sua mãe)

Nariko: - Acho que já deu, né?

Kasuku: - Onde estão Biongui e Tsuku?!

Tsuku: - Aqui senhora.

Kasuku: - Preciso do meu celular.

Tsuku: - Está aqui senhora. (entregando o celular)

Kasuku: - Ótimo. Tsuku certifique-se que as roupas vão chegar sãs e salvas no hotel. Marque manicure para 18h.

Tsuku: - Pode chegar.

Sim. A mãe de Nariko estava ao seu lado, mas será que isso era pra valer? Desde de quando se lembra, Nariko nunca teve a companhia da mãe. Elas eram unidas, mas o trabalho dificultava muito a relação entre mãe e filha. Nariko era muito agradecida por seus pais terem a colhido e feito de tudo para ela se sentir querida, mas sempre faltava algo.

Kasuku: - E o seu amigo? Está melhor?

Nariko: - O tratamento tá deixando ele muito debilitado. A senhora falou com o tio Chin?

Kasuku: - Mandei todos os exames para o meu irmão, mas querida, ele disse que é impossível.

Nariko: (deitando a cabeça no ombro da mãe) – Porque as coisas precisam ser assim?

Kasuku: - Não sei querida. Eu quero muito conhecer essas pessoas que te acolheram. Você sabe que isso é importante para mim.

Nariko: - Que bom mãe.

Kasuku: (celular tocando) – Com licença. (atendendo) – O que? Não. Falei rosas brancas Tsuku. E não me venha com aquela iluminação brega. A nossa marca está crescendo, o desfile precisa ser impecável. Sim. Não. Ela disse que as roupas precisam ser fotografadas. Avise apenas o horário. Obrigada. (desligando) – Desculpa filha. Semana ocupada para a mamãe.

Nariko: - Mãe. (respirando fundo) – A senhora falou com o papai sobre a possibilidade de eu estudar fotografia em Londres?

Kasuku: - Isso é por causa do Wong, não é?

Nariko: - Parte sim, mas quero ficar com o Guilherme. Ele vai precisar de toda ajuda. E o curso vai acabar logo.

Kasuku: - Conversei sim. Sabe como o seu pai é turrão, mas… ele deixou.

Nariko: - Sério?

Kasuku: - Claro que vamos passar uma temporada com você aqui. Essa minha visita também é para comprar um apartamento.

Nariko: - Te amo, mãezinha. (abraçando Kasuku)

John estava muito nervoso, ele nunca acreditou que ficaria daquele jeito apenas por organizar uma festa, mas aquilo realmente o deixava com medo. Ele poderia decepcionar seu chefe. John decidiu correr em um parque, mas acabou escorregando.

Wallace: - Precisa de ajuda?

John: - Walllace? (se levantando)

Wallace: - Pois é.

John: - Pensei que estava na Alemanha.

Wallace: - Eu também. (acompanhando John que sentou em um banco)

John: - Estava tão distraído… nem vi o sorvete no chão.

Wallace: - Você não me ligou de volta.

John: (Ficando vermelho) – Eu…

Wallace: - Não gostou de ficar comigo?

John: - Gostei. Claro que gostei. Você é o primeiro cara que eu fico depois de quase sete meses. (soltando um riso abafado) – É que a minha vida não tá fácil. Um turbilhão de acontecimentos.

Wallace: - Seria mais fácil se você dividisse esse turbilhão com outra pessoa.

John: - Você é um cara legal, mas sou eu que….

Wallace: - Conheço essa história… (levantando) – Bem… de qualquer jeito. Foi um prazer. (andando e falando baixinho) – Não deixa eu ir, não deixa eu ir.

John: (ofegante) – Wallace.

Wallace: (voltando) – Oi?

John: (respirando fundo) – Estou organizando um evento beneficente. Gostaria de ser meu acompanhante?

Wallace: - E a questão do turbilhão de emoções?

John: - Você está certo. Preciso de alguém para dividir isso. Você aceitar?

Wallace: - Então de certa forma isso é um encontro?

John: (rindo) – Sim. É um encontro.

Sim. Algo mudou em dentro de John. Ele deixou o coração aberto para novas possibilidades. No hospital, Guilherme, sempre passeava entre os corredores, era uma forma dele aliviar a forte enxaqueca. Ele não contava para ninguém, mas conseguia ver desenhos animados passando por ele. Naquela tarde, ele conversou com Branca de Neve, cantou com a Pequena Sereia e segurou um filhote de dálmata no colo.

Guilherme: - Adoro essa ala. (olhando para os bebês) – Aqui que a vida começa.

Felipe: - Eles são tão fofos. Vamos ter vários.

Guilherme: - Eu… eu não acho que vou ter filhos.

Felipe: - Amor. Para. O tratamento tá funcionando. Temos uma esperança.

(Muitas pessoas comemoram)

Guilherme: - O que é? (se aproximando)

Rapaz: (se ajoelha no chão) – Amor. Agora que o fruto da nossa relação veio ao mundo. Você aceita casar comigo?

Mulher: (chorando) – Sim. Eu aceito. (beijando o rapaz)

(pessoas comemorando)

Guilherme: (ofegante e sai rápido do corredor)

Felipe: - Amor. Espera.

Guilherme: (entrando no quarto assustado)

Anastácia: - Amor? Tá tudo bem?

Felipe: (entrando) – Ele tá tendo um ataque de ansiedade. (chegando perto de Guilherme)

Leopold: - Filho?

Guilherme: (Falando várias coisas desconexas e andando de um lado para o outro)

Anastácia: - Guilherme?

Guilherme estava falando com várias pessoas ao mesmo tempo. Pessoas dizendo que ele nunca teria uma vida normal, que ele nunca casaria ou teria filhos. O jovem caiu no chão e começou a chorar. Todos ficaram desesperados com a cena. Leopold, se aproximou do filho e o abraçou. Ele também não escondeu a emoção.

Guilherme: - Pai… eu nunca vou casar… nunca vou formar uma família… nunca vou saber o que é ser casado com outra pessoa. Eu vou morrer. (ofegante)

Leopold: - Calma amor. Papai tá aqui. (abraçando e beijando o filho) – Papai tá aqui.

Felipe: (com os olhos vermelhos, consola Anastácia)

Guilherme: (chorando) – Eu nunca vou ter filhos… nunca. Não vou saber o que é crescer… evoluir… não… não…

Leopold: - Papai tá aqui. Ele tá aqui com você.

A mãe de Nariko ofereceu para a filha e suas amigas vestidos para o grande baile da Fundação Thompson. As meninas, claro, ficaram animadas e decidiram passar no hotel onde Kasuko estava hospedada para experimentar as roupas.

Kasuko: - Bem vindas ao meu humilde quarto.

Paris: - Humilde? Não sei o que é uma suíte de hotel há meses. Com licença. (deitando na cama e abraçando o travesseiro) – Penas de ganço. Que macias.

Nariko: (rindo) – Mãe. Essas são Paris e Kaity, minhas amigas.

Kasuku: - Vocês são mais lindas pessoalmente. Kaity que olhos lindos… (tocando no rosto de Kaity) – Você é muito linda mesmo.

Paris: - Ela é mesmo, né? Por isso que o Dylan é louco por ela. (rindo e dando um gritinho) – Sais de banho. (levantando da cama, indo até o banheiro) – Dona Kasuku… seria demais pedir para tomar banho no seu banheiro?

Kasuku: - E a Paris é mais doidinha do que eu imaginei. (rindo)

As meninas ficaram deslumbrantes. Elas aproveitaram a oportunidade para fazer a maquiagem e o cabelo com a equipe de Kasuku. Depois de muitas horas de espera, os rapazes foram pegar suas respectivas namoradas para o evento. Quem também se preparou foi John, ele era basicamente o anfitrião na noite, uma vez que Leopold não poderia comparecer.

John: (com dificuldade para colocar a gravata) – Droga.

Wallace: (ajudando John) – Calma. Você é mais especialista em gravatas do que eu… o nervosismo realmente tomou conta de você.

John: - Essa festa é muito importante. Significa muito para o Sr. Thompson.

Wallace: - O filho dele continua mal, né?

John: - Talvez não sobreviva.

Wallace: - Vocês são amigos?

John: - De uma certa forma somos sim.

Wallace: - Certa forma? Existe algo que deve me deixar preocupado?

John: - Não mais. Eu tive um namoro com ele. O Guilherme seguiu, eu fiquei no pé dele por um bom tempo e agora cá estou eu.

Wallace: - Você ficou no pé dele?

John: - Eu não deveria ter te dito isso, né?

Wallace: (terminando o nó na gravata borboleta de John) – Eu quero saber. O que você fez?

John: - Fiz uma burrada atrás da outra, na época eu pensava que tinha razão, mas nada como o tempo. Eu tentei separar ele do Felipe, que é o atual namorado dele. Fiz coisas das quais não me orgulho, mas como te disse aprendi com meus erros. Se você quer ir. Pode ir. Eu te entendo.

Wallace: (beijando John) – Isso é uma boa resposta para você?

John: - É uma ótima resposta. (retribuindo o beijo)

Felipe tentou alegrar Guilherme, o jovem estava triste porque perderia o evento do pai. Ele adorava essas causas humanitárias, e cada novo acontecimento só lembrava a Guilherme que ele não tinha muito tempo.

Felipe: - Trouxe o PS3. Quero ver quem é o mestre em Mortal Kombat.

Guilherme: - Não estou no clima amor. Podemos só ficar deitados mesmo?

Felipe: (deixando a mochila na mesa e tirando o casaco) – Claro amor. (deitando ao lado de Guilherme)

Guilherme: - Desculpa tá.

Felipe: - Por que?

Guilherme: - Por ser um namorado defeituoso.

Felipe: - Guilherme? Para de falar besteira. Você não é defeituoso.

Guilherme: - Felipe. A gente poderia estar na festa agora, mas você está preso comigo. Eu entendo se quiser terminar.

Felipe: - Guilherme. Para. Você tirou o dia para ficar falando essas coisas? Ficou chateado por causa do pedido de casamento?

Guilherme: - Eu pareço um idiota, né?

Felipe: - Não. Não parece. Me conta.

Guilherme: - Felipe. Eu sempre tive o sonho de casar, formar uma família e ter filhos. Quando eu te conheci, pensei, nossa esse é o cara que eu quero levar para o altar. E agora… (chorando) – Está tudo arruinado por causa desse tumor idiota. (abraçando Felipe)

Felipe: - Meu amor… sinto muito.

A festa estava bombando. Todos se divertindo. Menos uma mesa em particular. Os amigos de Guilherme e Felipe não conseguiam encontrar motivos para celebrar, além de ter um amigo doente, cada um lutava contra um sentimento. Quem também não encontrou motivos para se divertir foi John. Ele leu e releu várias vezes o discurso que faria para abrir o evento, ele foi convocado pela produção do evento e pediu para Wallace esperar.

Paris: (passando por Wallace e voltando) – Espera aí. Eu te conheço?

Wallace: - Tudo bem? Wallace Jones. (dando a mão para Paris)

Paris: - Sou Paris, amiga do John. Você está aqui com ele?

Wallace: - Sim.

Paris: - Ele vai fazer o discurso, né?

Wallace: - Vai sim.

Paris: (praticamente puxando Wallace) – Vem assistir conosco.

Nariko finalmente apresentou sua mãe para Wong. Ela gostava do namorado da filha e os dois tiveram uma conversa agradável. Wong era um verdadeiro cavalheiro. Para Nariko aquela primeira conversa era essencial para o futuro do casal.

Kasuku: - Vocês formam um casal tão bonitinho. Espero que tome dê conta da minha filhinha. Agora… com licença… vou fazer minha doação.

Nariko: - Até daqui a pouco.

Wong: - Sua mãe é uma figura.

Nariko: - Wong… antes que você saiba por outra pessoa. A minha mãe é transexual.

Wong: (calado)

Nariko: - Wong. Fala alguma coisa?

Wong: - O que?

Nariko: - Sei como os japoneses podem ser conservadores, mas ela é minha família e….

Wong: - Amor para. Ela é sua mãe. Não precisa dar justificativas para ninguém. Eu amo você e nada vai mudar isso.

Luzes, pessoas e o coração quase saindo pela boca. Era difícil alguma coisa abalar John, mas ele ficou pressionado com tanta responsabilidade, por um momento o rapaz até pensou em desistir, mas lembrou de Leopold e Guilherme, então respirou fundo e falou com o coração.

John: - Boa noite. Estou aqui hoje a noite para representar Leopold Thompson. Como muitos sabem, a família Thompson está passando por um momento conturbado, mas, mesmo assim, o meu chefe insistiu para que fizéssemos esse evento. O dinheiro que está sendo arrecadado aqui está noite é muito importante. Existem crianças ao redor do mundo que dependem do trabalho que fazemos aqui. São pessoas inocentes que não merecem estar nessa situação, e apesar de ser pouco, o nosso trabalho com a Fundação Thompson pode mudar vidas. O Senhor Thompson deu a primeira oferta da noite que foi no valor de Dois milhões de Euros, esse recurso será destinado ao Hospital Santa Clotilde que fica no Quênia. Então, senhoras e senhores, abram o coração e principalmente a carteira. Recebam agora o nosso mestre de cerimônia.

Público: (aplaudindo)

John desceu e procurou por Wallace, ele ficou nervoso, pois, imaginou que o rapaz havia ido embora. Depois de muito procurar, John encontrou o amigo ao lado de Paris e Steve. Ele se aproximou e imaginou mil situações embaraçosas. “Será que Paris contou tudo o que eu aprontei?”, pensou ele.

John: - Olá? Então, como eu me saí?

Paris: - Muito bem. Eu até acreditei que você é bonzinho.

Steve: - Paris? (repreendendo a namorada)

Paris: - Estou brincando. O John é um cara com muitas qualidade. Cuidado Wallace, não vai deixar ele fugir.

Nariko: - Gente. A festa tá muito legal, mas acho que eu e o Wong já vamos. Precisamos levar a minha mãe até o hotel.

Paris – Tá cedo. Fora que a sua mãe diva tá querendo se divertir.

Kasuku: - Oh, fiquem. Eu posso ir sozinha. Já fiz a doação.

John: - Já?

Kaity: - Eu e o Dylan também. Essa festa com tudo o que está acontecendo com o Guilherme… perde meio a graça.

Paris: - E se a gente fizer uma visita noturna ao Guilherme?

Nariko: - Será que pode?

Kasuku: - Guil...Gui… esse rapaz é seu amigo doente?

Nariko: - Sim. Os meus amigos querem visitá-lo.

Kasuku: - Eu também quero.

Nariko: - Eu pergunto mais uma vez. Será que poderemos entrar? Parece que estamos vestidos para o Oscar.

Paris: - A ala do hospital leva o nome do pai dele.

Kaity: - É uma boa. E o hospital fica do outro lado da rua praticamente. Vou avisar ao Dylan.

Nariko: - Vou pegar bebidas com o Wong e a minha mãe.

Paris: (olhando para John) – Vamos?

John: (gaguejando) – Er… eu… eu…

Paris: - John. É pelo Guilherme. Vamos?

John: - Vamos? (olhando para Wallace)

Wallace: - Claro.

Eu faço minha maquiagem no carro de outra pessoa

Nós pedimos bebidas diferentes nos mesmos bares

Eu sei sobre o que você fez e quero gritar a verdade

Ela acha que você ama a praia, mas você é um maldito mentiroso

Aqueles grandes tubarões brancos, eles têm dentes grandes

Oh, e eles mordem você

Pensei que você havia dito que continuaria apaixonado para sempre

Mas você não está apaixonado, não mais

Será que te assustou?

O jeito como nos beijamos naquela pista de dança iluminada

Na pista de dança iluminada

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O grupo desceu as escadarias da casa de eventos com várias bebidas nas mãos. John foi meio contrariado, ele ficou com medo de que Wallace tivesse uma impressão errada a respeito dele. Os amigos de Guilherme chegaram no hospital e conversaram com a enfermeira responsável que os deixou passar, claro que eles esconderam as bebidas.

Kasuku: (em japonês) - Minha filha porque estamos invadindo esse hospital? (correndo com dificuldade e segurando o vestido)

Nariko: - Calma mãe. A senhora vai ver.

Wong: - Precisa de ajuda senhora Kasuku?

Kasuku: - Estou ótima querido. (ofegante)

Paris: - Que a festa comece. (entrando no quarto de Guilherme)

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Mas eu ouço sons na minha mente

Novos sons na minha mente

Mas querido, eu continuarei te vendo onde quer que eu vá

Mas querido, eu continuarei te vendo ao longo de cada caminho

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Porque querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Oh, eu queria conseguir pegar minhas coisas e me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

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Leopold ficou sabendo sobre a visita dos amigos de Guilherme e decidiu dar uma conferida. Ele e Anastácia estavam tomando café em um restaurante perto dali. O pai de Guilherme ainda cabisbaixo, principalmente por causa do jeito que o filho reagia ao tratamento.

Anastácia: - Será que tomamos a decisão certa?

Leopold: - Se esse tratamento nos der mais tempo com o Guilherme. A gente precisa de tempo com ele.

Anastácia: (chorando) - Eu sei. Maldito tempo.

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Às vezes eu acordo em um quarto diferente

Eu sussurro coisas e a cidade as canta de volta pra você

Todos estes rumores, eles têm dentes grandes

Oh, e eles mordem você

Pensei que você havia dito que continuaria apaixonado para sempre

Mas você não está apaixonado, não mais

Será que te assustou?

O jeito como nos beijamos naquela pista de dança iluminada

Na pista de dança iluminada

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Paris conseguiu com os enfermeiros enfeites de Natal que se transformaram em luzes de balada. Guilherme ficou muito feliz com a visita dos amigos que por algum tempo esqueceu a doença. Os jovens ficaram rindo e conversando sobre várias coisas.

Guilherme: - E esse é o teu namorado John?

John: (ficando vermelho)

Wallace: - Estamos caminhando para isso. (sorrindo)

Guilherme: (sorrindo para John) - Eu fico feliz por isso.

Felipe: - Vamos dançar?

Guilherme: (senta aqui na cadeira) - Eu conduzo essa dança.

Paris: (Dançando com Steve) - Vem John. Mexe um pouco esse esqueleto.

Wallace: - Aceita dançar comigo?

John: (revirando os olhos) - Não tem outra opção mesmo... (dançando com Wallace)

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Mas eu ouço sons na minha mente

Novos sons na minha mente

Mas querido, eu continuarei te vendo onde quer que eu vá

Mas querido, eu continuarei te vendo ao longo de cada caminho

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Porque querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Oh, querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

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Dylan: - O teu curso tá acabando, né?

Kaity: - Sim.

Dylan: - Já falou com os teus pais?

Kaity: - Sim. Só preciso escolher a faculdade.

Dylan: - Sério? (beijando Kaity) - Eu te amo.

Kaity: - Também te amo.

Mesmo com dúvidas, Kaity optou por não contar nada para Dylan. Ela queria investigar para ter certeza do que faria para descobrir se a gravidez de Rebecca era real ou apenas papo. Os pais de Guilherme chegaram no hospital e ficaram emocionados com a cena. O filho dançando com Felipe na cadeira de rodas.

Leopold: - Ele está em boas mãos, né?

Anastácia: - Eu não sei o quanto terei que agradecer ao Felipe. Ele é a rocha do Guilherme.

Leopold: - Ele é. Igual você é pra mim. (Beijando a esposa)

Kasuku: - Com licença. Odeio atrapalhar. Eu sou Kasuko, a mãe de Nariko. Pensei que não haveriam adultos aqui. (rindo)

Leopold: - Sou Leopold e essa é minha esposa Anastácia, somos pai do Guilherme.

Kasuku: - Um garoto tão valente. Estão de parabéns.

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Sim, querido, eu virei buscar minhas coisas, mas ainda não consigo me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Oh, eu queria conseguir pegar minhas coisas e me libertar

(Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero)

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

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Guilherme e Felipe se beijaram muito naquele dia. Felipe adorava ver o sorriso do namorado e aqueles momentos estavam ficando cada vez mais raros. A noite terminou com todos dançando. Até os pais dos jovens. Wallace realmente começou a ver John com outros olhos, mas de uma forma completamente positiva. Até Felipe começou a observar as mudanças em John.

Felipe: - Ei sei que eu não posso te oferecer tudo Guilherme, mas saiba que o meu amor é verdadeiro. Eu quero ter um futuro com você.

Guilherme: - Desculpa... eu sei que a forma que eu tenho agido nos últimos dias é ridícula. Eu não quero colocar nenhum peso em seus ombros.

Felipe: - Eu sei. (beijando o namorado) - As coisas vão melhorar. (abraçando o namorado, sorrindo)

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Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

Eu estou esperando por ele, aquele sinal verde, eu o quero

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