O meu melhor amigo tem onlyfans - 21

Um conto erótico de Joca
Categoria: Gay
Contém 1316 palavras
Data: 20/03/2023 18:40:08

CAPÍTULO XXI

Ele se sentou no batente do passeio ao lado de um carro. Ian resfolegava e o peito, os ombros acompanhavam o ritmo de sua respiração, ele ergueu a cabeça, eu agachei ao seu lado.

- Desculpe, - falei.

Ian continuou com os olhos fitos no céu.

- Tudo isso porque nos descontrolamos com o onlyfans, - disse. - Estou cansado disso, na minha vida, nas nossas...

- A culpa foi minha Ian, eu deveria ter impedido o Felipe, - falei. - O only não tem sido o problema mas a solução...

- É engraçado isso de você, justo você.

Automaticamente contraí o rosto, "ele está me acusando?" pensei, porque aquelas palavras caíram como brincos de pedras nas minhas orelhas, eu segurei minha nuca. Ian penteou passou a mão pela cabeça como fazia com os cabelos, penteando-os.

- Hoje entendo o que te levou a buscar ajuda no only... E não vejo nada de mais.

- Eu começo a pensar que há sim. Nós temos uma criação castradora, ou não é? - virou-se para mim. - A gente não pode de repente resolver que vai mostrar o que quiser nas redes, ganhar dinheiro com isso, e nada vai acontecer aqui.

Ele bateu com o indicador ao lado da cabeça.

- Você exagera. São apenas uns nudes...

Ian me cortou entrando em um monologo consigo mesmo quase como um palestrante.

- Eu mesmo quando comecei foi com a ideia de conseguir uma grana e sair disso, você já viu ou leu algo sobre pornografia nas vidas das pessoas Joca? Com o tempo nos destrói, anestesia tudo.

- Quanta bobagem! - reclamei. - Você está parecendo ela...

Ian moveu a cabeça de um lado para o outro, voltou a fixar os olhos na rua.

- Depois de tanta exposição ao sexo, e um sexo com o único objetivo no prazer. No momento. A gente fica incapaz do que nascemos par fazer, amar, - filosofou ele.

- O que fizemos foi errado. Eu admito. Peço perdão, escuta, - respirei. - O acidente e tudo que está acontecendo mexeu contigo... mas...

- Não foi só isso, você não entendeu? - ele suspirou. - Eu te amo cara.

Ele olhava nos meus olhos, estremeci, meu lábios e garganta pediam água, meu coração saltou no peito, as palmas das minhas mãos eram o oposto a meus lábios e garganta, transpiravam.

- Eu também, já disse... - gaguejei.

Eu passeei com meus olhos da esquerda para a direita. Ian não hesitou, manteve-se olhando para mim. Não passava ninguém naquele local a não ser as vozes e ruídos da oficina.

- Isso pra mim quer dizer que não vou aguentar te ver com outra pessoa, fazendo um publi por exemplo... - ele pousou a mão no meu ombro. - Uma hora ou outra isso pode acontecer com o Only entre nos.

- Você está sendo radical.

- E o que vocês fizeram hoje não foi? - respondeu.

- Confesso que saiu do controle... mas... mas...

Ian ergueu-se e caminhou pela borda do passeio onde estávamos há minutos, olhava para o chão. Eu segurei em sua mão. Ian sentou-se mais uma vez o meu lado. Eu repousei a testa no seu ombro, ele passou os dedos na minha cabeça, e virou-se.

- Eu queria sentir raiva de você, - sussurrava. - Mas não consigo...

- Acho que você tem que ir lá, - fui sincero. - Não foi você que sugeriu que eu passasse por cima de tudo que meu pai fez.

- É diferente - ele defendeu-se. - Nossa que deja vú...

Sorrimos, livrei minhas costas de um peso que vinha carregando desde a casa de dona Janete, embora aquele papo todo puritano em relação ao Onlyfans me assustasse, fazia sentido. Eu levantei num salto e estendi a mão para o Ian.

- Vamos, eu vou contigo.

- Espera, - ele hesitou. - Deixa eu ver o que vocês fizeram.

Eu enfiei os dedos no bolso e saquei celular, abri o aplicativo na conta do Felipe, porque tinha acesso a todos os conteúdos dele, assim como ele aos meus, a live ficava salva, pelo menos até o Felipe editar e recortar as partes.

Ian diminuiu o volume, correu o vídeo até o momento em que a mãe entra. O rosto dela não aparecia havia uma sobreposição desfocando-a.

- Desculpe...

- Para de dizer isso, - me cortou. - O que vocês pensavam que estavam fazendo, porra? Se a velha enfarta? É minha mãe ainda!

Meu coração apertou no peito, a pressão de algo fora do lugar, os dedos de Ian cerraram mais o aparelho, ele fechou os olhos e me empurrou o celular. Ergueu-se, eu também fiquei em pé.

Ian afastou-se em direção a oficina, e retornou num passo largo.

Ele não dizia nada e eu guardava o silêncio. O caminho até a casa de dona Janete ficou mais longo por causa disso entre nós, em outros tempos teríamos chegado em um minuto, conversando, brincando, agora, não.

- Eu fico aqui, - falei do portão. - Ela pode se injuriar mais caso me veja.

Ian parou em frente ao portão, respirou fundo e o empurrou, "se a velha me xingar vai ter razão", pensei, fui passando o polegar na tela do aplicativo no celular, e acompanhando as reações dos assinantes do Felipe, elogiando a performance.

Em cinco minutos com Ian lá dentro tudo continuava em silêncio, resisti a curiosidade o quanto pude, em determinado momento ouvi um barulho de choro. Eu levantei e me aproximei mais da porta entreaberta. Eles ainda estavam na salaeu tenho vergonha, nojo disso, - ela dizia - nojo do que você se transformou...

- Não quer ajuda então? - ele perguntou. - Me enganei ao vir aqui...

A mulher respirava pesado, as pálpebras tremulas, Ian correu até ela, voltei para a porta da casa e acionei o Samu, antes que Ian saísse com a mesma intenção, a ambulância com os socorristas já estavam a caminho.

Eu aguardei no passeio em todo o período. Ela tivera um aumento de pressão e a diabetes alta potencializou o golpe dado pelo susto. Amarguei aquela informação com o olhar de Ian sobre mim, queimava.

Eu levei o celular ao ouvido com o número de Felipe, e como num passe de mágica, ainda com a ambulância dos socorristas a minha frente, o encosto do Kevin veio ladeando pela calçada. Eu abaixei o celular do ouvido.

- Cadê aquele veado hein? - bradou me empurrando. - Ele tá me devendo dinheiro.

- Eu não sei, maluco, olha o que fizemos aí, ô! - apontei a ambulância. - Aliás, você não saiu daqui há poucas horas com ele?

Kevin quis vir para cima de mim consegui desviar e acertar-lhe um soco na nuca, ele me deu um chute que pegou na minha coxa e um murro na minha testa, veio para cima de mim com os punhos fechados. Contorcia-me debaixo de suas coxas.

- Quando eu encontrar aquele magrelo! - ele gritou.

Kevin saltou de cima de mim com um chute de Ian no braço, eu me arrastei para o lado. Ian seguiu chutando o Kevin como se fosse uma bola, quando Kevin veio reagir, os socorristas entraram na confusão e eu também consegui segurar o Ian e a mim mesmo.

- Nesse clima essa senhora enfarta, acho melhor chamar a polícia, - disse um dos paramédicos.

- Não vai ser preciso, - eu disse. - Não é Ian? Kevin? Isso é briga de família moço.

- É, família, - Kevin sorriu. - Tira a mão... Tá avisado!

- Quando eu encontrar o Felipe, - Ian sussurrou.

A socorrista explicou que alguém teria que ficar com dona Janete por conta dos remédios no horário e para o caso de ela precisar de ajuda. Eu e Ian entramos na casa, enquanto dona Janete dormia no quarto.

Ian melou os olhos ao reencontrar-se no seu antigo quarto. Ele tocou a cama, se sentou, olhou em volta.

- Eu vou indo, - disse a Ian. - Se dona Janete...

Ian balançou a cabeça ergueu a mão para mim, movia os dedos. Ele segurou minha mão entre as suas, Ian apertava os lábios entre os dentes. Eu passei o trinco na porta, e deitei com ele na cama, no canto inferior da parede estava escrito "Ianderson", eu contornei as letras com o polegar, enquanto era envolvido pelos braços dele.

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Comentários

Foto de perfil de Jota_

Cara, continua o conto!! Entro todo dia escondido pra ver se vc postou hehehe

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