Pai, homem, carrasco, amor - pt 1 de 17

Um conto erótico de Hubrow
Categoria: Homossexual
Contém 3563 palavras
Data: 27/05/2017 23:40:46
Última revisão: 10/06/2017 11:19:41

Desci na rodoviária. Parei ao lado do ônibus, no chão de paralelepípedos, como se tomasse fôlego. Acomodei a mochila nas costas e olhei em volta, reconhecendo o local que tinha visto de novo apenas quando do enterro de minha mãe. Eu não imaginara que tão cedo estaria de volta. Havia saído de lá dois anos e meio antes, para estudar numa universidade pública, na capital. Só retornara uma vez, há seis meses, justamente por causa da morte de mamãe. Agora, contra todos os meus planos, eu regressava para passar os quase três meses de férias. E, quem diria, decidira isso para estar com meu pai.

Eu e ele nunca fomos próximos, apesar de todo o esforço que fiz durante a infância e a adolescência. E eu havia desistido. Naqueles mais de dois anos que estava fora, só havia estado com minha mãe três vezes, e mesmo assim porque ela fora me visitar. Para mim, voltar a ver meu pai era um misto de mágoa e de medo de mim mesmo. E, por isso, quando pus o pé no mundo decidi esquecê-lo. Jamais voltaria à minha cidade natal, de onde sabia que ele nunca sairia. Abri uma exceção, claro, por conta da despedida de mamãe. E, quando parti daquela segunda vez, olhei do ônibus para as ruas que ficavam pra trás exatamente como da primeira vez: como algo que ficaria eternamente para trás.

Mas as notícias transmitidas por minha tia amoleceram meu coração e, verdade seja dita, fizeram reviver aqueles sentimentos que eu tanto reprimia e as esperanças de que, quem sabe agora, unidos pela dor, ele se aproximasse de mim. Papai caíra numa profunda tristeza, dissera Tia Amélia. Não tinha vontade de mais nada; parecia conformado de que sua vida chegara ao fim. E tinha apenas 42 anos.

O celular tocou e era ele. Avisava que chegaria mais tarde do trabalho e me dizia onde havia uma cópia escondida da chave – na varanda, sob um dos vasinhos de plantas, um que era pintado de lilás. Por mais absurdo que fosse, eu ainda mantinha a antiga no chaveiro, mesmo depois de saber, quando estivera aqui seis meses antes, que eles tiveram de mudar a fechadura por conta de um defeito.

Embora não tivesse previsto aquilo, o cenário que encontrei não me surpreendeu: a casa estava empoeirada e em completa desordem. Acho que havia roupas usadas em todos os cômodos. Na cozinha, a pia repleta de louça suja. No quarto do casal, a roupa de cama visivelmente precisava ter sido trocada há um bom tempo. O quintal estava uma zona; boa parte das plantas quase seca.

Fui para o quarto que outrora fora meu. Pus um short, uma camiseta e chinelos de dedo. Arrumei no armário a pouca roupa que havia levado e pus mãos à obra. A limpeza de verdade eu deixaria para o dia seguinte, mas ao menos daria uma organizada nas coisas para quando ele chegasse. Depois de tudo feito, arrisquei ir até a padaria da esquina para, correndo contra o relógio, preparar um lanche e recebê-lo com a mesa posta.

Ele chegou, me deu um abraço gentil mas sem maior entusiasmo e disse que tomaria um banho antes de comermos – o que acabaria por fazer parte de nossa rotina. Embora fosse conhecido como um sujeito falante, geralmente se destacando quando estava com os amigos, ele sempre foi reservado em casa; creio que especialmente comigo, com quem nunca se identificou. Parecia mesmo não reconhecer-me como filho. Mas jamais pôs em dúvida a honestidade de minha mãe. E, também, certa semelhança de nossas feições – embora tivéssemos tipos físicos muito diferentes – ajudava a não negar minha origem.

Desde cedo eu me habituara aos comentários dele do tipo “não sei a quem esse menino saiu” ou “é difícil acreditar que esse merdinha seja meu filho”. Sim, isso mesmo. Acho que ele usava o diminutivo pra dar uma amaciada, mas esse termo eu ouvi muitas vezes: um merdinha. Eu era o merdinha a quem ele não se constrangia em deixar claro que não reconhecia como seu filho.

Era evidente o carinho de meu pai pela minha mãe, mas ele sempre foi um bronco. Não burro, mas bruto, com gestos pesados, poucas papas na língua, um tom autoritário na voz e constantemente com ar desconfiado. Tinha um corpo grande, nem magro nem gordo, mas forte. Era mais alto do que eu, mas não era um homem especialmente alto. Tinha os cabelos muito cheios, de um castanho muito escuro, tal como o bigode e os pelos no peito, que não eram em quantidade exagerada mas sensualmente chamavam a atenção – até porque não raro deixava a camisa entreaberta.

Meu pai tinha uma origem humilde e não fazia a menor questão de escondê-la. Ao contrário, parecia fazer questão de expressá-la em seu comportamento, embora, curiosamente, falasse de modo até correto e articulado. Havia subido na vida – tinha uma pequena empreiteira, o que significava que era um mestre de obras turbinado –, mas, como ele mesmo dizia, “cagava pra quem me quer cheirosinho”. O bizarro disso é que, na verdade, ele não abria mão de um perfume depois do banho. Eram colônias suaves, mas sempre presentes. O cheiro de papai era uma das lembranças mais fortes da minha vida em família: ou ele estava perfumado ou, ao fim do dia, exalava aquele odor gostoso de suor, que fazia com que a casa fosse tomada por sua virilidade.

Como com boa parte dos garotos, eu me mirava no meu pai; queria ser igual a ele quando crescesse. E, à medida que o tempo foi passando, fui me convencendo do quanto isso era impossível – como ele mesmo deixava claro. Fora a ligeira semelhança no rosto, fisicamente éramos completamente diferentes: de criança franzina, eu passei a um homem magro, com uma musculatura quase imperceptível e uma aparência visivelmente frágil. Meus modos também eram mais contidos, suaves até, embora nada femininos. E meus gostos, meus interesses, meu modo de ver as coisas, estavam no extremo oposto aos dele: eu gostava de artes, de ficar em casa em vez de soltar pipa, de ler, de ajudar minha mãe. “Esse menino está ficando um viadinho”, ele dissera uma vez à mamãe, sem o menor pudor pela minha presença. Outras vezes, disse coisas parecidas. Não me maltratava, mas era óbvio que me negava como herdeiro: enfatizava a ausência de afinidades, mantinha distância de mim e não acompanhava em nada minha vida, meu desenvolvimento.

Apesar disso tudo, eu não desistia. Até pouco tempo antes de decidir que aproveitaria a época da entrada na faculdade como pretexto para sair de casa, eu vivia como um cachorrinho abanando o rabo para ele. Era o meu herói, apesar de sermos tão diferentes. Eu não queria ser bronco como ele, mas admirava esse lado: demonstrava segurança, firmeza, decisão. Em vez da minha timidez, ele esbanjava popularidade: era sempre muito esperado nas festas, comandava as conversas nas mesas de bar, sacaneava todo mundo e era querido por suas brincadeiras. E, além do mais, era um vencedor: um sujeito que começara como peão, sem qualquer qualificação profissional, e que antes dos quarenta anos tinha casa própria, era seu próprio patrão, garantia uma mesa farta para a família e uma educação que ele mesmo nem sonhara ter para o filho. Mesmo sendo tão diferente de mim, eu o admirava – e, na verdade, admirava mais do que devia.

Na adolescência, aquela sua indiferença foi aos poucos se tornando conflito. Sua decepção com o filho que havia gerado se tornou ainda mais patente, e ele passou a insistentemente cobrar de mim tudo o que eu era incapaz de ser. Volta e meia me ridicularizava, inclusive na frente de terceiros, e não escondia seu desdém nos menores detalhes. Isso não foi fazendo com que eu o odiasse, ao contrário: parecia que cada vez mais eu precisasse demonstrar a ele que eu era digno do seu amor, mesmo sem poder ser como ele queria que eu fosse.

Mas, já aos 17 anos, até inconscientemente, percebi que a única forma de preservar um pouco de autoestima seria me distanciar. Aquela admiração, aquele amor todo que eu tinha por ele, aquilo tinha que sair do meu dia-a-dia – mesmo que, a contragosto, eu mantivesse escondido no meu coração. E foi por isso que batalhei como um louco para conseguir uma vaga na universidade e, assim, ter de mudar de cidade.

Minha mãe lamentou muito, mas compreendeu; meu pai não deu muita bola. E ainda comentou: “toma cuidado, hein, rapaz, porque essa história de faculdade de letras só tem viado; do jeito que você é, se não prestar atenção vai acabar virando a mão também”. Eu apenas sorri, sem saber o que responder àquela reação, quando dei a notícia que tinha conquistado algo tão difícil como aquela vaga.

Nosso primeiro lanche, naquela noite da minha chegada, foi uma prévia do que seria nossa convivência nos dias seguintes: ele foi cortês, mostrava-se agradecido, mas falava pouco, me olhava pouco. Distante como sempre fora, mas agora com uma ponta de tristeza o tempo todo estampada no rosto. Como dissera a tia, a perda da minha mãe parecia ser algo intransponível para ele. Mas eu estava disposto a fazê-lo superar, por mais difícil que fosse. E eu já sabia que seria, ainda mais para mim.

Eu acordava cedo, antes dele, para preparar seu café da manhã, tal como minha mãe fazia. À noite, ele via um pouco de televisão e depois se recolhia ao quarto, sem muita conversa, mas também sem cara feia. A luz até era apagada, mas eu via a brasa dos cigarros pela fresta da porta ou pela vidraça da janela que dava para o quintal. Tinha vontade de pedir para entrar, tentar conversar com ele, talvez consolá-lo quando ele se emocionasse. Mas não via espaço para isso. As noitadas no bar com os amigos, os jogos de futebol, a afobação excitada antes de sair para o trabalho, as reclamações charmosas para a minha mãe sobre falta de sal na comida, nada disso havia mais: papai transformara-se num sujeito introspectivo que apenas acordava, ia trabalhar e voltava para se martirizar em silêncio. E no dia seguinte a mesma coisa, e no outro igual.

Até que numa destas noites, eu mais uma vez angustiado com sua solidão no quarto, ouvi ele soluçar forte. Empurrei com cuidado a porta entreaberta e o vi na cama encolhido, quase em posição fetal, chorando baixinho. Ele estava de costas pra mim. Dei a volta e sentei-me na cama. Apesar de receoso, pousei minha mão em seu ombro. Ele não foi receptivo, mas também não a afastou.

- Não faz assim, pai. Você não está sozinho – eu disse.

Seu choro ficou um pouco mais forte e eu timidamente acariciei seu cabelo. Eu nunca havia visto meu pai tão vulnerável, e nunca imaginara que pudesse vê-lo assim. Ele não disse nada; apenas puxou meu braço e eu correspondi, abraçando-o. Aos poucos, fui me acomodando, deitando ao seu lado.

Ele não me repudiou. Ao contrário: aproximou-se mais, esticando o corpo, e me envolveu, abraçando-me. Eu correspondi e me emocionei. Nossos rostos estavam próximos e chorávamos juntos, muito baixinho, conectados como ele nunca permitira que ficássemos.

- Meu filho... Se você soubesse, garoto, se você soubesse como é difícil; é difícil...- murmurou.

Não continuou, mas manteve-se junto a mim e suas mãos arriscavam um carinho em minhas costas. “Meu filho...”, ele repetia volta e meia, entre soluços e silêncios de respiração forte. “Meu filho”, disse mais uma vez, enquanto levava a mão até minha nuca, percorria meu rosto como se me tateasse naquela meia-luz, afagava meu cabelo, contornava minha orelha.

Eu me reacomodei, constrangido ao notar que rapidamente eu armara uma ereção – uma armadilha com a qual tenho que conviver, porque elas me ocorrem muito facilmente. Temi que ele pudesse perceber, mas foi pior: minha movimentação pareceu surpreendê-lo e ele também tentou se reacomodar, e nisso certamente sentiu o volume do meu pau. Imediatamente, tentou afastar-se do contato, mas, com isso, encostou mais ainda em mim. E, para meu espanto, dessa vez fui eu quem notou seu volume rijo.

Eu não me afastei – não por qualquer malícia, mas porque aquilo me deixou completamente sem ação. Mas ele também não afastou. Continuei sem saber o que fazer, e ao mesmo tempo um monte de coisas se embaralharam na minha cabeça – inclusive a visão de seu volume, ainda que flácido, que tantas vezes me impressionara quando morávamos juntos.

Creio que papai nunca se mostrou pelado na minha frente e, por não vivermos numa cidade litorânea, eu também não o via de sunga. Mas várias vezes o pegara de cueca – o que não era, também, motivo de nenhum constrangimento. E eu, ainda garoto e vendo-o como o meu herói, admirava o que ele parecia ter entre as pernas, apostando que um dia eu teria algo assim também.

A curiosidade me fez várias vezes espiá-lo dormindo, pela fresta da porta encostada, pois ele gostava de deitar nu. Por isso era tão comum vê-lo de cueca: era a forma de ele se recompor para sair do quarto. Isto era algo normal na casa, visto que a única mulher era a minha mãe, ou seja, a mulher dele. Não havia razão para um pudor besta. Em contraposição, jamais vi minha mãe com roupas de baixo. Eu, apesar disso, era muito pudico na exposição do meu corpo. Até hoje, não ando sem camisa.

Foi na adolescência que esta curiosidade começou a tomar contornos que me fez ter vergonha. O volume, agora, não era mais motivo de curiosidade do garoto que admirava o pai, mas começou a tomar a forma de desejo. Eu queria saber se ele tinha tudo tão farto quanto parecia, qual dimensão que tomaria quando ereto, se tinha mesmo muitos pelos ou não, qual seu cheiro, sua temperatura, a textura. Eu o via de cueca e, à medida que minha sexualidade aflorava mais conscientemente, me via a contragosto forçado a desviar o olhar do meu ponto de cobiça e volta e meia enfrentar uma ereção disfarçada. Passei a me sentir culpado por aquela atração. Temia que ele notasse alguma coisa. Parei também de olhar pela fresta da porta, porque agora me sentia sujo ao fazer isso. Não era mais o que achava ser uma simples curiosidade de garoto. Era tesão, embora eu ainda não compreendesse ainda tão bem o que significava isso.

E, nesta noite, ambos na cama, aquele volume estava tão próximo: apenas um tecido fino separava aquele cacete pulsante da minha coxa. Era macio, embora em ereção. Suculento. Quente.

Eu queria me afastar, mas não podia. Se o fizesse, revelaria o óbvio: que eu o estava sentindo contra mim, e que portanto sabia que ele estava de pau duro e que não haveria outra razão para isso se não eu mesmo. Afastar-me significaria desmascarar sua excitação.

Ele não apenas não tirou o cacete do contato com minha coxa como o pressionou mais um pouco. Suas mãos voltaram a acariciar meu rosto, meus cabelos. Eu estava ligeiramente trêmulo. Não tinha como ele não perceber isso, mas pareceu não dar importância. Posicionou o rosto para que ficasse mais frente ao meu, e eu instintivamente correspondi. Nossas bocas se aproximaram mais e mais, até que sua língua penetrou meus lábios e seu braço envolveu minha cintura, chamando-me para si.

Foi um beijo longo, calmo, mas muito molhado e sedutor. Nenhum homem me havia beijado daquela maneira. Quando ele partiu para meu pescoço, eu arfava sem poder esconder. Suas mãos agora estavam sob minha camiseta, sua pélvis tentando acomodar-se sobre mim, o caralho duro me roçando. Papai me procurava com ardor, enchendo-me de beijos e lambidas, e logo ele me tirava o short, emudecendo-me a boca com sua língua e mantendo meu corpo sob controle com suas carícias. “Tua pele...”, ele murmurou, entre beijos, e logo estava sobre meu corpo agora nu; sua cueca apenas com o elástico abaixado para dar liberdade ao caralho duro e aos culhões.

Ele pressionou o cacete entre minhas pernas, já levantadas, à procura de meu cu, até que o alcançou. Eu me assustei, não só pelo que estava à beira de acontecer, mas também pelo medo da dor que poderia vir a sentir, pelo tamanho dele e pela ausência de lubrificação. Por reflexo, desviei a boca de seu beijo e molhei a mão. Lubrifiquei o cuzinho e, antes de me tomar num novo beijo, ouvi um sorriso baixo dele, como de aprovação. Nunca havíamos comungado tanta identificação: não falávamos, mas nossos corpos, nossos movimentos, nossos fluídos se comunicavam uns com os outros como nunca havíamos conseguido.

A penetração não foi violenta, mas senti a dor das minhas bordas sendo empurradas pelo diâmetro do membro dele. Encheu de beijinhos meu rosto contrito, sem interromper a invasão. Entrava em mim vagarosamente, silenciosamente, enquanto meu corpo era forçado a se esgarçar para recebê-lo. Só parou quando chegou ao fim: o caralho inteiro, até o talo. Ficou imóvel. Sua respiração mostrava o quanto estava se esforçando para me dar tempo para habituar-se a ele.

Quando a dor suavizou, relaxei o corpo, mostrando que o caminho estava livre. Então, iniciou o movimento, num ritmo lento. Aos poucos, aquilo foi se tornando mais forte, cada vez mais forte e pesado, mais forte e mais acelerado, mais forte e inevitável. Ele possuía meu cu da mesma forma que meu corpo inteiro: sem reservas, sem hesitações, como se fosse dele e sempre fora dele. Eu queria, mas não conseguia abafar meus gemidos, esconder meu prazer. Estava sendo fudido como raras vezes havia sido, talvez como nunca mesmo fora sido, certamente como sempre quis ter sido. Era como se finalmente meu corpo encontrasse seu destino.

A pressão de seu cacete dentro de mim foi tão forte quando ele gozou que eu me imaginei transpassado por aquela lança. Foi um gozo longo, que pareceu me inundar. Quando terminou, quedou o corpo sobre mim e, após diminuir um pouco o ritmo da respiração, caiu para o lado.

Ficamos ambos deitados, de barriga para cima, por um bom tempo. Eu estava extasiado e ao mesmo tempo perplexo. Virou o corpo em minha direção e encostou a cabeça em meu braço, sem no entanto apoiar-se nele. Em dois minutos, ouvi ele ressonar. Dormia.

Eu tinha acabado de ser comido pelo meu pai. Minha cabeça estava a mil. Não sabia se me envergonhava, se comemorava, se sentia carinho ou medo dele; se eu era culpado ou vítima, se éramos pai e filho ou amantes que finalmente se encontravam. Abri a porta do banheiro com as pernas bambas e só acendi a luz após fechar a porta cuidadosamente, para não atrapalhar seu descanso. Ía sentar no vaso sanitário para expelir o esperma – eu só havia sido inseminado uma vez antes –, mas desisti quando começava a me abaixar: não, eu ficaria com o produto do prazer do papai dentro de mim; ele só sairia quando isso fosse inevitável.

Tomei o segundo banho da noite e aproveitei para tirar a prova se eu o teria sujado. Tudo pareceu bem, mas me surpreendi com o estado do meu cuzinho: estava impressionantemente dilatado, a ponto de, sem usar sequer sabão, eu conseguir penetrar dois dedos com plena facilidade. Com um pouco mais de esforço, entraram três. As bordinhas estavam inchadas, cansadas.

Usei a toalha dele para me secar e voltei para a cama. Demorei um pouco a adormecer, sentindo o calor do corpo ao meu lado. Queria despertar antes dele, para preparar o café e, desta vez, trazê-lo na cama, para agradá-lo vivamente. Mas não queria sair do seu lado, e arrisquei perder a hora, por meu despertador estar em meu quarto. Adormeci.

Acordei assustado, sentindo seu membro novamente entrar, me arregaçando sem cuidado. Eu estava de bruços e, quando percebi que emitiria um grito, mordi o travesseiro. Ele metia em mim quase com violência, e nesse momento agradeci por não ter tirado sua porra: ela estava servindo como lubrificante.

Eu estava dolorido, mas estava também tão dilatado que o choque inicial durou pouco e o cacete fazia seu trabalho sem dificuldade. Ele rosnava na minha nuca e eu sentia seu bafo quente. Papai se aliviava novamente em mim e, apesar de seu modo agora violento, isso me deixou feliz. Pelo menos naquela noite, graças a mim, ele voltava à vida.

Seu furor em me sodomizar era tão forte que, por momentos, eu realmente senti medo. Ele parecia um animal, agora sem os cuidados e os carinhos de algumas horas antes. Era plena madrugada, e ele metia sem dó em mim, como se eu fosse um corpo inanimado, apenas um buraco macio em meio a uma bunda. A porra da foda anterior escorria. Até que ele pôs uma nova carga, apertando meu rosto com as mãos grandes espalmadas, como que fora de si.

Não demorou muito e levantou-se. A luz do banheiro acendeu e, após um longo silêncio, ouvi o jato de sua urina batendo forte contra a água do vaso sanitário. Depois que cessou, ele demorou ainda um tempo para retornar à cama. Deitou-se ao meu lado, novamente de barriga para cima. Permaneci imóvel, à espera do que iria acontecer. Então, ele se virou contra mim e, sem me dar qualquer opção, agarrou-se ao meu corpo, puxando-me para si. Dormiu logo em seguida.

Acordei novamente assustado, mas agora pelo medo de ter perdido a hora. O relógio mostrou-me que não: ainda era cedo para ele se levantar. Mas ele não estava mais lá.

[continua]

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 30 estrelas.
Incentive hubrow a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Minha nova novela. Tô apreciando cada capitulo dessa história instigante. Parabéns pela criatividade!

0 0
Foto de perfil genérica

Oi. Eu vi que você comentou um conto meu. Tinha até esquecido de contos eróticos. Vou voltar a ler e escrever alguns. Você escreve bem by the way. Obrigado e abraços!

0 0
Foto de perfil genérica

Perfeito! Perfeito! Perfeito! Mil vezes PERFEITO! Parabéns! Devorei sua história! Virei FÃ! Abraços!

0 0
Foto de perfil genérica

Que delicia de narrativa, me sentir literalmente na pele do passivo que sinistro, correndo ir ler o restante.

0 0
Foto de perfil genérica

Excelente escrita! Narrativa, andamento... Ganhou mais um fã. 10000 pra você.

0 0
Foto de perfil genérica

Estou simplesmente impressionado com a intensidade da sua narrativa. Sinceramente, vou te favoritar e acompanhar esta série. Parabéns!

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Muito bom! Só sabe o prazer de ser comido pelo nosso pai, quem ja fez.

0 0

Listas em que este conto está presente