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Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 2544 palavras
Data: 21/01/2024 09:43:12

O mundo digital não tem controle.

Assim como um controle remoto serve para mandar a distância os aparelhos fazerem o que você quer, a falta de autocontrole serve para você mandar a si mesmo fazer o que não deveria. Quando as duas coisas se misturam, o resultado é imprevisível.

Agora, assim estava Alice, nossa protagonista: totalmente descontrolada!

Seu telefone foi invadido, sua vida foi hackeada, um tal de Buster a obrigava a situações humilhantes para que ele pudesse se masturbar em chamadas de vídeo, ameaçando divulgar as fotos íntimas que a garota tirara de si mesma, ademais de controlar todos os aparelhos de sua casa que possuíam aplicativos no celular.

Seu dia havia se tornado uma tormenta em frente à câmera, sua vida não lhe pertencia mais, ela fora reduzida a um mero objeto sexual, tendo que fazer dancinhas sensuais só de roupa íntima, ficar nua andando de quatro e roncando feito uma porquinha, masturbar-se em close de sua amiguinha entre as pernas, enfim, ser uma “boa menina” só para que um desconhecido pudesse desfrutar do outro lado da tela.

Mal sabia Alice, mas aquela trama era muito mais complicada do que parecia. Num esconderijo do outro lado da cidade, um bando de machos a assistia através de um telefone, liderados pelo contratante de Buster, um chefe do crime digital que controlava tudo.

Seu objetivo? O criminoso digital chamado Zoião era perseguido pela mãe de Alice, a implacável Delegada Damasceno. Ele queria vingança e já antevia o momento em que ameaçaria a Delegada com as cenas gravadas de Alice em seu quarto, obrigando-a a parar de investigá-lo.

Mas o pior de tudo não era isso. Não, aquele processo de exposição de suas intimidades fez um clique em Alice, acionando algo que ela nem sequer sabia existir dentro de si. Quando a garota gozava nas chamadas de vídeo com Buster, apesar de toda a humilhação e constrangimento, ela conseguia soltar-se de uma maneira tão profunda e tão verdadeira que era capaz de ter orgasmos nunca antes experimentados.

Em meio à essa contradição, após Alice se recompor do último orgasmo, tomou um banho prolongado para sentir-se um pouco mais limpa, vestiu uma camisola leve de algodão cor de rosa e meteu-se na cama. Lá fora já estava escuro e ela sentia-se exausta, logo, tudo o que desejava era apagar e esquecer tudo por que estava passando desde aquela manhã.

Contudo, sua cabeça rodava perdida em pensamentos confusos. Buster dependia dela para ter prazer, mas ela dependia de Buster para manter um mínimo de dignidade ante os amigos e suas redes sociais. Ele tinha plenos poderes sobre ela, mas ela também detinha algum poder sobre ele, ainda que fosse fácil de ser substituída: bastava com que ele clonasse outro telefone e a deixasse em paz.

Inesperadamente, a campainha do apartamento soou. Alice levantou-se e se arrastou até a porta, onde um motoboy olhou sorridente suas pernas e entregou-lhe uma caixa de papelão com seu nome, mas sem indicar o remetente.

Já no quarto, a garota encontrou na caixa um par de calcinha e sutiã junto a uma cinta-liga e umas meias de seda, tudo negro e semi-trasnparente. Quando terminou de tirar as peças, pôde notar que havia outro item no fundo, uma espécie de bolinha plástica vermelha com um cabinho flexível - seja lá o que fosse, mais parecia um brinquedo de criança.

Logo em seguida a Chibunga, nome dado à inteligência artificial de seu quarto, começou a falar. Era Buster outra vez.

- Oi Gatinha! Pelo rastreio do aplicativo, posso ver que você já recebeu minha encomenda. É um presentinho pra você!

- Merda Buster, eu queria dormir! Me deixa!

- Vamos lá, garota, seja uma boa menina! Lembre-se de quem controla as coisas aqui!

- Tá bom, tá bom. Eu estou cansada, o que você quer de mim dessa vez? Não dá pra esperar até amanhã?

- Não, bonitinha tem que ser agora, de noite. Vai lá e põe a roupinha que eu mandei, você vai ficar muito tesuda de lingerie erótica!

- Mas… Mas…Eu nem sei se cabem em mim, achei tudo meio pequeno!

- Não, senhorita, são do seu tamanho. Eu conheço as suas medidas pelo aplicativo de biometria que você baixou no celular. Agora para de enrolar e obedeça! Quando voltar, pega o telefone e entra na chamada! Vou estar te esperando com outra surpresinha!

Antes de sair da Chibunga, Buster ainda mandou que o aparelho tocasse a playlist preferida de Alice. Ela já estava ficando com raiva daquelas músicas de tanto que ouvira naquele dia ao ter que se submeter às vontades do abusador digital.

Para o espanto de Alice, as roupas eram de uma qualidade superior, coisa fina, ela nunca teve peças de lingeries parecidas. Ao terminar de colocar as meias e olhar-se no espelho atrás da porta, percebeu que ficaram um luxo em contraste com sua pele branca.

O sutiã leve e confortável era adornado com bordados em relevo nas bordas e permitiam ver através da tela fina seus mamilos saltados cor de caramelo, até essa parte que ela considerava ser a menos interessante de seu corpo havia ficado excitante naquelas vestes.

A calcinha era tão fina que deixava entrever o início da fendinha de seu sexo na porção da frente, enquanto atrás havia somente um pequeno fio que se ajustava entre suas nádegas empinadas e depois crescia ao se aproximar da cintura, com os mesmos bordados de flores em relevo so sutiã.

A cinta-liga era uma peça que dava classe e elegância ao conjunto, presa às as meias de seda que, de tão suaves, pareciam fazer carinho em suas pernas enquanto ela caminhava para pegar o telefone e voltar a conectar-se.

Buster podia ser um canalha, mas ele definitivamente tinha bom-gosto para escolher peças femininas. Alice estava se achando o máximo, poderosa, sensual e arrebatadora. Aquele infeliz iria gozar essa última vez como se todos os fluidos de seu corpo estivessem se esvaindo, poderia até desmaiar durante o processo, ou quem sabe ter uma parada cardíaca. Isso seria ótimo! Alice, quase sem perceber, colocou-se num estado de excitação com a ideia de Buster tendo um treco ao se masturbar apreciando suas curvas.

Decidida em investir nessa linha, Alice penteou os cabelos, passou um spray para dar volume nos cachos e até aplicou aquele batom vermelho intenso que roubara de sua mãe, tudo calculado para parecer mais provocante e fatal, querendo que Buster enfim se rendesse a ela.

Contudo, o rapaz ainda tinha mais algumas surpresinhas guardadas para Alice. Quando ela conectou a câmera e a imagem do outro lado apareceu, na tela não havia somente um pênis em processo de ereção como das outras vezes. Agora, haviam quatro membros já bem eretos no telefone!

Alice tomou um susto e logo em seguida se deu conta de que eles também podiam vê-la, ali de pé, só com aquela lingerie erótica quase transparente. Apressada, colocou uma mão sobre o sexo e outra com o braço tapando os seios, num instinto de autoproteção.

- Oi Alice! Surpresa! Eu queria te ver hoje à noite porque estou com uns manos aqui me divertindo um pouco. Galera, fala oi pra Alice!

- Oi piranha! O Buster falou que tinha uma garota safada que ficava pelada tocando umazinha no telefone mas eu nem acreditei…

- E aê, tesuda, tudo jóia? Como é? Vai dar um showzinho pra gente também? Olha só como eu estou esperando por você, já todo duro!

- Fala, sua gostosa da bunda arrebitada! Mas porque você está se tapando? Ficou com vergonha? E desde quando uma putinha da internet fica acanhada?

- Buster, seu filho da puta! - Gritou Alice querendo pegar o telefone para desligar a chamada, mas indecisa porque teria que tirar as mãos de onde estavam. Seu coração galopava dentro do peito, parecia que iria estourar. Sem reação, ficou só olhando os membros em seu telefone com os donos se masturbando.

O membro de Buster ela já conhecia e podia identificar, era aquele mais fino e comprido, com a cabeça parecendo um martelo. Ao seu lado, havia um outro mais atarracado e grosso, repleto de veias escuras e com a ponta circuncidada, cheio de pele em volta da chapeleta. Em seguida, vinha o mais diferente deles, um coiso grande e negro da cabeçona vermelha, o maior de todos. O último era algo um tanto estranho, meio tortinho para o lado, como se a cabeça de uma cobra entrasse e saísse de galho curvado à medida que seu dono estirava a pele em torno daquilo.

- Gata, eu já falei, quando você fica nervosinha eu acho mais tesudo ainda… Então, deixa de frescura e dá um showzinho pra gente, vai. Seja uma boa menina!

- Buster, isso não estava no acordo! Você nunca falou nada sobre eu ter que me exibir para um bando de macho tarado!

- Alice, olha o respeito com os meus amigos! Além disso, mais cedo você bem que estava gostando de bater umazinha pra eu ver. Então, deixa de manha e tira essas mãos da frente que a rapaziada que gozar olhando você! Agora!

- Por favor, não faz isso…

- Agora, Alice! Começa a rebolar essa bundinha agora!

Resignada, Alice deixou cair os braços ao lado do corpo e expôs, muito a contragosto, seu corpo vestido naquela lingerie provocante. Sentindo uma revolta crescer dentro de si, mordeu o lábio inferior pintado de vermelho e sacudiu a cabeça fazendo os cachos do cabelo se espalharem.

Começou a gingar suavemente, mexendo os quadris e inclinando levemente os joelhos, numa dança equilibrada e provocante. Podia ouvir as grosserias que os amigos de Buster diziam ao telefone sobre seu corpo, principalmente quando girava e ficava de costas, mostrando o fio dental entre as nádegas.

- Porquinha, você está ótima! Leva jeito pra coisa, sabia? Olha que tem futuro profissional!

- Babaca…

- Ah, vai me xingar, é? Então faz assim, tira o sutiã, fica de costas e põe as mãos no chão! Daí, pode me xingar à vontade!

De início, Aice não havia entendido bem porque aquelas instruções eram tão específicas, mas obedeceu mesmo assim, até mesmo porque não dispunha de mais alternativas.

Retirou o sutiã e tapou os mamilos com o braço por instinto, mas, quando se colocou de costas e se inclinou para pôr as mãos no chão, deu-se conta: O fio dental da calcinha entre suas pernas estava ajustado bem entre seus lábios e subia pela fenda em meio às suas nádegas, deixando praticamente tudo explícito para a câmera, ao passo que os braços no chão deixavam seus seios soltos, pendurados e balançando ao sabor dos movimentos de seus quadris naquela dança.

Sim, Buster não era somente bom para escolher lingerie erótica, ele já devia ter feito aquilo com tantas garotas que se tornara um mestre na arte de posições reveladoras e provocantes. Seus amigos agora se masturbavam compulsivamente apreciando Alice seminua e nem sequer emitiam mais os tais xingamentos.

- Alice, o showzinho está bom mas pode ficar melhor!

- E o que você quer de mim agora, Buster?

- Você vai fazer a gente gozar, nós quatro.

- Olha, eu já estou nessa posição humilhante. Vocês podem ver tudo daí, então andem logo com isso e terminem de uma vez!

- Calma gata, não fica arisca que vai ser pior pra você. A gente vai gozar sim, mas antes, você tem que afastar a calcinha do rego e mostrar como você é rosadinha entre as nádegas.

- Entre as nádegas? Como assim?

- Lá atrás, Alice. Quero que você mostre esse seu buraquinho cor-de-rosa pra turma aqui.

- Droga, Buster! - Disse Alice já afastando o fio dental da calcinha da fenda onde ele se alojara e expondo mais ainda suas vergonhas para aquele conjunto de membros na tela terminarem de se masturbar.

- Delícia, Alice, você é muito safada. Agora enfia um dedo aí. Todo o dedo, lá no fundo, entendeu?

Sem alternativa, Alice meteu o dedo indicador onde Buster havia mandado e, ao fazê-lo, sentiu novamente aquele “clique” dentro de si, como se ligasse uma chave que libertava um tesão proibido e a levava a um outro mundo, longe dali, daquele quarto e daquele telefone.

Sim, foi algo quase que instantâneo, mal Alice penetrou a si mesma por trás com seu dedo e já começou a sentir as pernas tremerem com orgasmo chegando. Mordendo o próprio lábio inferior pintado de vermelho, inclinada com uma mão no chão e as vergonhas enquadradas na tela do celular, a garota ficou colocando e tirando o dedo de lá, cada vez mais rápido, até um líquido espesso começar a escorrer de sua amiguinha e pingar no tapete do quarto.

Justo quando Alice gozava, no esconderijo de Zoião, mais de vinte marginais se amontoavam ao redor do chefe para apreciar a transmissão da filha da Delegada Damasceno torturando a si mesma com o dedo por trás e gozando enquanto xingava palavrões indecentes.

Durante o breve intervalo que foi obrigado a fazer na sessão enquanto Alice se recuperava daquele orgasmo, Buster recebeu o aviso uma chamada para uma sala de bate-papo privada de alguém que ele simplesmente não conseguia ignorar: Dragon Lady.

- Oi Busterzinho, porque você não participou do meu concurso de punheta? Foi legal, mas eu queria que você ganhasse…

- Oi Lady, sim, eu vi uma parte, mas tive que sair porque estou trabalhando aqui. Já sabe, juntando uma graninha pra gastar com você, gostosa.

- Hum, imagino que seja um belo pacotinho de bilhetes! E o que você vai querer que eu faça em troca de tanta grana?

- Lady, eu tenho o sonho de conhecer você pessoalmente. Eu sigo você há anos, sinto como se nós já fôssemos até íntimos!

- Ora Gatinho, dependendo da grana, isso pode ser arranjado.

- Sério mesmo, Lady? Você se encontraria comigo para uma sessão? Só entre nós dois?

- Buster, eu nunca faço isso. Quer dizer, você entende a diferença entre uma profissional do sexo e uma cam-girl, não é? Contudo, somente para você, se a grana estiver à altura, a gente pode pensar numas coisinhas excitantes para fazermos juntos…

- Não, Lady, quer dizer, sim Lady, quer dizer… Pôxa eu tô até nervoso aqui. Eu quis dizer que estar com você pessoalmente seria uma honra para mim!

- Vejamos… Você toparia ser algemado na minha cama redonda? Imagine que eu vou estar com minha máscara e uma lingerie erótica especial, só para você, toda sensual, com meus apetrechos todos à nossa disposição…

- Gata, para estar na sua cova vermelha forrada de veludo e poder conversar com você pessoalmente, eu faria qualquer coisa! Eu já estou tendo uma ereção aqui só de pensar nessa possibilidade!

- Hum, delícia! Mas você deixaria eu brincar com o seu corpo, despertando todas as suas zonas erógenas, tocando esse membro aí que já está ficando durinho para mim, proporcionando um prazer que você nunca sentiu igual?

- Nossa, Lady! Eu pago o que for para estar ao seu lado e fazer tudo isso que você falou! Quando? Quando eu vou poder finalmente te conhecer?

- Gatinho, o prazer será todo meu! Hoje estou meio ocupada, contudo, mais tarde vou abrir uma janela aqui pra você… Topa?

- Topo! Lady, e só me passar o endereço. Assim que eu receber a grana ainda hoje, te aviso e apareço aí!

As engrenagens misteriosas do destino estavam girando e se dirigindo a um final inimaginável, mas nenhum deles sabia disso…

Nota: Confira os demais contos, sagas e séries desse autor em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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Acho que minha tese inicial foi para o vinagre, depois dessa bandalheira de amigos que o Buster trouxe para ver a pobre da Alice. Vou ter que criar outras teorias conspiratórias agora, pelo menos até o próximo episódio!

Muito bom, Bayoux!

⭐️⭐️⭐️

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Veremos, Buko, veremos… A esperança é a última que morre, rs

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