O que dói mais do que um coração partido? Uma decepção amorosa e uma traição?
Dói quando tudo isso acontece no âmbito familiar, quando seus parentes fazem algo por suas costas, fazem aquilo que você julgou pecaminoso.
Sabe qual é a sensação de ver sua irmã e seu pai transando? É devastador.
Pior ainda, quando você desejava estar no lugar da irmã, quando você começou a amar aquele homem, o homem cujo o pau duro está todo enfiado em uma boceta. Eu amei ele primeiro, admirei ele primeiro, desejei ele primeiro, então ele retribuiu toda minha admiração, amor, ciúmes e respeito com uma traição desse nível.
Os dois agiram iguais a gatunos. Aguardaram que eu saísse de casa para se enfiarem no quarto e transarem loucamente até o amanhecer. Quando eu retornasse, tudo estaria como sempre esteve, e eu nunca saberia de nada. Sorte a minha que voltei para casa na mesma noite.
Graças a minha foda com o Tadeu, eu vim embora mais cedo e pude pegar esses dois malditos de enroscando na cama.
A pica do meu pai entra e sai da vagina de Mirela, produzindo um som molhado repulsivo, o corpo dele se choca freneticamente contra o dela. Os gemidos dos dois são incontidos.
O meu pau que antes havia enfurecido, ficou mole. Uma ânsia de vômito surgiu e me afastei da porta quando ouvi meu pai sussurrar no ouvido dela:
— Eu te amo mais do que tudo nessa vida.
— Ama é?
— Você é a única coisa que amo de verdade, até mais que seu irmão, até mais do que a mim mesmo.
Contenho um berro de ódio e tristeza, ando até meu quarto em silêncio e me tranco lá. A foda deles demorou muito, ele fez questão de ser demorada, parou algumas vezes e trocaram beijos barulhentos, para depois voltarem a foder.
E eu apenas chorei, como um idiota.
O som de sexo durou exatamente até às 3:47 da madrugada. Quando terminou tudo, ouvi risos cúmplices e conversas animadas. Quando deu exatamente 4:00 da manhã, tudo se silenciou e eu não pude dar mais nenhuma palavra.
Meu estado de choque foi tão grande que só pude olhar para o relógio na minha mesa de cabeceira, vez ou outra soltei algumas lágrimas silenciosas.
Não posso dormir, não posso ficar em silêncio e me esconder, enquanto os dois safados transam no quarto. Eles precisam saber que eu tenho ciência do que está acontecendo.
Por isso eu espero. Eu espero, quero que eles acordem e me vejam já em casa. Não vão acordar tarde, meu pai ainda tem que trabalhar e ela irá para a escola. Vou pegá-los assim que levantarem.
E assim se passaram mais duas horas, depois mais uma. E quando deu 7:07, eles levantaram. Começaram a se agarrar nos corredores, eu ouvi os beijos e pegação.
Ela disse que queria transar com ele na mesa de jantar.
Ele disse que faria isso com ela quando eu saísse de casa, para não os atrapalhar.
Eu, apenas fiquei em silêncio sentindo o peso e a mágoa de cada palavra. Suspirei e assim que eles caminharam em direção a cozinha, eu saí do quarto.
Coloquei meus braços nas costas e fui andando com minha melhor feição debochada. Quero deixar claro que eu sei o que eles fizeram.
Assim que entro na cozinha, eles estão preparando o café da manhã sorridentes. A primeira pessoa a me ver é Mirela. Sua feição assustada é cômica, meu pai se vira em seguida e deixa cair a xícara, igualmente a uma novela mexicana.
Só sei sorrir. Por dentro, quero chorar.
— Gael, quando você chegou? — Meu pai perguntou tentando disfarçar a hesitação em sua voz.
— Ontem a noite. — Afirmei resoluto.
— Ontem? — vi uma leve alteração de expressão. — Mas você disse que só viria hoje pela manhã. Aconteceu alguma coisa?
Dou de ombros em um gesto irreverente. Quem olhasse de fora, acharia minha postura, indiferente:
— Muitas coisas aconteceram ontem... — minha feição se entristece, não posso conter minha decepção. — Coisas tenebrosas, ruins e acho que provavelmente vou ter um trauma pelo resto da vida.
É divertido ver a feição de meu pai sair de medo para preocupação. Ele dá alguns passos em minha direção, noto arranhões em seu peitoral e ombros. Marcas do prazer que deu à minha irmã.
Sinto repulsa, mas ouço a sua pergunta:
— Algum cara te machucou? — assenti, e ele de repente ele ficou irritado. — Tá vendo? Nunca falei para você porque sei que ficaria magoado, mas essa vida de veadagem, só acaba nisso. Deus te livrou de algo pior, felizmente conseguiu sair...
Não deixei ele falar o resto. É demais para mim. Sua hipocrisia me deixa tão enojado que não disfarço o meu tom de voz cheio de repulsa:
— Quem é você para julgar meus atos?! Logo você que transa com a própria filha. Sabe, eu pensei que o senhor tentaria me entender, me amar do jeito que eu sou e seria mais paciente... Mas com esse comentário, vejo que nunca fará isso. O senhor é cego para os seus próprios erros, mas na hora de apontar esse seu seu dedo para mim e me falar esse tipo de coisa, você consegue ser bem moralista. Não use Deus em uma frase, quando você fode sua propria filha.
Ele apertou a ponte do nariz, suspirou e vi Mirela ficar branca como papel.
— Desculpa! Olha, vamos conversar sobre isso sem gritos, ok? Mirela, prepara um café para gente. Seu irmão precisa de uma explicação sobre o que deve ter ouvido ontem a noite.
— Ouvi e vi.
Ele me olharam atônitos:
— ESTAVA ESPIONANDO A GENTE? — Ela jogou uma xícara no chão com ódio.
— Mirela, se acalma! — Meu pai pediu também indignado, olhando para mim.
— A culpa não é minha de vocês não fecham a porta, porra! — me altero, mas não grito. — Do jeito que estava gritando igual uma cadela no cio sendo esquartejada, pensei que você estivesse morrendo dentro do quarto. Mas quando cheguei lá, você tava cavalgando na pica igual uma vagabunda!
Mirela tentou vir para cima de mim, mas meu pai não permitiu. Apenas cruzei meus braços e deixei um sorriso surgir em meus lábios:
— SUA BICHA TARADA! — Berrou.
Apenas neguei com a cabeça. Meu pai começou a acalmar ela, beijando-a nos lábios como se fosse seu marido, sussurrando palavras de amor e carinho. Quase vomitei. Então ela tornou a fazer o café, depois de limpar as xícaras quebradas.
Meu pai apenas me encarou, indicando a mesa.
Ótimo! Vamos conversar!
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O que vocês fariam se estivessem na situação do Gael?
Até mais 🤭!
