Felipe e Guilherme - Amor em Londres - 17 - O PEDIDO DA MINHA VIDA

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 4415 palavras
Data: 26/05/2017 23:02:04

Felipe acordou cedo naquele sábado e foi até o Centro de Londres. Ele decidiu ver preços de alianças, mas nada que ele viu se encaixava em seu orçamento. Felipe decidiu então comprar as alianças pela internet. “Vai ser provisório”, pensava ele. O jovem procurou então Paris para tentar ajudá-lo.

Paris: - Você vai pedir o Guilherme em que?

Felipe: - Vou propor a mão dele. Quero casar com o Guilherme.

Paris: - Mas porque?!

Felipe: - Ele quer. Ele teve um ataque de ansiedade por causa disso. Ele acha que não vai ter oportunidade de casar, ter uma família, filhos… eu só quero dar o que ele precisa.

Paris: - E você já falou com os pais dele?

Felipe: - Vou conversar hoje. Eu só não sabia que aliança custava tão caro.

Paris: - Pode acreditar. Custam.

Felipe: - E queria que você me ajudasse no pedido.

Paris: - Quer que eu peça ele em casamento?

Felipe: - Não Paris. Quero que você me ajuda a pensar em algo. Bonito e que seja o nível do Guilherme.

Paris: (indo até uma mesa e pegando papel e caneta) – Ideias pulam da minha cabeça agora.

Felipe: (rindo) – Eu lembro que ele perguntou quando eu faria uma serenata para ele…

Paris: - E o que você respondeu.

Felipe: - Eu disse que não dançava ou cantava.

Paris: - Bingo!!

Kaity decidiu seguir Rebecca para arrancar alguma informação sobre a tal gravidez. Rebecca entrou em um trem e seguiu para uma rua comercial de Londres. Em seguida, ela entrou em uma loja de gestantes. Kaity acompanhou cada passo da rival.

Kaity: - Puxa. Será que ela tá grávida mesmo?

Rebecca: (olhando algumas roupinhas de criança)

Kaity: - Como eu sou idiota. Claro que ela tá grávida. (encostando a cabeça na parede) – Merda.

Vendedora: - Precisa de alguma coisa?

Rebecca: - Não. Estou apanas olhando, obrigada.

Kaity: (olhando para Rebecca) – Vai ver ela é apenas chata… ou são os hormônios.

Rebecca: (tirando o enchimento da barriga de um manequim) – Esse vai servir. (entrando em um provador)

Kaity: - Como assim? (colocando a mão na boca e indo até o provador)

Rebecca: (colocando a barriga falsa) – Vai ficar perfeita. Agora aquele idiota do Dylan vai acreditar em mim. Onde já se viu… me trocar por causa daquela russa estranha.

Kaity: (colocando a mão na boca e pensando) – Não pode ser.

Celestina levou alguns álbuns para Guilherme. Como Felipe precisava fazer o curso, a babá de Guilherme, revesava com Anastácia o turno da manhã. Eles riram bastante lembrando de como a vida era simples e única. Guilherme agradeceu a babá por sempre estar presente em sua vida, e sempre o apoiá-lo mesmo nos momentos de dificuldade.

Guilherme: - Lembra quando eu te chamava de mãe?

Celestina: - Bons tempos. A melhor época da minha vida. Você era uma criança muito comportada Guilherme. Sempre nos obedecia.

Guilherme: (pegando na mão de Celestina) – Eu sempre vou te amar, não importa o que aconteça.

Celestina: - Para. Você fala como se fosse uma despedida. Não gosto disso.

Guilherme: - Celestina. Me promete uma coisa?

Celestina: - Qualquer coisa. (apertando a mão de Guilherme)

Guilherme: - Cuida do Felipe para mim. Ele é tão desastrado. (rindo) – Eu quero que ele se forme, tenha oportunidades na vida. Seja alguém. Eu me preocupado tanto com ele.

Celestina: - Você tem que se preocupar com você. O Felipe já é grandinho.

Guilherme: - Celestina. O Felipe passou por muitas coisas difíceis. Eu conversei com um advogado. Fiz um testamento.

Celestina: - Não. (se emocionando) – Eu não quero saber… (levantando da cadeira e indo pegar um copo de água) – Você não tem idade para fazer um testamento.

Guilherme: - Se eu morrer… eu não quero deixar as pessoas que eu amo desamparadas. Você e o Felipe.

Celestina: - Nem tudo se trata de dinheiro, Guilherme. O Felipe te ama independente do dinheiro. Ele quer te ver vivo e saudável.

Guilherme: - Eu sei disso. O testamento é uma precaução.

Médico: (entrando) – Com licença. Vamos Guilherme?

Guilherme: (respirando fundo) – Vamos.

O tratamento de Guilherme era dolorido. Os médicos injetavam uma soro em seu corpo para que o tumor em seu cérebro fosse diminuindo, mas isso acarretava uma série de consequências doloridas. A primeira era as fortes dores de cabeça, Guilherme tentava aguentar, mas às vezes, a dor era indescritível.

Guilherme: (gritando)

Celestina: - Façam alguma coisa.

Médico: - Acho que podemos dopá-lo. Aumente a dosagem. (pedindo a enfermeira)

Enfermeira: - Pode deixar, senhor.

Anastácia: (entrando assustada) – O que aconteceu? (pegando na cabeça de Guilherme) – Ele está quente.

Celestina: - Acabaram de aplicar mais uma dose do soro.

Médico: - Ele vai dormir por algumas horas. Depois volto para verificar o Guilherme. (saindo junto com a enfermeira)

Celestina: - Será o que estamos fazendo com ele é a coisa certa?

Anastácia: - Precisamos de tempo. Ele precisa de tempo.

Celestina: - Ele precisa… ou… ou… nós precisamos?

Anastácia: - Oh, Celestina. (abraçando Celestina e chorando)

Celestina: (abraçando Anastácia forte)

Maravilhoso. Era isso que John pensava toda vez que transava com Wallace. O lance entre eles crescia a cada dia, o advogado estava praticamente morando com o funcionário de Leopold. Eles faziam de tudo um pouco, namoravam, cozinhavam e conversavam sobre os fatos da vida.

Wallace: - E como foi quando os teus pais descobriram sua opção.

John: - Minha família é simples. Eles não sabem quase nada sobre mim. Para eles, enquanto eu continuar mandando dinheiro tá tudo certo. E a tua?

Wallace: - Família religiosa, tradicional. Digamos que fui o filho renegado. E pior que eu não tenho raiva dos meus pais. Acho que por causa disso que cheguei onde estou. Tudo o que eu ganhei na vida foi com muito esforço.

John: - Eu te entendo. O que está acontecendo conosco?

Wallace: - Como assim?

John: - Digo. Somos amigos coloridos? Namorados?

Wallace: - Somos o que você quiser. Eu adoro estar com você, John. És um cara inteligente, solidário, sabe cozinhar e quando quer sabe ser engraçado. Você tem muitas qualidades que eu admiro… claro que não pode faltar o sexo.

John: (ficando vermelho) – Eu… eu não sei o que eu quero.

Wallace: - Isso é bom ou ruim?

John: - Isso é ótimo. (beijando Wallace)

Wallace: - Vamos num Karaokê? Chama os teus amigos.

John: - Que amigos?

Wallace: - A Paris e os outros.

John: - Eles não são meus amigos.

Wallace: - Claro que são. Eu vi naquele dia. Você interage bem com eles.

John: - É. Isso é verdade. Aquela noite no hospital foi divertida.

Wallace: - Quero te mostrar meus talentos vocais.

John: - Por enquanto apenas um talento seu me interessa. (descendo até a virilha de Wallace)

Nariko decidiu ajudar sua mãe no desfile. Kasuku ficou amedrontada com a possibilidade de algo dar errado. Ela e sua equipe foram até o local do desfile e decidiram olhar a passarela. Eles mediram as entradas, e cronometraram o tempo de desfile.

Nariko: - Mãe. Acha que eu e meus amigos podemos ajudar?

Kasuku: - Bem. Acho suas amigas bonitas… será que vocês não topariam desfilar?

Nariko: - Desfilar? Mãe. Não levo jeito para a passarela. Eu não tenho o perfil de uma modelo.

Kasuku: - Filha. Você é linda. Ficaria deslumbrante na passarela. Acho que é o sonho de toda pessoa. Se sentir bonita… desfilar… muita gente morreria por isso.

Nariko: - Mãe. (abraçando a mãe) – A senhora é um gênio. (saindo)

Kasuku: - Eu sou? (parecendo confusa)

Felipe respirou fundo e decidiu ter uma conversa série com Leopold. Ele convidou o pai de Guilherme para almoçar, em um lugar que Felipe pudesse pagar claro. Então, eles decidiram ir ao McDonald's e fizeram seus pedidos. Felipe comeu menos que o normal o que preocupou Leopold.

Leopold: - Está tudo bem?

Felipe: - Sim. Estou ótimo.

Leopold: - Você está parecendo nervoso… aconteceu algo?

Felipe: - Eu vou pedir o Guilherme em casamento?

Lepold: - (se engasgando com o suco)

Felipe: - Seu Leopold?! O senhor está bem?

Leopold: (se recompondo) – Estou. Você disse que gostaria de casar com o meu filho?

Felipe: - Senhor. O Guilherme está muito debilitado, recentemente ele teve aquele ataque de pânico e disse que nunca vai casar… que vai morrer antes de se sentir realizado.

Leopold: - Mas você é muito novo e…

Felipe: - Eu sei. Eu sei disso, mas eu amo o seu filho, amo do fundo do meu coração e quero dar tudo o que ele merece. Tudo o que estiver ao meu alcance. Eu sei que sou pobre e já estive preso, mas eu o amo. E o senhor não se preocupa que eu não quero dinheiro, e nem nada disso, inclusive posso ir até um advogado e pedir para que eu não tenha direito a nada.

Leopold: - Felipe. Eu não estou duvidando da sua honestidade é que… eu…. Eu…. (saindo apressado)

Felipe: - Droga.

Leopold tinha um problema, apesar de parecer tudo bem Guilherme ter um namorado, ele ainda abominava a ideia do filho ser homossexual. Ele foi para o terraço de seu prédio e começou a chorar. Ele amava o filho, mas não aceitava a ideia dele ser gay. Leopold lembrou da primeira vez que viu Guilherme na maternidade.

LONDRES – 18 ANOS ANTES

Enfermeira: - O seu é aquele mocinho de azul.

Leopold: - Eu posso pegá-lo no colo?

Enfermeira: - Claro. Mas precisamos ser rápidos. (rindo e entrando com Leopold no berçário)

Leopold: (nervoso e emocionado)

Enfermeira: (tirando Guilherme do berço) – Agora precisa ter cuidado. (entregando Guilherme para Leopold)

Leopold: (chorando) – Meu filho. Sangue do meu sangue. (beijando Guilherme) – Eu prometo que você vai ser a criança mais feliz desse mundo. Papai pode te oferecer tudo. Eu vou errar muito também, eu não tenho muitas referências sobre ser um bom pai, mas eu prometo que vou tentar muito. Vou te ensinar tudo, e o principal, vou te ensinar a ser feliz. A viver uma vida plena. Se depender de mim… você só vai rir.

Enfermeira: - Que lindo. Ele realmente tem um bom pai.

Leopold: - Eu vou ser. Vou ser o melhor do pai do mundo.

LONDRES – ATUALMENTE

Leopold: (chorando) – Eu vou ser o melhor pai do mundo. (vento batendo no rosto de Leopold)

Nariko ficou passada quando soube que Rebecca não estava grávida. Ela pediu para Kaity ter paciência, porque tinha um plano para que o pedido de casamento de Guilherme fosse épico. Nariko reuniu todos os amigos e eles adoraram a ideia.

Paris: - Acho que devemos chamar o John.

Nariko: - Você acha? Depois de tudo o que ele fez?

Paris: - As pessoas mudam, e eu gosto dele, apesar de tudo. E vamos combinar… ele sabe que fez merda e tentou corrigir boa parte.

Kaity: - Isso é verdade. Mas será que ele vai querer participar do pedido de casamento do ex?

Dylan: - Se fosse com a Kaity eu não iria.

Wong: - Com você também. (pegando no ombro de Nariko)

Nariko: - A minha mãe adorou a ideia. E de quebra ainda vamos desfilar para a marca dela.

Wong: - Eu tenho ou não tenho a melhor sogra do mundo?

Paris: - A estreia de Paris nas passarelas.

Steve: - Eu vou adorar ajudar, mas tenho um caso muito importante sobre uma empresa que está jogando água no mar. Vou ter que viajar.

Paris: - Tudo bem amor. Eu desfilo por nós dois. (rindo)

Naquela tarde, Felipe teve uma outra conversa, mas dessa vez com Anastácia. Ele explicou novamente tudo o que havia falado para o pai de Guilherme, a mulher foi até a janela, contemplou as pessoas que passavam na rua, voltou e deu um abraço forte em Felipe.

Anastácia: - Você não tem noção do que está fazendo pelo meu filho.

Felipe: - Eu só sei que eu o amo. E se for pra perder o Guilherme… eu… eu quero faze-lo feliz. (chorando)

Anastácia: - Oh meu amor. Vem cá. Isso acaba com a gente, né? (abraçando Guilherme)

Felipe: - Eu nunca… nem nos meus maiores sonhos… imaginaria que perdi a oportunidade de passar mais tempo com o amor da minha vida. No Brasil, a gente mora na mesma cidade…. (abraçando forte Anastácia)

Anastácia: - E quando você vai propor a mão dele? E os anéis?

Felipe: - Eu já comprei os anéis. São simples, mas…

Anastácia: - Isso é um detalhe. Eu posso vê-los?

Felipe: (tirando os anéis do bolso e mostrando para Anastácia)

Anastácia: - Eu posso guardá-los para você?

Felipe: - Claro. Tava com medo de perder eles. (rindo nervoso)

Leopold: - Eu….

Felipe e Anastácia: (viram e veem Leopold muito abalado)

Leopold: - Eu lembro do dia em que eu peguei o Guilherme nos braços. (sentando no sofá) – Ele era tão pequeno. E eu prometi não fazer nada com ele… nada do que os meus pais fizeram comigo. Não teria castigo… não teria surras… nada. Eu prometi fazer o Guilherme o menino mais feliz do mundo. (colocando a mão no rosto)

Anastácia: - Mas você faz querido. (abraçando e beijando Leopold) – Você já enfrentou tantos preconceitos teus. Você abraçou o seu filho. Mesmo indo contra os padrões da sua família.

Felipe: - E o Guilherme amo o senhor. Ele sabe o quanto o senhor mudou por causa dele.

Leopold: - Mas um casamento… imagina o que as pessoas vão dizer.

Anastácia: - As pessoas já dizem. Vamos ser realistas Leopold. O Guilherme pode morrer e o sonho dele é ter isso. (pegando na mão do esposo) – Isso que você me ensinou a ter. (pegando no rosto do marido) – Você não tem noção de como você me faz feliz, eu te amaria até se você fosse o homem mais pobre do mundo.

Leopold: - Para com isso. (soltando um riso abafado) – Nem eu me amaria sendo pobre. (olhando para Felipe) – Sem ofensas.

Felipe: (fazendo cara de paisagem) – Não me ofendeu senhor.

Leopold: - Bem… será que vamos ter que chamar a minha mãe? Será que ela vai querer vir para o casamento?

Felipe: (rindo) – Podemos mandar um convite.

Leopold: - E a sua família? Eles gostariam de vir?

Felipe: - Eles podem participar via skype. A minha mãe amou o Guilherme. Ela vai aprovar essa ideia.

Leopold: - Bem. Temos um casamento para fazer.

Anastácia: - Você precisa saber qual é a ideia para o pedido. Senta aqui amor. (olhando para Felipe) – Conta para o teu sogro o que você planeja.

Felipe: (sentando e contando todo o plano)

Enquanto isso, Guilherme começava a se sentir melhor. Ele até comeu mais do que o normal. Quem ficou feliz com isso foi Celestina que viu a agonia que o jovem passou horas antes. Naquela tarde ele recebeu a visita de Nariko e Kasuku.

Guilherme: - Desculpa não ter lhe dado atenção na noite do baile dona Kasuku.

Kasuku: - Oh, tudo bem. Você é jovem e merece se divertir.

Naruko: - Guilherme, eu conversei com a mamãe e ela quer que a gente participe do desfile… na Semana de moda.

Guilherme: - Sério? E vocês vão?

Kasuku: - Todos vocês. (pegando no braço de Guilherme) – Criei uma peça exclusiva para você usar no desfile. Eu já conversei com teus médicos e eu posso te roubar por umas horinhas. (rindo)

Guilherme: - Nossa. Eu nem sei o que dizer.

Leopold: (entrando) – Apenas seja um bom menino, agradeça e aceite o convite. (cumprimentando Kasuku)

Guilherme: - Bem. Se for dessa forma eu aceito.

Naruko: - Que ótimo. Vai ser tão divertido.

Kasuku: - Então, eu vejo vocês na passarela. Filha… eu preciso ir. Eu mando minha assistente te ligar para você pegar as credenciais, ok? (pegando no ombro de Naruko.

Naruko: - Sim, mãe.

Kasuku: (pegando na mão de Guilherme) – Querido. Nos vemos em breve. (apertando a mão de Leopold) – Senhor Thompson. Sempre um prazer ver o senhor. (beijando Celestina) – Querida, beijos. Com licença. (saindo)

Leopold: - Você parece estar melhor. Tá até corado.

Celestina: - Ele comeu todo o almoço hoje.

Nariko: - Muito bem, Guilherme.

Guilherme: - Ah, pai. Acho melhor o senhor falar com os médicos. Para ver essa liberação, eu não quero criar expectativas para que na hora eu não possa ir.

Leopold: (fazendo um cumprimento militar) – Sim senhor. Com licença.

Celestina: - Vou aproveitar que a tua amiga japonesinha tá aqui e vou no banheiro. (falando em português com Guilherme) – Er… (pensando) – Minha querida… vou ao banheiro… com licença. (tentando falar em inglês, mas sem sucesso) – Com licença. (em português)

Nariko: (rindo)

Celestina: - Acho que falei com licença certo. (em português) – Voltou em 10 minutos. (saindo do quarto)

Nariko: - Ela é uma graça. Ela trabalha para vocês?

Guilherme: - Ela é minha segunda mãe. Trocou minhas fraldas e tudo mais. (rindo) – Ei, Nariko. Ainda bem que você veio. Ei. Quero te pedir um enorme favor e precisa ser segredo.

Nariko: - Claro qualquer coisa pra você.

O grande dia do desfile chegou. Guilherme, Felipe, Wong, Nariko, Kaity, Dylan, John e Paris, desfilariam para a marca de Kasuku. Eles estavam nervosos, mas felizes com a oportunidade, quer dizer, menos John.

John: - Qual o seu problema comigo?

Paris: - Oi? (se fazendo de desentendida)

John: - Para Paris. Eu não mereço a sua amizade.

Paris: - Somos amigos?

John: (bufando) – Achei uma sacanagem o que você fez. Tinha que me envolver nisso? Eu já não tô envolvido demais?

Paris: - Você não quer o bem do Guilherme?

John: (colocando a mão na cintura de um jeito bem gay) – Droga. Você sabe jogar baixo.

Paris: - E se eu te contar que o Wallace tá aí?

John: - Não. Você não… não… não… eu não acredito. (andando de um lado para o outro) – Paris… eu juro que…. Eu vou…

Kasuku: - Meninos. Vocês já podem ir para o camarim.

Paris: - Vamos meu melhor amigo.

John: - Tenho outra opção? (seguindo Paris)

O mundo glamoroso da moda estava deixando todos nervosos, principalmente Felipe que teria uma missão árdua naquela tarde. Ele foi para o provador e vestiu a roupa que Kasuku tinha feito. Ele sentiu um toque familiar em seu ombro.

Guilherme: - Oi?

Felipe: - Você… (olhando Guilherme dos pés até a cabeça) – Você está deslumbrante.

Guilherme: - Você está lindo. Agora confessa…. (abraçando o namorado)

Felipe: - Confessar o que?

Guilherme: - Que você está desfilando por minha causa…

Felipe: - Tá se achando, né? (beijando o namorado) – E sim. Estou desfilando por sua culpa. (rindo)

Guilherme: - Se quiser podemos correr daqui. (levantando a sobrancelha)

Felipe: - Não. Eu me desafiei hoje.

Guilherme: - Sério?

Felipe: - Me desafiei a atravessar a passarela sem tropeçar ou cair.

Guilherme: - Olha, então a aposta foi alta?

Felipe: - Altíssima. Você nem faz ideia de como…

Nariko: (tirando uma foto sem que os dois vissem) – Ei, vamos. A mamãe está nos chamando.

Felipe: (pegando na mão de Guilherme)

Kasuku: - Olá. Eu quero agradecer aos modelos. E também aos amigos da minha filha Nariko que toparam esse desafio. Gente. A minha linha de roupas é feita para todos, eu tenho a diversidade como a minha principal marca. Eu acho que a moda é democrática e existe espaço para tudo e todos. Os meus assistentes vão organizar todos vocês, eu quero apenas que vocês se divirtam bastante. Esperarei vocês aqui na entrada/saída. Vamos arrasar! Prometo pizza para todos.

(Todos aplaudindo)

Felipe: - Amor. Vou no banheiro. Volto em cinco minutos. (beijando Guilherme)

Guilherme: - Tá bom.

Felipe procurou desesperado por Anastácia, ele encontrou a sogra na primeira fileira do desfile. Ele pegou a caixinha com as alianças e correu para os bastidores. O desfile começou e a música começou a agitar as coisas. A primeira a subir na passarela foi Paris, a moça aproveitou seus poucos minutos de fama e arrancou palmas da plateia. Depois foram Dylan, Nariko, Kaity, Felipe, Paris e John, os outros modelos continuaram a rotação da passarela.

Kasuku: - Sua vez. (pegando no ombro de Guilherme)

Guilherme: - Tudo bem. Respira. Fica tranquilo. (Coração batendo forte, indo em direção a passarela)

A forte luz quase deixou Guilherme cedo, mas ele continuou até o fim. Quando ele chega na frente da passarela, todas as luzes se apagam e a música para. Todos que acompanhavam o desfile ficaram sem entender, inclusive Guilherme que achou que tinha desligado algum cabo de energia.

Felipe: - Peço uma salva de palmas para o Guilherme Thompson. (entrando na passarela)

(Todos aplaudindo)

Guilherme: (rindo de nervoso) – O que está acontecendo?

Felipe: - Guilherme. Eu preciso te dizer uma coisa. (chegando perto de Guilherme e pegando em sua mão) – Eu sempre fui um garoto azarado, o desastrado e que sempre se metia em confusão. Mas no dia 22 de junho do ano passado a minha vida deu uma guinada de 360 graus, e a maio parte foi por sua causa. Por você eu enfrentei um atentado terrorista, quebrei conceitos e abri meu coração para todas as possibilidades. Uma vez… eu disse algo pra você que eu me arrependi muito… você perguntou quando eu faria uma serenata para você… lembra?

Guilherme: (com os olhos vermelhos) – Lembro.

Felipe: - E o que eu te respondi?

Guilherme: - Que você não cantava ou dançava.

Felipe: - Pois é. Naquele dia eu fui um babaca… eu quero te dizer hoje…. Aqui na frente de todas essas pessoas que você é a música que existe dentro de mim. (olhando para Nariko e fazendo sinal de positivo)

Guilherme: - Você vai cantar?!

Felipe: - Guilherme, você é a minha principal inspiração. Eu te amo. Você é o homem da minha vida. E espero que você não fuja depois disso.

Felipe (nervoso e muito desafinado):

Todo mundo precisa de inspiração

Todo mundo precisa de uma música

Uma linda melodia

Quando a noite é tão longa

Porque não há garantia

De que essa vida é fácil

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Guilherme: (rindo e chorando ao mesmo tempo)

Paris: - A gente precisa ajudar ele. (puxando John)

John: - Eu estou ótimo. (rindo) - Vou ficar assistindo essa palhaçada daqui.

Paris: (puxando John) - Veeeem! Eu sei que você sabe essa música. (pedindo dois microfones dos operadores de som)

============

Yeah

Felipe, Paris e John:

Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

Corrigir

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

============

Leopold: - Esse é o John cantando?

Anastácia: - É sim. Olha... (apontando para a passarela) - Ele e a Paris ajudando o Felipe.

Wallace: (sorrindo) - Nossa.

Felipe: - Essa é a razão porque eu não canto. Sou muito desafinado, mas uma coisa eu posso fazer. (pegando na mão de Guilherme e dançando com ele)

============

John e Paris:

Quando eu olho para você

Eu vejo perdão

Eu vejo a verdade

Você me ama por quem eu sou

Como as estrelas abraçam a lua

Bem ali onde elas devem estar

E eu sei que não estou sozinha

============

Guilherme lembrou de todos os momentos que passou ao lado de Felipe. A explosão no aeroporto, as brigas, as risadas. Ele se sentiu amado naquele momento e aproveitou cada minuto.

Felipe: (falando no microfone) - Agora. Eu quero te fazer uma pergunta Guilherme.

Paris e John: (parando de cantar)

Felipe: - Guilherme Thompson. Eu quero te perguntar na frente de todas essas pessoas, principalmente daqueles que nos amam. (respirando fundo e ficando de joelho)

Guilherme: (chorando) - Oh, Deus.

Felipe: - Guilherme. (Tirando as alianças do bolso e vendo que elas foram melhoradas, foram feitos detalhes com os nomes dos dois, cortesia de Anastácia) - Você aceita casar comigo?

Guilherme: (ofegante) - É... é... eu não sei... eu sempre sonhei em casar, principalmente depois que te conheci, mas e os meus pais... e....

Leopold: (gritando) - Aceita filho!

Anastácia: - Isso filhote. Aceita.

Celestina: - Aceita Guilherme... senão eu aceito!

Kaity, Dylan, Wong, Paris e Nariko: - Aceita, aceita, aceita!

Paris: (batendo em John)

John: (virando os olhos, respirando fundo e falando no microfone) - Guilherme. Aceita. Dentre todas as pessoas que estão aqui essa noite, acho que eu... bem... eu era o último que gostaria de ver uma resposta positiva, mas eu aprendi muito com o Felipe. Ele me mostrou que para ser homem de verdade é necessário enfrentar os problemas de frente e sem medo de ser feliz. Eu sei que eu errei bastante, com vocês dois, eu fui um completo idiota. Mas eu consigo ver o amor nos olhos do Felipe, amor por você. Eu também acho que estou descobrindo outras possibilidades e quero seguir a minha vida. (olhando para Wallace) - Eu só quero que você seja feliz, então vamos poupar tempo e suspense e apenas aceita o pedido do rapaz. (fazendo uma careta engraçada)

Guilherme: (chorando) - Isso tá mesmo acontecendo? Não é uma alucinação da minha cabeça?

Felipe: (beliscando Guilherme de leve) - Não. Só basta você deixar eu colocar esse anel no seu dedo. (pegando o microfone no chão e falando) - E então Guilherme? As pessoas estão ansiosas... você aceita ou não ser meu esposo?

Guilherme: - Aceito! Aceito sim. (se ajoelhando e beijando Felipe) - Te amo.

Felipe: (colocando o anel em Guilherme) - Você é o amor da minha vida.

Paris: - Solta o som DJ!!!!

===========

Paris: Yeah

Paris e John:

Quando o meu mundo está desmoronando

Quando não há nenhuma luz para quebrar a escuridão

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Quando as ondas inundam a costa

Corrigir

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Você aparece como um sonho para mim

Como as cores de um caleidoscópio

Que provam para mim

Que tudo de que preciso

Cada suspiro que eu dou

Você não sabe

Que você é maravilhoso

==========

John: (olha para Wallace enquanto canta)

Wallace: (piscando e sorrindo)

Felipe: (dançando coladinho com Guilherme) - Então? Gostou?

Guilherme: - Gostei. Você é perfeito. Te amo. (beijando Felipe) - E como você conseguiu convencer o meu pai?

Felipe: - Ele só quer a tua alegria. Assim como todos nós.

Guilherme: - Obrigado.

=========

Paris e John:

eah yeah

Quando as ondas inundam a costa

E não consigo mais encontrar o meu caminho para casa

É aí quando eu

Eu... eu olho para você

Eu olho para você

Yeah yeah

OH oh

Você aparece como um sonho para mim

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Depois do pedido, Guilherme e Felipe voltaram para o hospital, afinal depois de toda a agitação, o rapaz merecia um descanso. E ele também não estava se sentido tão bem. As coisas podem ser engraçadas, né? Assim como Felipe se sentia sortudo por ter Guilherme, o sentimento era o mesmo vindo do filho de Leopold. Sim. A vida pode ser maravilhosa e nos dá presentes que seremos gratos pelo resto da vida, mas sempre existe aquele momento em que toda a alegria se transforma em tristeza e não vemos outra solução para o problema.

Guilherme: (acordando, vendo Felipe dormir ao seu lado e sorri) - Quero fazer xixi. (levantando e indo até o banheiro) - Que frio. (urinando e coçando a cabeça, vários tufos de cabelo de Guilherme caem no chão) - Mas o que é isso? (olhando no espelho e gritando)

Felipe: (acorda assutado e vai até o banheiro) - O que foi?

Guilherme: (Ajoelhado no chão) - Olha... meu cabelo.

Felipe: (olha a cabeça de Guilherme e percebe que o cabelo está caindo de forma fácil) - Oh, meu amor. (abraçando Guilherme)

Guilherme: (chorando) - Eu não quero... não quero...

Felipe: (abraçando Guilherme forte) - Vai tudo ficar bem. Vai tudo ficar bem.

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Comentários

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ESPETACULAR. SEM MAIS COMENTÁRIOS. BOM VER AS ATITUDES DE JOHN SE MODIFICANDO. ISSO QUEM FEZ FOI O AMOR. ABRINDO NOVAS POSSIBILIDADES. SEMPRE O AMOR. NADA MAIS QUE O AMOR.

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