Os primos do interior. XI

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 2068 palavras
Data: 04/08/2017 14:27:51
Última revisão: 04/08/2017 15:00:20

Assim que Diogo passou pela porta, Mateus ordenou que João a trancasse.

- na chave? - perguntou João confuso.

Mateus confirmou com a cabeça.

João obedeceu o primo, e trancou a fechadura da porta.

- agora deita aqui do meu lado. - pediu, Mateus.

João sentiu o corpo todo tremer e a respiração parar. O menino ficou parado na frente da porta.

- vem. - insistiu, Mateus.

- Não. - disse João reforçando a negativa com a cabeça. - eu preciso tomar um banho e comer alguma coisa.

- daqui a pouco ocê faz isso, agora deita um pouco aqui.

João sentia-se cada vez mais tentado com o convite do primo, no entanto continuou recusando.

- não! - disse, firme, o garoto. - vou descer pra comer. Você quer que eu traga alguma coisa pra você?

- eu só quero que ocê deite aqui. - insistiu, Mateus.

- eu não vou deitar, Mateus. Não vou mais uma vez correr esse risco de você fazer algo comigo, e depois se arrepender.

- e quem disse que eu vou me arrepender?

- mesmo assim eu prefiro evitar. - A vontade de deitar ao lado do primo era enorme. Mas João temia que fosse apenas um brinquedo nas mãos de Mateus.

João não deixou mais que o primo tentasse convence-lo, virou as costas e saiu do quarto. Mateus ficou sem entender o não de João.

Chegando à cozinha, João encontrou Diogo sentado à mesa.

- e aí primo. - disse Diogo dando uma mordida em um sanduíche.

- fala primo.

- ta com fome?

- um pouco. Que tu ta comendo aí? - perguntou João.

- um misto quente. Quer um?

- pode deixar que eu faço, primo. - disse João abrindo a geladeira.

- se tu quiser eu faço, já to com a mão na massa mesmo. - disse Diogo se oferecendo.

- não primo. Come aí tranquilo, que eu faço o meu. - João já passa manteiga em um dos pães.

- beleza. - disse Diogo tomando um copo de refrigerante. - e o Mateus?

- ficou la deitado. - respondeu João fatiando o queijo.

- tenho medo que isso faça o pai resolver levar a gente embora daqui. - disse Diogo.

- mas por que ele faria isso?

- depois da surra que o Mateus levou. O Mateus é muito cabeça dura, primo. Meu irmão não é de levar desaforos pra casa, e isso ainda vai prejudicar ele. La na cidade todo mundo já conhecia ele, mas aqui é cidade grande, e é bem diferente.

- mas assalto tem em qualquer lugar, Diogo. Ta perigoso em cidade grande e em cidade pequena também.

- isso não foi assalto não, primo. Isso é conversa do Mateus pra despistar o pai.

- como assim não foi um assalto? - João colocou o misto dentro da sanduicheira e sentou ao lado de Diogo.

- pra inicio de conversa, não levaram nada dele, e eu conheço bem o meu irmão. Assim que ele se recuperar, eu vou arrancar a verdade dele.

Mateus ficou pensativo.

- desconfia de algo especifico? - perguntou de frente para o primo.

- talvez uma briga de bar, ou então por causa de mulher.

- mulher? Você acha que tem mulher envolvida?

- não tenho certeza, mas é uma possibilidade. Tenho medo que seja uma casada, primo. Aí meu irmão esta encrencado.

- não creio que o Mateus esteja se envolvendo com casadas. - desejou, João.

Diogo sorriu.

- Mateus é nó cego. La na nossa cidade, ele comia a mulher de um advogado. - disse rindo.

João soltou um riso amarelo. O rapaz, em seu pensamento, calculou que a fama do Mateus jamais permitiria que rolasse sentimentos entre eles. Talvez Mateus só quisesse meter. - pensou o garoto.

- primo? - Diogo cortou os pensamentos de João.

- hã? - perguntou João voltando a realidade.

- teu misto... Teu misto ta queimando. - disse Diogo apontando para a sanduicheira.

- aí caralho. - disse João levantando da mesa e indo ate um balcão que ficava no canto da cozinha ao lado de uma das geladeiras.

O menino ainda conseguiu salvar metade do seu pão. Diogo sorria da cara do primo.

- senta aí. Vou fazer um misto no grau pra você. - disse Diogo ficando de pé.

João concordou com a cabeça e sentou para comer aquilo que sobrou do misto.

João pensou tanto no que acabara de ouvir da boca de Diogo, que não percebeu que o primo já havia preparado o misto.

- primo? - disse Diogo sentando na frente de João.

- hã? Oi?

Diogo sorriu.

- seu misto. - disse o primo do interior apontando para o pequeno prato quadrado e branco com um misto dentro.

- valeu. - disse João agradecendo.

- só não vou ficar pra ti fazer companhia porque to muito cansado. Vou cair na cama e dormir igual um bebê.

- ta certo primo. - disse João sorrindo. - boa noite.

- boa noite primo. - Diogo despediu-se do primo com um cafuné na cabeça.

Diogo não conseguiu realizar seu lanche sem pensar no Mateus.

Ao terminar de comer, o rapaz lavou suas mãos e subiu para o quarto. João encontrou Mateus dormindo tranquilamente, e sorriu ao ter o primo ali na sua cama.

João abriu o roupeiro, pegou uma toalha e uma cueca limpa e adentrou o banheiro.

O menino se olhou no espelho e fez uma auto analise de sua aparência. Na mente de João, ele era bonito aos olhos de qualquer um outro gay, mas acreditava que jamais conseguiria chamar atenção de um hétero.

O rapaz se despiu e entrou no box, ligou o chuveiro e começou a lavar seu corpo. Quando já estava quase terminando seu banho, João ouviu um barulho na porta, foi verificar o que era. Mateus entrou no banheiro e trancou a porta na chave.

- agora ocê não vai me escapar não. - disse Mateus parado na frente da porta.

- que tu ta fazendo em pé cara?

- ara primo. Tive que entrar aqui. Ocê não termina nunca com esse banho.

- eu já to quase terminando. - disse João gaguejando.

- eu quero comer ocê primo. - disse Mateus.

O primo do interior foi tão direto que João não estava acreditando no que acabara de ouvir.

- que? - João queria escutar novamente pra ter certeza que aquilo havia saído da boca de Mateus.

- ara. Ocê ouviu primo. E ocê também ta querendo me dar faz tempo que eu sei.

O coração de João parecia saltar pela boca. O romântico menino queria que aquilo acontecesse, mas não queria apenas ser comido por Mateus. O rapaz queria mais que isso com o primo do interior.

João sabia da fama dos ''héteros'' que comiam gays. Seria só uma foda mesmo, e talvez a amizade até acabasse. - Mateus nunca mais vai voltar a olhar na minha cara. - pensou João.

- Não! - disse o menino firme.

- ara primo. Ocê quer sim. Não precisa ter vergonha de mim não. - disse Mateus.

- não, Mateus. Eu não quero não. Tu entendeu tudo errado. - João temia que se rolasse algo com o primo, a amizade entre eles acabasse. O menino estava gostando tanto daquele cara que preferia preservar a relação deles.

- então porque você me olha diferente?

- eu não te olho diferente. Você chegou aqui a pouco tempo, não tem muitos amigos e por isso eu sempre me preocupei muito em te deixar a vontade.

- é só isso?

- sim. - João não era firme em suas palavras.

- então se eu for aí, ocê não vai fazer nada comigo?

- não. - disse João.

Mesmo com o não do primo, Mateus caminhou em sua direção.

- não primo, por favor. - disse João todo ensaboado dando algumas passadas para trás.

- ocê não precisa ter medo de mim, primo, eu não vou te machucar.

- eu não tenho medo de você primo. Eu só não to querendo isso.

Mateus era um conquistador. No fundo ele entendia os motivos das negativas de João, e ele não iria desistir.

Mateus encostou João contra a parede. O primo da cidade não tinha mais para onde fujir. Mateus era o caçador e João era a caça. Simples assim.

O primo do interior passou, levemente, o dedo indicador pelos lábios de João, e em seguida deu um beijo no menino. João tentava dizer não, mas seu corpo todo dizia sim.

Mateus acariciava o rosto do primo. Aquilo era tudo que João mais queria.

- vira de costas. - disse Mateus no ouvido de João.

- não. - disse João num fio de voz. Os olhos do menino estavam fechados, seu corpo estava todo arrupiado.

Mateus sorriu.

- sim! - disse Mateus ajudando João a se virar.

Mateus ficou com as costas do primo a sua disposição, o rapaz abriu o chuveiro, tirou o excesso de espumas de João e em seguida passou a admirar o corpo do primo.

João trincava os dentes tentando não gemer; Mateus deu leves beijos em suas costas, o deixando ainda mais tremulo.

Mateus pegou os braços do primo, e os suspendeu apoiando-os na parede do banheiro, deixando-o ainda mais submisso as suas vontades.

O rapaz do interior começou a beijar o cangote do primo, e foi descendo aos poucos. João estava com os braços colados na parede, como se estivesse sendo abordado pela polícia.

Mateus chegou ate a bunda do primo, e se surpreendeu. Nunca antes havia comido a bunda um homem, e agora iria se esbaldar na bunda do primo. - pensava ele.

O irmão do Diogo abriu as nádegas de João e começou a lamber o anus do garoto. João, já não conseguia mais segurar-se sem gemer. O menino da cidade respirada ofegante. A língua de Mateus ia invadindo João por completo. Mateus segurava firmemente a bunda de João.

Depois de um bom tempo naquela posição, Mateus levantou-se e voltou a falar no ouvido de João.

- agora eu acho que é hora de eu comer ocê. - disse sorrindo.

- NÃO! - João falou firme, pegou sua toalha no cabide e tentou deixar o banheiro.

- Hey, que foi? - Mateus segurou pelos braços do primo.

- eu não quero que você me coma não. - disse João nitidamente assustado.

- mas por que? O que eu fiz? - Mateus ainda segurava os braços do primo.

- tu não fez nada não primo. Eu é que não to no clima. - João tentava se desvencilhar dos braços de Mateus.

- ara primo. Mais no clima do que ocê ta é impossível. Ocê quer isso tanto quanto eu.

- tu que ta querendo que eu queira, primo. - disse João.

- então ta certo. Ocê num quer eu ate aceito, e vou respeitar ocê, mas tem que ter um motivo.

- o motivo é esse. Eu não to querendo fazer isso contigo, é só isso.

Mateus soltou os braços de João e olhou serio para o primo.

- engraçado ocês da cidade né!? Eu sou educado e compreensivo contigo, e talvez esse seja o meu problema. Acho que ocê gosta mesmo é de alguém igual aquele otario que tentou te bater. - disse Mateus saindo do banheiro.

João nada fez para impedir o primo. O menino olhou-se no espelho e viu seus olhos marejados, voltou ao box, terminou seu banho e depois saiu do banheiro também.

Mateus já estava deitado todo embrulhado. João colocou uma roupa e sentou na beirada da cama.

- primo? - disse João. - ta acordado?

- fala João. - Mateus foi frio.

- me desculpa cara.

- ta tudo bem João. Esquece o que aconteceu, e me desculpa também. - disse Mateus de costas para João.

- eu sou virgem, primo. - João falou baixo.

- que? - Mateus não conseguira entender o que João havia acabado de falar.

- eu sou virgem. Nunca dei pra ninguém.

Mateus levantou-se rapidamente e ficou sentado na cama.

- ara primo. Que conversa é essa?

- é isso que tu ouviu primo. Eu sou virgem, é por isso que eu não quis dar pra você. Eu tenho medo cara.

- mas e aquele cara la...

- eu nunca dei pra ele. Já tentamos, mas eu sempre arreguei.

Mateus sorriu.

- isso é verdade? - perguntou, Mateus.

João confirmou com a cabeça.

- primo? - disse Mateus aproximando-se de João.

- oi primo?

- me diz uma coisa: Do que ocê tem medo?

- da dor. Todo mundo diz que não dói, mas comigo sempre doeu, e eu nunca cheguei a sentir esse prazer que outros tanto falam.

- mas sera que o problema não tava no cara que não sabia fazer direito?

- não sei primo. Nunca nem pensei nisso.

- primo? - Mateus chamou atenção do primo outra vez.

- oi.

- deixa eu tirar tua virgindade?

João olhou para o primo sem dar uma resposta.

- deixa primo. Eu não sou nenhum cavalo não.

João estava confuso. Queria aquele momento com o primo, mas tinha medo de frustra-lo.

- o que me diz? hã? Prometo não te machucar. - insistiu Mateus.

João confirmou com a cabeça, arrancando um sorriso dos lábios de Mateus.

Continua...

♫♫♫♫

O que falta em você sou eu

Seu sorriso precisa do meu

Sei que tá morrendo de saudade

Vem buscar logo a sua metade

♫♫♫

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Comentários

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Berg poxa, queria tanto que voce continuasse essa história, volte pf

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Berg parabêns pelo conto!!! Vc escreve mt bem!!! Só precisa atender a galera em não demorar tanto a postar a parte seguinte do conto!!!! O restante vc é fera!!!

Parabéns!!

Continue assim?

Tomara que o Diogo tbm entre romance nos próximos capítulos e tenha um desfecho legal dos demais!!!!

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Berg safado, tô a uma ano esperando a continuação desse conto homem, abraços e espero que você esteja bem rapaz.

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No a o restante da história Berg estou aguardando,a se não. for pedir muito vc bem que poderia trazer de volta o Felipe,Guilherme, Miguel e toda aquela galera do conto "O órgão" to com saudades de saber como está a vida de fazendeiro do Felipe.Aliás vc começou um outro conto com a mesma título porém com uma história diferente estava acompanhando mas vc deletou os capítulos postados e não mais publicou o conto uma pena mais um conto aqui na CDC sem sabermos o desfecho,vc tem inúmeros contos seus com sabor de quero mais: O filho do patrão

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Não me canso dos contos desse cara, é sempre um melhor q outro PQP!!

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João se faz de inocente, ele tem que se impor para depois não se arrepender

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MISERICÓRDIA QUE BABAQUICE DO JOÃO. MATHEUS ALI SE OFERECENDO PRA ELE E ELE RECUSANDO. IMPORTA O AGORA. VIVA O AGORA. SÃO TODOS MUITO NOVOS. SE HOUVER DECEPÇÕES, O TEMPO CURA. NÃO SERIA A PRIMEIRA E NEM A ÚLTIMA DECEPÇÃO DA VIDA DE ALGUÉM. ESSE MEDO DE SOFRER É QUE NOS FAZ NÃO ARRISCAR E PERDER AS MAIS GOSTOSAS OPORTUNIDADES. AH SE EU TIVESSE A IDADE DELES COM A EXPERIÊNCIA QUE TENHO AGORA. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS MAS O TEMPO NÃO VOLTA. COMO O TEMPO NÃO VOLTA, MELHOR APROVEITAR QUANDO AS OPORTUNIDADES SURGEM. BORA MATHEUS E JOÃO SE ENTREGUEM UM AO OUTRO. O FUTURO QUEM SABERÁ???

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Esse João é muito trouxa, meu Deus. Quando ele vai deixar de ser tão otário? Sério mesmo que ele vai fazer isso para depois esse babaca descartar ele como um objeto?

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