O PAI DO MEU ALUNO

Um conto erótico de Beedle, the bard
Categoria: Homossexual
Contém 4680 palavras
Data: 12/11/2017 01:16:38

O PAI DO MEU ALUNO

— Vinícius, se acalme, por favor — disse a diretora, após o homem se levantar irritado.

— Não precisa perder a cabeça, vamos resolver tudo com respeito e educação — eu completei. O homem me lançou um olhar furioso.

Estávamos na diretoria da escola, eu havia chamado os pais de dois alunos meus que haviam brigado no dia anterior. Na sala estavam a diretora, a mãe e pai de um aluno e o pai de outro, o tal Vinícius e eu, numa conversa tensa à portas fechadas. Não era a primeira vez que os meninos se desentendiam e os pais deles também não se davam bem. Era o meu primeiro ano na escola, havia acabado de me formar. Ano difícil. Os pais, acostumados a terem sempre mulheres ensinando nas séries iniciais do ensino fundamental, não viram com bons olhos a minha contratação para ensinar a turma do 2º ano. Foi uma chuva de reclamações e desconfiaças que eu já tinha vencido mostrando um bom trabalho. Mas achava por bem levar algumas questões à direção da escola, para me preservar, até porquê eu não era muito experiente e preferia estar sob a orientação de alguém com larga vivência.

— Os dois meninos receberão advertências e na próxima falta serão suspensos — disse a diretora com firmeza. Era uma mulher respeitada e não se deixava intimidar — Decisão final. Não é a primeira vez que temos problemas com ambos e dá pra vermos de onde os meninos copiam o comportamento inapropriado, não é mesmo? Conversem com eles, por favor.

O casal saiu apressado com o fim da conversa, mas Vinícius ainda ficou na escola. Ele parecia mais irritado do que o normal. Eu evitava olhá-lo muito. Era um homem grande e imponente, com uma barba farta e bem feita, que combinava bem com a cara de mau que ele fazia.

— Esperava que você estivesse educando melhor seu filho, Vinícius — disse a diretora, acompanhando o homem pelo corredor. Eu caminhava atrás deles. — Não estou reconhecendo um dos melhores alunos que eu tive.

Ele suspirou fundo.

— Eu estou com a cabeça cheia de problemas, tia Lúcia, agora mais esse… — disse com a voz mais branda.

A diretora Lúcia abriu a boca pra dizer alguma coisa pra ele, mas alguém a chamou com urgência. Ela se desculpou e saiu apressada, nos deixando sozinhos no longo corredor. Ele se virou pra mim.

— E o senhor estava fazendo o quê, que não viu meu filho sendo espancado por aquele demoniozinho? — a fúria do homem havia retornado, agora totalmente direcionada a mim.

— Eu tenho uma sala com trinta crianças para tomar contar, senhor. E o seu filho não foi “espancado” por ninguém. Ele e o Mateus se desentenderam mais uma vez e trocaram agressões. Tenho certeza que o senhor conhece bem o seu filho, sabe que ele não ficou apanhando sem fazer nada. — respondi tentando aparentar segurança, embora meu coração estivesse muito acelerado e minhas pernas tremessem muito — E por favor, não use esse termo para falar dos meus alunos.

— Eu uso a droga de termo que eu quiser. Se o seu trabalho é cuidar da porra de trinta crianças, faça isso! Se o meu filho aparecer mais uma vez com um fio de cabelo faltando…

— Não há necessidade de ameaças, eu sei muito bem qual é o meu trabalho aqui na escola e educação doméstica não faz parte dele, senhor — eu sei que não deveria responder um pai de aluno daquela maneira e aquila também não era natural de mim, que sempre fui amável com as pessoas. Mas algo naquele homem me fez revidar.

— Está querendo dizer o que com isso? — ele avançou um passo na minha direção, querendo intimidar, mas me mantive no mesmo lugar, sem ceder.

— Exatamente o que o senhor entendeu! — retruquei.

— Mas é muita petulância! Quem você pensa que é…? — ele avançou ainda mais, mas o interrompi prontamente.

— Sou um profissional da educação!

— Tô vendo o profissional que você é! Bem que todo mundo ficou com o pé atrás quando você chegou aqui. As mães só gostaram porque te acharam bonito. Fica aí todo arrumadinho, todo gostosinho, dando em cima das mães… — ele me olhou de cima abaixo com uma expressão maliciosa e completou: — Ou dos pais, né?

— Olha só, não venha querer descontar os seus problemas em mim. E eu não vou admitir que você nem ninguém fique questionando o meu profissionalismo, ainda mais você…

— Ainda mais eu quê? Você… — o que quer que ele fosse dizer foi atrapalhado por um grito infantil:

— Pai! — gritou o menino, que vinha correndo em nossa direção.

— Oi, filhão — ele se abaixou e abraçou o menino — Como foi hoje?

— Foi legal, o tio Davi levou a gente pra mexer na horta — respondeu o menino animado.

— Que coisa boa… — o pai me olhou, me fuzilando com os olhos, pegou na mão do menino e deu as costas, sem nada mais me dizer.

— Tchau, tio Davi — gritou o Pedrinho, sendo quase arrastado pelo pai, que saiu pisando firme.

— Tchau, até amanhã.

Nas semanas que se seguiram o homem passou a comparecer à escola com mais frequência, sempre fazendo críticas sobre o meu trabalho por pura implicância, ora com reclamações à direção, ora fazendo críticas diretas a mim. “Pedro ainda não aprendeu nada sobre os continentes, por quê?”. “Pedro tem chegado em casa com as mãos cheias de poeira, o que você tem feito? Não quero meu filho com alergia”. “Pedro está com dificuldade de diferenciar palavras com x e com ch, você não ensina isso não?”.

— Pedro chegou em casa ontem com o lanche quase todo de volta na lancheira, quero que você preste mais atenção se o meu filho está se alimentando na escola, não quero…

— Pai, o senhor conhece o funcionamento desta escola? — o interrompi, falando de forma ríspida e batendo os cadernos em cima da mesa — Nos intervalos as crianças ficam sob os cuidados das monitoras, não dos professores.

— Mesmo assim, como o profissional da educação que você diz ser, quando eles voltarem para a sala deveria se certificar de que eles comeram o lanche deles.

— Tá certo, eu vou fazer isso. O senhor pode me dar licença, por favor? — Eu estava cansado daquele homem. Por mais bonito e gostoso que ele fosse, eu já sentia uma irritação quando o via chegar. Não era sempre que ele buscava o menino, o que era um alívio. Ele e a mãe se alternavam semanalmente. Eu soube por ela que eles compartilhavam a guarda da criança desde que ele nascera. Ou seja, ele passava uma semana na casa da mãe e uma na do pai.

Foi numa sexta-feira que as coisas começaram a mudar. Todas as crianças já tinham ido embora e só tinha ficado o Pedrinho ali na sala. Eram quase seis da tarde e o pai do menino ainda não tinha aparecido. Ligamos para a mãe dele, mas ela estava numa viagem de trabalho, ele estava com o pai naquela semana. Aparentemente não havia ninguém além do pai que pudesse buscar o menino.

— Alô? Vinícius? Aqui é o professor do Pedro — eu disse, quando ele atendeu o telefone.

— Oi, professor, que houve? — respondeu seco, como sempre fazia quando falava comigo.

— É que a gente está aqui na escola, já passou e muito do horário e o senhor ainda não veio buscar seu filho.

Ouvi ele falar algum palavrão.

— Eu pedi ao meu irmão, eu tô tentando voltar pra cidade, mas aconteceu algum acidente aqui e está um engarrafamento horrível. Vou ligar pra ele, pra saber o que aconteceu.

Desligou sem esperar resposta minha. Poucos minutos depois ele retornou, dizendo que havia acontecido algum problema com o irmão, que precisou ir para o hospital em urgência. Algo sobre uma mulher grávida. Eu bufei demonstrando minha irritação.

— Não sei quanto tempo ainda vou demorar aqui — disse ele. Eu estava cansado, queria ir pra casa. A equipe de limpeza da escola trabalhava com rapidez. Não havia mais ninguém da direção, coordenação ou corpo docente por lá.

— Olha, eu vou levar ele pra minha casa, e quando o senhor chegar pega ele lá. Não dá mais pra ficar esperando aqui na escola, já estão fechando. Vou mandar o endereço por mensagem. Pode ser?

Não havia o que fazer, ele concordou. Por mais raiva que eu tivesse do homem, a criança não tinha culpa. Liguei para o meu amigo pra desmarcar a saída que tínhamos combinado. Levei o Pedrinho para o meu apartamento, que ficava perto dali. Fomos a pé e em pouco minutos chegamos.

— Ali é o banheiro, vai lavar as mãos pra gente jantar, tá bom? — disse, assim que entramos em casa.

— Tio Davi, sua casa é legal, bem pequena — disse o menino, com inocência, quando voltou com as mãos molhadas.

— É sim, é pequena por que o tio mora aqui sozinho, não precisa de casa grande. Enxuga as mãos aqui nesse paninho.

— Meu pai mora sozinho também.

— Hum, é mesmo? — fingi interesse. Eu abri a geladeira e fui pegando o que tinha para fazer alguma coisa para o menino comer.

— Meu pai é o maior legal, ele compra sorvete pra mim e joga bola no parque comigo.

— Ah, tá…

— Antes o amigo dele ficava lá em casa com a gente e ia tomar sorvete com a gente e até dormia lá no quarto do meu pai, mas agora ele não vai mais lá…

Nesse momento aquela conversa dele sobre o pai chamou a minha atenção. Eu estaria entendendo errado?

— Por que ele parou de ir lá? — tentei soar casual, sem interesse, mas depois lembrei que estava falando com uma criança que não entendia ainda essas nuances.

— Não sei, tio Davi. O meu pai disse que eles não são mais amigos. — Ele se inclinou, colocou a mão ao lado da boca e falou baixinho — Ele tava chorando, tio!

— Foi mesmo? — a minha surpresa foi real, mas o menino encerrou a conversa anunciando que estava morrendo de fome.

— Eu estou fazendo um sanduíche pra você, só para enganar o estômago enquanto eu faço o nosso jantar, tá certo? — Pedrinho concordou com a cabeça. Ele estava fazendo um tour pela minha casa, olhando cada detalhe. Chegou num porta-retratos que eu tinha na estante, com uma foto minha ganhando um beijo de um rapaz moreno e perguntou:

— Quem é esse, tio Davi? — de todos os porta-retratos que haviam ali, ele foi se interessar justo por aquele, tão importante pra mim. Me aproximei dele.

— Ele foi uma pessoa muito especial para o tio Davi. Um amigo…

— Como o amigo do meu pai, que ficava lá em casa?

— É, acho que sim. Só que o amigo do tio Davi está lá no céu agora, é um anjinho.

Ele arregalou os olhos e ficou em silêncio, colocando o porta-retrato de volta na prateleira.

Pedro adormeceu no meu sofá, assistindo desenho, depois do jantar. Peguei ele com cuidado e o coloquei na minha cama. Pus um cobertor por cima dele e liguei o ar-condicionado. Ainda demorou cerca de meia hora, depois que a criança tinha adormecido, para o pai dele finalmente chegar. Autorizei a entrada dele e em poucos minutos ele esmurrava a porta do meu apartamento. Respirei fundo e abri, esperando encontrar aquela cara arrogante dele. Mas eu vi um misto de cansaço e preocupação que me fizeram afastar os pensamentos ruins que eu tinha em relação a ele. Os cabelos desarrumados e a expressão séria o deixaram de certa forma charmoso.

— Desculpa o incômodo, professor. Eu o agradeço por ter ficado com o Pedrinho, foi um imprevisto enorme, eu não esperava…

— Tudo bem, tudo bem, não foi trabalho nenhum. Entre, por favor.

Ele concordou com a cabeça e entrou, vasculhando rapidamente a minha casa, que estava perfeitamente arrumada.

— O Pedrinho adormeceu há pouco tempo. O coloquei na cama.

— Certo, certo. Obrigado mais uma vez.

— O senhor parece cansado, quer jantar? — eu me compadeci do homem, que estava num estado realmente deplorável.

— Não precisa, não quero incomodar ainda mais.

— Não será incômodo, o Pedrinho está dormindo mesmo…

— Então eu aceito.

Coloquei comida pra ele no prato e ele sentou para comer. Ficamos um tempão em silêncio, um constrangimento entre nós absolutamente normal, depois de tudo que tínhamos dito um ao outro e a maneira como costumávamos nos tratar geralmente. Entre uma garfada e outra ele começou a falar sobre o engarrafamento que tinha passado e sobre outras coisas banais. Depois de algum tempo estávamos conversando tão normalmente quanto dois conhecidos poderiam fazer.

— Estava muito bom, foi você quem fez? — perguntou ele, assim que terminou de comer. Eu lavava os pratos, recolhi o dele também.

— Sim, fui eu.

— Você cozinha bem — elogiou.

— É mais uma coisa que faço bem, além de ensinar.

Ele sorriu. Foi um sorriso pequeno, mas não foi um daqueles irônicos que tanto me irritavam. Foi um sorriso sincero. Naquele momento eu o achei realmente bonito.

— Eu sei que tenho implicado um pouco com você…

— É mais que um pouco…

— Verdade, eu tenho implicado bastante com você e feito críticas indevidas, e mesmo assim no momento que precisei você me ajudou, eu estou realmente grato por isso, professor. E quero sinceramente me desculpar por tudo. — Ele disse com sinceridade. Parecia estar realmente arrependido. Aparentemente o meu gesto o fizera me enxergar diferente, o que não deixava de ser meio triste, já que eu sempre fiz bem o meu trabalho e ele nunca reconhecera isso. Mas tentei focar na parte positiva da história.

— Você vai descobrir que eu não guardo mágoas — respondi a ele, e Vinícius sorriu mais uma vez. — O seu filho falou muito bem de você, disse que você é o maior legal.

— Eu me esforço com ele, já é bastante difícil pra cabeça dele ter os pais separados.

— É, acho que fica meio confuso mesmo, um ensina de um jeito e o outro de outro, ou então ver o pai e a mãe com outros relacionamentos — eu estava louco para jogar na cara dele o que o Pedro tinha falado, mas ele já havia se desculpado e tudo estava bem, então me segurei.

— Imagino que sim. A mãe dele tem um namorado e eu tinha também. A gente tenta levar tudo naturalmente e não complicar as coisas pra ele — ele soltou aquilo e eu fiquei em choque. Ele havia mesmo dito o que eu ouvi ele dizer?

Ainda conversamos mais pouco, antes dele levar o menino embora. Voltou a me agradecer e quando ele saiu parecia até que tínhamos nos dados bem. Fiquei com um sorriso no canto da boca e uma sensação boa dentro de mim.

Eu estava em casa, uma semana depois, e tinha terminado de lavar o meu prato do jantar quando o interfone tocou e o porteiro me avisou que o rapaz da semana passada estava me procurando novamente. Vinícius aparece na minha porta com uma garrafa de vinho. Nós tínhamos nos visto a semana inteira, mais uma que Pedro passara com ele por causa da viagem da mãe, e ele havia me tratado super bem, diferentemente do que era comum antes. Conversamos brevemente todos os dias, o que até causou estranheza nos outros funcionários da escola.

— Percebi que você gosta de vinho, vi umas garrafas boas aí quando estive aqui semana passada — disse ele sorrindo, na entrada do meu apartamento. Estava com uma camisa social branca, extremamente cheiroso. — Tomei a liberdade de vir sem avisar, pra você não ter como recusar. Posso entrar?

— Claro — respondi sorrindo e abrindo caminho para ele passar.

Em uma garrafa de vinho conheci mais o Vinícius, descobri que naquele cara implicante e carrancudo se escondia um homem super legal, com um papo interessante e um pai preocupado com o filho. Ele me contou como tinha engravidado a moça com quem saiu apenas uma vez, bêbado, mas que o filho mudara a vida dele completamente, o fazendo se aquietar, tornar-se um homem trabalhador e responsável. Eu também aproveitei para contar um pouco sobre a minha vida, como sempre fui encantado com a profissão de professor e escolhi lecionar para os pequenos. Falei sobre como foi um ano difícil para mim, a desconfiança dos pais no início do ano, sobre como me esforcei para mudar a impressão de todos.

Vinícius se levantou e foi em direção a minha estante e pareceu procurar algo. Apanhou o mesmo porta-retrato pelo qual o filho se interessara, olhou-o por um instante e se virou para mim:

— É esse o anjo sobre quem o Pedro falou? — veio até mim com a foto na mão.

— É sim. O que o Pedrinho falou pra você? — questionei, já com os olhos se enchendo de lágrimas.

— Ele me disse que você era amigo de um anjo, que tinha até uma foto do anjo te dando um beijo. Eu só fiquei curioso, desculpa…

— Não, tudo bem. Ele foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, foi realmente um anjo. Meu melhor amigo e... meu primeiro amor. Nós tínhamos acabado de passar no vestibular e estávamos extremamente felizes, quando um acidente de moto tirou ele de mim, eu… — as lágrimas começaram a descer e ele me abraçou, me consolando.

— Não queria trazer lembranças ruins pra esse momento, me desculpe.

— Não tem problema — enxuguei as lágrimas e me recompus — Foi bastante sofrido, mas já superei. Todos passamos por momentos difíceis nas nossas vidas, não é mesmo?

— Sim, eu estive em uma dessas épocas nos últimos meses. Eu terminei um relacionamento de dois anos. Passamos por alguns períodos difíceis e depois do fim eu não estive no meu melhor momento. Não aceitei bem o término, e fiquei muito mal quando percebi que… — ele exitou nesse momento, suspirou fundo, quanse que como tomando coragem e prosseguiu: — quando percebi que ele seguiu em frente com facilidade. Acabei descontando no resto do mundo e machuquei muita gente, incluindo você…

— Isso já passou, não se preocupe mais com isso. Estamos bem agora, não estamos?

— Sim, é claro.

O vinho já estava no fim e eu percebi que estávamos perto demais um do outro. Eu falava e Vinícius mantinha os olhos vidrados no meu rosto, indo da minha boca aos meus olhos e de volta à minha boca, a poucos centímetros de distância de mim. Eu perdi o fio da meada, me atrapalhei com as palavras e ele aproveitou esse momento para me beijar.

Vinícius segurou a minha cabeça com a mão direita, seu beijo era firme, voraz, me tomou por completo e encheu o meu estômago de borboletas. Eu fiquei de olhos fechados, aproveitando aquele momento, e quando o beijo terminou nem tive tempo de dizer nada, Vinícius iniciou outro beijo, me puxando mais para perto dele e abraçando minha cintura com convicção. Ele me tirou o fôlego e fiquei entregue.

— Sua boca é maravilhosa — disse ele, me colocando sentado em seu colo, de frente para ele. Ele comandava completamente a situação. — Se eu soubesse antes…

— Antes você só queria saber de brigar comigo — falei colando a minha testa na dele e alisando seu peito. Mordi o lábio inferior dele, antes de tomar a iniciativa de beijá-lo.

— Acredite, brigar é a última coisa que eu quero agora.

Vinícius apertava minha bunda e trazia meu corpo junto ao dele. Eu podia sentir seu pau extremamente duro. Eu comecei a rebolar levemente, sentado no colo dele, enquanto o beijava. Queria atiçá-lo, mostrar que eu sabia ser sensual e provocativo também, não queria entregar o comando total para ele.

— Você tá me deixando louco, sabia? — passou os dedos na minha boca e completou: — Tô doido pra sentir essa boquinha me chupando…

— Eu não costumo chupar pais dos meus alunos — disse desabotoando a camisa dele —, mas vou abrir uma exceção pra você.

Beijei o peito dele, também seu abdômen. O volume dele estava imenso. Abri a calça e beijei por cima da cueca. Aquela rola dura pulsava, me chamando. Cheirei, mordi e beijei aquele pau, ainda sem tirar a cueca dele. Ele me olhava com uma expressão de puro desejo e sua mão na minha cabeça massageando a minha nuca me incentivava. Puxei a calça dele completamente. As suas pernas eram grossas, peludas; seus pés eram os mais lindos que já tinha visto. Beijei-os também.

Voltei para a rola dele, ainda sob a cueca, e a libertei. Um caralho de respeito pulou, apontando para cima. Não era muito grande, mas era grosso, com a cabeça parcialmente escondida, uma base mais larga rodeada por pêlos fartos, mas bem aparados. As bolas eram grandes e imponentes, combinavam bem com o tamanho daquele macho. Lambi aquele pau da base até a ponta e Vinícius suspirou fundo. Abocanhei-o por completo, tentando engolir o máximo que pude e comecei a sugar forte. Olhava para ele e podia ver o prazer que sentia. Ele me encarava sensualmente, gemendo baixinho e me dizendo palavras de incentivo.

— Você é profissional, hein! Porra, que mamada gostosa do caralho!

Vinícius arrancou minha roupa com pressa e assim que eu fiquei completamente pelado ele voltou a sentar, me reconduzindo a chupar seu cacete. Eu fiquei de quatro e ele aproveitou para brincar com a minha bunda. Dava tapinhas e enfiava a ponta dos dedos no meu cu.

Ele se levantou de repente e me colocou de quatro no sofá. Eu não tive nem tempo de dizer nada, quando vi ele já estava encapando o pau e beijando a minha nuca. Encostou a rola no meu buraquinho e começou a pincelar, mordendo minha orelha e segurando a minha cintura. Vinícius falava besteirinhas no meu ouvido, me deixando cada vez mais aceso. Ele abriu a minha bunda e forçou a cabeça do pau devagar. Eu dei um pequeno gemido, sempre achei o primeiro momento o mais difícil.

— Geme gostoso pra mim, vai, que eu vou te dar muito prazer, minha delícia — incentivava ele, sem parar de enfiar, centímetro a centímetro, distendendo as minhas pregas que há tempos não via um caralho, ainda mais um grosso como aquele.

— Ai, Vinicius — era tudo que eu conseguia articular. Como eu amava aquilo, sentir o peito peludo dele nas minhas costas, suas mãos alisando meu corpo e aquela rola me invadindo.

— Porra, Davi, você é muito apertado, puta que pariu — tomei aquilo como um elogio. O jeito de falar dele me excitava demais; os palavrões, a voz grave e profunda, as palavras sensuais, tudo contribuía para me relaxar e fazer eu aguentar aquele homem com mais facilidade.

Davi socava em mim ritmada e deliciosamente. Me segurava com firmeza, as coxas grossas batendo contra as minhas, suas mãos habilidosas me masturbando ou bolinando meus mamilos. Seu pau me rasgava completamente por dentro e me proporcionava um enorme prazer.

— Nossa, que gostoso, Vinicius.

— Tá gostando, minha delícia? Tá gostando do meu pau, tá?

— Tô sim, teu pau é maravilhoso, ai, ai, ai.

Vinícius metia cada vez mais forte, animado pelo que eu tinha dito. Tirou o pau completamente do meu cu e voltou a enfiá-lo, de uma só vez. Nós gemíamos muito, totalmente entregues aquele momento.

— Quero olhar a tua cara de safado enquanto te como, deita aqui vai.

— Não, vem pro meu quarto — chamei ele, estendendo a minha mão. Ele a segurou e eu o puxei, indo à sua frente.

— Puta que pariu, que bunda linda a sua.

Eu sorri sem olhar pra trás.

— Aliás, você é todo lindo… — ele disse me abraçando, levantando-me e me deitando na cama, de frente para ele. Ele ficou em pé fora ela, me beijou e eu enrosquei as minhas pernas em torno da cintura dele. Vinícius voltou a enfiar em mim, olhando nos meus olhos. Seu rosto se iluminava a cada gemido meu, a cada virada de olho ou qualquer outra demonstração de prazer. Ele também deixava transparecer o quanto estava gostando e eu fiquei muito feliz com isso. Eu alisava seu peito, apertava seus braços musculosos, passava a mão em sua barba, me contorcia todo enquanto ele socava com força e avidez.

Ele parou para me beijar e eu comecei a piscar meu cu na sua rola. Ele ficou louco, olhou pra mim com um sorriso imenso e voltou a bombar em mim, com ainda mais vontade. Metia fundo e rápido e não demorou muito para que eu anunciasse que estava prestes a gozar.

— Goza pra mim, goza — incentivava ele —, vai meu gostoso, goza com a minha rola no teu cu, vai.

Eu gozei fartamente com o pau dele enfiado bem fundo em mim. Os espasmos que tive acabaram o fazendo gozar também e ele ainda teve tempo de retirar a camisinha e ejacular em cima do meu abdômen, com um gemido forte. Vinícius deitou por cima de mim, beijando meu pescoço e eu abracei-o, fazendo carinho nas suas costas.

— Queria ficar dentro de você pra sempre. Melhor lugar do mundo — disse ele no meu pescoço, com os olhos fechados.

— Fica, eu deixo.

Adormecemos em algum momento daquela noite, depois de termos transado mais algumas vezes na minha cama.

Na manhã seguinte quase não pude acreditar quando vi aquele macho do meu lado, com a perna por cima de mim e um braço embaixo do meu pescoço. Me levantei para tomar banho e ele veio em seguida. Me comeu embaixo do chuveiro, com água caindo sobre nós.

Passamos a nos ver regularmente, primeiramente em sigilo, pois achei que seria estranho um professor de relacionamento com o pai de um de seus alunos. Geralmente ele ia na minha casa, mas algumas vezes me buscava na escola e íamos para a casa dele. Fomos nos escontrando cada vez com maior frequência, até que eu percebi que Vinícius já tinha tomado bastante espaço do meu guarda-roupas. Me perguntei quando tinha sido a última vez que ficamos um dia sem nos falarmos e não consegui recordar. Era os braços dele que eu procurava quando não estava num dia bom. Ele me mandava muitas mensagens carinhosas (e várias safadas também) e eu já achava estranho os dias que não dormiamos juntos.

Mas só fui perceber mesmo que a coisa entre nós estava séria quando ao final de uma conversa qualquer por telefone, nos despedimos trocando “te amo” e uma amiga que estava do meu lado percebeu e fez o comentário:

— Tá namorando, Davi?

— O quê? — só então me dei conta do que havia acontecido. Me deu um frio na barriga.

Nos encontramos à noite, naquele mesmo dia. Ele me pegou na escola, estava junto com o Pedrinho, que me cumprimentou com animação, e passamos num supermercado, pois ele precisava de umas coisas para a casa dele.

— Pai, posso pegar isso? — perguntou o Pedro, mostrando um biscoito.

— Pode filho.

— Está dando bolo ali, olha tio Davi, posso ir lá?

— Pode sim, Pedro — respondi. O menino saiu correndo feliz.

— Amor, pega aquele cheirinho que você coloca nos travesseiros — pediu Vinícius, quando se aproximou de mim — , e pega café também.

— Você nem toma café, Vini.

— Mas você toma, o que tinha lá acabou — ele disse aquilo com uma naturalidade imensa, sem perceber o que acontecia comigo.

— Vini… — meu tom mudou um pouco, minha expressão estáva entre seriedade e preocupação. Estávamos no meio do corredor dos biscoitos do supermercado. Ele olhou para mim com cara de quem não estava entendendo.

— O que foi, Davi?

— Você está percebendo o que está acontecendo entre a gente?

— O quê?

— Isso… isso tudo — eu não sabia como dizer, não sabia como explicar. Tinha medo de parecer que eu estava cobrando compromisso e estragar tudo.

— Você está por um acaso falando do nosso namoro?

— A gente está namorando? Tipo, namorando sério?

— E não estamos? Por que da minha parte nós estamos namorando muito sério a um tempão já — Ele se aproximou de mim — Davi, isso que nós temos é sério demais. E eu quero continuar tendo pelo resto da vida. Acho que até mesmo o Pedrinho já percebeu que rola alguma coisa entre a gente. A única coisa que falta pra gente ficar ainda mais sério é você vir morar comigo.

— Você está me fazendo chorar no meio do supermercado. E pode preparar um pedido de casamento melhor que esse.

— Eu te amo, Davi.

— Eu te amo, Vini.

Durante alguns mintuos, ficamos ali nos olhando, no meio do supermercado, sorriso tomando o rosto inteiro, uma felicidade e um amor que transbordavam, enquanto Pedrinho se sujava todo comendo bolo.

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Comentários

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Uau! Me apaixonei pela história e o final foi muito bem feito, com uma sutileza ímpar! Dez com prazer.

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É assim que pra mim deve ser o amor, quando menos se percebe ele já chegou e se instalou. Lindo conto, espero que continue.

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CARA VOCÊ ESCREVE MUITO BEM. Parabéns, conto ótimo e super gostoso de ler. Faça mais contos assim, de preferência com pelo menos dois ou três capítulos, pq é muito bom ler o que você escreve. Espero que continue ♡♡

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Digna de nota 10 sua narrativa. Continue

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Muito bom. Esse conto merece continuação. Você escreve muito bem.

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Muito bom. Esse conto merece continuação. Vc escreve muito bem.

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AH! LUGAR COMUM DIZER QUE O AMOR VEM AS VEZES DISFARÇADO DE RAIVA OU ÓDIO. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS CONTINUE.

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