Na web - Férias - 3ª Parte 3/10

Da série Na Web - Férias
Um conto erótico de MARCELO
Categoria: Homossexual
Contém 1553 palavras
Data: 31/03/2022 14:21:16

PARTE 3 - MARCELO

- Que porra é essa, garoto? - O homem ignora a mão estendida do Claudio e volta a olhar para o sobrinho.

- Esse... Esse é o Claudio, tio - Bocão diz de cabeça baixa - e aquele ali é o Marcelo.

- E o que eu tenho com isso?

- Viemos falar sobre o Bocão - Eu digo me aproximando de Claudio.

- Vocês não têm nada para falar sobre meu sobrinho - Ele disse virando para entrar na casa, nos ignorando - Entra garoto.

- Ele é meu irmão, - Claudio tentou novamente - eu vim...

- QUEM TE DISSE ISSO? - O cara era rápido, num segundo estava na porta e no outro estava com o rosto próximo de Claudio. Seu corpo era grande, ele olhava o Claudio de cima, o que era uma coisa difícil de acontecer - O moleque? Ele não sabe de nada.

- Mas tio...

- CALA A PORRA DA BOCA MOLEQUE - ele gritou para o Bocão sem tirar os olhos da gente.

- Eu só vim conversar

- Tudo bem - ele diz se afastando um pouco da gente - pode entrar, mas só você.

O cara olhava para gente com um sorriso quase suicida. Assim que ele saiu pela porta, eu o tinha achado bonito, agora, vendo seu sorriso demoníaco, senti um arrepio no corpo.

- Nem fodendo - eu digo.

- Então tchau.

- Não. Eu vou.

- Claudio...

- Eu vou Marcelo, é só uma conversa pacifica.

O homem vai ate a porta e espera Claudio entrar, quando Bocão também ameaça entrar, ele o impede fecha a porta com um sorriso sarcástico no rosto, deixando nós dois do lado de fora.

Bocão olha para mim, ele não diz nada, mas vejo medo no seu olhar, o rapaz vem para o meu lado.

- Vocês não deviam ter vindo.

Bocão senta no chão e eu me sento ao seu lado.

- Você não conhece seu irmão, ele não vai desistir de você.

- Vocês acreditam que eu sou irmão do Claudio? O que mudou? Antes vocês não pareciam levar muita fé nisso.

Eu não podia falar sobre o teste de DNA então dou de ombro.

Olho para o Bocão, sinceramente eu não sei o que sinto por ele. Eu quero ajudar o rapaz, mas não sei como isso vai funcionar. Acho que também sinto um pouco de ciúmes dele, e isso me deixa com raiva, ele chegou agora e já tem uma ligação com Claudio, porra, o que eu estou pensando? Ele é só um garoto ferrado que precisa da nossa ajuda e eu estou sendo um babaca.

- Acho que ele sempre acreditou que você é irmão dele. - Ficamos sentando em silêncio por um tempo, percebo que nunca tinha ficado sozinho com ele - Você pode não conhece muito o Claudio, mas pode ter certeza que você tirou a sorte grande em ter ele como irmão.

- Eu sei.

- Não, não sabe – digo pensando em todas as vezes qe o Claudio me salvou - mas vai saber...

Voltamos a ficar em silêncio quando de repente escutamos barulho vindo da casa. Eu me levanto com velocidade e vou correndo para porta. Antes que possa chegar, a porta se abre e Claudio sai da casa.

- VAMOS EMBORA DAQUI - Claudio diz segurando meu braço.

- O que houve? O que aconteceu com seu rosto.

Claudio me puxa em direção ao carro, sem responder minha pergunta. Eu estava com a chave do carro, pego do bolso e libero a porta. Quando Claudio vai entrar, ele olha para casa, seu irmão, parado no mesmo local.

- O QUE ESTÁ FAZENDO AI? EU FALEI PARA IRMOS EMBORA - Claudio grita para o irmão.

Bocão abre um sorriso, mas não dura muito, seu tio sai da casa e coloca a mão no ombro dele.

- ELE NÃO VAI PARA LUGAR NENHUM.

Claudio larga a porta do carro e ameaça voltar para casa, eu seguro o braço dele e olho em seu rosto vermelho.

- O que aconteceu dentro da casa? - Pergunto, sentindo meu sangue ferver.

Aquele filho da puta bateu no Claudio? Sinto a raiva vindo. Claudio sente algo no meu olhar, e quando eu solto o braço dele e me viro em direção a casa, ele segura meu braço.

- Vão embora, por favor - Bocão grita - ta tudo bem.

Não estava nada bem, eu queria meter a porrada aquele filho da puta.

- Entra no carro, por favor - Claudio me diz e depois olha para o Bocão - EU VOLTO PARA TE BUSCAR.

Dou a volta no carro e entro no banco do motorista, Claudio já esta dentro do carro, então eu dou a partida, pelo retrovisor vejo o cara dando risada. Dirijo em silêncio, esperando que meu amigo diga alguma coisa, mas ele não diz. Paro o carro na frente da casa da minha mãe.

- Então?

- Acho melhor você ir ao sitio pegar o pessoal, na volta à gente conversa, eu preciso pensar um pouco.

- Tem certeza? - eu pergunto e ele confirma com a cabeça - tudo bem, nós vamos tirar seu irmão daquele lugar.

Vou para o sitio. Chegando lá, aviso que não quero deixar Claudio sozinho em casa, então estou com pressa.

Logo Murilo, Maycon, Daniele e Hugo entram carro. Aviso a minha mãe que o Hugo vai voltar para buscar os outros. Então dirijo de volta para casa.

Paro o carro e deixo meus irmãos tirando as coisas da mala do carro e entro em casa. Claudio estava na sala, mas não estava só.

- Caralho? O que houve? - pergunto vendo seu rosto.

Bocão estava sentado no sofá e seu rosto estava cheio de hematomas. Claudio tentava cuidar dos ferimentos do irmão.

- Aqui não - Claudio me diz, ele chama Daniele e pede para ela cuidar das feridas do irmão, depois me puxa para o quarto.

- Então?

- O tio deu uma surra nele depois que a gente saiu

- Que porra você esta fazendo? - Eu pergunto quando percebo que enquanto fala, Claudio arruma sua mochila.

- Aqui não é seguro para gente.

- Espera? Você esta querendo que a gente fuga com ele.

- Não

- Ainda bem, achei que você estivesse ficando louco

- Eu vou fugir com ele, só eu.

- Nem fodendo, agora eu tenho certeza que você enlouqueceu. Eu não vou deixar você ir.

- Eu não to pedindo, Marcelo, ele é minha família.

- Eu também sou caralho, e a Malu, a Marina, o Hugo, o Guga... A minha família é a sua família, porra.

- Não de verdade, quer dizer... Isso não esta em questão - Claudio diz e coloca a mochila nas coisas e sai do quarto.

- Isso não está resolvido - eu digo indo atrás dele. Daniele e Bocão levantam quando entramos na sala. - Isso que você esta pensando em fazer é uma loucura, e olha que sou eu que estou dizendo isso, eu sempre topo suas loucuras.

- Mas dessa vez, você não esta incluso.

- Claudio, presta atenção - Eu digo segurando ele - ou você desiste disso ou eu vou com você, não tem terceira opção.

- Nesse caso tem sim, olha para ele, porra - Claudio diz apontando para o irmão - Olha o que aquele filho da puta fez com ele.

- Vamos a polícia, a gente da um jeito, sempre damos.

- Eu não vou arriscar a vida de quem eu amo.

- Ele tem razão - Bocão diz se aproximando. Daniele tinha feito um ótimo trabalho com os curativos.

- Obrigado. ta vendo ate seu irmão concorda comigo, isso é a porra de uma loucu...

- Não. – Bocão me interrompe - O Claudio tem razão, meu tio Fernando pode...

- CALA A BOCA FÁBIO. - Claudio grita com o Bocão, o garoto rapidamente para de falar – Desculpa. Eu devia gritar com você - Claudio diz se acalmando, seu olhar diretamente para o irmão - Só vamos embora...

Claudio segura a mão do Bocão e o puxa para fora de casa.

De repente eu sinto aquela raiva de novo crescendo em mim, depois de tudo que passamos, depois de todos esses anos, da nossa conversa na noite de natal. Claudio estava querendo me deixar para trás? Nem fodendo.

- Porra, você esta fodendo com tudo - Eu grito para o Claudio, indo atrás dele.

De repente Hugo e Maycon apareceram ao meu lado e colocam a mão no meu ombro. Eu não conseguia acreditar que estava ali, parado em frente à porta da casa da minha mãe, com Hugo e meu irmão me segurando para eu não avançar para cima do meu amigo.

Amigo? Será que a gente ainda éramos amigos? Será que a gente ainda é alguma coisa um para o outro? Por que ele estava querendo me deixar para trás?

- Você não consegue entender - Claudio me fala, depois olha para o rapaz atrás dele. Bocão abaixa a cabeça.

- Eu não consigo entender? No cu, que eu não consigo entender... Você conheceu o Fábio há poucos dias, não dá tempo parar amar alguém. – Eu falo sem realmente acreditar nisso.

- Marcelo, entre nós dois, sempre foi você que teve dificuldade para amar, não eu - Claudio segura a mão do Fabio e começa a se afasta.

Eu tento avançar para cima dele, meu ódio transbordando, mas sou impedido pela minha família, que tenta me puxar para dentro de casa.

- SÓ DEPOIS NÃO VENHA CHORANDO PARA MIM – Grito vendo ele partir sem olhar para trás.

CONTINUA...

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Obs.1: Este conto é uma continuação direta dos contos "Na Web" e "Antes da Web" e seria bom se fosse lido da ordem.

Obs.2: O começo da próxima parte já esta disponível no wattpad.

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Comentários

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O rumo da história ta simplesmente impecavel. Muito ansioso pelo próximo cap!!

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