Segredos de uma vila pt10

Um conto erótico de DHL
Categoria: Homossexual
Contém 1851 palavras
Data: 19/10/2017 20:15:54

Após todo o processo junto à funerária, voltam para casa para em seguida se dirigirem ao velório. Rafael vai ao seu quarto para trocar de roupa. Lembrou que havia deixado recado para o Natan. Foi conferir no skype se havia algum recado dele, mas não havia nada, apenas a última mensagem: "Natan, meu pai morreu agora a pouco. Estou indo cuidar dos procedimentos." Natan estava offline. Mandou um recado no skype e um sms "O enterro será amanhã à tarde. Estou indo para o velório que será na capela aqui do bairro." Terminou de trocar de roupa e foi ajudar sua mãe a ligar para todos os parentes e amigos para dar a má notícia. Após terminados os telefonemas foram para a capela aguardar a chegada de seu pai.

Após a chegada do corpo iniciou-se o velório. Rafael chorou um pouco ao abrirem o caixão, mas ao ver sua mãe desesperada controlou-se a ficou junto a ela. Parou de chorar e ficou ali com ela. Após uma hora de velório seu irmão chegou e queria saber o que aconteceu. Rafael somente disse que o pai tivera um infarto fulminante, não teve coragem de contar que na noite anterior tivera uma discussão com o pai que o deixara nervoso. Apenas disse que o pai se estressara e resultou no infarto. Deixou deu irmão tomando conta da mãe e saiu um pouco para chorar. Estava caminhando pelo pátio quando avistou seus amigos chegando. Todos os amigos que estavam no passeio exceto Natan. Todos o abraçam e o consolam. Renan lhe deu uma abraço forte, demorado. Rafael desaba em choro ao ser abraçado por ele. Rafael gostava muito de Renan.

Rafa: Obrigado por virem! Não precisavam vir a essa hora, está tarde da noite!

Bernardo: Rafa, nós precisávamos vir. Tu é nosso amigo. Não pode passar por essa barra sozinho! Estamos aqui para dizer que se precisar de nós, estamos junto contigo!

Rafa: Muito obrigado.

Ficaram um tempo longo com Rafael. Conversavam, tentavam distraí-lo, mas Rafael estava sofrendo. Sofrendo pela morte, sofrendo pelo que precedera a morte, apenas sorria em alguns momentos quando falavam de algo engraçado. Aos poucos o grupo foi dispersando, cada um foi indo para casa até que sobrou apenas Renan que teve de esperar seus pais para ir. Ficaram apenas os dois sentados na escadaria conversando.

Rafa: Renan, tem notícias do Natan?

Renan: O Bernardo ligou para ele, para ele vir com nós, ele respondeu que já sabia mas que não iria vir com nós.

Rafa: Ah ta!

Renan: Não se preocupe, ele virá. Vocês dois eram melhores amigos, ele virá!

Rafa: Espero que sim!

Renan: Eu não sei como tu aguenta! Eu no teu lugar estaria desesperado!

Rafa: Eu estou aguentando pela minha mãe. Eu preciso que ela não se preocupe comigo e com nada. Eu estou tentando me manter forte para ela se sentir mais segura. Mas não sei se aguento.

Renan: Não faz isso, tu vai sofrer demais! Se precisar chorar, chore. Tu precisa liberar o que está sentindo! Nós estamos aqui pra te ajudar! Se precisar é só nos chamar.

Os pais do Renan foram até eles e abraçaram Rafael. Reforçaram o que Renan havia terminado de falar e se colocaram à disposição para o que precisasse. Rafael agradeceu o apoio. Eles partiram e Rafael voltou para junto de sua mãe. Ficou com ela o restante da noite apenas saindo de vez em quando para ir até o pátio aliviar um pouco a cabeça daquele ambiente. Ao iniciar a manhã a diretora da escola também foi ali prestar condolências. Ficou alguns minutos e foi embora. No decorrer do dia de muita chuva, muitas pessoas foram no velório, seus amigos em vários momentos voltaram até ele para ficar mais um tempo com ele. Chegou o momento do enterro e o cortejo fúnebre seguiu o ritual até depositar o caixão no túmulo. Ao terminar a cerimônia todos foram embora, menos Rafael, sua mãe e seu irmão. Seu irmão levou a mãe para casa. Rafael decidira ficar mais tempo, queria ficar sozinho. Sentou-se em frente ao túmulo sob a chuva e ali, sozinho, ensopado pela chuva caiu em choro. Chorou o que não havia chorado durante todo esse tempo.

Rafa: Pai! Me perdoa!!! Eu deveria ter te contado logo! Eu devia ter sido franco desde o início. Pai me perdoa!! Pai eu sinto tua falta, eu não sei o que vai ser de mim sem te ter perto de mim. Eu não sei cuidar da mãe como tu cuidava. Pai eu preciso de ti aqui comigo. Eu fui muito idiota em ter te escondido isso. Perdão, pai, perdão!

Já havia escurecido e Rafael permanecia ali sentado na chuva. Queria alguém para consolá-lo. Sentia a falta de seu melhor amigo. Natan não fora no velório, não fora no enterro. Deixou Rafael sozinho nesse momento que era muito difícil. Rafael preferia pensar que Natan tivera medo de ir e assim se convencia. Levantou-se e foi saindo do cemitério chorando e com a chuva que permanecia forte molhando seu corpo. Chegou à rua e foi indo para casa à pé. Andou uns 100 metros e seu irmão o alcançou. Entrou no carro e foi para casa. Apesar do sono por não ter dormido na noite anterior, não conseguia pregar o olho. Ainda chorava em seu quarto. Já de madrugada pegou no sono.

No dia seguinte acordou relativamente cedo para poder ir atrás da documentação que precisaria encaminhar. Enfrentou filas e burocracias com sua mãe. Passou o dia dessa forma. Estava em casa à noite e Bernardo e Daniel foram lhe fazer uma visita. Rafael precisava de alguém com ele um pouco.

Bernardo: Rafa, tenho uma pergunta que não estou conseguindo engolir. O Natan foi te ver no velório?

Rafa: Não, mas tudo bem. Talvez ele se sinta muito desconfortável em velórios...

Bernardo: Eu não aceito isso. Ele era o teu melhor amigo. Ele quase morava mais aqui na tua casa do que na casa dele. Estava sempre junto contigo e justamente nesse momento, ele não foi te ver. Eu liguei para ele, pedi para que fosse com nós ontem e ele não quis. Ele veio hoje pelo menos?

Rafa: Também não. Mas tudo bem.

Bernardo: Não está tudo bem não. Não tem desculpa para não apoiar o melhor amigo quando se precisa dele. Eu vou ter uma conversa séria quando o encontrar. Isso já é sacanagem dele.

Daniel: É, tu tem razão! Rafa, fala a verdade, tu sentiu a falta dele, não foi?

Rafa: Sim, eu senti falta dele. Eu esperava que ele fosse lá. Ele foi a primeira pessoa que eu avisei o que tinha acontecido, ele não me respondeu nem no skype e nem a sms que mandei.

Daniel: Bah que filho da mãe. Nós soubemos porque o pai do Renan ouviu algum comentário, o Renan nos ligou e pediu se estávamos sabendo de algo e então o pai do Bernardo confirmou porque ele tinha passado na frente da capela e visto o nome do teu pai lá. Ele poderia ter nos avisado pelo menos.

Bernardo: Sério o Natan vai ouvir muito de mim.

Rafa: Deixem ele pessoal. Deixa quieto. Não façam uma briga por causa disso.

Bernardo e Daniel foram embora. Aquela conversa deixou Rafael mais chateado. O que teria acontecido com Natan? Por que não se manifestou mais? Foi até o PC e não o encontrou no skype. Voltou e ficou com a sua mãe que estava sozinha pois seu irmão já havia ido embora os deixando sozinhos. Jantaram e foram dormir. A semana passou assim. Cuidando de documentações, fazendo a limpeza da casa retirando as coisas que pertenciam a seu pai. Rafael sentia falta do Natan, mas não conseguira mais encontrá-lo online, não atendia telefone e muito menos encontrá-lo pessoalmente.

Era sábado, Rafael decidira que iria encontrar Natan de alguma forma. Foi até perto de sua casa. Chegou na esquina da casa dele. Parou ali para tomar coragem de ir até a sua porta e tocar a campainha. Por mais que tentasse ter coragem de ir até lá, não conseguia sair do lugar. Respirava fundo tentando retomar a coragem, mas seu corpo não obedecia, permanecia ali parado. Finalmente seu corpo se mexeu, mas foi para a direção inversa. Começou a voltar para casa. Estava já na metade da quadra quando viu um carro vindo pela rua. Ao chegar ao seu lado o carro parou. Era Seu Sérgio, pai do Natan e na carona estava o Natan.

Sérgio: Oi Rafa, como está? Sinto muito pelo seu pai.

Rafa: Oi Seu Sérgio. Estou bem até. Agora o choque passou. Estamos nos acostumando agora com a perda, nos acostumando a estarmos sozinhos. Está ainda difícil em vários momentos, mas precisamos seguir.

Sérgio: É imagino que esteja sendo difícil. Eu queria ter ido no velório, mas não sabia onde ia ser. Perguntei para o Natan, mas ele disse que não sabia.

Rafael olhou para Natan incrédulo com o que ouvira. Natan não olhava para ele. Rafael sabia que havia deixado recado para o Natan informando onde ia ser o velório. Ficou muito triste ao ouvir isso.

Rafa: Foi na capela aqui do bairro. Pensei que eu tivesse avisado o Natan. Acho que fiquei tão confuso com tudo que esqueci de deixar recado.

Sérgio: Poxa! Se soubesse poderia ter ido, foi aqui perto. Sinto muito, Rafa.

Rafa: Não tem problema, Seu Sérgio eu te entendo.

Sérgio: O que está fazendo por aqui?

Rafa: Caminhando. Eu precisava sair e esfriar a cabeça. Esquecer algumas coisas. Ai fui caminhando e quando percebi estava por aqui.

Sérgio: Passa ali em casa, a Fernanda vai gostar muito de te ver.

Rafa: Outro dia eu passo. Não estou me sentindo muito bem para isso. Mande um abraço para ela.

Sérgio: Mando sim. Venha almoçar com nós qualquer dia desses e traga a tua mãe junto.

Rafa: Pode deixar! Mas vou ir para casa agora. Essa caminhada já me esclareceu algumas coisas.

Falou isso olhando para Natan que ao perceber que Rafael o olhou apenas baixou a cabeça fugindo de seu olhar. Parece que Seu Sérgio percebeu alguma coisa.

Sérgio: Rafa, espere aí, o Natan vai contigo. Tu não parece estar muito bem mesmo. O Natan te acompanha até em casa, afinal, ele gostava muito de ir lá. Essa semana ficou a semana toda trancado em casa. Assim ele caminha um pouco!

Rafa: Não precisa Seu Sérgio. Vocês devem estar ocupados. Não quero atrapalhar e não estou tão mal assim. Consigo ir para casa.

Sérgio: Eu insisto. O Natan vai te acompanhar. Além do mais, vocês precisam conversar. Desce Natan. Vai, acompanhe o seu amigo para casa.

Natan desceu do carro apertou a mão de Rafael. Seu Sérgio se despediu e foi embora. Rafael seguiu seu caminho de volta para casa. Natan começou a seguí-lo. Estavam caminhando em silêncio. Até que Rafael resolve falar.

Rafa: Pode voltar para casa. Não precisa me acompanhar. Sei chegar em casa. Passei por tudo isso sozinho, consigo chegar em casa sozinho. Para teu pai não reclamar fique um pouco pela rua e depois volte para casa. Eu vou indo.

Natan: Rafa...

Continua...

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Comentários

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QUEM VAI ENTENDER A ATITUDE DE NATAN? FOI MONSTRUOSA. NINGUÉM EM SÃ CONSCIÊNCIA FARIA O QUE ELE FEZ OU QUE NÃO FEZ. ODIEI NATAN. DE FATO ATITUDE DE UM MOLEQUE. QUEM ANDA COM MOLEQUE AMANHECE MOLHADO. SAI FORA RAFAEL. ELE NÃO TE MERECE DE JEITO NENHUM.

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Melhor o Rafael esquecer o Natan e seguir a sua vida, pois na hora mais dificil não teve seu ombro amigo......

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Lamentável esta atitude do Natan nao sei se tem algum motivo mas nada justifica como diz o ditado dormir com criança vc acaba acordando molhado um verdadeiro babaca o Natan

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