Clique - Momentos Íntimos

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 2695 palavras
Data: 10/01/2024 11:40:50
Última revisão: 10/01/2024 19:29:01

O mundo digital é viciante.

Mergulhar ali pode ser um caminho sem volta, principalmente se você possui algum tipo de perversão secreta. A sensação de fazer algo proibido sem que ninguém saiba quem é você pode ser muito tentadora, até mesmo inebriante.

Mas nunca se está de fato sozinho - e podem estar observando você agora mesmo.

Assim se encontrava Alice, nossa protagonista: observada.

Um dia, sentindo-se entediada, bisbilhotava a vida alheia ao telefone usando a demonstração de um aplicativo e terminou se deparando com um grupo de conversa meio diferente, onde as pessoas subiam fotografias íntimas só pelo prazer de se mostrar.

Foi uma ideia meio idiota, mas a garota terminou agindo de impulso e sentada na cadeira, levantou a camisola e abaixou a calcinha até os tornozelos, abriu as pernas e posicionou o celular para se fotografar lá embaixo.

Alice achou que a foto ficou bonitinha, nunca havia reparado em si mesma assim, tão de perto. Os contornos eram gordinhos, as carninhas na fenda entre eles se viam meio brilhosas por estar um pouco excitada e havia uma sombra sobre o sininho eriçado que o tornava um tanto misterioso.

Contudo, na hora exata de subir a foto, ficaram saltando janelinhas exigindo que criasse um perfil e fizesse login para participar do grupo.

Alice até começou a fazer uma inscrição, mas o formulário era imenso e no final pediam para que ela pagasse, o que não estava bem nos seus planos. Bem nessa hora, foi interrompida por sua mãe, que voltava do trabalho.

A Delegada Damasceno, como era conhecida, costumava ficar sempre até a madrugada analisando casos e colocando a burocracia em dia. Justamente naquela noite, haviam avanços num caso complicado sobre uma uma quadrilha responsável por vários crimes digitais, de estelionato à invasão de privacidade.

Especificamente neste caso, a mãe de Alice sentira um prazer especial em verificar as novas informações, pois o cabeça da organização, um tal de Zoião, havia cometido a audácia de ameaçá-la se continuasse investigando - e isso ela não perdoava.

Sim, a Delegada Damasceno não perdoava, nunca. Numa de suas investidas quase prendeu o Zoião numa cobertura luxuosa à beira-mar, mas ele era escorregadio e bem-informado, de maneira que logrou escapar deixando tudo para trás. Agora, ninguém sabia de seu paradeiro, mas ele estava num esconderijo que mais parecia um muquifo, cercado por outros vinte marginais, desejoso de vingança.

Quase pega em flagrante pela mãe, Alice apagou o celular e deixou de lado a história do tal aplicativo com o grupo de sexo. Mal trocaram duas palavras e a Delegada já começara a criticar a filha por sua falta de iniciativa ante a vida e seu descaso com o futuro. Alice saiu da sala pisando duro, emburrada, meteu-se no seu quarto batendo a porta.

Como permanecia com as imagens rodando na cabeça por algum tempo, a garota custou a dormir, perdeu a hora de manhã e faltou uma entrevista para um emprego de balconista. Para o desgosto da Delegada, Alice havia sido muito mimada como compensação pela ausência que a dedicação de sua mãe ao trabalho provocava, daí a garota não queria saber mais de estudar quando terminou o colegial e agora buscava um sub-emprego qualquer.

Quando saiu do quarto, já era dia e sua mãe havia voltado para a delegacia. Alice até pensou em sair para distribuir mais uns currículos, mas pegou o telefone durante o café e encontrou a selfie da noite anterior. Pode parecer bobagem, mas este simples ato teve consequências que na hora Alice nem podia imaginar

Quando voltou para o quarto, depois de tirar a camisola, em vez de vestir-se e sair para a rua, pediu para o aparelho de inteligência artificial, a Chibunga, tocar sua playlist favorita e ficou olhando o seu corpo no espelho. Não soube bem o que lhe deu, talvez ainda estivesse sob os efeitos da briga na noite anterior, mas teve uma vontade imperativa de tirar mais umas fotos.

Ficou meio de lado, colocou-se na ponta dos pés e notou que os músculos de suas pernas saltavam e se delinearam por meio de uma sombra longilínea que começava fininha e se alargava à medida que subia.

Achou bonito e clicou.

Daí foi subindo o telefone até enfocar sua bundinha branquela. Alice nem achava sua bundinha tão grande assim, mas reparou que dependendo do ângulo ela parecia até maior, com a luminosidade formando um degradê que ia do brilho numa das polpas até o escuro de uma sombra densa bem no meio da fenda entre as nádegas.

Clicou de novo.

Bem na base da bundinha, se ela abrisse as pernas ligeiramente, a silhueta de sua amiguinha aparecia como um voluminho escuro. Não dava para ver explicitamente o que era, mas quem prestasse mais atenção podia entender que aquilo era sua bundinha e, por conexão lógica, descobrir que estava olhando para aquele pedacinho entre suas pernas.

Deu um clique outra vez.

Ficou girando o corpo e explorando as imagens no espelho, até que descobriu uma posição onde a luz da janela dava em sua barriga pela lateral. Como Alice era magrinha, prendendo a respiração e com essa luz indireta, uns gominhos fininhos apareciam no espelho e achou que o seu umbiguinho ficava super sensual em meio àquelas linhas de luz e sombras.

Mais um clique.

Subiu um pouco mais a câmera e agora havia chegado ao seu maior desafio: os seios. Alice sempre achara seus seios meio sem graça, eles não eram nem grandes nem pequenos, nem tinham mamilos cor-de-rosa grandões ou pequeninos e escuros. Definitivamente, achava que eram peitos totalmente desprovidos de alguma coisa que os fizessem se destacarem.

Eram peitos totalmente normais, seu maior ponto fraco. Um parzinho de volumes medianos, com mamilos levemente castanhos, um tanto saltadinhos e biquinhos meio centímetro, daqueles que provocam volume na camisa se você não usa sutiã e te fazem passar vergonha porque não são maiores.

Além do mais, achava os mamilos saltadinhos estranhos, pareciam um morrinho sobre outro morrinho, algo um tanto desequilibrado na sua opinião.

Talvez por isso Alice tenha decidido achar um jeito de fotografá-los com um braço tapando os mamilos que sempre achou feinhos. Pôs o braço cruzando o peito, mas a imagem era confusa e não lhe dizia nada demais. “Nada demais”, parece que essa era mesmo a definição dos seus seios!

Respirou fundo enchendo os pulmões e forçando ainda mais a barriguinha para dentro, para ver se assim os peitinhos pareciam um pouco maiores, mas não deu muito certo, ela agora parecia um esqueleto trapando as costelas.

Por um acaso sentiu uma coceirinha logo abaixo do mamilo direito, abaixou um pouco o braço e, quando olhou no espelho, lá estava ela: a imagem ideal! Seu mamilo esquerdo havia aparecido parcialmente sobre o braço e o biquinho do outro saltava por entre seus dedos, os quais escondiam as bordas do círculo, conferindo-lhe um ar misterioso..

Deu três cliques comemorando sua vitória sobre seus próprios peitos.

Continuou subindo mais o telefone e agora estava confiante. Sua recente vitória sobre a parte que menos gostava de si mesma a deixou assim e, além do mais, modéstia à parte, sua boca era de arrasar. Sério, vocês podem até achá-la arrogante por pensar assim, mas Alice dava para ser modelo de bocas.

É claro que antes passou um batonzinho, afinal, toda garota tem seus truques e sabe usá-los quando os fins justificam. Como só tinha umas cores pastel e rosa, roubou escondido um de sua mãe de cor vermelha que ela, por sinal, nunca usava. Devia ter sido presente de algum ex-namorado ou coisa assim.

Seus lábios finos nos cantos e carnudinhos ao centro ganharam mais vida ainda pintados e pareciam que falavam por si só, dizendo: “Estamos aqui, pertencemos à mulher mais incrível do mundo. Você quer nos morder e fará loucuras para conseguí-lo!”

Contudo, por incrível que pareça, quando apontou a câmera a foto não era tão boa assim. Faltava algo, um volume, uma melhor ocupação do quadro. Aproximou e afastou o celular, tentou alguns ângulos diferentes, mas não estava funcionando, justamente seus lábios, seu ponto forte, estavam traindo-a!

Sem querer ela mordeu o lábio inferior de raiva e sacudiu a cabeça, foi um ato involuntário, esse era um tique nervoso que Alice tinha quando ficava com raiva de alguma coisa.

Seus cabelos que estavam recolhidos atrás das orelhas se soltaram sobre seus ombros e preencheram o vazio aos lados de sua face, refletindo a luz do sol em seus cachos cor de caramelo, enquanto ela ainda mordia o lábio pintado de vermelho intenso. Bingo!

Clicou rapidamente antes que aquela imagem desaparecesse.

Como um passe de mágica, deu-se conta de que uma mecha que havia saltado cobrindo um dos seus olhos azuis cor de piscina conferia um ar selvagem à sua expressão, geralmente sem charme nenhum. Ora, percebeu que isso era o que ela realmente estava buscando desde que começara aquela sessão inesperada de nudes, mesmo sem saber!

Aproximou o foco e… Clique!

Começou a revisar as fotos e escolher as melhores, não que Alice ainda tivesse pretensões com elas, mas era divertido fazê-lo e a esta altura ela já estava decidida que não ia sair para distribuir currículos idiotas de uma página que só serviam para demonstrar que a garota não estava estudando e que nunca tinha trabalhado antes na vida.

Quando chegou à primeira delas, aquela foto que tirou com o telefone entre as pernas na noite anterior e que havia disparado todo esse processo de descoberta de seu próprio corpo, ficou meio decepcionada. Antes ela achara essa foto linda, mas agora parecia meio xoxinha, apagadinha. Ainda bem que não havia postado, sua amiguinha seria injustiçada, ela merecia algo muito melhor que aquilo!

Resolveu que iria caprichar.

Foi até o banheiro, fez bastante espuma de sabonete, espalhou pela região toda, desde a frente até lá atrás. Teve que se concentrar no que estava fazendo, ficar brincando com aquela espuma espalhada por ali era um tanto tentador, subiam-lhe calafrios e arrepios enquanto seus dedos percorriam a virilha e circulavam o montinho logo acima da bichinha.

Respirou fundo tentando manter o foco, pegou a gilete no copinho ao lado da escova de dentes e foi raspando, raspando, raspando, até deixar tudo bem lisinho, sem nenhum pelinho espetado que fosse.

Ligou o chuveirinho ao lado do vaso e ficou jogando água gelada para diminuir a vermelhidão provocada pela gilete e depois espalhou um monte de hidratante para acalmar a pele - e precisou se concentrar novamente por causa do hidratante, aquilo era ainda mais gostoso que o sabonete.

Voltando ao quarto, seu plano era tirar somente uma foto da fendinha tão bonita quanto as demais que havia tomado de seu corpo, mas não foi bem isso o que ocorreu…

A luz da janela havia caminhado enquanto estava no banheiro e agora incidia sobre sua cama. Deitou-se, mas o edredom florido em verde e rosa que sempre esteve ali lhe pareceu de extremo mau gosto e não combinava com o novo visual “clean” entre suas pernas. Tchau edredom, foi parar no chão e Alice deixou sobre a cama só um lençol branco, muito mais apropriado às suas intenções estéticas.

Enfocando a câmera, deu-se conta de que deitada a sua barriguinha ficava negativa, ressaltando ainda mais seu púbis e fazendo saltar o montinho logo acima, o qual terminava anunciando o início da fendinha - pura beleza corporal carregada de dramaticidade pelo jogo de luz e sombras provocado pelo sol sobre a cama.

Clique, clique, clique!

Foi descendo o celular e entreabrindo as pernas, na intenção de tomar um close mais explícito de sua intimidade. Necessitou curvar-se um pouco para alcançar seu objetivo, apoiando-se num dos cotovelos e esticando o outro braço, mas ainda não era bem isso o que ela queria.

Sentou-se na cama para afastar um pouco mais o aparelho e, com a mão livre, foi abrindo mais a fendinha para expor o sininho, que já estava começando a levantar pela excitação que a sessão de selfies me provocava. Daí, afastou um pouquinho os lábios, só o suficiente para fazer o sininho saltar de seu nicho escondidinho e ali estava o melhor close que ela podia oferecer a si mesma!

Clique final, ficou lindo!

Bem, lá estava Alice, sozinha em casa e sem nenhuma vontade de sair, com uma coleção de imagens sensuais arrebatadoras de si mesma, mas sem ninguém para compartilhar. Ela até tentou se distrair, ligou a tevê procurando o que ver, mas sempre terminava voltando ao celular para olhar de novo e de novo as tais fotos.

Foi algo inconsciente, mas, quando deu por si, já estava admirando as fotografias alheias atualizadas no aplicativo. Mais meia hora, Alice já havia preenchido a página de inscrição e usando um código promocional para fazer um teste que lhe dava um mês grátis para experimentar. Isso traria consequências e desdobramentos que mudariam sua vida, embora nesse momento Alice nem fosse capaz de imaginar.

Do outro lado da cidade, olhando escondido por um telefone, Zoião, o alvo da investigação à cargo da Delegada Damasceno, somente esperava por uma oportunidade assim para que um freelancer contratado ativasse o plano de sua vingança pela Delegada obrigá-lo fugir de sua cobertura em frente ao mar, deixando todos os luxos adquiridos com dinheiro do crime para trás e fazendo-o ter que se enfiar num esconderijo sórdido com mais vinte marginais ao redor.

Mal Alice terminou o cadastro e voltou ao maldito aplicativo, uma mensagem privada saltou em sua tela: “Oi amorzinho, seu telefone acaba de ser hackeado. Tenho as suas fotos íntimas aqui comigo. Agora, você me pertence!”

Enquanto as coisas se complicam para Alice, num porão muito perto dali, atrás de uma portinha de metal fortemente protegida, as coisas eram bem diferentes.

Em sua cova forrada de veludo vermelho com uma cama redonda ao centro, Dragon Lady, uma loira que transmitia ao se masturbar, sempre sozinha e cada vez com uma ideia diferente, comemorava a quantidade absurda de seguidores do seu canal, um dos top-ten nacionais!

Mais que estar faturando alto com esse bico atrás das câmeras, Dragon Lady celebrava o sucesso que sua criatividade sexual ao usar diversos aparelhos e acessórios havia alcançado, algo que ela nunca imaginaria a dez anos atrás, quando começara com aquilo.

Mascarada e protegida por todo um aparato digital que impossibilitava descobrir quem ela era ou desde onde transmitia, a mulher acelerava as investidas do cabo de um chicotinho de couro em seu próprio traseiro na frente das câmaras, à medida que o barulhinho de moedas caindo representando doações de seus fãs não cessava mais.

De quatro e rebolando com o chicotinho torturando a si mesma sobre a cama redonda, Dragon Lady retorcia os olhos e colocava a língua para fora lambendo os lábios como um convite à lascívia, quando uma campainha tocou em seu computador. Aquele era um alerta de clientes especiais: alguém havia doado mais de mil dinheiros de uma só vez.

Ao procurar o responsável pela generosidade, encontrou um de seus visitantes habituais, um tal de Buster, que nunca havia dado um centavo sequer. Excitada e ainda com o chicotinho entalado, Dragon Lady começou a escrever no privado para o visitante.

- Oi Buster, obrigado pela doação! Tá podendo, hein?

- Oi Lady! Acompanho você desde garoto, mas só agora pude dar um presente à sua altura.

- É muito bom saber! Acho que podemos fazer algo especial um dia desses, uma transmissão só para você. Gostaria?

- É claro que sim, minha linda. Hoje eu estou meio descapitalizado, mas em breve vou ter grana o suficiente para isso. Sabe como é, os negócios parecem que vão decolar aqui!

- Fico feliz, queria muito lhe oferecer uma sessão mais íntima. Eu posso fazer coisas que você nem imagina que uma mulher é capaz! Aliás, o que você faz?

- Bem, meu trabalho é sigiloso, gata. Só posso comentar que você está me inspirando muito e por isso eu fiz a doação, tipo uma retribuição pelos seus serviços.

- Que legal saber que eu inspiro os demais. Bom, então a gente se fala quando você voltar. Vou ficar esperando, feito uma boa garota!

- Pode esperar que eu volto sim, gostosa. Aliás, eu sempre volto…

Nota: Confira os demais contos, sagas e séries desse autor em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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Muito bom Bayoux.

A sessão de fotos intimas de Alice ficou muito bem narrada.

A trama também promete ser bem interessante.

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Nossa Morfeus, finalmente alguém curtiu essa passagem! Eu acho uma das melhores coisas que já escrevi, mas estava abandonada aqui. Obrigado!

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Fala Bayoux. Eu que agradeço por você sempre publicar texto de ótima qualidade e tão criativos. Na verdade essa série comecei a ler na concorrência, fui no seu site, de novo adorei suas ilustrações dos contos e neus parabéns por mais essa série tão legal.

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