E se... (Capitulo 8)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 2601 palavras
Data: 08/12/2023 21:14:56
Assuntos: Amigo, Amor, bar, Gay, Sexo, Traição

Sábado pela manhã acordei disposto, mesmo a noite ontem tendo sido puxada, deu para descansar bastante, o cheiro de café fresquinho tomou a casa, fui até a cozinha e quase tive um choque de susto ao ver uma mulher branca, loira de cabelos cacheados usando apenas uma blusa do Ryan, ela olhou para mim como se não fosse nada de mais.

— Quer café, acabei de passar. — Ela me oferece a garra de cafe. — Se não tomo café de manhã, eu ficou louca.

— Cadê o Ryan? — Pergunto.

— No banho, você deve ser o namorado dele né, espera vou lembrar.

— Chico, mas não somos namorados.

— Ele disse que eram. — Estamos os dois confusos agora.

— Tá, mas quem é você?

— Claro, desculpa, sou meio doida, me chama Beatriz. — Ela viu que continuei sem saber quem ela era. — Ele não falou de mim?

— Não desculpa.

— A fica tranquilo, Ryan só não perde a cabeça porque é grudada, sou irmã dele, tive uma briga terrível com minha mãe por causa da minha namorada, ai fui dormir na casa dela, mas peguei ela com outra, ai fui beber até morrer, mas aí meu irmão foi me buscar.

— Namorada?

— Na verdade, ex.

— Veste uma roupa Beatriz. — Ryan fala entrando na cozinha só de cueca, o sujo falando mal lavado.

— Vou banhar, fiz café, já falei com a mamãe ela ainda está puta da vida. — Ela diz indo pro banho.

— Você tem uma irmã?

— É a casula, do atual casamento da minha mãe, ela é louca.

— Sua mãe ou sua irmã?

— As duas, mas se preocupa não ela vai para casa hoje, só trouxe ela pra cá porque bêbada do jeito que estava seria pior se levasse ela para casa.

— Você disse que ia dormir fora.

— Ia dormir na casa da minha mãe, ia levar a Beatriz e ficar logo por lá, mas aí resolvi vir para casa mesmo, você estava em um sono tão bom que não quis te acordar e fui dormir com ela aqui na sala.

Queria perguntar sobre a parte do namorado, mas fiquei na minha, não tive coragem, será que ele só não queria falar nada para a irmã, mas dizer que eu sou seu namorado não faz muito sentido se ele queria esconder algo, estou com mil perguntas na cabeça. ele toma o café depois deixa um selinho na minha boca e vai se arrumar, antes de sair com sua irmã eles lavaram a louça toda enquanto fiquei sentado no sofá tentando processar tudo o que tinha acabado de acontecer.

— Foi um prazer Chico. — Ela disse ao se despedir.

— Volte quando quiser. — Falei.

— Ah ia esquecendo, amanhã é o aniversário do Fred, ele nos convidou para um almoço na casa dele.

— Tudo bem.

Ryan tem uma irmã e ela passou pela mesma coisa que eu recentemente, mas parece esta bem melhor que eu, ou ela não estava tão apaixonada, ou eu é que estou sendo muito dramático, ligo para o Fabim e conto tudo o que rolou em busca de uma opinião de fora.

— Te falei que a família dele é complicada.

— Onde você está?

— Na casa da minha mãe, o Di está de plantão pagando as horas que ele pegou para resolvermos as coisas da adoção.

— Amigo, o que você acha que ele quis dizer falando que sou namorado dele?

— Que você é namorado dele. — Ele fala como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Mas enquanto ao Santi?

— Amigo ele não está mais saindo com o Santiago, pelo que ele contou para o Di, no dia do aniversário do Santiago ele estava saindo do bar para ir para a casa do Santi, só que mudou de ideia e mandou uma mensagem falando que não poderia ir, só que quando ele voltou para o bar viu você saindo com o Bernardo.

— Sério, e por que você não me contou antes? — Falei chateado.

— Porque só me falou ontem a noite, mas já ia te contar assim que a gente se encontrasse.

— Ele levou alguém lá para casa.

— Não, ele foi só para casa.

— Se ele estava só porque fecharia a porta do quarto? Sempre dormimos com ela aberta.

— Porque ele pensou que o Bernardo fosse dormir no apartamento com você, e ele não queria ver vocês juntos.

Estou me sentindo pessimo, tirei conclusões erradas e julguei ele sem saber de toda a historia, ele poderia ter me contado, mas pensando bem sempre quando ele tenta entrar no assunto do nosso relacionamento eu atropelo ele falando da nossa amizade colorida, estou me sentindo a pessoa mais idiota do mundo, como pude ser tão cego, Ryan deve esta pensando que eu é quem não quero ter nada com ele.

— Amigo sou muito burro.

— Sempre falo isso, mas você diz que é implicância.

— Mas com posso puxar esse assunto com ele?

— Chico meu amor, sei que você tem medo, Max era muito importante para você, mas você não pode achar que todos serão como ele.

— Ver o Max com o Pedro me fez lembrar do dia em que meus pais me expulsaram, me senti traído e sem rumo, sei que o Ryan não é assim, mas tenho medo de me entregar.

— Chico você já está entregue, completamente afim dele.

— Desde o dia em que conheci ele, Fabim, que o vi no seu apartamento, mas.

— Sem mas, vai falar com ele, deixa de ser frouxo, você tem que ser feliz amigo.

— Amanhã temos um compromisso de casal, fomos convidados para o aniversário de um amigo dele.

— Perfeito.

— Vou tentar me permitir ser o namorado dele por um dia.

— Você não vai tentar, você vai ser.

O trabalho foi aquela correria, o Ryan teve um problema em casa precisou faltar, parece que a briga entre a mãe dele e a irmã deu uma piorada, fim de semana é sempre punk no trabalho, o bar fica completamente lotado e muitas das vezes não conseguimos tirar o intervalo, ainda mais com um a menos, pelo menos o Ryan tinha um bom motivo para não esta trabalhando, e Fabim passou a noite pegando fogo, o moleque estava preparando um drink atrás do outro, parecia uma máquina.

Quando o expediente finalmente acabou começamos a limpar tudo, meu amigo não fala de outra coisa a não ser do Maike ele está completamente paizão das ideias, quando o Di aparece para nos buscar vejo que ele também está nas nuvens com essa história de adoção, aproveito para falar com ele sobre o Ryan, Di e ele são amigos desde criança.

— Pensei que ele não falava com a família. — Digo.

— Ele fala, Ryan é do tipo que quer ajudar todo mundo, ele sabe que não tem como concertar a mãe dele, então ele fica longe para não ficar brigando com ela.

— Ele sempre foi assim?

— Pior que sim, Ryan sempre passou mais tempo no mundo do que em casa, a família dele é muito complicada, ainda mais os padrastos que a mãe dele arruma.

— Tenso. — É tudo que consigo falar.

— Só dá uma chance para ele e fica do lado dele, Ryan é o cara mais leal que conheço Chico.

— Estou tentando Di. — Fabim se aproxima cortando nossa conversa.

Seguimos para casa, eles dois parecem até que começaram a namorar a pouco tempo, está num agarrado só, esses dois parecem dois coelhos fudendo toda hora e em todo lugar, até os mandei procurarem um quarto, quando chego em casa Ryan já está sentado no sofá no escuro, me aproximo e vejo que ele está com o olho roxo.

— O que aconteceu? — Pergunto preocupado.

— Nada. — Ele diz me puxando para sentar em seu colo.

— Cadê sua irmã?

— Está em casa, está tudo certo.

— E esse olho?

— Não foi nada, como foi no trabalho. — Ele me senta no sofá passando de costas para ele, depois começou a me fazer uma massagem.

— Fala comigo Ryan. — Peço com a voz séria.

— Meu padrasto, a gente brigou porque ele quis se meter, mas está tudo bem, minha irmã e minha mãe se entenderam, por hora.

— Sinto muito.

Ele me beijou, um beijo doce e sem malícia, diferente de todos os nossos outros beijos, me virei deitando em cima dele e continuei beijando ele, beijar ele me deixa de pau duro, mas não avancei o sinal, só queria beijar ele, e sentir seu perfume, sentir o calor do seu corpo, queria ficar agarradinho com ele e não soltar mais nunca mais, ficamos assim até pegarmos no sono, acordei no meio da noite com frio, a porta da varanda estava aberta e o como estamos dormindo no sofá nem lençóis tínhamos pegado.

Levei ele para a cama, Ryan parecia um zumbi, devia estar muito cansado, depois tomei um banho mesmo com o frio, fico agoniado se não tomar banho para dormir, no quarto estava um pouco mais quentinho, deitei com ele que me abraçou assim que sentiu meu peso na cama, ficamos agarradinhos e logo peguei no sono de novo, nos meus sonhou ouvi ele dizendo no meu ouvido que me amava.

Quando acordei ele estava saindo da cama.

— Volta para cá. — O chamo, mas ele só me beija e levanta.

— Temos que ir para a casa do Fred, lembra, o Di vai ver o filho dele com o Fabim então não vamos poder pegar carro dessa vez.

— Tá vai tomando banho que já levanto.

— Uma pena, pensei que íamos tomar banho juntos. — Ele fala ficando pelado e o infeliz está com o pau duro feito uma rocha.

— To indo. — Levando tirando minha roupa e acompanhando ele no banho.

Saímos atrasados de casa para variar, não deu para resistir, transamos no banho, nossa sorte foi que uns amigos deles estavam com vaga no carro assim conseguimos uma carona de última hora, a casa do Fred é muito linda, o lugar é simples, mas muito bonito e arrumado, tem um jardim lindo na frente e o quintal onde as carnes estão sendo assadas fica de frente para a praia, passou a cerca está na praia, o lugar parecia um paraiso, uma mesa grande de madeira, não tinha tanta gente como pensei que teria, só alguns amigos do surf, nem davam dez pessoas.

— Quer uma bebida? — Fred me oferece.

— Pode ser um refri. — Falo aceitando uma latinha de coca.

— Esse é o André, meu companheiro.

Fred e André são um casalsão da porra, André era um cara moreno e muito bonito, os dois até me lembraram ou outro certo casal inseparavel, logo de cara me dei bom com todo mundo, por ser nerd também entrei facil nos assuntos, dando minha opinião sobre como Boruto é um delirio coletivo e que não deveria existir entre outros temas polemicos do mundo geek, todos foram muito receptivos comigo, e Ryan estava com os olhos brilhando por me ver interagindo tão bem com a turma dele.

— Nunca pensei que veria o Ryan tão apaixonado assim. — André me fala em um momento onde ficamos só nós dois na mesa.

— Não, ele não está. — Falei ficando vermelho.

— Conheço o Ryan a um tempo e nunca vi ele trazer um namorado, Fred disse que ele te trouxe até pro surf outro dia. — André insisti.

— A tá bom, eu gosto dele, mas é que tenho medo. — André tinha uma vibe tão boa que me senti à vontade a compartilhar com ele.

— Ryan é um cara fiel, se ele gosta ele gosta, não tem joguinhos com ele.

— Todo mundo me fala isso, é que fui traído por um cara que gosto muito e sou complicado.

— Entendo, mas olha se me permite me meter, eu quase perdi o Fred por ter medo de arriscar.

— Sério, vocês parecem tão perfeitos.

— Hoje em dia as coisas estão melhores, mas já tivemos nosso momento difícil.

— Duvido. — Falei.

— Quando eu conheci o Fred eu estava tentando me livrar de uma relação meio tóxica que estava enfiado, ele apareceu em um momento em que estava me questionando sobre quem eu era de verdade, e quando ele me chamou para um encontro quase surtei, não acreditava que um cara como ele iria querer algo sério comigo.

— Mas você é lindão também.

— Só que não me achava isso tudo, e pra variar Fred tinha uma ex louca que ficou em cima da gente, ela até contou para minha mãe sobre a gente.

— Sério? Que vaca.

— E essa nem foi a pior parte, minha mãe me expulsou de casa, mas foi aí que vi que Fred era o homem da minha vida. — Meus olhos enchem de água, pois posso sentir a paixão nas palavras dele e lembrar da minha própria mãe me expulsando.

— Meus pais me expulsaram de casa também, já tem uns anos, mas ainda não consegui esquecer nem da surra e nem das palavras deles.

— Sinto muito. — André me abraça.

— Obrigado, e você voltou a falar com sua mãe? — Perguntei

— Sim, hoje ela é louca pelo Fred, mas foi graças a ele que voltamos a nos falar, foi ele quem falou com ela e insistiu até ela ceder, ele sabia o quando ela é importante para mim, sinto muito que sua família tenha tido essa reação.

— As vezes fico pensando o que faria se eles me procurassem, se eles aparecem na minha porta o que eu diria a eles, já sonhei com esse momento umas mil vezes.

— Sei que é difícil lidar com uma rejeição assim, quem não passou por isso não tem como entender, mas olha Ryan gosta de você, mesmo que minha mãe tenha voltado atrás hoje eu tenho minha família, uma que eu escolhi e que amo muito.

— Quero dar uma chance pro Ryan, mas se ele descobrir que não sou tão interessante e procurar alguém que dê a ele o que eu não posso.

— Chico, não te conheço muito bem, mas posso te dizer, Ryan é como você e eu, ele só quer ser amado, e tenho certeza que ele quer ser amado por você.

— Obrigado André.

— Sobre o que vocês estão conversando? — Ryan pergunta sentada do meu lado e o Fred do lado do companheiro dele.

Deconverso o assunto e logo estamos falando de outra coisa, resolvi ficar mais perto do Ryan, ele até me abraçou, em pouco tempo a impressão que passávamos era que éramos namorados, até dei um selinho rápido nele.

— O que foi isso. — Ele perguntou rindo.

— Não posso beijar meu namorado? — Falo e os olhos dele se acendem ao mesmo tempo em que um sorriso enorme se abre nos lábios lindos dele.

— Você pode fazer o que quiser com seu namorado. — O safado respondeu me beijando.

— Procurem um quarto. — Um dos amigos dele fala com a gente.

— Vão transar na praia e não no meu quarto. — Fred fala arrancando risadas de todos.

Aquele almoço se tornou um dos dias mais memoráveis da minha vida, nada poderia estragar meu dia, estava finamente abrindo meu coração para o Ryan, de alguma forma conversar com o André me ajudou, Ryan gosta de mim e eu gosto dele, espero que isso seja o bastante para ele, da mesma forma que é para mim, ele ficou ainda mais carinhoso comigo, na hora de ir embora aproveitamos a carona de novo, André e eu já estávamos bests, ele me fez prometer que iria para a noite de jogos que eles estavam organizando.

Estávamos indo para casa e tudo que eu queria era chegar logo, arrancar a roupa do meu namorado e transar com ele até a hora de irmos para o trabalho, seria o fechamento perfeito do meu dia se não fosse por um detalhe, assim que chegamos no meu andar minhas pernas congelam, minha mãe está em pé em frente a porta do meu apartamento e ela me viu chegando de mãos dadas com Ryan.

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Comentários

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Rafa, li os comentários agora. Por favor, dê continuidade aos judocas.

Na realidade, seu vasto universo pede constante transformação. É impressionante como seus personagens viciam. Parece que eu os conheço intimamente, cotidianamente.

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Rafa, você é mestre em deixar seus leitores loucos e ansiosos!! Hahahah. Eu adoro heheh

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Até que enfim Chico tá resolvendo abrir o coração de verdade pro Ryan, é hora de esquecer todos os problemas que passou com o Max, e seguir em frente.

Agora essa situação da mãe dele, uma hora ele teria que ter uma conversa definitiva, tomara que ela não venha com três pedras na mão, na hora da conversa.

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Mas Chico e Ryan precisam conversar, uma conversa longa para estabelecer verbalmente as coisas

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A vida é sempre assim: quando as coisas estão ficando boas, alguma coisa horrível acontece.

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Nossa Renan! Fiquei até mal lendo esse comentário. Espero que esteja bem aí

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Estou bem sim kkkkkkk Estou em um momento tranquilo, mas já esperando a próxima porrada, porque a vida é isso, uma eterna montanha russa e a gente precisa se preparar quando estiver no topo para não surtar quando estiver caindo.

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Hahaha que bom que tá bem!

Se quiser conversar me chama no email, modéstia à parte sou um bom ombro amigo hahaha. Cdcanonym@tutanota.com

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Num quero nem comentar. Sei! Ombro amigo. Não quer dizer PA?

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Amo seus contos, o judoca vai ter continuidade?

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Eles vão aparecer no futuro, só que ainda não sei se em um conto deles ou como personagens de um novo, por hora mesmo só quem tem uma parte depois é do filho do pastor que vai sair mais em breve

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Pqp. Por favor, deixa o Chico ser feliz. Estava tão contente com o casal se assumindo e tinha que aparecer esse tribufu do passado pra atrapalhar. Deixa não por fabor.

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Gostei muito de vc ter feito dos seus contos um universo, depois q li os primeiros contos q falam do fabim e o di, do fred e o andre(fora os daddy e filho do pastor que estou lendo) fica mais compreensível e acho legal ver o "passado" interagindo com o presente se é q da pra entender o q escrevi

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Ta incrível e foi inesperado, gelou a alma eu não aguento mais confusão.

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Obrigado, não te conheço mas ja TE AMO(ainda nem li mas ja vim agradecer)

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