O meu melhor amigo tem onlyfans - 22

Um conto erótico de Joca
Categoria: Gay
Contém 1238 palavras
Data: 24/03/2023 18:23:28

CAPÍTULO XXII

Eu estremeci sob o colchão com a música Sactisfaction dos Stones que saia do celular próximo ao travesseiro, o pincei com o polegar, na tela "Felipe" piscava as másculas. Há tempos não ouvia aquele toque, ainda mais pós-Zap.

Atendi:

"- Te acordei amigo? Ouça, depositei tua parte viu, vou viajar para fazer uma parceria... Devo sumir por uns tempos, beijos!"

Felipe disse isso de uma sentada só, e desligou, eu ainda mastigava o torpor do sono com anestesia na língua. Tateei a cama em busca de algo, "não algo", Ian. As vozes pela casa vinham da sala, levantei reconstituindo passo a posso os acontecimentos do dia anterior que me trouxeram para aquela casa.

Com o celular na mão segui conferindo as mensagens, sobretudo de mamãe:

"Veio um moço aqui atrás de você, hoje cedo"

Ela dizia na mensagem logo abaixo da última que eu mandei na noite anterior dizendo que dormiria na casa de Ian.

Lá estavam dona Janete, um rapaz magro, pescoço de ganso, e uma senhora, sentavam-se no sofá onde no dia anterior Felipe havia sido varado por Kevin. Eu engoli o riso com gosto de papel na boca.

Ian sem camisa e com um copo na mão balançava o café dentro, e assoprava a fervura.

- Não é vinte e dois não, é o vinte e três, - ele disse.

- Eu tenho aqui, - a mulher de coque, respondeu. - Ô, não é que você acertou!

Ela mantinha o indicador em cima da página aberta do livro nos joelhos. Dona Janete olhou para mim, e com isso chamou a atenção do rapaz magro, que ergueu a mão.

- Bom dia, - disse o rapaz para mim. - Desculpe se o acordamos.

- Irmã Janete a senhora não nós contou que tinha outro rapagão, - a mulher falou. - Está vendo Horacinho, você tem que fazer amizade com rapazes saudáveis como estes.

Ian olhou de mim para o rapaz e dele para a mãe.

- Ele não é meu filho, - dona Janete cuspiu.

Ian veio até mim, abraçou minha cintura, senti minhas orelhas arderem. Dona Janete nos fulminava com os olhos "você não vai ter coragem" estava escrito na testa dela.

- Não. Ele é meu marido! - Ian afirmou.

Ele beijou minha bochecha direita, o rapaz no sofá abaixou a cabeça, a senhora nos olhava com uma pálpebra no pé e outra na polpa em cima da cabeça. Dona Janete mordia os lábios como um bebê o mordedor, ela cruzou os braços em frente ao corpo.

O silêncio era tanto que um grilo ali seria um cantor de ópera.

- Prazer, João Carlos, - eu disse.

A mulher olhou para minha mão e a segurou com as pontas dos dedos, ergueu-se ajeitando o busto do vestido, e o rapaz ao lado segurava uma risada. Eles saíram com a desculpa de terem ainda outra visita a fazer.

Dona Janete virou brusca o rosto para o chão.

- Não é bem vindo aqui, - ela disse.

- Logo eu também não sou, - Ian segurou minha mão. - A senhora pelo visto está em excelente estado de saúde, não precisa de mim, vamos Joca.

Eu e o Ian estávamos no corredor quando Dona Janete soltou um grito. Ele arregalou os olhos e correu até ela que caíra ou se jogara em cima do sofá a apertar o braço esquerdo.

Enquanto Ian passava o indicador na tela do celular a procura do contato do Samu, a mulher olhou para mim por cima do ombro dele e armou um riso de canto, fingia sentir alguma coisa.

- Vão, vão embora daqui... - ela disse.

- Mãe, por favor, se contenha...

- Na minha casa? Depois de toda aquela infâmia - ela respirou fundo. - Deixem-me, estou bem...

Ergueu-se, e vacilou na perna direita, eu de um lado e o Ian do outro, a carregamos até o quarto. Ela esticou-se na cama. Ian conseguiu a ligação e falava com os paramédicos do samú mais uma vez. Ele se afastou até o corredor, respondia as perguntas.

Eu senti a mão de dedos gelo apertarem meu pulso, Dona Janete encarava-me com um olhar de cão raivoso.

- A senhora não tem vergonha? Inventar doença.

- Eu vou trazer meu filho de volta, - sorriu. - E você será apenas mais um pecado superado na vida dele.

Tão logo Ian surgiu no retângulo da porta, ela desmoronou sob os travesseiros, distendia os lábios, respirava com sofreguidão. Eu puxei o Ian de volta ao corredor, ela nos vigiava enquanto gania.

Sem me importar com as antenas dela muito bem ligadas.

- Ela está mentindo, - falei.

- Claro que está, - ele respondeu. - Eu percebi também, mas é minha mãe, não posso deixá-la instável assim, não agora... Entende?

Eu assenti, nós beijamos ali, na frente da velha mesmo, ele voltou a ficar ao lado da mãe. Eu saí de casa, dei alguns passos em direção a minha e ao pisar os pés na esquina, Kevin passou o braço em volta do meu pescoço.

O cheiro de perfume e outro que não era bem o suor mas algo de pessoal, davam aquele homem um quê de macho gostoso.

- Larga, - falei e o empurrei. - Então foi você que esteve na minha casa hoje?

- Quero meu dinheiro, teu amigo sumiu, não disse nada, me deixou naquela casa dele, e desapareceu, - ele disse.

- Mas a geladeira está cheia, - brinquei. - Aí você resolve com o Felipe que é maior e vacinado.

Ele desceu com a mão por meu braço e como uma mordida arrochou os dedos em volta do meu pulso.

- Mas não é justo, eu fiz minha parte... Você precisa dizer a ele, por favor, preciso do dinheiro.

Kevin aprendera com Felipe como manipular com os gestos do corpo, olhar de pálpebras relaxadas, sobrancelhas caídas e os traços dos lábios também para baixo como um pedinte.

Eu suspirei "pedindo assim", ele não estava errado, Felipe prometeu o dinheiro ao rapaz além da casa, quando a história chegasse a Igreja como de fato estava claro que chegaria com a promoção de dona Janete e as "irmãs".

- Tá, eu falo com ele... - eu me virei.

Kevin mantinha a mão em volta do meu pulso.

- Agora, por favor... - disse.

Eu tirei o celular do bolso, no zap a conta do Felipe não aparecia mais, liguei para o número e coloquei no viva-voz, caia direto na caixa de mensagem.

- Satisfeito? - falei. - Olha, mais tarde eu tento outra vez.

- E como vou saber? Me passa teu contato...

- Não.

- Qual é cara? - Kevin disse. - Você mesmo sabe que é injusto eu não receber minha parte.

Eu passei meu número ao Kevin por me colocar na mesma situação dele, Felipe era mestre em arrumar confusões como estas, arriscava a própria pele e a dos outros. "Afinal, aonde aquele maluco se meteu?" pensei comigo mesmo, revisando as redes sociais, deixei até uma mensagem no Onlyfans. Embora me preocupasse, Felipe sempre soube se cuidar, a preocupação vinha com uma boa dose de cautela. Mais cedo ou mais tarde ele apareceria.

Kevin é que não sairia do meu pé!

Na sala da minha casa, meu celular tocou novamente.

"A música do azar" pensei comigo, e levei um belo tombo.

"- Alô, João Carlos? Tudo bem se interessa em participar de uma seleção?"

Eu engoli em seco, até minha voz saiu trêmula.

"- Para qual vaga?", perguntei.

"- Assistente de secretaria, será as três da tarde..."

Minha mãe sorriu de volta ao ver o meu sorriso que não demorou a murchar quando coloquei os olhos no meu pai, saindo do banheiro com a toalha malditamente na mesma posição que eu utilizava.

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Comentários

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Gosto muito da sua escrita :)

Quantos capítulos vc pretende escrever ainda?

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Na verdade já sei como acaba, me falta as vezes é tempo para concluir os capítulos. Acho que vou até o vinte e sete, mas não tenho certeza...

Obrigado por acompanhar!

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