Você é capaz de me perdoa? DOIS

Um conto erótico de GIRAFFA
Categoria: Gay
Contém 1335 palavras
Data: 25/06/2020 15:09:25

Eu me levantei e fui tomar um banho, deixei as lágrimas caírem ali, somente ali chorei e deixei que a água quente pudesse me ajudar com as dores, depois peguei o kit de primeiros socorros que tinha em baixo da pia da cozinha e limpei os cortes e tomei um relaxante muscular e me deitei. No outro dia, após a aula de luta, meu irmão me puxou e mandou eu ficar junto dele e que não era para eu inventar nada de subir, mas naquele momento eu me perguntei, que tipo de homem eu queria ser, o tipo que obedece ou o tipo que vai atrás, e depois de responder para mim mesmo, ali estava eu entrando dentro da sala da madame, ela me olhou e apontou para seu escritório e eu fui, estava esperando que ela me proibisse de entrar em sua sala ou me desse uma bronca.

Madame- pelo que posso notar, seu pai não teve uma reação muito boa.

Henrequi- mas isto não me impedira!

Madame- conheço historias como a sua e elas nunca são fáceis e saiba que elas vem carregadas de muitas dores e esforços e algumas são muito inspiradoras e outras bem trágicas e com isto garoto você tem que saber escolher e aproveitar, lhe vi vir aqui durante meses, vi como olhava para os paços e para tudo, anotando e observando e ontem sem ensaiar, mostrou quase impecavelmente a coreografia, e o que suponho que aconteça agora é que seu pai não vá pagar as aulas e lhe batera novamente, mas tem algo em você, algo que me faz acreditar que apesar da tragédia, também terá muito sucesso e inspiração junto. Então se você conseguir vir as aulas, não lhe cobrarei, tenho algumas roupas velhas de uns ex alunos em casa que te serviram, mas eu serei a mais cruel com você, não espere pena ou adulo, e se você falhar e não me mostrar esse sucesso que vejo, não terá uma segunda chance.

Depois de dizer isto, madame pegou uma sacola e me entregou e mandou que eu me trocasse para ela ver como ficaria, sem problema algum me troquei na frente dela, ela me explicou secamente como a roupa deveria ficar e saiu da sala, sendo seguida por mim que imediatamente fui para a barra fazer o que as demais estavam fazendo; fiquei o dia ali e estava amando, era tão diferente do que treinar uma luta, mas ao mesmo tempo era igual, madame gritava e toda vez que mandava eu ser firme ela dava levemente com a vareta em minhas pernas dizendo “bailarino tem perna firme, para sustentar a se mesmo e a bailarina” eu dei o meu melhor, pois não queria mostrar para ela que ela tinha se equivocado, e estava tudo indo bem até que meu irmão entrou na sala e me puxou pelo braço.

Tiago- você ta louco? O pai disse que não te queria aqui!

Henrique- e eu disse que não iria parar.

Tiago- ele vai fazer pior hoje do que fez ontem!

Henrique- então parece que minha noite será longa.

Tiago- você é um idiota!

Ele saiu e eu voltei para a barra e madame me olhou feio e me mandou pagar trinta flexões e eu rapidamente a obedeci e para minha surpresa, meu pai não subiu ali para me tirar da aula, terminei a aula e fui me trocar para ir para casa, quando cheguei na academia, nem meu pai e nem meu irmão estavam lá, então fui andando para a casa, o caminho era meio longo, mas nada que me mate, então fui andando. Quando cheguei em casa, entrei e fui direto para o meu quarto que dividia com meu irmão, ele já estava dormindo e para não atrapalhar ele fui trocar de roupa no banheiro e quando passei em frente o quarto do meu pai ele me chamou; antes de passar pelo batente da porta, pude sentir o cheiro de álcool e assim esperei pela surra, esperei firmemente dizendo para mim mesmo “aquente firme, homens de verdade aquentam firme, passe por isto, passe por este momento firme, homens de verdade aquentam firme” eu parei diante dele que estava deitado em sua cama com uma garrafa ao lado, eu não sei se meu irmão sabia, mas eu em muitas vezes que estava acordado de madrugada, pude ouvir os resmungos do meu pai de madrugada e o som das garrafas sendo esvaziadas.

Pai- você foi, mesmo eu dizendo que te bateria mais do que ontem, mesmo eu dizendo que eu não queria! Você não tem medo de mim?

Henrique- eu não deveria temê-lo e sim respeita-lo, mas parece que o senhor não sabe impor nenhum dos dois.

Ele me olhou com tanto ódio, tanta raiva e poderia ate dizer que tinha um pouco de mágoa lá, mas um homem como ele era incapaz de sentir isto, ele ficou me encarando enquanto dava mais um gole na sua garrafa, ele já tinha até parado de perder tempo com o copo.

Pai- se você quer ser um viado filha de uma puta que seja, só que não terá nada de mim não te levarei não te buscarei e nem pagarei nada dessa merda!

Eu dei um leve aceno com a cabeça, confirmando o meu entendimento e me virei para sair daquele quarto que fedia, mas antes de sair de seu quarto eu lhe disse, de costas mesmo, sem perder o meu tempo me virando para ele “ homens de verdade não impõem medo, eles conquistam respeito”

Depois daquele dia tudo mudou, eu com sete anos consegui um emprego, ajudava em um salão que ficava entre a minha escola e o ballet, eu só pegava os produtos e limpava o que tinha que limpar, eu era meio que um faz tudo, consegui o emprego graças a madame, e assim eu passei a fazer a rotina de estudar de manhã, trabalhar a tarde e ir para o ballet a noite, eu saia junto com meu pai e irmão e depois da aula eu seguia meu rumo, eles não me perguntaram nada e nem se deram o trabalho de querer saber e com isto o silencio se estalou entre nós, depois de alguns meses, parei de ir com eles por simplesmente sair mais cedo para poder chegar mais cedo na escola para poder estudar. Acordava cinco, chegava na escola seis, meio dia saia dela e ia para o salão e as seis saia do salão e ia para o ballet que terminava as nove e ia para casa, chegava em casa as onze e meia e após minha chegada, ia tomar banho e comer alguma coisa, aprende a fazer minha própria comida, pois não podia esperar que meu pai ou o meu irmão tivesse a gentileza de deixar comida pronta para mim, também aprendi a lavar e passar, aprende a administrar os seiscentos reais que recebia, gastava somente com o que era necessário.

Somente o necessário, somente a convivência no mesmo ambiente eu tinha com os dois que cada vez estavam mais parecidos, meu irmão que já estava com seus dezesseis anos, aparentava ser mais velho, por ter muito corpo devido a luta e a academia que ele tinha como religião, ele tinha a cabeça ruiva raspada na zero que o deixava com uma cara de mal, meu pai dividia seu tempo entre trabalho, bares e coisas que não me dei ao trabalho de saber e eu? Eu tinha a altura do meu irmão, ambos tínhamos um e oitenta e cinco, eu estava com o meu cabelo cacheado batendo nas costas, tinha aprendido tanta coisa no tempo que trabalhei no salão, eu tinha um corpo magro e bem definido, um pouco a mais de perna e bunda que faziam as meninas da minha turma elogiarem bastante. Eu graças a Deus saí do salão, não que lá fosse ruim, mas sim por conseguir algo melhor, estava estagiando como menor aprendiz em uma empresa.

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EXEMPLO DE CORAGEM, DETERMINAÇÃO. CONTINUE... VEREMOS MAIS A FRENTE O QUE O FUTURO DIRÁ DE SEU PAI, SEU IRMÃO E VC.

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Amando esse conto, mesmo sendo doloroso em algumas partes. Certeza que a perseverança o diferirá dos dois homens da família. Aguardando o próximo capítulo, rsrs...

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