TLK - Distopia IV

Um conto erótico de Bryan
Categoria: Homossexual
Contém 1164 palavras
Data: 30/08/2017 20:54:44

Por alguns segundos eu fiquei atônico, observando o outro soldado aproximando-se a passos largos com os punhos cerrados. Seu olhar castanho escuro banhara-se num preto escarlate, instantaneamente me arrependi de ter transado com ele. Não queria que Aaron descobrisse isso, ainda mais porque se arrependera. Jurava ali, no calor da briga que se erguia no salão, que jamais se deitaria com aquele soldado sem nome.

Não houve tempo de conversas ou explicações, quando o soldado que eu chupei estava a uma braçada de Aaron, seus punhos já estavam no ar, voando em direção ao loiro. Aaron desviou-se e, num rápido esquivo para a direita, salvou-se do primeiro soco. Mas a outra mão do soldado-sem-nome já vinha no ar, acertando o canto direito do lábio de Aaron. Assustado, recuei. As outras pessoas que tomavam o chá da tarde no salão do navio já tinham fugido, Aaron recuperou-se rapidamente do soco e, enfurecido, começara a golpear o soldado-sem-nome com o triplo de habilidade. Em um minuto, seu agressor estava ferido, cambaleante para trás. Finalmente outras pessoas chegaram para separar os dois.

Dr. Slomman amparava o desfalecido soldado-sem-nome enquanto um terceiro soldado segurava com força, Aaron. Meu coração estava acelerado, um filete de sangue escorria do lábio de Aaron, do único soco que ganhara.

–Aaron– Falei dois tons mais alto que numa conversa normal, ele virou-se para mim– Deixe-me ajuda-lo com um curativo.

Aaron concordou com um aceno de cabeça enquanto desvencilhava-se com brutalidade do terceiro soldado que o segurava. O soldado-sem-nome olhava de longe, seu olhar estava dez vezes mais furioso. Com um movimento de lábio quase imperceptível ele me direcionou um “Little Bitch”. Voltei a acompanhar Aaron para a ala hospitalar.

–Por que Brad estava irritado?– Ele perguntou para mim enquanto uma enfermeira limpava seu lábio. Me perguntei como contaria a verdade para ele. Não sabia porque, mas me sentia num jogo. E num jogo, sempre precisamos de aliados.

Suspirei fundo, preparando-me para contar tudo. Expliquei como conheci o soldado-sem-nome, que agora descobri se chamar Brad e contei como sua súbita explosão me fez temer que ele me machucasse, caso não descesse para o quarto como ele dissera. Apenas não confidenciei que o motivo da explosão dele fora eu ter citado o nome de Tess Lirian Kathreen.

–Você dormiu com ele?– A voz de Aaron não era acusatória, nem o olhar que me lançava, mas a pergunta em si fazia eu me sentir culpado. Concordei com um menear de cabeça.

–Me arrependi– Me justifiquei com uma voz baixa– Não entendo porque soldados americanos estão num cruzeiro em águas brasileiras. E se me perguntar, não transaria com ele novamente. Nunca mais vou repetir isso.

–Não tenho certeza que ele aceitará tão fácil– Notou Aaron, um bandaid era colocado no ferimento. Ele arfou o peito– Enfim, tente não irritá-lo. Não por enquanto.

Concordei com a cabeça.

A tarde passara voando depois do incidente no salão. Fiquei todo o tempo na minha cabine, não me atrevia a sair e correr o risco de me encontrar com Brad, por mais que o navio fosse gigante. Adormeci nos últimos raios de sol e acordei apenas com uma das pouquíssimas camareiras que eu vira no navio, batendo na porta.

Receoso, demorei para abrir. Quando vi que era uma simples camareira e não um soldado infernal, suspirei aliviado.

–Sr. Scardino– Ela sorriu afável– Em poucos minutos começará o jantar no qual fora convidado. Esteja pronto em meia hora, algum soldado virá acompanha-lo.

–Onde tem um banheiro para tomar banho?– Achei incomum eu estar numa cabine sem banheiro. Talvez fosse normal em outros cruzeiros, não sei.

–No final do corredor.

Com um aceno me despedi. Voltei para o quarto, separei o único terno que tinha levado para o cruzeiro. Nunca imaginei que o usaria numa viagem totalmente de férias. Fui para um dos vários banheiros no final do corredor, todos eram exclusivamente para tomar banho, contavam com toalhas, banheiras, um chuveiro separado e produtos de marca. Tomei um banho rápido no chuveiro, me sequei na toalha branca e fui para minha cabine enrolado num roupão também branco.

Tive quinze minutos para me vestir. No final, estava totalmente caracterizado para o atemporal navio, como se eu fizesse parte dos vintages móveis e salões. Alguém bateu na porta, olhei para o relógio em cima da escrivaninha, haviam passado trinta minutos em ponto. Atendi a porta, do outro lado estava Brad.

–Ora, ora– Ele sorriu perverso– Vamos?

Pisquei três vezes, tinha medo de dar um passo em direção ao soldado e ser machucado. Respirei fraco e sorri torto.

–Claro.

Sai da cabine, Brad fechou a porta atrás de mim. Nesse meio tempo aproveitei para me distanciar dois passos dele. Ainda assim, conseguia sentir ele andando logo atrás de mim, conseguia até mesmo ouvir sua respiração em meio as risadas vindo de uma cabine. Ao nos aproximarmos das escadas, Brad aproximou-se até chegar com o rosto no meu ouvido.

–Não imagina o quão surpreso fiquei ao saber que participaria do jantar entre os alto-comandos e os cientistas.

Inclinei a cabeça para trás, como se não tivesse ouvido direito. Brad me fitava num misto de calma e raiva. Ele era como um tubarão esfomeado que eu não sabia quando atacaria. Enquanto isso, apenas era circulado pelo predador.

–Também não imaginei que depois de toda a porra que te dei, já estaria dando em outro. Ainda mais no filha da puta do Aaron.

Meus passos aceleraram-se escada acima. Pela voz de Brad, aquele era o clímax da conversa. O soldado também aumentou os passos, ambos corríamos para o segundo andar e do segundo para o primeiro. Nas escadas entre o segundo e primeiro andar, Brad me segurou, derrubando-me nas escadas. Levantei apressado, mas meus braços já estavam presos nas enormes mãos do soldado.

–Putinha, onde pensa que vai?– Ele murmurou no meu ouvido, lembrando-me do movimento dos lábios dele quando eu saia do salão-refeitório com Aaron.

Little Bitch, where you think are you going?

Subimos o resto do lance de escadas, até sairmos no primeiro andar. Caminhei quase arrastado até a popa, a parte traseira do navio. O casal que estava ali, observando o mar por onde tínhamos passados, foram expulsas por Brad. Ele virou-se para mim.

–Estou apaixonado por você. Não posso me imaginar longe de você. Tudo é maior que nós... Por favor... Diga que também sente algo por mim.

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Haha obrigado pelos comentários. Fiquei muito surpreso com vcs não gostarem do protagonista, eu nunca tinha parado para julgá-lo, mas ele é muito prepotente mesmo. Fingir sentir-se superior aos outros foi a forma que ele encontrou de diminuir os outros ao seu redor, e consequentemente, diminuir a importância das suas opiniões. Apesar dessa aparência que ele expressa para tentar se isolar de todos, ele guarda por dentro uma pessoa muito frágil e machucada. Ele não tem nada e nem ninguém exceto sua própria mente. Mas enfim, sou suspeito para tentar defendê-lo haha escritores são apegados a seus personagens como filhos.

Espero que gostem,

Com amor, B.

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Comentários

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Pessoa que não se valoriza merece levar pé na bunda.

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É LITLE BITCH, VC ESTÁ ENCRENCADO DESSA VEZ. NA SUA ARROGÂNCIA TODA ALGUÉM VAI FAZER VC DESCER DO SALTO.

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Desde quando um boquete é transar e dormir junto? Ele quer ser tão superior mas, só é um merdinha joguete nas mãos dos outros.

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