O Triunfo da Primavera - Um Casal no Mundo Financeiro

Um conto erótico de Astrogilldo Kabeça
Categoria: Heterossexual
Contém 1484 palavras
Data: 16/11/2023 16:33:10
Última revisão: 16/11/2023 16:35:55

Dagoberto chegou à faculdade onde estudava para mais um dia de estudos. Estava feliz, em uma boa fase. Sentia que se aproximava de bons momentos na carreira que escolheu. Desde novinho, se interessava por cálculos. Deu sorte em estudar numa escola que dava educação financeira, sendo aluno nota 10. Participou de olimpíadas de matemática ganhando algumas medalhas e agora estava nos últimos semestres do curso de economia. Estava lá para participar da disciplina “Mercado Financeiro”. E estava se dando bem! Ser investidor na Bolsa de Valores era seu sonho desde que passou no curso. E era muito elogiado pela professora que lecionava a matéria: Helen Talowinsk.

Ela era docente convidada e CEO de um banco de investimentos. Era muito prestigiada no mercado e aclamada por sua trajetória vitoriosa. Começou abrindo uma padaria pequena junto com o marido, ela no caixa, cuidando das finanças, e ele gerenciando o negócio. Quando este ficou doente, precisando se afastar, ela ficou no lugar e deu um up. O negócio prosperou, ampliou o local, contratou novos funcionários, abriu um outro estabelecimento. Quando o marido retornou, os próprios funcionários pediram pra ela continuar. Ela criou um verdadeiro império panificador e coube ao marido assistir a ascensão da esposa. Vendeu o negócio por milhões e passou a aplicar em ações. Seu companheiro praticamente se tornou um gigolô humilhado. Come na mão dela desde sempre.

Helen era uma mulher séria, mas não invocada ou carrancuda. Tinha sempre um sorriso maquiavélico, mas também sedutor, no rosto, tipo Sharon Stone em “Instinto Selvagem”. Seu nariz empinado impunha respeito e era tão certeira nas palavras que todos que se comunicavam com ela achavam que ela estava rebaixando a pessoa. Era uma loira corpulenta, 39 anos, cabelos curtos e bem tratados, pernas torneadas, seios siliconados e bunda volumosa. Uma cavala.

Vendo aquele jovem promissor devorar as apostilas e deixar o resto da classe pra trás, ela o convidou para estagiar no Impact Bank Management and Finance. Agora ele sorria de orelha a orelha. Era um pulo rumo ao estrelato financeiro.

Um dia, estava bebendo com um grupo de amigos e só estava lamentando não ter um grande amor pra completar aquele período áureo em sua vida. Eis que uma das moças presentes na mesa diz:

- Olha, uma prima distante está vindo morar aqui, vinda do interior. Soube que ela fez sucesso na prefeitura lá, trabalhando com contabilidade. Vou marcar algo com ela pra você conhecer. Acho que combinam, viu?

Em um determinado dia, Dagoberto conheceu Virna, a moça em questão. A princípio, ele gostou do jeito meigo dela, porém, sem amor à primeira vista. Ela tinha aquele visual nerd, rabo de cavalo, óculos, risonha, apesar de tímida. Braaaaaaanca... Pele de quem não costumava tomar sol. Tanto que seu apelido de adolescência era “Vivampira”, tal sua ojeriza aos raios solares. Filha de um professor de educação física, ganhou o nome de uma ex-jogadora de vôlei da seleção brasileira. Mas não seguiu pelo esportes não. Era uma menina atípica, adorava jogar videogame. Chamou atenção na escola onde estudava por ser uma fera em matemática. Dava várias dicas de como poupar dinheiro pros coleguinhas e quando ia pra feira com os pais tinha uma lábia pra pechinchar invejável. Trabalhou na prefeitura de sua cidade e era muito elogiada pelo prefeito. Por pressão dele, ela veio a cursar contabilidade. “Quando for prefeito novamente, você será minha secretária da Fazenda!” dizia ele.

Começaram a sair juntos e tinham muito em comum. Jogavam xadrez e sudoku sempre que podiam. O namoro engrenou bonito. Ele estava com 23 anos, ela com 21.

Após a formatura, Dagoberto se tornou analista financeiro. Já evoluía bem na empresa. Conversou com Helen que estava namorando uma garota que era “puro raciocínio” e questionou se essa também não podia dar um empurrãozinho, arrumando um estágio tal qual ela conseguira pra ele.

- Vou pensar no seu caso. Geralmente, não gostamos de pessoas com envolvimentos íntimos no mesmo lugar, mas não tenho nada contra isso. Pelo contrário, acho que dá um estímulo um pro outro.

Numa rápida seleção, Virna ficou com uma vaguinha de auxiliar de operação de marketing, carguinho bem rastaquera. Dagoberto a estimulava:

- Concentre-se no serviço. Estude os regulamentos da empresa e você vai longe, princesinha.

Cinco anos depois, já estavam morando juntos. Dagoberto era consultor e Virna analista financeira. Era muito elogiada. O casal fervia em felicidade, tava tudo indo bem. Meses depois, Virna sugeriu um lance milionário num pregão e o banco arrematou uma bolada! Surpreendeu a todos e logo foi promovida a consultora. Seu nome passou a circular entre os investidores. O casal vivia seu melhor momento em termos de sexo, paixão e estabilidade emocional e financeira. Já pensavam em filhos. O futuro prometia!

Meses depois, apareceu a tão sonhada vaga de diretor geral de investimentos e gestão, o cargo máximo abaixo da presidência. Era um cargo de alta representação no mundo dos negócios, pois era o diretor que firmava parcerias e aumentava o faturamento. Os seis consultores financeiros disputavam, incluindo o casal. As apostas eram em Dagoberto, o queridinho de Helen, e realmente o mais astuto de todos eles. Rumores pelos corredores, e até em outras financeiras davam conta de que chegaria afinal a vez dele.

Helen convidou a todos para uma festinha em sua mansão, em um sábado ensolarado. Apareceram todos os consultores. Dagoberto era o mais paparicado. Lá estava também o marido de Helen, gerente de uma empresa têxtil que ia muito bem, mas faturando muito menos, muuuuuuuuito menos que sua esposa, a real responsável por todo o patrimônio que tinham. Estava presente um convidado chamado Renato Oliveira, conhecido como “Galo”, já que seu simples nome parecia mais de um jogador de futebol do interior paulista, e ele era diretor de investimentos da WB Money, concorrente da Impact Bank, mas que vez ou outra atuavam juntas na divisão de ações. Dagoberto não ia com a cara dele. Extremamente boçal.

Festa rolando, muito vinho e champanhe depois, Dagoberto procurava a esposa pra ir embora e a vê cercada de pessoas, entre elas, Helen, Galo, e outros investidores. Havia um deputado que falava pelos cotovelos, já bêbado e parecia elogiar bastante Virna, colocando a mão no ombro dela e falando algo tipo “você é um verdadeiro sucesso”. Dagoberto se aproximou, uma parte da rodinha se desfez.

- Helen, muito obrigado por esse maravilhoso dia. Vamos, Virna?

- Vamos sim, querido. Obrigado, Helen.

- Vão, meus queridos. Dagoberto, cuide bem de sua companheira. Ela é uma pedra preciosa.

Helen falou essa última frase olhando profundamente nos olhos de Virna, com aquele riso sério, de quem passa muita eloquência.

No retorno, Dagoberto puxou conversa.

- Aquele deputado tava quase fazendo um discurso pra você, hein?!

- Ah, ele é lá da região de onde eu vim. Ele me reconheceu, pois o prefeito de minha cidade deu uma entrevista falando que uma filha do município era uma “rainha da Bolsa de Valores”, kkkkkkkkkkkkkk.

- Ahahahahaha...você chegará lá, minha linda!

- Mas todo mundo falando bem de você viu? Sua vaga tá garantida!

- Olha... Daqui a uns anos vamos sumir, viu? Não daremos satisfação a ninguém! Família, vizinhos, parentes chatos, sanguessugas, vai todo mundo se foder!

Ao chegarem em casa, a cama só faltou quebrar...

Uma semana depois, sábado seguinte, Virna tinha saído e iria retornar pro almoço. Dagoberto esperava a esposa quando ela ligou preocupada.

- Oi, amor... olha... recebi uma ligação do RH lá da empresa. Pediram pra eu ir urgente. Não falaram mais nada.

- Ué? Do RH? Vixi!

- É, também tô meio encucada. Isso nunca ocorreu. E num sábado? Que estranho. Tô nervosa, não vou mentir.

- Vai lá ver o que é. Fique tranquila. Você tá indo bem, deve ser algum erro de documentação, algo assim.

Passada algumas horas, Dagoberto já tava bem preocupado. Virna não retornou pra casa, ligou pro RH, mas ninguém atendia, celular da esposa caindo na caixa. Já achava que tinha sido alguma armação, que ela havia sido sequestrada e começava a entrar em pânico. Quando deu 16 horas, Virna mandou uma rápida mensagem: “daqui a pouco estarei em casa, tá tudo bem”. Tentou ligar, ela não atendeu e mandou áudios e mensagens, sem visualização ou resposta.

Quando deu 18 horas, Virna chega em casa, com aparência cansada e um pouco embriagada.

- E aí, querida, o que aconteceu? Que sumiço foi esse??

- Desculpe... deveria ter lhe avisado... sinto muito.

- Como foi lá? O que eles queriam?

- Eu não tava no RH... a ligação não foi de lá...

- Porra, Virna, deixa de onda, fala logo, porra! Fiquei esse tempo todo aqui preocupado, diz logo, tava aonde, com quem???

Ela se postou e desembuchou de uma vez, olhando firme pra ele.

- Estava com Helen. Almocei com ela, o papo foi se desenrolando e acabei tomando duas garrafas de vinho.

- Com Helen? O que ela queria?

Virna respirou fundo e soltou a bomba.

- Dago... Ela me promoveu. Ela me escolheu! Eu sou a nova diretora geral de investimentos e gestão!

(continua)

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Comentários

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Já estou vendo as armações pra cima do Dagoberto, a puta da Helem vai influenciar a piranha da virna em troca de fama e dinheiro. E o casamento vai por água abaixo

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Astrogildo Kabeça é sinônimo de contos com alto teor de erotismo.

Isso sem falar no texto fluído e impecável.

Que venham os próximos.

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Muito bom mas esses filme assisti recentemente acho que na netflix

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No filme não tem conteúdo erótico

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