República de Bonecas - Capítulo 14, Parte II: Valquíria Rising

Um conto erótico de metalmachine
Categoria: Trans
Contém 5771 palavras
Data: 02/09/2022 15:21:57
Última revisão: 04/09/2022 11:26:19

Parte II: Valquíria Rising

Continuando de onde paramos, eu e Val nos dirigíamos ao banheiro, a fim de resolver nosso tesão. Fomos interpelados por um dos empregados. “Boa noite, posso ajudar?”

“Ele vai chupar meu pau até eu gozar e engolir todo o meu leitinho. Isso responde à sua pergunta, querido?”

Vermelho como um camarão de vergonha, o pobre empregado sinalizou que podíamos entrar.

Não me surpreenderia se aquele banheiro tivesse sido projetado pelo inquisidor Torquemada. Era uma impossibilidade científica fazer algo de forma confortável ali dentro. O banheiro devia ter cerca de 1m x 2m. Na parede oposta à porta, havia um móvel com pia embutida, colado à parede da esquerda. À direita do móvel da pia, com mínimo espaço entre eles, havia o pequeno e esquálido boxe. Entre ele e a parede da porta, ficava a privada. Para usar a privada, era necessário ficar um pouco torto pra direita, com a cabeça quase colada no blindex do boxe, por causa de uma prateleira mal colocada na parede adjacente. Para usar a pia, era preciso curvar-se tal como estivesse fazendo uma saudação japonesa, pois ela era baixa demais para qualquer pessoa que não vivesse no Condado com o Frodo. Para simplesmente abrir a porta pelo lado de dentro, era necessário entrar no boxe, pois o arco que a porta descrevia ao abrir abrangia toda a área do banheiro onde era possível ficar de pé. E foi nesse ambiente claustrofóbico e canhestro que Val recostou-se na pia e botou seu pau moreno pra fora, já duraço e todo melado.

“Já sabe o que fazer, né, gato.”, ela disse, um sorriso sacana nos lábios.

Eu coloquei aquele colosso em minha boca e comecei a chupar.

Val recostou-se, fechou os olhos e começou a gemer.

“É incrível como seu boquete melhorou. Ainda lembro da primeira vez que você me chupou… Sobrava vontade mas faltava técnica. Desajeitado. Já hoje em dia, certamente está no top 3 chupadas mais gostosas que já levei.”, ela disse.

Tirei seu pênis da boca por um momento: “Ah… A prática faz a perfeição.”, eu disse, e voltei à chupada.

“Nem sempre… Cansei de ver homens que chupam, chupam… E continuam ruins. Mesmo com você dando dicas - ou ordens. Já você, é diferente. Você deve ter nascido pra chupar rola.”, ela disse, e riu. Olhei pra cima e vi aquele brilho em seus olhos. Isso geralmente significava que ela estava entrando em “modo Valquíria”.

“Você é do tipo que demora pra gozar quando bebe?”, perguntei, entre uma chupada e outra.

“Sou do tipo que fica mais tarada quando bebe.”, Val respondeu.

“E isso é possível?”

Ela riu.

“Se fosse Valquíria aqui comigo agora, o que ela faria.”

Ela curvou-se sobre mim. Agarrou meus cabelos e puxou minha cabeça para trás “Ela iria gozar na sua cara, abriria a porta e te empurraria lá pra fora, pra todo mundo ver você com a cara cheia de porra.”

“Nossa, e você conseguiria fazer essa maldade comigo?”

“*Valquíria* conseguiria.”

Voltei a chupar. Mais alguns minutos e ela encheu minha boca de porra, toda ela devidamente engolida, claro.

Voltamos pro sofá.

“E aí, qual a ‘origem secreta’ de Valquíria, a dominatrix?”, perguntei.

Ela abriu um sorriso. “Acredite se quiser, foi puro acaso. Um dia, eu estava num motel, esperando meu ficante. Combinamos de passar a noite lá, trepando e conversando. O puto estava atrasado. Eu abri a porta e fui pro corredor, fumar. Uma porta, umas duas depois da minha, se abriu e do quarto saiu um cara, só de cueca, andando de quatro. Eu levei um susto quando vi. Ele saiu, andou um pouco pelo corredor. Aí então saiu uma mulher do mesmo quarto. Estava usando uma roupa de couro. Era loira, alta, linda. Pegou o cara pela coleira que estava usando e deu umas voltas com ele assim pelo estacionamento, antes de o arrastar de volta para o quarto. Ela viu que eu estava olhando, mas não disse nada.”

Imaginei a cena.

“E aí?”

“Aquilo acendeu meu fogo. Voltei pro quarto e toquei uma senhora bronha. Meu ficante finalmente mandou mensagem dizendo que não ia conseguir ir. Mandei ele ir se foder e passei a hora e meia seguinte tentando arranjar um substituto. Mas não tive sucesso. Minha galera toda tinha ido a um show. Do Epica, acho. Ou era Lacuna Coil? Ah, alguma dessas. Enfim, como já tinha morrido na grana (depois fiz o tal ficante me ressarcir), resolvi pernoitar lá mesmo. Pelo menos, tinha ar condicionado e TV a cabo. Na manhã seguinte, quando saí pra ir embora, vi a loira fazendo o mesmo. Mesmo comigo tentando não dar tanta bandeira, ela percebeu que eu estava olhando. Achei que seria que nem na noite anterior, mas dessa vez ela veio falar comigo.

“*‘Oi’*, ela disse. Eu respondi com um sorriso. *‘Gostou do que viu?’*, ela perguntou. Respondi que sim, tinha achado interessante. Ela me olhou de cima a baixo. Tinha um olhar intimidador. *‘Você é homem?’*, ela perguntou, sem muito tato. *‘Hein?’*, eu disse. Ela revirou os olhos. *‘Você tem pau?’*, ela esclareceu. Respondi que sim. Ela deu um sorrisinho de canto de boca. Ela se despediu e caminhava pra ir embora, mas eu a chamei. *‘Sim, querida?’*, ela respondeu. *‘Como eu faço pra... Tipo, ser assim como você?’*, perguntei. Os olhos dela se arregalaram, e ela lutou pra abafar um sorrisinho. Ela abriu a bolsa, tirou um cartão e me entregou. *‘Me liga na quinta’*, ela disse. *‘Sou Ângela.’*, completou. *‘Sou Val’*, disse. Quando ela se afastou, eu olhei o cartão. *‘Domme Anique’*. Guardei no bolso.”

“Parece até coisa de filme.”, falei.

Val riu. “Um dia, quem sabe?”

“Liguei pra ela no dia combinado. Marcamos um encontro pra sexta de tarde, no apartamento dela. ‘Como eu devo... Hã... Me vestir?’, eu perguntei. ‘*Normal... Como você se veste no dia a dia.’*, ela disse. Eu levei aquilo ao pé da letra. Vesti uma camisa de banda (do Kreator - a capa do *Coma of Souls*, lembro até hoje), um short jeans e umas pulseiras de tachas. Ângela estava de cabelo preso em rabo de cavalo, vestindo uma camisa e calça sociais. Parecia mais uma gerente de banco do que domme.

“*‘Qual seu nome mesmo?’*, ela perguntou. *‘Val’*, respondi. ‘*Val de...’*, ela quis saber. *‘De Valquíria’*, disse. Até então, eu me chamava Valéria, mas achei que não fosse um nome que combinasse muito com uma domme. E, de quebra, ainda poderia manter o ‘Val’, que era como todo mundo me conhecia mesmo.

“*‘Então, Valquíria... Você quer ser uma dominatrix?’*, ela foi direto ao ponto. *‘Sim.’*, respondi. Ela ergueu a sobrancelha. *‘Sim, senhora’*, corrigi. Ela fez sinal pra que eu me levantasse. Novamente, me olhou de cima a baixo. Ela era alta, com o salto que estava usando, ficava quase do meu tamanho. De repente, ela me empurrou contra a parede e me segurou pelo pescoço. Eu deixei escapar um suspiro. Por reflexo, eu agarrei o braço dela que me segurava o pescoço. Quando ameacei falar algo, ela pôs um dedo sobre meus lábios e fez ‘Shhhh’. Ela me olhou bem nos olhos, longa e profundamente. Sentia aqueles gélidos olhos azuis indo até o fundo da minha alma. *‘Vejo uma domme aí dentro.’,* ela disse. Eu ia abrindo um sorriso, quando ela continuou: *‘Mas também vejo uma submissa. Você é uma switch.’*. Eu nunca tinha ouvido aquele termo, mas deduzi o que queria dizer. *‘Não que haja problema nisso.’*, concluiu. *‘Então, senhora... Você poderia me ensinar a dominar?’*, falei, direta. *‘E por que diabos eu faria isso?’*. Fiquei sem resposta. *‘Por acaso, vai me pagar?’*, ela insistiu. *‘Eu não tenho muito dinheiro, mas...’*, comecei a dizer, mas ela interrompeu, balançando as mãos: *‘Não, não, não… Não quero tirar dinheiro de quem não tem.’*. Ela botou a mão no queixo, pensativa. *‘Façamos assim: você vai ser minha estagiária. Posso te dar umas ‘aulas’, talvez até te levar em uns atendimentos.’*. Deixei escapar um gritinho de felicidade. *‘Mas’*, ela continuou, *‘como pagamento, vai me deixar explorar esse seu lado submissa também. Vai ser minha escrava.’* Aquilo me pareceu um bom negócio, então eu aceitei. *‘Ótimo!’*, ela disse. *‘Hã, você é maior de idade, né?’*, ela perguntou. Eu, que tinha completado 18 anos nem dois meses antes, respondi que sim. *‘Só pra ter certeza’*, ela disse. *‘Fica em pé.*’. Obedeci. *‘Agora, tira a roupa.’*, ordenou. *‘Anda, vai, pelada.’*.”

“Opa, opa, opa!”, eu falei.

Val riu.

“Não costumo tirar a roupa no primeiro encontro, mas pra ela não teve como negar.”, disse, rindo. “Eu obedeci, tirei o coturno, camisa, short... Quando fui tirar as pulseiras, ela levantou a mão: *‘Deixa. Eu gosto delas.’*. Fiquei só de sutiã e calcinha. *‘Pelada, eu falei.’*, ela disse. Pegou uma chibata (aquele chicote tipo o que usam em hipismo) e a passou de leve pelo meu pau, por sobre a calcinha. Eu tirei o sutiã e a calcinha. Fiquei olhando pra ela, com um sorrisinho no rosto, esperando pra ver o que ela ia dizer sobre o meu pau. Lembra o que falei mais cedo, da arrogância dos pauzudos? Então, dessa vez eu que cometi... Ela deu apenas uma olhadela que não durou mais do que uns três segundos, e não esboçou qualquer reação. Fiquei desapontada e ela viu isso no meu rosto. *‘Acha que eu me impressiono com pau grande, viado?’*, Ângela disse. Para pontuar, deu uma chibatada nele. Foi bem de leve, usou apenas a força da virada de mão, mas doeu pra cacete - literalmente! Ela voltou a me empurrar contra a parede. Segurava a chibata com uma mão em cada ponta, e encostou a parte do meio no meu pescoço. *‘Agora você é minha domme em treinamento... E minha submissa. Vai fazer o que eu mandar. Sem questionamentos. Entendeu?’*, disse. *‘S-sim, senhora.’*, respondi. *‘Ótimo. As regras: Você pode continuar transando com seus namoradinhos, mas vai ser apenas ativa. E vai usar camisinha SEMPRE. Entendido?’*. *‘Sim, senhora’*, respondi. *‘Por que só ativa, senhora?’*, quis saber. ‘*Sexo anal é submissão. E você vai se submeter apenas a mim.’*, foi a resposta. *‘De hoje em diante, você só vai se referir a mim como senhora e Anique, a menos que eu deixe claro que não estejamos em uma dinâmica de rainha-escrava.’*. *‘Entendi, senhora.’*. *‘Até o fim do seu treinamento, eu sou o centro da sua vida.’*. *‘Sim, senhora’*. *‘Claro que isso exclui emergências e coisas do tipo. Por exemplo, caso esteja passando mal, não precisa ficar pedindo permissão para ir ao hospital. Não seja idiota. Ninguém gosta de idiotas.’*. *‘Sim, senhora’*.

“Anique foi até a cozinha e voltou com dois copos e uma garrafa de uísque. Tomamos um dose cada. Perguntei se podia me vestir. Ela riu. ‘Não, ainda não.’. Ela foi até o quarto e voltou com algo nas mãos. Uma coleira. Não era daquelas coleirinhas que se acha em sex shop, não, era coisa boa. Tinha mais de dois dedos de altura, acolchoamento na parte de dentro, uma argola na frente. Ela colocou em volta do meu pescoço e a fechou. ‘Está apertado? Incomodando?’. Respondi que não. ‘Isso é o símbolo do nosso relacionamento, e da sua submissão. Você vai usar isso o dia todo, todos os dias. Só pode tirar pra tomar banho. E para dormir, caso esteja interferindo na sua respiração.’”

“Uiii… E ficou usando a coleira?”

“Num primeiro momento, cheguei a ficar preocupada. Mas, pensando melhor, até que combinava com meu estilo. E, qualquer coisa, eu podia usar uma blusa de gola alta.”

Ela pegou o celular e deu uma fuxicada.

“Aqui, nessa foto dá pra ver minha coleira.”, ela disse, me mostrando a tal foto. Ela e um grupo de amigos, todos devidamente uniformizados com camisas de banda novamente. Parecia estar acontecendo um show ao fundo. Val estava com a língua de fora, os braços cruzados na frente do peito, ambas as mãos fazendo os “chifrezinhos” do heavy metal. Em seu pescoço, dava pra ver a coleira, tal como ela a descrevera.

“Até que ficava bem em você...”, falei.

Ela fingiu indignação, depois, riu. “Bobo.”

“Seus amigos não falaram nada sobre você andando de coleira pra cima e pra baixo?”, quis saber.

“Ah, eles perguntaram. Falei que era um acessório apenas, e ficou por isso mesmo. Voltando, eu ainda estava pelada, e Anique colocou um par de luvas de látex, se aproximou e pegou meu pau na mão. Ele deu sinais de vida, e ela já foi tratando logo de avisar: ‘*Se esse pau ficar duro...*’, disse, me olhando de cara feia. Foi o suficiente, o medo fez o tesão ir embora, e ele amoleceu rapidinho. Ela manejou, apertou... Parecia estar medindo algo. Mandou eu esperar ali e foi pra um dos quartos. ‘*Sabe quando eu falei que você podia continuar comendo seus amiguinhos?*’, ela disse, ainda no quarto. ‘*Sim, senhora.*’, ‘*Então, esqueci de mencionar...*’, ela disse, voltando pra sala. Jogou pra mim o que trazia nas mãos. Uma daquelas gaiolinhas de castidade peniana. ‘*Seu pau vai ficar trancadinho aí por quinze dias. E você está proibida de gozar durante esse período.*’. Engoli seco. ‘Senhora? Isso é mesmo necessário?’, eu perguntei. Ela fechou a cara. ‘Sim, é.’, ela respondeu. ‘E, por ter me questionado, agora vai ser um mês.’ Meus olhos se arregalaram. ‘Sim, senhora.’ Ela abaixou e colocou meu pau dentro, ajustou e então trancou com o cadeado. Ela levou a chave até meu rosto. ‘Vou deixar a chave com você, pro caso de alguma emergência.’ disse, colocando-a em minha mão. ‘Esse cadeado possui um dispositivo que registra quando ele é aberto.’, ela disse, apontando para um dispositivo que lembrava aqueles de combinação, com três rodinhas contendo números de 0 a 9. ‘Se você tirar, vou ficar sabendo’. ‘Entendi, senhora.’. Depois disso, ela mandou eu me vestir, nos adicionamos no Whatsapp (em duas contas, Ângela e Anique) e me mandou pra casa.”

“E você ficou um mês sem gozar?”

“Sim.

“Ha! Deve ter sido bem difícil.”

“Uh-hum. Quer ver quão difícil é?”, ela disse, me lançando um olhar ferino.

“Hã... Passo.”

“Mas tarde nós conversamos sobre isso…”, ela disse, o olhar ferino agora acompanhado por um sorriso sacana.

Engoli seco.

“Enfim… Aquela coisa de que a gente só dá valor a algo quando perde é clichê, mas é verdade. Nós, que temos pau, não damos valor ao fato de que podemos simplesmente botá-lo pra fora e nos masturbar até gozar. Nesse mês que fiquei com o pinto trancado na gaiola de castidade, aprendi isso da pior maneira possível. A primeira semana nem foi tão difícil. Era só manter a mente ocupada. Mas, a partir daí, cada dia foi ficando exponencialmente mais complicado. E, pra piorar, parecia que o universo inteiro estava conspirando pra me deixar com tesão. Ficantes e peguetes que eu não via há anos apareceram. Até a mãe de uma amiga começou a dar em cima de mim.” ela disse, rindo. “No meio da última semana, eu já estava quase ficando louca. Era quarta-feira, e eu tiraria o cadeado na sexta. Mas eu não conseguia aguentar mais. Peguei um consolo que minha irmã tinha. Era médio, mas grossinho. Passei lubrificante e fui sentando nele devagar, até ele entrar todo. Me deixou bem perto do gozo, mas ainda faltava um empurrãozinho. Peguei também um vibrador. Liguei e encostei ele na gaiolinha. Aquela tora enfiada na minha bunda e aquela vibração gostosa na gaiolinha… Eu sentia o orgasmo se avizinhando… A qualquer momento, meu pau ia começar a espirrar porra e mais porra… Mas aí eu me imaginei contando isso pra Anique, em como ela ficaria desapontada. Queria muito, MUITO gozar, mas queria mais ainda deixar minha domme orgulhosa de mim. Saí de cima do consolo e desliguei o vibrador. Acho que se tivesse ficado mais dez segundos, teria gozado.

“No dia combinado, nos encontramos em seu apartamento. ‘Pelada, querida.’, ela ordenou. Veio até mim e checou a gaiolinha. ‘Hm… A gaiolinha não foi aberta… Você gozou?’, ela perguntou. Contei a ela sobre minha fraquejada. ‘Bom, no final, você resistiu. Estou orgulhosa de você.’, ela disse. Abri um sorriso comedido. Ela tirou a gaiolinha. ‘Como foi essa experiência?’. Eu disse que tinha sido bem difícil. Ela riu. ‘Entenda, Val… Homens são criaturas simples. Tudo o que eles fazem gira em torno dessa coisa’, disse, apontando pro meu pênis. ‘Controle o pau e você controla o homem. Uma vez, deixei um cliente meu sem gozar por 14 meses.’. Meu queixo caiu. ‘Fazer um homem te obedecer enquanto você está transando com ele é fácil… Agora, fazer com que obedeçam enquanto você nega a eles o orgasmo, o gozo… Esse é o verdadeiro poder. Nunca esqueça disso.’

“Nosso encontro seguinte começou mais leve. Ficamos boa parte do tempo conversando amenidades. Tipo uma vez que nos encontramos na praça de alimentação do shopping.

“’Você gosta de rock, né?’, ela perguntou. ‘Sim.’, respondi. ‘Ah, eu também. Minha banda favorita é Guns N’ Roses. Você gosta?’, ela disse, toda feliz. Rapaz, eu **odeio** Guns N’ Roses. Mas nunca que eu ia dizer isso pra minha dominatrix. Então, eu menti. ‘Claro! Adoro! Slash é deus da guitarra!’, eu disse. Devo ser péssima mentirosa, porque ela viu na hora que eu estava mentindo. ‘Você não gosta, não é?’, disse, fechando a cara. ‘Não, senhora.’, admiti, baixando a cabeça.. ‘Pois bem… Quando chegarmos em casa, você vai levar 20 chibatadas.’. ‘Vai me dar isso tudo de chibatadas só porque não gosto de Guns?!’. ‘Não seja boba’, ela disse. ‘As 20 chibatadas são por você ter mentido pra mim. Por não gostar do Guns, vai levar 50’, completou. Eu gelei na hora, mas acabou que ela estava brincando. Sobre as 50 chibatadas por não gostar de Guns, digo, as 20 pela mentira ela deu mesmo. E deu com força, fiquei com a bunda toda vermelha e doendo. No dia seguinte, eu tinha prova da autoescola, tive que dirigir sentada de ladinho, o instrutor não entendeu nada, coitado.”

Ri bastante ao imaginar a cena.

“Daí em diante, música se tornou uma boa parte das nossas conversas. Estabelecemos um tipo de intercâmbio. Eu ouvia o que ela indicava e vice-versa. Ela não descansou enquanto não me arrastou pra um show do The Cult.”

“E o que achou?”, quis saber.

“Ah, até que foi legal. Para retribuir, eu a levei a um show do Destruction.”

“Após cerca de dois meses, ela me convidou para ir a um atendimento com ela.

‘Vai ser uma honra, senhora!’ respondi, cheia de entusiasmo.

‘Ótimo. Esteja aqui amanhã às oito da noite. Não se atrase. Ah, e não se masturbe.’

“No dia do atendimento, eu estava como, ansiedade até a tampa. Saí de casa com bastante antecedência. O que acabou sendo providencial. A ideia era chegar uma hora antes, mas, rolaram alguns imprevistos no caminho, acabei chegando faltando uma meia-hora só.

“Anique já estava pronta. Eu fui tomar um banho e depois vesti a roupa que ela tinha separado pra mim.

“Faltavam agora cerca de dez minutos.

“Anique foi até a janela, afastou a cortina e deu uma olhada lá fora.

‘Ele já chegou.’, ela disse, me chamando. ‘Está ajoelhado aqui na frente da porta, esperando dar a hora combinada.’, continuou, rindo.

Ela veio até mim. ‘Está nervosa?’. ‘Um pouco, senhora.’, admiti. ‘Ah… Já, já passa. Você vai se sair bem, querida.’, ela disse, e me deu um beijo na testa.

“Pontualmente às duas, bateram na porta. ‘Pode entrar.’, disse Anique. A porta se abriu e um homem entrou, engatinhando.

“Boa noite, senhora—Senhoras.”, ele se corrigiu. Parecia surpreso em me ver.

Tinha uns 30 e poucos anos, branco, corpo médio. Era bonito.

“Essa é domme Valquíria. Ela vai participar da nossa sessão.”

Anique comandou. eu fiquei mais observando do que qualquer outra coisa.

Até que ela me puxou de lado.

“Que tal exercitar o garotão?”, disse, roçando no meu pau por cima da calcinha.

“O que a senhora quiser.”

O cliente estava de quatro na cama, braços atados às pernas, bunda pra cima e desprotegida.

Ela apontou pra ela com a cabeça.

“Então… Já sabe o que fazer. Só pegue leve, seu pau é maior do que o strap-on que costumo usar.”

Botei a camisinha, besuntei de lubrificante e mandei rola no cliente. Gozei em sua boca.

Após o atendimento, fomos comer alguma coisa. Anique me levou até um restaurante fast food.

Assim que nossos sanduíches chegaram, ela retirou as luvas de couro e guardou na bolsa, de onde tirou um pequeno frasco de álcool gel. Abriu a tampa e passou nas mãos, e então ofereceu a mim. Eu aceitei.

“’Uma coisa... Não ache que o cliente merece gozar só porque está pagando.”, ela falou, após engolir o pedaço de sanduíche que mastigava. ‘Só o faça gozar se e somente se você quiser, ou achar que ele merece. Nunca por ‘obrigação’. Você não é uma prostituta. O cliente não está pagando pra gozar, está pagando pela sua companhia. No começo da ‘carreira’, em quase todo atendimento eu tocava uma punheta pro cliente lá pelo fim da sessão. Hoje, o máximo que faço é deixar o cliente se masturbar, mas mesmo isso é raro.’

Duas meninas que estavam numa mesa próxima à nossa se levantaram e foram pra uma outra, bem distante. Eu dei uma risadinha.

Eu perguntei a ela sobre bondage. Shibari, aquela coisa com as cordas. Havia lido alguns textos sobre, na internet. ‘*Kinbaku*.’, corrigiu Ângela. ‘*Aprendi isso com uma domme japonesa, numa convenção há muitos anos. Cheguei a ter umas aulas com ela, mas desisti quando vi que quase nenhum cliente pedia.’*. ‘*Recomenda aprender?*’, perguntei. ‘*Você que sabe, amor. O conselho que lhe dou é: nunca, jamais, em hipótese alguma, deixe sozinho uma pessoa que você tenha imobilizado, seja por shibari, algemas, algemas de sex-shop ou o quer que seja. Nem que seja por alguns minutos, como para ir ao banheiro... NUNCA faça isso.’*, ela disse, dedo em riste. ‘*A partir do momento que você imobiliza uma pessoa, passa a ser responsável por ela.*’

Vi que o tema lhe trazia algum desconforto, e logo ela me explicou o porquê: *‘Uma conhecida minha... Domme experiente. Ela amarrou o cliente na cama. Aí foi retocar a maquiagem. Coisa boba, não ficou 10 minutos no banheiro. Quando voltou, uma das mãos do cliente estava preta. ‘Parecia uma berinjela’, ela me contou, tempos depois, a voz quase falhando. Foram correndo pro hospital. Por muita sorte, ele não perdeu a mão. Mas teve que amputar a ponta de dois dedos.’”*

”’*Nossa...*”, eu disse. ‘*Um nó que ela já havia feito centenas de vezes. Acabou apertando um pouquinho a mais do que o necessário. Foi o suficiente. Por isso que digo, e não posso frisar o bastante... Nunca deixe o cômodo quando o cliente estiver imobilizado.*’

Aquilo acabou se tornando rotina: fazíamos um atendimento juntas, e depois íamos comer algo e papear. Eu adorava.

“*’Muita gente acha que dominação é apenas vestir uma roupa apertada de couro e dar chicotadas em homens velhos e gordos. Bom, é isso também, mas engloba muito mais coisa. Uma boa domme precisa ir além. Você precisa estar bem informada. Precisa saber das coisas. Por exemplo, dor faz a pressão sanguínea aumentar. Se o escravo for idoso, ou um jovem hipertenso, tem que se levar isso em conta. Conheça seus clientes*.’, Anique disse. Dessa vez, tínhamos ido a uma lanchonete. O atendimento terminara muito tarde (ou cedo, dependendo de como se olha), lá pras quatro e meia da manhã. Era a única coisa que estava aberta, uma lanchonete de bairro. A comida era boa.

“’*Com quais tipos de cliente eu devo me preocupar*?’, perguntei. ‘*Ah… É só ter bom senso. A maioria dos clientes problemáticos deixa isso claro logo de cara. Cabe a você ir podando esses tipos. Mesmo que peçam outra chance, se derramem em lágrima ou ofereçam dinheiro*.’, ela disse, antes de voltar ao sanduíche. ‘*Há também o eventual lunático.” Ela abafou um sorriso. Curvou-se sobre a mesa. ‘Uma vez, um cara marcou uma sessão. Chegou na hora, bem pontual. Eu estava sentada na cama, já em modo domme. Era um coroa de uns 50 e poucos anos. Calvo, aparentava estar em boa forma pra idade. Vestia um terno cinza claro listrado, com direito a lencinho vermelho no bolso e tudo. Óculos de aro redondo. Calça social. Sapatos caros. Ele botou a maleta na mesa e abriu. Estava cheia de dinheiro. Parecia coisa de filme. ‘Aqui tem 8 mil reais.’, ele disse. ‘Quero que você corte o meu pau fora, cozinhe e o coma na minha frente.’ Meu queixo quase bateu na mesa. *‘Essa foi exatamente a minha reação.’, ela disse. ‘Depois, comecei a rir.’. ‘*E o cara?’, perguntei. ‘Ficou com cara de bunda quando comecei a rir. Eu me controlar, afinal, não sabia se ele era perigoso ou não. Mas não consegui, tive uma crise de riso. Ele fechou a maleta e foi-se embora, indignado. Coitado.’. ‘Coitado? Coitado do pinto dele.’, eu disse. Ela riu.

Umas semanas depois, Ângela me levou em casa. Quando desci, ela me deu boa noite.

“Oh, e querida?’”

“Sim, senhora?”

“Não faça nenhum plano pro próximo sábado.”

”Sim, senhora.”

“Acho que chegou a hora da sua avaliação.”

Sem dar mais detalhes, ela foi embora, me deixando cheia de dúvidas na cabeça.

Claro, fiquei a semana toda pensando nisso.

Chegado esse sábado, ela me apanhou e fomos em direção ao motel.

”Senhora?”

“Sim?”

“Hã… Como vai ser essa prova final?”

“Hoje você vai tomar a frente. Eu vou avaliar sua performance.”

“E quem eu vou dominar?”

Ela não respondeu.

Meu coração começou a bater tão rápido que achei que fosse ter um treco.

Quando chegamos, ela me mandou tomar um banho. Quando saí, disse pra eu me vestir enquanto ela se banhava.

“Sua escrava chegou, Val.”, ela disse.

Eu, que não tinha entendido, olhei pra porta.

Ela estalou os dedos.

“Estou falando de mim, burrinha.”

Arregalei os olhos.

Ela sentou-se ao meu lado na cama.

“Dominar e ser malvada com desconhecidos é fácil, Val.”, ela disse. “Fazer isso com pessoas de quem gostamos, isso sim separa uma dominatrix de verdade das demais.”

“Senhora...”

Ela suspirou. “Pela próxima hora, você vai me dominar. Vai fazer comigo tudo o que quiser. E eu vou avaliar seu comportamento como domme. O jeito como você fala, se move, se comporta…”

“O que... Eu quiser?”, eu perguntei, ainda surpresa.

“Sim. Só não me mande pro hospital, se for possível. E tente não deixar marcas, pelo menos não nos lugares visíveis. Especialmente no meu rosto. Acho difícil que alguém queira marcar uma sessão com uma domme com o olho roxo.”

Ela ficou de pé e eu fiz o mesmo. Eu estava completamente travada. Não conseguia me mexer nem falar nada.

Anique me deu um tapa no rosto.

“Ai!”, gemi.

“Botei muita força?”

“Sim!”

“Ótimo.” Ela retirou o relógio do pulso e deu uma olhadela nele antes de colocá-lo sobre a cômoda. “Sua hora acaba de começar. Senhora.”, completou, se prostrando aos meus pés.

“O quê… O quê devo fazer?”, perguntei, quase num sussurro.

“O que você quiser.”

Eu fechei os olhos e respirei fundo. Me concentrei bastante. Contei até dez. Quando abri os olhos, não era mais minha domme, Anique, ou minha amiga, Ângela, quem eu via ali. Era uma escrava.

Eu a agarrei pelos cabelos e puxei até que ela ficasse de pé. Pega de surpresa, ela deixou escapar um grito de dor e agarrou meu pulso. Eu dei-lhe um tapa bem dado no rosto. “Tira essa mão daí, piranha.”

Uma vez de pé, eu a empurrei contra a parede.

“Pelada, piranha. Anda!”

Ela obedeceu, ficou totalmente nua.

“Val... Senhora... Só não se esqueça, você é muito mais forte do que eu.”, ela disse. Vi um pouco de medo em seus olhos. Aquilo me excitou.

“Sou, é? Bem, vamos ver.”

Eu a virei, deixando-a de barriga pra parede. Peguei a chibata.

”Vamos lá, contando.”

Dei-lhe uma chibata. Ela gritou de dor.

“Mandei contar, caralho!!”

“U-um.”

Lá pela décima, ela já estava com dificuldade pra contar. Gaguejava e balbuciava.

Meu pau estava tão duro que chegava a doer. ‘Qualquer coisa’, ela havia dito, né?

“De joelhos, piranha.”

Ela obedeceu. Botei meu pau pra fora.

“Chupa.”

Pra minha surpresa, ela pegou meu pau e colocou na boca, sem hesitação.

“É por isso que você entrou pra essa coisa de dominação? Porque chupa pau mal pra caralho?”, eu disse. Ela me olhou de olhos arregalados, e levou um tapa logo depois. “Tá uma merda, mas não mandei parar.”

“E era tão ruim assim? Ou era parte do ato?”, eu perguntei.

“Ah, já tive melhores...”, ela disse, passando o dedo indicador pelos meus lábios. “Mas não era ruim, não. Só que Valquíria exige perfeição.”

“Ahhh.”

“Meu pau estava tão duro que parecia que ia explodir. Como contei mais cedo, eu já tinha transado com mulheres antes…”

“Suas amigas.”

“Isso. Mas, era só sexo. Ângela foi a primeira mulher pela qual tive tesão de verdade.”

Eu dei um tapa no rosto dela.

“Val.. Meu rosto...”, ela protestou.

Eu a segurei pelos cabelos. “Seu rosto o quê, piranha?”

“É seu, senhora.”

“Muito bem, escrava!”, respondi, e lhe dei mais um tapa. Ele já estava ficando bem vermelho, resolvi dar uma maneirada. O hotel tinha um daqueles X onde pode-se prender a pessoa. Mandei Ângela se posicionar nele, de frente pra parede. Prendi as mãos e os pés dela e apanhei o chicote. Não a chibata, o chicote. Fui até ela, puxei sua cabeça pra trás, pelos cabelos, e disse em seu ouvido: ‘Você é boa batendo. Vamos ver como se sai apanhando.’”

Castiguei bastante suas nádegas e as costas. O modo como ela gemia e se contorcia me dava ainda mais tesão.

“Pra cama, piranha.”

Ela obedeceu. Foi cambaleante até a cama e se posicionou de quatro. Já imaginava o que ia acontecer.

Eu coloquei uma camisinha, passei um pouco de lubrificante… E comecei a meter nela. A comi em todas as posições.

“Eu estava comendo Anique de quatro, segurando o cabelo dela com firmeza, quando o despertador tocou. Minha hora acabara. Eu fiquei imóvel, como se tivesse sido congelada. Era como se eu estivesse acordando de um transe.”

“E a Anique? O que ela fez?”

“A princípio, ficou ali parada também. Estava esbaforida.”

“Me. Solta.”, ela disse, numa voz ofegante, mas já imponente.

Eu soltei seu cabelo. Ela desengatou de mim e se virou na cama. Sentou-se e recuperou o fôlego por alguns momentos. Aí levantou e foi pro banheiro. Sequer olhou pra mim.

“Vou tomar um banho.”, ela disse. Assim que entrou no banheiro e fechou a porta, eu me coloquei na posição de espera: ajoelhada ao lado da cama. Olha, não sei o que ela ficou fazendo lá, só sei que demorou para cacete. Cansada como eu estava (lembre-se que eu havia dormido pouquíssimo na véspera, e a hora anterior havia sido, digamos, fisicamente intensa), acabei cochilando. Quando ela saiu do banheiro, deu de cara comigo de joelhos, tombada sobre a cama, babando no sétimo sono.

“O que é isso?”, ela disse. Eu acordei, e me ajeitei. Meus joelhos doíam horrores.

“Desculpe, senhora. Estava te esperando, senhora.”

Ela fez sinal para que eu levantasse. Disse pra eu sentar na cama, e sentou-se ao meu lado - só para levantar imediatamente, dando um gritinho. Não entendi, a princípio. Ela apanhou o celular e tirou uma foto da bunda.

“Nossa mãe.”, ela disse, analisando as nádegas que eu havia castigado com o chicote mais cedo. “Sua arrombada, eu pedi pra não deixar marca.”

“Mas você disse isso pras partes que ficam expostas, bunda é só você vestir uma calça.”, me defendi.

Ela me olhou de cara feia. Eu baixei o olhar.

Anique riu.

“Bom, o motivo disso tudo era ser uma avaliação. Então, é hora de avaliar sua performance.”, ela disse, e apanhou a chibata.

“Como disse meses atrás, uma domme tem que dominar (sem trocadilho, por favor) três princípios:”, ela disse, em tom professoral, “aparência, presença e técnica.”

Ela pousou a chibata sobre minha mão. “Você tem uma mão bem pesada. Precisa maneirar, especialmente quando for com mulheres.”

Andou até próximo da janela. “No quesito aparência, você se sai bem. Olha só pra você, parece uma amazona! Seu tamanho faz de você naturalmente imponente. Algumas dommes precisam se esforçar muito pra ficar com cara de domme, vestindo e usando todo o tipo de coisa. Já você, até usando um vestido de bolinhas e pulseiras coloridas ficaria imponente. E isso conta também pro quesito ‘presença’. Você chama a atenção do recinto onde estiver.”

Eu abri um sorriso.

“Já a técnica… É boa. Precisa de um pouco de polimento, mas isso só vem com a prática.”

Pousou a chibata sobre meu pau. “Devia ser necessário um porte de arma pra poder andar por aí com essa coisa.”

Abri um sorrisinho, que desapareceu quando a chibata me acertou bem nos lábios, produzindo um leve estalo. Não teve muita força, foi bem mais o susto. “Se tem uma coisa nesse seu corpo mais perigosa do que essa jeba de cavalo, é essa boca. As coisas que você falou pra mim durante a sessão… Olha… Confesso pra você que, até o banho eu ainda estava considerando se ia te dar um soco na boca quando saísse.”

“Oh.”

“Isso quer dizer que você é boa. *Muito* boa.”

Ela levou as mãos aos quadris e suspirou. “Levante.”

Eu obedeci. Meu coração ainda estava a mil.

Ela se aproximou e passou os braços em volta da minha cabeça.

“O quê—”

“Shhh.”

Suas mãos foram até meu pescoço e retiraram a minha coleira.

“Senhora?”

“Não precisa mais disso. Você não é mais uma escrava. É uma dominatrix. Você passou no teste.”

Ela abriu um sorriso. Imagino que esperava que eu fizesse o mesmo, mas eu a agarrei e desabei a chorar.

“Hã… Por que está chorando?!”, perguntou, confusa.

“Eu… Não… Não queria que isso terminasse!”

“Meu Deus, criatura. Não estou te expulsando da minha vida. Ainda somos amigas. Vamos continuar nos encontrando. Se você quiser, claro.”

Eu enxuguei as lágrimas com as costas da mão. “É claro que eu quero, sen—Ângela.”

”Tudo bem, querida. Pode continuar me chamando de senhora se quiser.”

Eu a abracei novamente.

“Agora, vamos nos divertir.”, ela disse.

“Passamos o resto da noite assistindo filmes e comendo porcaria - Ângela comeu um pote de sorvete quase inteiro.”

Ela olhou pra distância e sorriu. “É essa a história.”, Val disse, um brilho de nostalgia em seus olhos.

“Uau. E que história. Por onde anda a Anique?”, perguntei.

“Ah… Essa história fica pra outro dia.”, Val disse, e bocejou. “Vamos pra casa?”

“Claro.”, respondi, e estendi-lhe o braço. Ela deu um risinho e o segurou.

Assim, de braços dados, cruzamos a ainda moderadamente povoada sala, em direção à saída.

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Comentários

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O conto que me viciou em ler do nada para de ser escrito muito triste mesmo achei que veria o fim dessa série

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Por favor, volta a escrever!!!

De longe um dos melhores contos que já li na vida.

Bem escrito, muito envolvente, fácil a leitura.. me perco acompanhando o desenrolar das estórias!

Parabéns de verdade!!

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Olá Isis, voltarei sim! E logo!

Muito obrigado pelas gentis palavaras!

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Incrivel! Gostei muito de saber como a Val se tornou a Valquíria que todos nós amamos.

Você é muito talentoso escrevendo esses contos, te desejo tudo de bom e de melhor! Ahh, será que no próximo conto teremos o retorno da Gabi? Ela continua sendo minha favorita dentre todas.

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