O Enviado - Cap.8 Final

Um conto erótico de Paulo
Categoria: Homossexual
Contém 917 palavras
Data: 25/09/2017 09:56:15

- Paulo! – Ouvi me gritarem.

Me virei e vi Daniel correndo até mim.

- Por que? – Falou ofegante. – Por que você não me deixou contar a ele.

- Foi mal a gente estava conversando e aí toquei no assunto e acabei falando demais. – Forcei um sorriso. Ele me olhou neutro.

- Ah ok, mas como ele reagiu? – Perguntou.

- Olha na verdade ele falou que já sabia. – Falei.

- Sério? – Falou surpreso.

- Daniel você pode até passar despercebido para os héteros, mas outros gays percebem de longe. – Ele pareceu pensativo.

- Sabe eu tenho medo de nunca poder ser quem eu sou é horrível sair com o meu pai e ouvir ele falar de outros gays e ter que ficar calado para que ele não perceba que eu também sou. Você é sortudo Paulo.

- Na verdade nem tanto, meu pai morreu antes de saber.

- Desculpa.

- Tudo bem.

- Desculpa te incomodar com meus problemas nem nos conhecemos direito e eu já aqui falando como se fossemos melhores amigos.

- É você fala um pouquinho demais. – Sorri. Ele riu também. – Mas sempre que precisar eu estou aqui.

- É que eu não tenho ninguém para falar desses meus problemas.

- Mas você já tentou falar com a sua mãe, talvez ela te entenda.

- Eu não acho que vá dá certo ela só faz tudo que ele manda, eu tenho medo dela contar a ele.

- Quando eu soube que era gay, achei que fosse passar por todos os tipos de problemas, que seria expulso de casa que a minha mãe me odiaria que eu sofreria bullying, mas depois que eu contei para o meu irmão e ele levou isso tão naturalmente eu percebi que parte de todo aquele medo que eu sentia de ser quem eu sou estava em mim mesmo então depois disso eu só passei a ser eu mesmo sem me importar com opiniões alheias, ai quando eu conheci o Douglas e em uma noite que ele foi lá em casa minha mãe veio conversar comigo e disse que já sabia.

- Uau você é corajoso. Fico feliz por você. – Ele sorriu para mim.

- Você devia tentar. Vai ter que encarar seu pai mais cedo ou mais tarde porque é da sua vida que estamos falando, de quem você é você não precisa contar a eles só deixar que eles percebam. – Ele pareceu pensar.

Daniel sorriu.

- Está tudo bem aqui? – Douglas se aproximou tocando o ombro de Daniel e me deu um estalinho.

- Sim está. – Daniel falou.

- Que bom. – Douglas falou.

- Vou começar hoje. - Daniel falou olhando para mim.

- Isso aí! – Falei. – Me mantenha informado.

- Pode deixar. – Falou se afastando.

- O que foi isso? – Douglas perguntou.

- Estou ajudando ele a ser quem é. – Falei.

- É o pai dele é bastante complicado. Mas falando de você, está tão diferente, confiante, não parece o mesmo Paulo que conheci e isso me deixa de maneira estranha tão excitado. – Falou se aproximando.

- Douglas a gente ainda está na escola, lembra? – Olhei para o relógio. – E atrasados para a primeira aula. Vamos! – Falei o puxando.

Há alguns meses atrás eu jamais imaginaria essa cena acontecendo meu estomago não sobreviveria a esses olhares, mas agora aqui nesse momento com Douglas e sendo realmente quem sou percebo que estou tão feliz quanto planejava ser. Minha vida está se enquadrando novamente e eu errei, aprendi e cresci com isso.

12 de Março de 2012

“.... Acho que estou apaixonado não sei ao certo nunca senti isso antes, mas toda vez que ela me olha é como se o mundo inteiro parasse e neste exato momento só nós existíssemos, seus olhos, lábios...”

- Paulo.... – Minha mãe falou entrando. – Ei Paulo isso é o...

- Diário do Ítalo. – Falei. – Eu não podia deixar você jogar isso fora, então eu peguei de volta. – Ela me encarou.

- E eu me culpava até hoje por ter feito isso. – Ela começou a chorar. – Achei que me livrando disso eu fosse sofrer menos, mas essa saudade nunca passa, não importar o que eu faça eu sempre me lembro deles.

- Acho que vai gostar de ler, sempre que sinto falta deles eu leio uma página e isso me faz tão bem. – Passei o diário a ela. Sorrimos.

- Obrigado por não ter deixado isso ir. – Ela me abraçou. – Te amo.

- Eu também te amo mãe.

- Mas voltando ao que vim dizer, o Douglas está esperando no terraço. – Falou. Nos levantamos. – Ah filho estou tão feliz por você Douglas é um ótimo rapaz e está te fazendo tão bem. – Falou me abraçando.

- Está sim, acho que nunca amei tanto alguém na minha vida. – Sorri.

- Eu sei como é, me lembro quando eu e seu pai nos conhecemos.... Mas vai lá que ele está te esperando. – Ela sorriu. – Mas juízo em.

- Pode deixar. – Sorri.

- Ei! – Falei chamando a atenção de Douglas. – Está me esperando há muito tempo? – Falei o abraçando.

- Não muito. – Me beijou.

- Me lembro quando subimos aqui a primeira vez. Eu era tão tímido, mas nunca tinha ficado tão nervoso quanto neste dia. – Sorri. Ele sorriu de volta.

- Eu não estava menos nervoso. – Falou. – Estava morrendo de medo de você não se abrir comigo ou de achar que eu era como todos os outros.

- Na verdade eu também tinha medo de te afastar eu era tão diferente e não sorria ou falava alto como todos os outros.

- Não, você nunca foi diferente você não estava feliz eu já passei por isso e sei bem como é. – Me abraçou. – Mas o que importa é que estamos aqui agora. – O abracei mais forte.

Ficamos ali conversando e observando o por sol.

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Comentários

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MUITO FRACO ESSE FINAL. ESPERAVA MAIS. LAMENTÁVEL.

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