O Diário - Capítulo 6

Um conto erótico de Dr. X
Categoria: Gay
Contém 2766 palavras
Data: 04/04/2020 20:13:07

O Diário

Capítulo seis – Metamorfose

"Eu juro, por meu ser e por minha existência, que nunca mais amarei outra vez."

Essas palavras ainda ecoam aqui, sempre. Infelizmente a vida nos surpreende. E como eu sei disso...

As primeiras semanas que passei na capital foram incertas, eu estava apenas recebendo instruções dos meus pais e me preparando para a vida na cidade grande. Conheci algumas ruas em meu bairro e mapeei os locais onde encontraria mantimentos, caixa eletrônico e farmácia. Também gravei o caminho até a facul e o caminho até a praia. Enfim, tratei de conhecer todos os lugares que frequentaria durante os anos seguintes.

Meu pai estava fazendo fisioterapia e já recuperava seus movimentos, Apenas o coração havia sido afetado, então ele foi proibido de trabalhar e eu assumi o controle das lojas. Lucas, o gerente, me ajudava como podia. Ele me mandava e-mails e resolvia os pormenores que por ventura ocorriam, porém algumas coisas eu tive que aprender, ele e os meus pais me ensinaram muita coisa. Minha mãe veio passar um fim de semana comigo e me ensinou a cuidar do apartamento e a cozinhar, porém ela não ficou mais que isso por causa do emprego.

O primeiro momento realmente crítico foi meu primeiro dia de aula. Não fiz amigos, pois ainda estava fechado demais pra isso. Eu via todas aquelas pessoas despojadas e me senti um lixo, por ser do interior e por não saber lidar com o tanto de mudanças que estavam acontecendo. Eu via as pessoas conversando e parecia que eu não estava ali. No fim do dia saí mais cedo para evitar os veteranos e o trote, atividade que virou rotina nos dias seguintes. A Faculdade ficava a 20min do meu condomínio, o que facilitava minha locomoção pelo lugar.

As primeiras semanas de curso passaram e logo já se iam alguns meses. Nessa altura já havia feito alguns novos amigos na faculdade por causa do convívio diário. A Lívia me ligava quando podia, assim como meu pai e minha mãe, essa última me visitava uma vez por mês.

A rotina era pesada, aula em período integral e depois trabalho e estudos à noite. Perdi muitos quilos porque não comia direito. Às vezes não conseguia dormir e passava a noite estudando e em algumas ocasiões ia ver o dia nascer na praia depois de virar a noite em claro. Aquilo me fazia bem depois de noites extremamente desgastantes, tornou-se uma das minhas atividades preferidas!

Sempre fui rápido para aprender, então era um dos melhores da turma. Alguns colegas mais próximos me chamavam para sair e sempre eu recusava. Sempre me questionavam acerca daquilo, mas ambientes externos eram completamente hostis para mim naquele momento... Namorar então?! Nem nos pensamentos.

Não ocultava minha orientação sexual, mas também não saía por aí comentando minha homossexualidade, nem sequer fui indagado sobre ela. Não me importava com o que os outros estavam pensando, estava cada vez mais fechado no meu próprio mundo.

Passei meu aniversário sozinho e infelizmente lembrei o Leonardo e de como ele havia me traído, eu odiava-o com todas as forças. Os dias seguintes vieram carregados de péssimas lembranças, mas apesar da tristeza, eu não conseguia chorar.

Dessa forma, o primeiro ano se passou. Eu sofri muito, mas estava adaptado a nova vida.

Não tive coragem de voltar a minha cidade nas férias, preferi adiantar a matéria. Em um desses dias me chamaram para ir à praia com uns colegas, decidi ir já que me sentia finalmente mais disposto. Aparentemente, tudo o que havia sofrido tinha sido superado, apesar de uma sede de vingança começar a se manifestar.

O dia estava ensolarado e a praia movimentada. Sentei-me em uma roda de conhecidos em um quiosque na praia, pois não estava disposto a me banhar naquele dia. Havia um violão lá e em um momento me ofereceram-no para tocá-lo, toquei e cantamos algumas canções da MPB e pop-rock, mas não me recordo quais. Passei o dia inteiro lá e adorei conhecer melhor algumas daquelas pessoas, principalmente a Fernanda, o Henrique e a Luna.

O segundo ano de faculdade começou e a loja havia fechado duas filiais, porém eu planejava reabri-las ao estabilizar as coisas. A rotina pesou ainda mais, porém alguma coisa em mim me dava forças para continuar. Eu seguia cada vez mais forte, mais adaptado àquela correria toda. Dormia seis horas por dia quando sobrava tempo, geralmente dormia menos que isso, mas continuava na luta. Me aproximei dos colegas no curso, a Luna me visitava assiduamente, riamos bastante. A Fernanda passava a aula toda comigo, um ajudando o outro e o Henrique me obrigava a sair de casa com ele sempre que surgia uma oportunidade. Ainda me lembro do que ele dizia:

– Vamos tirar o defunto da tumba hoje!

Eu adorava aquele trio, eles até fizeram uma surpresa no meu aniversário de 18, fiquei felicíssimo! . A Lívia me ligava frequentemente, disse que estava namorando com um carinha conhecido meu, ela estava apaixonada demais por ele e não me ouviu quando eu a avisei sobre ele ser um embuste.

Apesar do desgaste de lidar com as coisas da loja, as aulas eram a parte mais cansativa! Em algumas dessas aulas, dividíamos a sala com outras turmas. Em uma dessas aulas notei um garoto da educação física me olhando. Que corpão ele tinha! 1,9m de altura, todo malhado, mas nada exagerado, pele morena jambo, queixo quadrado, traços bem másculos, olhos negros e lábios avermelhados. Voltando a aula: o cara passou toda a aula me encarando e eu fingia que não percebia. Apesar de tentar evita-lo ao máximo, em um momento de descuido ele me pegou olhando para ele e nossos olhares se cruzaram. Eu tremi, fazia mais de um ano que eu havia beijado ou tocado outro cara, meu pau se enrijeceu naquela hora e acho que ele notou, pois esboçou um sorriso safado. A aula acabou e por sorte não teríamos os últimos períodos, então eu decidi ir para casa mais cedo porque queria adiantar uns documentos.

Já na saída da facul, torci meu pé ao pisar de mau jeito na calçada e o resultado foi um tombo cinematográfico, daqueles que param os carros na rua para rirem de você. Minha mochila amorteceu a queda e não me machuquei. Quem passava na hora percebeu a queda, então eu abaixei a cabeça com certa vergonha fingindo que não era comigo. Me sentei na calçada sem me levantar e fiquei encolhido esperando o susto passar. Pouco tempo depois, notei dois pés gigantes de frente a mim, ergui a cabeça e dei de cara com um corpo escultural em minha frente, no topo aquele rosto másculo que me encarara momentos antes durante a aula de anatomia. Ele me ajudou a levantar e perguntou se havia machucado algo. Eu rapidamente respondi que não, mas ao dar um passo e me virar, senti uma dor imensa no tornozelo torcido e não segurei o pequeno grito de dor. No mesmo instante, senti a mão enorme daquele monumento passando pela minha cintura e me ajudando a apoiar-me. Senti sua voz rouca e sensual dizer no meu ouvido:

– Onde você mora? Para eu te levar em casa! Desse jeito você não vai muito longe sozinho.

Retruquei que não precisava, acho que fui um pouco grosso até, porém senti outra fisgada no tornozelo que me fez aceitar seu auxílio no mesmo instante.

Então ele me segurou e me levou mancando até o seu carro, era como se eu estivesse agarrado numa árvore ambulante. Depois de indicá-lo meu endereço, ele me levou até lá. Confesso que eu poderia ter pedido a um dos meus amigos para me levar, mas tava tão na dele que nem me lembrei dos meus amigos na hora. No caminho ele me disse que chamava Rafael e que estava no último ano do curso de Ed. Física, porém estava de dependência em anatomia e por isso fazia aula junto comigo. Tinha 22 anos e me falou que estava solteiro, naquela hora não entendi o porquê do comentário, mas relevei porque estava distraído com a conversa. Em um ou outro momento notava olhares que ele me lançava, percebi também que ele não tirava os olhos de minhas pernas (que sempre foram avantajadas devido a eu caminhar bastante e ter uma genética forte nesse ponto), chegamos em casa e eu me despedi, porém ele fez questão de subir comigo até meu apê, no 8º andar. Relutei mas acabei aceitando, sabia que aquilo não ia prestar.

Seguimos até o elevador e subimos, ele fez questão de abrir a porta pra mim. Claro que não era necessário, mas tudo bem. O convidei para entrar, já que ele havia sido gentil comigo e ele aceitou e entrou. Apesar da falta de tempo, meu apartamento era super organizado. Claro, havia livros espalhados para onde quer que se olhasse, mas fora isso tudo ficava devidamente em seu lugar. Nos sentamos no sofá e eu fiz uns mistos para comermos enquanto ele me falava de sua família e de pormenores de sua vida. Ele perguntou sobre meus pais e elogiou minha mãe ao vê-la em uma foto, também me mostrou a foto dos pais que levava na carteira. Quando dei por mim, já estava anoitecendo, mas a conversa estava tão agradável que nenhum de nós esboçou preocupação.

Conforme o tempo passou, a conversa foi esquentando e eu notava olhares safados que ele me mandava. Me envergonhei e pedi que ele me aguardasse enquanto iria tomar banho, pois fazia muito calor. Ele ficou na sala vendo TV e eu fui para o banheiro, notei o quanto estava excitado e tomei um banho rápido para me acalmar. Passei por ele de toalha (ok, talvez isso tenha sido proposital) e fui até meu quarto onde usei uma roupa comum (camisa e bermuda). Quando cheguei na sala, o papo continuou e o assunto foi indo para o lado de sexo, ele me contou sobre as gatas que ele pegava e o que ele fazia com elas, também me perguntava algumas coisas e eu respondia com respostas evasivas. Ele notou meu nervosismo e me provocava narrando suas melhores transas e de como era bom na cama. Em um momento ele me perguntou se eu era Nerd e respondi que sim. Ai sim ele começou a se gabar, dizendo que deixava todos os que ele pegava loucos. (Isso mesmo, todos, mulheres ou homens). Ele me falou que estava com sede e eu o levei até a cozinha para beber água, a porta do meu quarto fica no caminho e quando passou pelo meu quarto na volta ficou encarando. Eu falei que era onde eu dormia e ele disse que queria vê-lo. Eu disse que poderia entrar e ele logo o fez.

Chegando lá, ele foi logo sentando em minha cama e disse que meu quarto era cheiroso. Ri e falei que não sentia cheiro algum. Ele deu tapinhas da cama, me convidando a sentar com ele e senti um arrepio nessa hora. Obedeci e nós continuamos a conversa até que ele começou a falar de mim, que eu era legal, mas que vivia sozinho. Me perguntou como eu fazia para "desestressar" e me sufoquei de tanta vergonha. Desconversei e passamos a falar de trabalho, eu sentia o calor de seu braço encostado no meu. Em determinado momento, ele colocou a mão em meu joelho e continuou a falar, mas eu já não prestava mais atenção.

Ele falava e mexia com os dedos sobre a barra da bermuda, depois de um tempo senti sua mão subir pela minha coxa e quando ergui a cabeça para olhá-lo ele me surpreendeu com um beijo quente, correspondi e quando percebi já estava deitado sob ele. Ele me beijava e alternava, falando indecências em meus ouvidos e eu sentia seu hálito quente na minha pele. O cara era uma máquina! Eu já soltava gemidos de prazer nesta altura e ele dava mordidinhas em meu pescoço enquanto dava bombadinhas contra minha perna.

Tudo foi muito rápido: quando dei por mim, ele já estava tirando minha cueca e a sua. Aquele pau grosso de uns 20 cm, babava loucamente. Fiquei apreensivo, mas relevei. Ele veio por cima de mim feito um louco e minha abstinência falou mais alto. Sua língua dançava com a minha ferozmente e sentia sua boca me sugando e seu pau roçando minha entradinha. Ele começou a lamber meus mamilos e num pulo posicionou seu pau rente ao meu rosto. Caí de boca naquela tora, que pulsava em minha boca com um calor alastrante. O sabor da baba era forte e eu me contorcia de prazer enquanto ele urrava. Ele passou a bombear seu pau como se comesse minha boca, empurrava aquela tora até minha garganta me sufocando até.

O ritmo frenético logo o fez gozar rios de porra e eu não consegui segurar aquela porra na boca. Ele passou seu pau onde ela escorria e a empurrava de volta pra minha boca e em seguida ele me beijou enquanto dividimos sua porra. Passou a me punhetar enquanto lambia meu cu e enfiou um de seus grossos dedos pra massagear minha próstata. Não aguentei e gozei litros. Ele pegou meu semen e passou no meu anel e enfiou mais um dedo enquanto me beijava. Logo depois outro e depois mais um de sua outra mão. Os retirou e me virou de costas, lambeu meu cu e posicionou sua tora grossa e cabeçuda na minha portinha. Meteu de uma só vez e não contive o grito.

Ele me abraçou e repetia no meu ouvido para relaxar que logo passaria, eu nem lembrava da dor em meu tornozelo mais!

Ele começou a bombar violentamente enquanto a cama rangia. Falava obscenidades em meu ouvido e metia sem dó. Às vezes tirava e enterrava tudo e eu nem sabia como aquilo era capaz de acontecer. Senti seu pau pulsar e o ritmo aumentar. Ele começou a gemer mais alto e gozou vários jatos daquele leitinho quente dentro de mim, me punhetei e também gozei ainda com ele dentro de mim.

Ele me elogiou dizendo que eu era muito gostoso e que tinha um cuzinho delicioso e apertadinho.

Eu notei sangue no meu lençol e ele ficou preocupado. Depois de acalmá-lo, lhe entreguei uma toalha e ele foi banhar-se enquanto eu arrumava a bagunça que fizemos (meu quarto estava de cabeça pra baixo).

Em seguida eu fui tomar banho e depois nos despedimos porque já era tarde da noite. Trocamos contato e ele se foi depois de me beijar.

Durante o final daquele ano e o ano seguinte inteiro transamos algumas vezes. Eu recusei seu pedido de namoro mais de uma vez argumentando sobre os estudos( sabendo que o motivo era outro). Aquilo não afetou nossa relação, mas na transa seguinte ele se vigava pondo um pouco mais de força nas investidas. Cheguei até a penetrá-lo: foi apenas uma vez, mas ele não pareceu ter curtido muito.

Numa tarde de segunda, a Lívia me ligou chorando dizendo estar grávida. Conforme eu tinha alertado, o rapaz era escroto e terminou o namoro culpando-a por aquilo, o que a deixou extremamente deprimida. Eu sempre ligava para conversarmos e passei a nota-la cada vez mais desanimada, apesar da ansiedade e felicidade com a gravidez. Achei bem corajosa a escolha dela de ser mãe solteira tão jovem. Em uma das nossas conversas, ela me disse que a irmã do Léo havia sido diagnosticada com Leucemia. Eu fiquei triste por ela, afinal era jovem e uma boa menina.

Os meses se passaram e Lívia teve seu bebê em Setembro daquele ano (O meu terceiro ano de Faculdade). Como a vida sempre nos prega peças, infelizmente ela teve depressão pós-parto. Apesar de se esforçar pelo sua filha, ela não conseguia amá-la e se sentia culpada e frustrada com aquilo, porque a criança era a esperança que ela tinha para sair daquela situação negativa em que se encontrava ao longo de toda gravidez. Era como se ela tivesse perdido a passagem pra fora daquela tempestade.

Comecei a sentir certo torpor em sua voz, como se ela estivesse desaparecendo. Ela estava muito infeliz e parecia cansada demais, física e mentalmente. Eu não entendo bem o que aconteceu, porque foi tudo muito rápido. Um dia eu estava em casa estudando e ela me ligou e disse em meio a lágrimas, apenas:

– Adeus, Lipe, meu velho amigo. Te amo! Cuida da Alice...

Eu tentei ligar de volta várias vezes, mas ninguém atendia. Eu precisava fazer alguma coisa urgente e só havia uma pessoa quem recorrer naquele momento. Três anos depois e eu ainda sabia o seu telefone de cor.

Continua...

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