EM BUSCA DO SUCESSO - CAPÍTULO 50

Um conto erótico de Rocio
Categoria: Homossexual
Contém 3753 palavras
Data: 07/02/2022 19:57:24
Assuntos: Gay, Homossexual

Renan: A ligação do Giovani com o Lucas é até aqui.

***Marta: Tudo na mesma, mas sabe que eu estive conversando com a filha do seu Pedro, e a polícia descobriu que quem estava envolvido naquele assalto era o irmão do Giovani com mais um outro.

Renan: É mesmo é?

Marta: Depois eu fui tirar saber e realmente aquele Nando era um bandidinho daquelas bandas lá onde vendem drogas***

Renan: Essa é a boca. – Ele disse olhando uma livraria que estava ao seu lado, resolveu entrar e observar pela vitrine.

De repente, tiros. Sirene, polícia, barulho, correria.

Lucas sangrava no chão.

EM BUSCA DO SUCESSO – CAPÍTULO 50

Renan observou a cena e se abaixou, as pessoas da livraria gritavam, ninguém sabia o que estava acontecendo.

Renan: Meu Deus do céu. – Ele disse com medo.

Alguns que entraram para se esconder também comentaram que a polícia estava desmontando o tráfico da região. Aos poucos, as coisas foram se acalmando.

CASA DA FAMÍLIA MACOPPI

Estela chegou em casa e encontrou os filhos, Camila e Guilherme.

Camila: Mãe e então... tudo certo?

Guilherme: Ele compareceu?

Estela: Claro que deu tudo certo, imagina que eu perder uma causa dessas!

Guilherme: Ele não ficou bravo?

Estela: Não, até que ficou mansinho, aceitou a proposta. – Ela disse tomando um suco.

Camila: E como a senhora tá?

Estela: Ótima, eu vou tomar um banho e relaxar na hidro, é tudo que eu quero, não vão pra faculdade?

Guilherme: Hoje não tem aula.

Estela preparou seu banho e entrou na banheira.

Estela: A vida continua, agora sem você. – Ela disse chateada.

No quarto, Guilherme se arrumava.

Camila: Vai pra onde?

Guilherme: Ah Camila, o que acha que eu vou fazer? Tomar uma e relaxar.

Camila: Eu vou usar o carro.

Guilherme: Ah qual é, usa o da mãe, vai pra onde? Nem namora mais.

Camila: E daí? E eu lá só tinha o Gustavo pra sair? Me poupe.

Guilherme: Fui! – Ele deu um beijo no rosto da irmã.

CALIFÓRNIA

Renan acabou saindo da livraria e as pessoas curiosas foram ver o que estava acontecendo, ele encontrou Lucas caído no chão, sangrando, mas acordado.

Lucas: Me ajuda, por favor. – Ele suplicou, segurando firme no braço de Renan.

Renan rapidamente ligou para o SAMU e acabou encontrando Marta e Ademir, seu padrasto ali também.

Marta: Renan pelo amor de Deus, o que você tá fazendo aqui? Vamos pra casa.

Renan: Espera, calma mãe, eu conheço ele. – Ele disse enquanto chamava a ambulância no telefone.

Ademir: Parece que prenderam todos aqueles bandidos que vendiam drogas aqui.

Renan: A ambulância já vem, calma.

Lucas estava desmaiado já, Renan estava achando que o ex colega havia morrido.

Marta: De onde você o conhece?

Renan: Da faculdade mãe.

Marta: Acho que morreu. – Ela disse assustada.

Policial: Se afastem, por favor, se afastem!

Lucas foi levado pela equipe de socorristas para o hospital da cidade. Enquanto, Renan voltava para casa com a mãe e o padrasto.

Ademir: Já tava na hora de darem um jeito naquele lugar, só bandido.

Renan: Pode ter morrido algum inocente, na livraria ficaram todos assustados.

Marta: Meu Deus, a gente ficou preso no mercado, que horror isso tudo.

Renan: Será que o Lucas morreu? – Ele disse olhando pela janela do carro.

Marta: O que ele tava fazendo ali?

Renan: Também queria saber.

BAR

Guilherme estava tomando um drink com Sabrina e desabafando os problemas da vida.

Guilherme: Eles se divorciaram hoje. – Ele disse comendo uma batata frita.

Sabrina: E você não vai mais falar com seu pai?

Guilherme: Não sei, ainda tô muito em choque com tudo que aconteceu.

Sabrina: Nada a ver você não aceitar seu pai gay, eu queria pelo menos ter tido um.

Guilherme: Não é fácil, cara, meu pai... levando no rabo... ah para né? Inacreditável.

Sabrina: Você é homofóbico né? Como consegue?

Guilherme: Agora tudo é homofobia.

Sabrina: Você já parou pra pensar que independente de tudo isso, seu pai não vai deixar de sentir atração, ele não vai deixar de ficar com homens só por que você quer né? Ou você deixaria de ficar com mulheres se mandassem você virar gay?

Guilherme: Pois é, esse é o problema, ele não vai mudar.

Sabrina: Então como que você não consegue enxergar que o melhor é ele viver a vida dele, agora que se separaram, deixa o coroa aproveitar, eu já vi muita coisa nessa vida de garota de programa, tinha um coroa, casado com mulher, mas que não tinha coragem de trair e nem de ficar com homem, segundo ele, e ele frequentava o bar pra relaxar, beber e conversar, coitado né? Ele me usava como psicóloga pra desabafar, fazia eu pintar a unha dele, fazer maquiagem.

Guilherme: Não fode. – Ele disse rindo.

Sabrina: Ele abria o armário, na época eu ficava com um rapaz quase sempre, um namoradinho, aí ele queria ver fotos do cara, nudes, queria que eu contasse como que a gente transava, a gay fumava um e ficava louca imaginando que o cara tava comendo ele.

Guilherme: Sabrina, melhor mudar esse assunto, vem cá e sua amiga Luana? O que ela achou de descobrir o que o ex fazia?

Sabrina: Ué, ela vai reclamar do que? Ela é prostituta.

Guilherme: Como que vocês foram entrar nessa vida?

Sabrina: Eu não vou me fazer de vítima pra você, mas eu caí nisso enganada, não sou de Curitiba, saí do interior, Santo Antônio da Platina, acabei vendo a vaga de acompanhante de executivo, nem imaginava que era pra ser puta.

Guilherme: Então você tá dizendo que foi assim? Por engano? – Ele disse desconfiado.

Sabrina: Não, eu soube e depois me interessei, era uma forma de ganhar dinheiro fácil, imaginei, mas não é tão fácil assim, eu tinha o sonho de vir estudar, trabalhar numa empresa grande, eu não tinha nenhuma perspectiva em Santo Antônio, na minha família as mulheres são faxineiras, não estudaram ou vivem submissas, eu não queria isso pra mim não, eu vim pra cá atrás de uma oportunidade, mas não encontrei, até tentei sair disso depois, mas sem ensino médio completo achei o emprego de auxiliar de serviços gerais, quando fui ver pra que era, faxineira numa empresa de ônibus, larguei disso e preferi voltar pra vida.

Guilherme: Mas você pensa em ficar nisso até quando? Não quer outra coisa? Uma vida melhor?

Sabrina: Eu consegui aprovação naquele negócio do ensino médio, a prova que faz lá, o encceja, mas ainda não procurei outro emprego, sinceramente esse negócio de ter que bater ponto, servir uma empresa, não sei se quero não. – Ela disse tomando a bebida.

Guilherme: E o que você quer? O que você gosta de fazer, de verdade?

Sabrina: Eu gosto de dançar, por isso que eu fico naquele bar, as vezes nem faço programa, só recebo por dançar no palco e tirar a roupa.

Guilherme: E sabe dançar esse forró que tá tocando?

Sabrina: Eita, mas é óbvio.

Os dois foram para pista onde tocava Falamansa.

CASA DE MARTA

Renan: E se eu for lá no hospital?

Marta: Ainda com isso na cabeça? Fazer o que lá?

Renan: Mãe eu preciso saber se ele tá vivo.

Marta: Mas por que? O que você tem a ver com isso? Ele não tem família?

Renan: Eu não sei.

DIA SEGUINTE

CASA DE GILDA

Jéssica estava terminando de limpar o quarto, quando ouviu uns sussurros como se tivesse alguém chorando na sala. Gilda olhava uma foto do filho, sentia saudade e chorava por achar que ele estava fazendo uma coisa errada.

Jéssica: Mãe! O que foi? – Ela perguntou abalada.

Gilda: Nada, não foi nada. – Ela limpou as lágrimas.

Jéssica: Parece que a senhora está sentindo mais por ele do que quando foi comigo, por que?

Gilda: Aí filha, não é porque eu amo mais ele do que você, mas você Jéssica eu já tinha me acostumado, eu não queria que ele fosse pelo mesmo caminho.

Jéssica: Mãe, isso é natural.

Gilda: Isso é pecado! A bíblia condena, não foi o certo como Deus criou.

Jéssica: Para de ser cega e não enxergar as coisas, será que a senhora não percebe que sempre existiu e sempre vai existir gays, lésbicas, travestis? Que as pessoas vivem normalmente?

Gilda: Jéssica vamos supor que você tenha até nascido assim, realmente você pequena já deu alguns sinais, mas o Kauan não, ele não era assim, ele namorava a Luana, ele ficava com meninas, eu não sei o que aconteceu nesse tempo que ele foi iludido pelo César, uma nojeira que me dá um negócio de imaginar, parece que foi pelo dinheiro e viu que era bom, olha como parece uma coisa do diabo, que Deus me perdoe, mas olha, é difícil, é difícil engolir essa história!

Jéssica: Mas ele tá com feliz o Renan, eles estão felizes e eu vejo que eles se gostam tanto.

Gilda: Deve ser uma ilusão, não sei como ele pode escolher viver assim, pelo menos eu acho que seu irmão é o homem, aquele filho do Juvenal sempre foi uma bichinha mesmo.

Jéssica: E agora a senhora vai fazer o que? Não vai olhar mais pra cara do seu filho? A senhora sabe que minhas passagens pro intercâmbio estão compradas, eu vou ficar 6 meses fora e a senhora vai ficar aqui, sozinha, contando com ajuda de vizinhos pra carregar uma compra de supermercado! É isso que a senhora quer? Ficar dependendo dos outros porque fica se importando com quem o Kauan dorme ou não? Mãe, acorda! Ele está feliz assim, não está cometendo nenhum crime.

Gilda começou a chorar novamente e Kauan entrou na casa.

Kauan: Mãe!

Gilda: Meu filho! – Ela foi dar um abraço apertado.

HOSPITAL

Renan: Por favor, será que eu consigo falar com um paciente, Lucas Oliveira. – Ele disse assim que chegou à recepção.

Recepcionista: Não estamos no horário de visitas, só as 14:30.

Renan: Mas eu nem sei se ele está aí ainda, foi daquela confusão no centro da cidade ontem, quero saber se ele tá no quarto.

Recepcionista: Ah então eu não posso dar informação nenhuma.

Renan: Como não? Ele veio pra cá.

Recepcionista: O que você é dele? – Ela olhou desconfiada.

Renan: Amigo.

Recepcionista: Ele está internado, mas não pode receber visitas.

Renan: Tá na UTI?

Recepcionista: Aqui diz que família já foi comunicada, agora você tem que pedir informações a eles, com licença. – Ela disse chamando uma senha.

Renan pegou o telefone e ligou para Paula.

Paula: Oi, o que houve?

Renan: Eu vim aqui tentar ver como está o Lucas, mas não me deixaram entrar e nem falaram nada com nada.

Paula: E por que tá se metendo nisso? Deixa que morra.

Renan: Credo, aí confesso que fiquei com pena, ver ele do jeito que vi ontem.

Paula: Se tava ali no meio, boa coisa não era.

Renan: Pois é, vou voltar pra casa, sabe do Kauan?

Paula: Ele disse que ia visitar a mãe hoje.

Renan: Eu vou passar na rodoviária, deixar a passagem comprada da volta.

Paula: E tudo bem com a mãe aí?

Renan: Sim, tudo certo, foi mais tranquilo do que imaginei.

Paula: Que bom, qualquer coisa me liga, até.

Renan: Até mais.

CASA DE GILDA

Jéssica: Nem vimos você chegar.

Kauan: É, a porta tava aberta, eu tinha que buscar as coisas.

Gilda: E como você está lá onde você tá morando?

Kauan: Estou bem, o Renan foi viajar e to só com a Paula no apê.

Gilda: São 3 quartos lá?

Kauan: Não, são 2.

Gilda: Hum – Ela disse com cara de poucos amigos.

Jéssica: Renan foi pra onde?

Kauan: Pra casa da mãe dele, fazer uma visita.

Jéssica: Entendi.

Gilda: E você vai querer morar lá Kauan? Até quando?

Kauan: Não sei até quando, mas sim, vamos morar juntos por enquanto.

Gilda: Isso não vai dar certo.

Kauan: Eu vou pegar as coisas.

Gilda foi para a cozinha e fez um café. Jéssica puxou Kauan para um abraço.

Kauan: Ela não vai aceitar nunca!

Jéssica: Você sabe que a mãe é assim, fazer o que?

Kauan: Queria que fosse mais fácil.

Jéssica: Talvez com o tempo, ela se acostume, você não morando aqui, ela vai sentir saudades, acho que ela não vai ficar se martirizando por isso.

Kauan: Tomara viu.

BARZINHO

Enzo e Gustavo estavam aproveitando um momento a sós para diversão do casal. Os dois foram a um barzinho da capital.

Gustavo: E como fica a empresa agora que seu pai morreu?

Enzo: Não sei, acho que vamos vender a parte do meu pai pro meu tio que também era sócio, porque eu não tenho condições nem vocação pra tocar aquilo.

Gustavo: Você já queria sair de lá né, então acho que é uma boa e sua mãe como tá?

Enzo: Ah é foda né, mas tentando superar o trauma.

Gustavo: Não corre risco de ser presa né?

Enzo: Não, não, a advogada garantiu isso, problema é meu irmão, ele sofreu mais.

Gustavo: Mas vai passar amor.

Enzo: Foi até bom essa semana não ter nada na faculdade, sem cabeça pra estudar e ainda ter que encontrar Valentina.

Gustavo: Próximo semestre podíamos nos mudar de turma, pra não ter que encontrar ela por aí.

Enzo: Ah com certeza. – Ele disse comendo um hamburguer artesanal.

Gustavo: E daqui pra frente como vai ser?

Enzo: Vai ser nós dois, gostoso... esse hamburguer – Ele disse pegando na mão de Gustavo.

Gustavo: Só o hamburguer é?

Enzo: Você também amor, é uma delicinha, mas voltando ao assunto e sua avó?

Gustavo: Temos esse problema, nunca vai aceitar.

Enzo: Mas a idade dela também né, temos que respeitar.

Gustavo: É bom evitar conflitos, no fundo ela sabe, no fundo todo mundo sabe. – Ele disse olhando para o namorado e suspirando.

Enzo: O que você acha de assumir a relação?

Gustavo: Colocar no facebook?

Enzo: É, que se foda, melhor escancarar de vez, a maioria já sabe mesmo, só finge que não, ah não ser que o senhor queira se passar por solteiro ainda né.

Gustavo: Não esperava isso de você, mas acho legal assumir, no meu trabalho não tem problema, inclusive lá no banco fizeram umas palestras sobre o mês do orgulho LGBT.

Enzo: Bom, eu to falando pra gente assumir, não pra virar um desses militantes chatos.

Gustavo: Acho importante lutar pela causa, não se esconder já é uma forma de resistência.

Enzo: O meu pai que era o mais pé no saco com isso já partiu, eu que não vou ficar mentindo, ninguém paga minhas contas, amor, mas tem outra coisa que me incomoda.

Gustavo: O que?

Enzo: Nós quase nunca transamos sem camisinha e você sabe como é tão mais gostoso né, pele com pele.

Gustavo: Pois é, eu já pensei nisso, a gente podia fazer os testes pra ver se não temos nada e começar a fazer sem.

Enzo: Boa ideia, eu topo.

DIAS DEPOIS

CASA DA FAMÍLIA MACOPPI

Guilherme chegou em casa estressado e encontrou Camila deitada no sofá.

Camila: Que foi? Por que tá batendo as coisas aí?

Guilherme: Fui demitido, inferno!

Camila: Eu hein, por que?

Guilherme: Ah, tava de saco cheio daquela empresa também, a fofoca tomou conta depois daquilo que aconteceu aqui em casa e adivinha? Pra eles o Kauan é a vítima.

Camila: Bem feito.

Guilherme: Que inferno!

Camila: Falando nisso, tem falado com o pai?

Guilherme: Quase nada, vem cá, tá pra sair aquele julgamento né?

Camila: Eu fico preocupada.

Guilherme: Cada coisa que tá acontecendo que só por Deus, eu acho que vou virar crente, ir pra uma igreja pra ver se um milagre acontece.

Camila: Era só o que me faltava, você virar crente!

Guilherme: Não duvide. – Ele disse rindo.

Camila: Vem cá, você não vai falar com nosso pai, não?

Guilherme: No dia do julgamento eu irei.

BANCO

César estava no trabalho quando foi interrompido por Juliane.

César: Que houve?

Juliane: Tô com os dois últimos candidatos a vaga do estágio, preciso do seu ok para finalizar e tomar a decisão.

César: Ah sim, claro e quem são eles?

Juliane: Aqui. – Ela disse entregando os currículos.

César: Vinícius e Gabriela.

Juliane: Os dois fazem administração, já possuem experiências com vendas e rotinas administrativas, gostei que a moça tem mais desenvoltura, perfil comercial pra abordagem dos clientes, o rapaz é pouco tímido, mas pode dar certo também, ele admitiu que está atrasado na graduação.

César: Alguma coisa que pesa contra a moça?

Juliane: Eu não achei nada, é o perfil que sempre tivemos e acho que seria tão competente quanto o Renan.

César: Quem? Nem lembrava mais da existência desse garoto! Vamos lá, quero conhecer os dois.

César entrou na sala de entrevistas e se impressionou com o porte físico e a beleza de Vinícius.

César: Vamos começar pela moça. – Ele disse para Juliane.

Juliane: Ok.

César fez as perguntas clichês para Gabriela, sem o menor interesse no currículo da moça. Juliane percebeu a empolgação do chefe quando Vinícius entrou na sala.

Juliane: Então Vinícius, esse é o César, gerente geral das agências de Curitiba, pode começar se apresentando.

Vinícius: Vamos lá, tenho 20 anos, faço faculdade de administração, estou no segundo semestre....

César não deixava de olhar para os braços do rapaz.

César: O que gosta de fazer nas horas vagas?

Vinícius: Meu hobby é andar de skate, eu curto muito, gosto de sair com os amigos, parque, cinema, balada.

César: Que interessante!

Após a entrevista, Juliane e César ficaram a sós.

Juliane: E então podemos contratar a moça?

César: Nada disso, quero o rapaz.

Juliane: Mas você não o achou com um jeito muito “largado”, a Gabriela tem o perfil do banco.

César: Bobagem, tenho certeza que o Vinícius vai ser o melhor.

Juliane: Tudo bem, irei passar pro RH e avisá-lo da contratação.

César: Pode passar ao RH e deixa que eu aviso o rapaz, minha querida.

Juliane suspeitou da atitude e César ficou sorrindo na sala. O gerente esperou uns minutos e ligou para o rapaz.

César: Vinícius?

Vinícius: Fala doutor.

César: É o César, estou te ligando porque você foi aprovado no processo seletivo do estágio aqui no banco.

Vinícius: Caraca, nossa, que massa, fico muito feliz.

César: Então, você está aqui pelo centro ainda?

Vinícius: Estou, só que eu tenho uma consulta agora.

César: Ah não tem problema, consegue passar aqui umas 17h pra pegar uns papéis da contratação?

Vinícius: Consigo sim chefe.

César: Perfeito, até depois então.

Vinícius: Até! – Ele desligou.

César: Gostoso.

PENITENCIÁRIA

Néia estava recebendo a visita de Kallel para tratar da morte de Anderson.

Néia: Quem é você e quem mandou você aqui?

Kallel: Dona Lucinéia! Meu nome é Kallel, sou advogado.

Néia: Ainda por cima é bicha, já dá pra ver pela cara. – Ela disse rindo.

Kallel: Sim, sou bicha, mas isso não importa, sente-se!

Néia: Você veio fazer o que aqui? Quem te mandou?

Kallel: Tá chegando o julgamento do César, sobre a morte do Anderson e eu quero alinhar com a senhora algumas coisas, tenho certeza que podemos chegar a um bom acordo.

Néia: Se você me tirar daqui eu livro a cara daquele lá e falo tudo como combinamos.

Kallel: Ótimo!

APARTAMENTO DE GUSTAVO

Gustavo estava disposto a contar para a avó sobre seu relacionamento com Enzo.

Gustavo: Vó?

Santana: O que é? – Ela disse lavando a louça.

Gustavo: Eu quero... conversar.

Santana: Diga, meu neto.

Gustavo: Precisava contar uma coisa, sobre mim.

Santana fechou a torneira, sem entender ainda e olhou para Gustavo.

Santana: Fale, voltou com a Camila?

Gustavo: Não, claro que não! Mas tem a ver com isso, eu não falei a verdade do porque nós terminamos, eu acho que a senhora precisa saber de uma coisa.

Santana: Tanto mistério Gustavo, não estou gostando disso.

Gustavo: Sabe o Enzo né, então, a gente tá namorando.

Santana levou as mãos a cabeça e virou para não olhar para a cara do neto. Um silêncio.

Gustavo: Não vai dizer nada?

Santana: Eu não quero falar disso, você sabe que eu não aprovo, você é de maior, faz o que quer, mas eu não apoio, eu vou tomar um banho.

Gustavo suspirou aliviado, parecia que tinha descarregado um peso das costas. Ele pegou a chave do carro e foi encontrar o namorado no Centro da cidade.

Enzo: E então como foi? – Ele deu um selinho.

Gustavo: Nossa, não esperava.

Enzo: O que?

Gustavo: Esse beijo aqui na Tiradentes.

Enzo: Ah que bobagem, foi só um selinho amor, mas eu quero saber, como dona Santana reagiu.

Gustavo: Péssima né, não sabia onde enfiar a cara, disse que não queria falar sobre e que não aprovava.

Enzo: Com o tempo ela vai acostumar e eu já vou estar indo tomar um café no apartamento com ela. – Ele disse sorrindo.

Gustavo: Mas então, bora lá fazer esses exames?

Enzo: Claro.

O casal seguiu até uma clínica do SUS onde aguardaram para realizar os testes rápidos de IST.

Enzo: O público aqui é bem... diversificado.

Gustavo: Realmente.

Enfermeiro: Gustavo?

Gustavo levantou em foi para uma sala enquanto Enzo aguardava, com uma certa aflição. Logo, chegou a vez do filho de Adriana.

Gustavo: Rapidinho pra fazer, vai lá.

Enzo foi para a sala e Gustavo acompanhou com os olhos as pessoas, em sua maioria homens cis e mulheres trans andando com frascos de remédios. Logo, Enzo voltou.

Enzo: Só aguardar.

Gustavo: 30 minutos.

CALIFÓRNIA

CASA DE MARTA

Marta se surpreendeu com a campainha tocando e foi ver quem era.

Marta: Pois não?

Lucas: Boa tarde, vim falar com o Renan, ele está?

Marta: É meu filho, mas ele está ocupado, no banho.

Lucas: Eu preciso falar com a senhora.

Marta se aproximou achando estranho, mas reconhecendo que tinha visto aquele rapaz baleado dias atrás.

Marta: Espera, eu lembro de você.

Lucas: Já nos encontramos algumas vezes, no dia do tiroteio e no enterro do seu ex-marido.

Marta: Que?

***Lucas: Seu filho não aceita que perdeu o namorado.

Renan: Como você pode ser tão baixo e falar isso no velório do meu pai?

Marta: Namorado?

Renan: CHEGA, QUE INFERNO, SUMAM DAQUI, É ISSO MESMO MÃE, EU SOU GAY E QUE SE FODA.

Marta: Meu Deus do céu, saia daqui garoto, você pelo jeito fez alguma merda. – Ela disse na frente de Lucas. ***

Marta: O que você quer aqui? – Ela lembrou.

Lucas: Eu vim contar uma coisa.

Marta: Pois conte.

Lucas: O Renan é meu irmão, eu sou filho do seu ex-marido.

CONTINUA...

O próximo é o penúltimo!

Sei que já passou quase 1 ano, mas aqui estou pra entregar o final pra vocês. Obrigado pelos comentários, até o próximo!

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Comentários

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Vai esperar mais um ano para postar o final?

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Uauuu que bom que vc voltou Rocio lembro muito da sua história e tô ansioso pelo próximo capítulo, por favor não demora.

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achei que não ia ver o final da história. Que bom!

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Rocio, luz e bem... Este é o conto.que eu mais ansiava ver a continuação. Brigaduuuu por ter voltado à narrativa.

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