A Ilha - Cap 09

Um conto erótico de LuCley.
Categoria: Homossexual
Contém 2581 palavras
Data: 28/02/2018 01:28:33

Link da conta antiga com todos meus posts anteriores. Para quem quiser acompanhar...

https://www.casadoscontos.com.br/perfil/215222

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Obrigado pela leitura. Comentem! Votem! Bom saber que vocês ainda acompanham. Abraços!! 😉

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Assim que chegamos ao Continente, fomos direto para a casa do garoto vitima de homofobia. Todos estavam muito abalados com o que tinha acontecido, mas perguntas teriam que ser feitas e infelizmente relembrar tudo de novo não seria nada fácil.

Pergunteise ele conhecia um dos agressores, mas a certeza de que não conhecera era real.

À medida que perguntas era feitas, os pais do garoto se desmanchavam em lágrimas e sofrimento. Por um breve momento pedimos uma pausa e o Mauro e eu ficamos sozinhos na sala de estar. Conversamos sobre tudo que ja tinhamos ouvido e ainda teríamos que passar na delegacia para pegar uma cópia do vídeo de segurança do shopping.

Eu estava cansado de ficar sentado por tanto tempo. O Mauro lia o processo e minhas anotacões quando a mãe do rapaz voltou dizendo que ele não tinha mais condicões de continuar.

O Mauro disse que não tinha problema, pois já tinhamos o suficiente.

Assim que acabamos fomos procurar um hotel para passar a noite. Lembrei de estarmos só com a roupa do corpo e ele disse que pediria à camareira para lavar quando chegássemos.

Ele pedia o quarto quando seu celular tocou; se afastou pra atender e pelo modo como falava e gesticulava, só pedia estar falando com o pai dele.

Ele desligou e terminou de dar entrada no hotel e parecia nervoso.

Fomos para o quarto e nos avisaram que o jantar não iria demorar. Perguntei se tinha uma lavanderia onde pudessemos lavar nossas roupas e a camareira disse que voltaria para pegar.

Entramos e procurei por roupões para nos vestirmos e ele ainda em completo silêncio. Ele se sentou em uma poltrona com as maõs atrás da cabeça e dei a volta alcançando seus ombros.

ㅡ hoje faz um ano que você comecou a trabalhar no escritório. Um ano que te vi pela primeira vez e guardei sua imagem no meu coração.

ㅡ tinha me esquecido. Com essa correria toda, nem parei pra prestar atenção na data. As vezes esqueço do meu próprio aniversário.

ㅡ rsrs, as vezes acontece o mesmo comigo. Sabia que eu te evitava? Ainda mais quando todos souberam que você é gay. Eu procurava ficar o máximo de tempo longe de você. Tive que suportar as reclamacões do Murilo com medo de ter você por perto.

ㅡ bobo. Eu sempre te achei bem bonito, charmoso e sexy. Ainda mais quando nas poucas vezes te pegava analizando os processos na sala de reunião.

ㅡ hahaha, me acha tudo isso?

ㅡ acho. Se o seu pai tentar de alguma forma nos separar, a gente sai do escritório e abrimos um aqui no Continente.

ㅡ toparia uma loucura assim?

ㅡ ja te disse que topo qualquer coisa pra ficar contigo. Não admito te perder pela ignorância alheia.

Ele me fez deitar sobre ele e repousei minha cabeça em seu peito. Abri um pouco o roupão e acariciava seu corpo. Me senti envolvido em seu abraço protetor e por instantes cochilamos. Seus dedos percorriam meus cabelos e acordei, ele me olhava e eu tenho uma afliçāo quando ele faz isso. Começamos a conversar e ele disse o porquê de estar chateado.

ㅡ meu pai me fez me sentir como se eu fosse um corruptor de menores; quando eu disse que ficaríamos em um hotel. Acredita que ele falou pra eu pedir dois quartos? Ainda teve a coragem de dizer que não pegaria bem para o escritório se soubessem do nosso "caso".

ㅡ não precisa ficar chateado com isso.

ㅡ preciso. Você não é um caso. Eu amo você.

ㅡ e eu amo você. Estou pensado aqui, será que a conversa que ele quer ter conosco é sobre a reputação da empresa em relação a nós dois? Porque se for, é muita hipocrisia e preconceito da parte dele. Vocês defedem vítimas de homofobia, mas escondem o relacionamento homoafetivo de seus empregados...

ㅡ te ouvindo falar, faz muito sentido. Só que pra mim já chega.

Nós vamos na delegacia e no Fórum bem cedo. Voltamos e te deixo aqui. Preciso resolver aquele meu assunto e voltamos pra Ilha.

ㅡ tudo bem. Promete não demorar?

ㅡ prometo, meu anjo.

Eu ia me levantar, mas ele pediu pra eu ficar. Namoramos na poltrona, fizemos juras de amor e o jantar chegou. A camareira levou nossas roupas e disse que em uma hora estariam limpas.

Jantamos, conversamos e discutimos sobre trabalho. Fiquei horrorizado com casos antigos que ele me contava e alguns, sem solução.

Eu estava cansado e precisava de um banho urgente. Ele encheu a banheira e pediu pra eu ficar em pé na cama.

ㅡ hahaha, vai me levar nas costas?

ㅡ vou, sobe aí!

Subi, mas fui rindo até o banheiro com ele dizendo que eu estava atrapalhando ele caminhar.

Quando desci, ele me virou de frente pra ele e tirava meu roupão sem tirar seus olhos dos meus.

Curtimos cada segundo na água quente entre beijos e abraços.

Não tive uma boa noite de sono. Acordei várias vezes, tive pesadelos e sonhos estranhos com pessoas que nunca vira antes. O Mauro me acordou e eu me debatia na cama. Ele foi pedindo pra eu me acalmar e por fim dormi.

Fui acordado às oito, mas estava completamente sonolento e com uma dor de cabeça horrivel. O Mauro já tinha pedido o café e estava lendo o jornal quando acordei.

ㅡ bom dia, toma café comigo? ㅡ perguntei e ele se sentou ao meu lado.

ㅡ bom dia amor. Já tomei. Estava esperando você acordar. Coma tranquilo.

ㅡ podia ter me acordado mais cedo.

ㅡ não, você não dormiu bem. Tome seu café e vista-se. Vou fazer algumas ligações e vamos.

Ele me deu um beijo e foi até a sacada. Parecia discutir ao telofone, novamente. Uma hora ele iria surtar.

Terminei o café e esperei ele pronto. Meu celular tocou e era meu pai. Com tanta coisa na cabeça nem lembrei de ligar pra ele. Atendi e pedi desculpas pela falta de consideração, mas ele disse não estar preocupado pois sabia que eu estava com o Mauro à trabalho. Nos despedimos e o Mauro entrou me chamando para irmos à delegacia e depois ao Fórum.

Ficamos praticamente toda manhã levando um chá de cadeira dos dois lugares e passava das 14hrs quando ele me levou ao hotel.

ㅡ vou pedir o almoço pra você. Durma um pouco até eu chegar.

ㅡ tudo bem. Boa sorte, em sei lá o quê você esteja aprontando.

ㅡ rsrs, obrigado amor. Não fique chateado, você vai saber na hora certa. Eu te amo, não se esqueça disso.

ㅡ também te amo. Vai logo!

Almocei e não pensei em mais nada, deitei e apaguei. A ultima coisa que eu queria era me preocupar com as loucas do Mauro, sejam elas quais forem. Até porque não me adiantaria nada.

Quando acordei ele estava ao meu lado. Fiquei puto.

ㅡ homem do céu, ainda vou te dar um golpe ninja. Mania de me assustar.

ㅡ rsrs, você estava dormindo tão bonitinho que fiquei com dó de te acordar.

ㅡ engraçadinho.

Olhei meu celular e era quase 18hrs. Ele já tinha fechado a conta do hotel e me arrumei rápido para voltarmos pra Ilha.

Senti que ele estava feliz e sorri à toa. Não contive a curiosidade em perguntar o quê aconteceu para ele estar diferente. Ele me olhou sorrindo e disse que só estava feliz por estar comigo. Ele estava radiante e não que ele fosse uma pessoa sempre séria, mas o Mauro sempre foi um cara contido e preocupado com tudo e com todos. Eu estava feliz por ele e desejei que seu novo "eu" temporário, tomasse conta dele para sempre.

Assim que chegamos ele me deixou em casa. O convidei a entrar e sem muita insistência de minha parte, ele aceitou.

Meu pai estava com a janta quase pronta e convidou o Mauro à tomar um drink.

Fui tomar banho e parecia que um trator tinha me atropelado. Meus ombros estavam doloridos e meu pescoço massacrado pelo travesseiro do hotel. Na hora não me incomodou, eu estava cansado demais e entrei em coma, mas depois de algumas horas, começou a incomodar.

Eu estava quase saindo do quarto quando o Mauro bateu e entrou. Ele se sentou na minha cama e me puxou pela cintura. Me sentei em seu colo de frente pra ele e coloquei meus braços em volta do seu pescoço.

ㅡ quer tomar um banho? ㅡ disse e ele me abraçou.

ㅡ tomo quando chegar em casa. Você é de longe a pessoa que eu mais amo nessa vida.

ㅡ está me dizendo isso por quê?

ㅡ só pra você saber. Quero que tenha noção do quanto é inportante pra mim e como eu me sinto feliz estando contigo.

ㅡ você sabe que eu te amo demais e que por nós, eu faria qualquer coisa.

ㅡ dentro da lei...

ㅡ claro, seu bobo. Se eu te perguntasse com muito jeito qual é o seu projeto secreto, você me contaria?

ㅡ hahaha, não! Mas quando você souber, eu vou estar livre de muita coisa que só me deixou pra baixo durante todo esse tempo. Aí você vai entender.

ㅡ droga.

ㅡ não seja impaciente, eu vou te dar o melhor de mim quando isso tudo acabar. Vamos? Vim te buscar pra gente jantar. Seu pai já colocou a mesa.

ㅡ se me der um beijo eu vou.

Depois de nossa ida à Ilha, o clima no escritório estava diferente. O pai do Mauro parecia ter se esquecido da tal conversa conosco e não mais tocou no assunto. Eu não estava preocupado, mas estava achando estranho o seu Ivan não ter ido falar comigo sobre meu namoro com o Mauro.

Embora eu achasse estranho demais a falta de interesse, eu estava adorando o fato de não ser incomodado por ele.

Outra coisa que me chamou atenção, é que o Mauro estava cada dia mais leve e bem mais humorado do que o de costume. Seu bom humor não passou despercebido e alguns ousaram questionar se ele estava namorando alguém.

Eu ficava bem longe desses comentários, mas um em expecífico me chamou à atenção. A Roberta conversava com o Murilo e ele perguntou pra ela se não achava estranho o Mauro e eu estarmos sempre juntos. Ela disse que era melhor ele não se meter na vida dos patrões e que o Mauro era mais complicado do que ele imaginava.

Fui pra minha sala terminar meu relatório e antes de eu sair pra levar pro Mauro, ele entrou.

ㅡ vou te levar pra jantar hoje. ㅡ ele disse todo feliz.

ㅡ que bom...

ㅡ que bom? Cadê seu entusiasmo?

ㅡ desculpa, posso te perguntar uma coisa?

ㅡ claro.

ㅡ seu pai não veio mais falar comigo sobre aquela conversa que ele queria ter na casa dele. Está acontecendo algo e não estou sabendo?

Ele respirou fundo e se ajeitou na cadeira. Estava na cara que o velho não iria desistir de um assunto sem que algo o impedisse.

ㅡ eu ameacei sair daquele nosso primeiro caso se ele ficasse te incomodando.

ㅡ eu sabia que você tinha falado alguma coisa pra ele. Não que eu esteja reclamando, mas Mauro, seu pai não é obrigado a me manter no emprego por sua causa. Ele vai acabar me demitindo se você ficar enfrentando ele.

ㅡ ele não é burro de te mandar embora e perder um cara tão esforçado quanto você. Outra coisa, não pense que ele não goste de você, porque ele te adora. Ele só não adora a gente namorar. E você estava certo quando disse que ele pediria completo sigilo sobre nosso namoro. Na cabeça dele o escritório perderia a credibilidade se os clientes soubessem.

ㅡ eu imaginei. Só não quero vocês dois discutindo.

ㅡ não discutimos e nem brigamos, só pedi pra ele te deixar em paz pelo menos até depois do julgamento.

ㅡ tudo bem.

Repassei os relatórios pra ele e comentei a conversa da Roberta com o Murilo nos corredores. Ele se levantou, ficou pensativo por instantes e pediu pra eu não ficar preocupado.

ㅡ deixem que especulem. Na hora certa a gente não vai mais precisar se importar com esse tipo de comentário. Prometo! Venho te pegar na saída.

ㅡ então ta! Você anda muito estranho...

ㅡ rsrs, bobo!

Depois do expediente o Mauro estava na minha sala esperando eu arrumar minha pasta e irmos pra minha casa pra eu poder tomar um banho e me vestir. No caminho ele sugeriu eu deixar algumas roupas na casa dele. Brinquei dizendo pra gente casar logo de uma vez e ele parou o carro de repente. Me assustei, óbvio. Ele me olhou e sem nem ao menos respirar, fez a pergunta do século.

ㅡ quer casar comigo? ㅡ ele disse mexendo no celular e olhando pra mim.

ㅡ hã?! Hahaha, ta doido?

ㅡ não, eu to é apaixonado por você. Te amo. Você não faz ideia do tamanho da chatisse que estava minha vida antes de você topar comigo na boate. E pra variar, você me socorreu naquele acidente idiota. Tem que ser você, cara, o homem da minha vida. Porque se não for, eu desisto. Casa comigo?

ㅡ caso! Eu te amo demais.

ㅡ mesmo? De verdade?

ㅡ de verdade! Caso contigo e de quebra abrimos um escritório de advocacia só nosso.

ㅡ eu estou falando sério, Éric.

ㅡ Mau, eu por um acaso estou rindo da sua cara agora, nesse momento?

ㅡ não. Então estamos combinados.

ㅡ você tem certeza que está bem?

ㅡ absoluta. E não me venha recusar casar comigo porque gravei o meu pedido todo no celular.

ㅡ hahaha, não acredito!

Eu não sabia, entendia ou fazia ideia do que estava acontecendo com ele, mas eu estava gostando e muito dele tomar coragem pra certas coisas. Para quem estava com medo de namorar outro cara, querer casar era um super salto na vida dele.

Não falamos de data, festa e nem nada. Era algo só nosso e prometemos ali mesmo, dentro do carro, fidelidade, amor, e muito respeito a nós dois. Seu carro foi a nossa igreja e tivemos o pôr do sol como testemunha da nossa união repentina.

Chegamos em casa rindo e ele perguntou se eu tinha uma mala de mão pra levar umas trocas de roupas pra casa dele. Pedi a ele que colocasse qualquer coisa que estivesse na porta do meio do meu armário.

ㅡ porquê a porta do meio? ㅡ ele disse rindo.

ㅡ porque são roupas e calçados novos. Não vou sair contigo parecendo um moleque com as roupas que tem aí dentro.

ㅡ se faltar alguma coisa eu compro pra você. É chato ter que vir até aqui pra você se arrumar, sendo que pode ir lá em casa que é bem mais perto.

ㅡ isso é verdade. A gente perde um bocado de tempo. Vou tomar banho e já vamos.

Foi a noite mais agradável que tivemos. Não sei se pelo calor do momento em nos aceitarmos como companheiros ou pela auto-confiança que o Mauro começara a descobrir em si mesmo.

Só sei que no meio de tanta coisa, acabamos de mãos dadas passeando pela orla como nunca havíamos feito.

Foi um belo fim de noite, só que com a lua como testemunha.

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Continua...

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Comentários

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aff Jesus q criatura mais inconveniente dos infernos!

Continue escrevendo como vc faz e deixa de lado certas criaturas.....que ranço!!!!!

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MUITO AMOR, MUITO ROMANCE. TUDO COR DE ROSA. MAS VAI SER SEMPRE ASSIM??? NEM TUDO É UM MAR DE ROSAS NA VIDA DE DOIS GAYS. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS SEI DISSO.

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