Clique - Porquinha Safada

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 2545 palavras
Data: 16/01/2024 14:28:49

O mundo digital é um labirinto.

Entre bits e bites, há quem se encontre e há quem se perca, há também aqueles que provocam e atiçam, enquanto há os que se deixam levar em meio ao ruído de tantas informações trocadas por dedos batendo numa tela sensível ao toque.

Assim estava Alice, nossa protagonista: perdida.

Depois de ter o telefone invadido, suas fotos íntimas roubadas, sua vida digital devassada, Buster, o canalha do outro lado da tela, exigiu que Alice se apresentasse sensualmente para que ele se masturbasse, ameaçando-a com o material furtado e dizendo que bastava que ela fosse uma “boa menina” para que ele a deixasse em paz.

Contudo, durante seu pequeno show improvisado e desconcertante, algo fez um clique dentro de Alice e, enquanto se tocava quase sem nem perceber o que fazia, não foi somente Buster quem gozou naquela chamada.

Para Alice, foi um gozo diferente, intenso, poderoso, após o qual ela sentia as pernas bambas e assim como caiu na cama, dormiu - e ainda era só de manhã. Acordou já no meio da tarde, meio confusa. Lembrou-se do ocorrido e sentiu novamente um alívio imenso, afinal, ela havia sido uma “boa garota” e agora o tal de Buster deveria desaparecer.

Mas essa calma duraria pouco. Do outro lado da cidade, no seu esconderijo cheio de machos, um meliante digital chamado Zoião havia ordenado a Buster que não parasse por ali e que seguisse com seu plano. O objetivo de Zoião? Vingar-se da mãe de Alice, a toda-poderosa Delegada Damasceno, que o investigava sem dar trégua por crimes digitais.

Enquanto Alice pedia para Chibunga tocar sua playlist favorita, pegou o celular decidida a apagar as tais fotos sensuais que tirou de seu corpo. Mantê-las seria um risco constante e ela não estava disposta a passar por tudo aquilo novamente. Contudo, a garota mal tocou no aparelho uma mensagem do tal Buster saltou na tela, encaminhando um novo enlace para que ela se conectasse.

Quando entrou na conversa, outra vez, somente podia ver o membro comprido em processo de ereção de Buster na tela, com o canalha se masturbando devagar.

- Oi, Alice. Tudo bem com você? Já se recompôs da nossa conversinha?

- Olha Buster, eu já fiz o que você pediu, fui uma boa garota. Agora, vê se some de uma vez por todas, tá legal?

- Calma, Alice. Porque a pressa? Eu queria saber como foi a tal entrevista de emprego que você tinha que ir hoje.

- Ah, foi… Sei lá, acho que não vai rolar. Também, quem quer ser balconista?

- Mentirosa, você nem saiu de casa hoje. Aposto que ficou se masturbando e pensando no Buster aqui!

- Mas… Peraí, como é que você sabe que eu não fui? Você está me espionando?

- Não, garota, eu tenho o rastreador do seu telefone comigo. Posso saber sempre exatamente onde você está!

- Merda!

- Então… Você desligou a chamada de mais cedo antes que eu desse permissão, daí não valeu. Eu fiquei com tanta raiva que quase mandei as suas fotos para os seus amigos.

- Buster, por favor, não faça isso. Eu vi que você gozou durante a chamada, tal como me pediu. Nossa negociação está encerrada!

- Que bonitinha… Sabia que eu sinto mais tesão ainda quando você fica zangadinha? Olha só como você está me deixando duro.

- Eu não quero ver nada! É mais, eu nem quero falar com você!

Alice entrou num estado de negação tão grande que acabou se descontrolando e desligando a chamada. Ela precisava cortar isso, necessitava de um pouco de calma para pensar no que poderia fazer.

Inesperadamente, a Chibunga parou de tocar música. Agora, o que se ouvia pelo alto falante era a voz odiosa de Buster.

- Alice, fica calma, garota. Você está sendo uma menina muito rebelde.

- Eh… Buster? É você? Como assim?

- Eu baixei o controle do seu aparelho de inteligência artificial quando clonei o seu telefone. Como é que você chama ela mesmo? Ah, Chibunga, que nome mais engraçado!

- Buster, sai da Chibunga agora!

- Se eu quiser, posso ligar a televisão da sua casa também, eu tenho o controle. Ponho um filme pornô e aumento o volume no máximo, os vizinhos vão achar legal.

- Cara, você já teve o que queria, me deixa!

- Querida, eu vou infernizar sua vida, você não tem idéia do que eu sou capaz de fazer se você não voltar pra chamada de vídeo agora!

Resignada, Alice voltou a conectar-se e lá estava o maldito pênis de Buster na tela, duro, cheio de veias e meio lustroso, com o talo comprido e a cabeça desproporcionalmente grande, parecendo um martelo. Ao menos, Buster cumpriu essa promessa e a música voltou a soar na Chibunga.

- Que bom que você pôs a cabecinha no lugar e voltou, Alice.

- Isso não é justo, Buster. Eu fiz tudo o que você pediu.

- Mas querida, eu não terminei de pedir, logo, você ainda não fez tudo o que eu quero.

- A é? E o que o senhor quer agora?

- Eu estou vendo que você ainda está com a mesma roupa que estava de manhã. Essa camiseta de pijama deve estar toda suada e a calcinha, bem, o que posso dizer, dá pra notar daqui a mancha do seu gozo já seco no tecido.

- E daí? Eu dormi, ora bolas. Agora você por acaso é do esquadrão da moda também?

- Boa, muito engraçado, adoro seu senso de humor. O que eu quero dizer é que você é uma garota preguiçosa e sujinha, que não toma banho. Adorei, daqui pra frente vou chamar você de Porquinha.

- Tá bem, seu babaca. Eu vou me lavar e trocar de roupa.

- Não, Porquinha, você não vai tomar banho nem se trocar. Você vai só tirar essa roupa suja. Quero ver você peladinha, querida.

- Buster não começa! Isso não, está entendendo? Pra mim já basta de nudez no celular!

Nesse momento, com apenas um clique de Buster, a televisão do quarto de Alice ligou sozinha e surgiu um filme asqueroso com uma orgia em curso, diversos homens e muitas mulheres nús fazendo de tudo uns com os outros, o volume foi subindo ao máximo e agora uma sinfonia ensurdecedora de gemidos e gritos preenchia o ambiente, sendo capaz de ser escutada até na pelo porteiro de seu prédio na guarita lá embaixo.

Desesperada, Alice desfez-se da camiseta do pijama e da calcinha, mas ainda lhe restava algo de pudor, de maneira que procurava tapar-se como dava com as próprias mãos, uma com o braço sobre os mamilos e a outra sobre seu sexo depilado. Sua expressão de medo era visível do outro lado da tela e o pênis de Buster aumentou ainda mais por isso.

- Alice, seja uma boa garota e tire as mãos da frente. Quero ver você pelada. Faz assim, fica de quatro e começa a andar pelo quarto imitando uma porquinha.

- Como é que é?

- Quero ver você pelada de andando de quatro e grunhindo como a porquinha que você é! Agora! Ou prefere que eu divulgue as suas fotos para os seus amiguinhos?

Humilhada, o ódio consumia Alice por dentro enquanto dava voltas em círculos usando os joelhos e as mãos pelo chão do quarto, roncando como um animal. Buster gargalhava, acelerando sua masturbação, excitado por aquela cena grotesca e apreciando a bundinha de Alice quando ela se punha de costas, ou seus seios de mamilos saltadinhos balançando quando ela vinha de frente.

- Tá bom, Porquinha, acho que você já aprendeu a lição. Pode sentar agora.

- Cara, se um dia eu colocar as mãos em você, sou capaz de te matar!

- Ui, a Porquinha está zangadinha… Vou te ajudar a relaxar. Faz assim, abre as penas. Abre bem, pra deixar eu ver o que tem entre elas.

- Já sei, já sei, você quer ficar me olhando até gozar e tal. Tá bom assim, babaca? - Disse ela colocando os pés sobre a cama e afastando as perna até deixar bem evidente seu sexo.

- Está bom, mas podia ser melhor. Abre ela pra mim, por favor.

- Céus, isso não tem fim… - Desabafou para si mesma Alice, enquanto usava os dedos médio e indicador para afastar os lábios e expor o interior de sua amiguinha aos olhos ansiosos de Buster.

- Muito melhor. Agora, comece a se masturbar e a grunhir, feito a porquinha sujinha e tesudinha que você é, Alice.

- Oinc, ronc-ronc, oinc, ronc-ronc, oinc…

Alice, rendida, não tinha outra opção além de atender às expectativas sexuais desvairadas de Buster. Sentada na cama com as pernas bem abertas diretamente voltada para a câmera do telefone, grunhia e roncava como uma porquinha, tal como ordenado, enquanto deslizava sua outra mão sobre seu ventre quase sem nenhuma gordurinha até o seu sexo, onde pôs-se adedilhar o sininho eriçado.

Para a garota, era totalmente aviltante ser obrigada a se expor dessa maneira, tendo que enfiar os dedos em si mesma como se fosse uma fêmea animalesca e libidinosa, mas…

Bastou com que Alice desse a primeira pressionada em seu sininho para que aquele “clique” estalasse em sua mente e lhe despertasse o mesmo tipo de tesão diferente que tivera na primeira vez em que Buster a fez exibir-se ao celular.

Alice sentiu raiva por se encontrar estimulada por aquilo, mordeu seu lábio inferior e sacudiu a cabeça deixando seus cabelos escorrerem pelos lados sobre os ombros finos, seu tradicional tique nervoso. Progressivamente, quanto mais seus dedos estirados giravam em círculos sobre o montinho entre suas coxas magras, os grunhidos e roncos iam sendo substituídos por gemidos tímidos.

Com dois dedos entrando e saindo de si e a palma da mão se esfregando no sininho já completamente teso, Alice agora se acariciava com a outra mão, subia pelo ventre, apertava um dos seios, descia até o umbigo e subia de novo, dessa vez beliscando um dos mamilos que pareciam um morrinho de carne dura e arrepiada sobre os seios medianos.

Seus gemidos, antes tímidos, foram ganhando força e se entremeavam com gritinhos contidos, quando seu corpo era ocasionalmente dominado por pequenos espasmos passageiros de prazer.

- Isso, minha porquinha safada, que delícia, aproxima mas a câmera, vai, enquadra bem entre as pernas para o seu Buster ver de perto você gozando pra mim…

- Ai… Babaca… Ronc-ronc…. Sacana… Oinc-oinc… Ai… Ai…

Alice abriu os olhos e pode ver Buster masturbando-se em velocidade acelerada. Ver aquele rapaz preso ao que ela fazia lhe deu certa confiança, sim, não era ela quem dependia dele, era ele que dependia dela, ela o tinha preso, rendido ao que ela era capaz de provocar-lhe, de instigar-lhe… Buster é que era a verdadeira presa ali, não ela!

Estimulada por este pensamento e por seu próprio toque, uma nova Alice surgiu dentro da garota por alguns instantes.

Alice largou o mamilo teso que até então torturava à beliscões desmedidos e tomou o aparelho que transmitia aquela cena para aproximá-lo de suas intimidades, nesse momento já avermelhadas por estarem sendo fustigadas por tapas estalados sobre o sininho alternados com dedos que a penetravam até o fim, entrando e saindo de dentro dela.

Sobre a cama, Alice jogou o tronco para trás e, apoiando-se sobre os ombros, levantou o quadril com as pernas abertas e o telefone a poucos centímetros de seu sexo, de forma que Buster agora podia apreciar toda a plenitude daquela mulher dando prazer a si mesma, solta, ávida, incansável.

Quando Alice começou a ter espasmos fortes e incontroláveis e suas pernas tremiam enquanto uma sequência de jorros ácidos eram disparados por ela, a garota podia ouvir os palavrões e grunhidos de Buster do outro lado da tela enquanto ele gozava também.

Assustada com sua reação impensada durante o ato e espantada pela maneira como havia deixado levar-se até ali, Alice jogou o telefone no chão e deixou-se cair na cama, confusa, tremendo, rindo e soluçando ao mesmo tempo.

Afinal, o que era aquilo que exibir-se estava lhe provocando? Ela… Ela estava gostando daquilo? Não, isso não podia ser, Buster era um canalha, um sórdido, um aproveitador! Ele era tudo o que ela odiava neste momento, mas provocara na garota um orgasmo como ela nunca sentira antes ao gozar - e essa contradição era perturbadora!

Alheio a toda a confusão mental de Alice, Zoião alardeava em seu esconderijo aos vinte marginais que estavam entocados ali com ele que tinha a Delegada Damasceno na mão e que, se ela não parasse de investigar sua quadrilha, terminaria pagando muito caro! Entusiasmado, o Zoião ligou para Buster.

- Alô? Buster? Fala rapaz! Nossa, que trabalhinho bem feito, meus parabéns!

- Eh… Oi Zoião. Pois é, eu estou me esforçando aqui pra poder seguir o seu plano. Mas olha, estou meio preocupado, sei lá…

- O que foi, garoto, vai amarelar agora? Não, nada disso, você tem que fazer esses vídeos, todo o meu plano depende disso!

- Eu sei, eu sei… Mas é que a mina até parece gente fina, uma pessoa normal. Isso de ficar sacaneando-a pode ter consequências. Ela pode virar outra pessoa, entende?

- Buster, seu cagão, essa menina tem que ficar parecendo uma puta nos filmes, se é que ela já não é! Então para de frescura e capricha aí! - Gritou Zoião antes de bater o telefone.

Buster não conhecia o plano e nem onde aquilo ia dar, só sabia que devia monitorar Alice, hackear seu telefone e obrigá-la a cometer atrocidades para que ele filmasse. O real objetivo desses filmes, assim como a razão de Alice ser a escolhida, eram um mistério que Zoião se negava a compartilhar com um mero freelancer contratado para este serviço.

Angustiado, voltou a fazer o que sempre fazia quando sentia que estava sendo usado sem saber exatamente para o quê: entrou no canal de sua musa, Dragon lady, a loira de quarenta anos que fazia exibições eróticas usando uma máscara negra e lingeries sensuais, transmitindo desde um endereço desconhecido onde ficava seu quarto forrado de veludo vermelho, ajoelhada sobre uma cama redonda ao centro.

Ver Dragon Lady era um conforto para ele. O rapaz a seguia desde a adolescência, logo, a mulher era como uma estranha mãe que ele nunca teve, uma mãe gostosa, loira, libidinosa e capaz de levá-lo à loucura, mas ao mesmo tempo uma mãe acolhedora e carinhosa, que se dedicava a retirá-lo de suas tormentas e levá-lo a um mundo de fantasias e prazeres que só existia ali, naquele quarto vermelho.

Quando ingressou na sala, Dragon lady estava divertidamente comandando um jogo de masturbação entre os seus inúmeros fãs: ela se exibia, tocando-se e fazendo caras e bocas, mordendo o lábio pintado de vermelho e olhando diretamente para a câmera por tras de sua máscara negra, enquanto os homens se masturbavam compulsivamente transmitindo imagens de seus membros eretos de excitação.

Ganhava o jogo quem terminasse por último - e quem interrompesse por mais de um segundo ou diminuísse propositalmente o ritmo era sumariamente desclassificado. Quando Buster entendeu o que estava se passando, ficou com ciúmes de sua musa, mas teve que superar. Afinal, o que ele podia esperar de uma cam-girl líder de audiência, com mais de dez anos de profissão?

Por outro lado, presenciar aquela cena da mulher tentadora se exibindo e homens em suas casas se esforçando para ganhar a competição sem nem ter um prêmio em vista, deu-lhe mais algumas ideias perversas…

Nota: Confira os demais contos, sagas e séries desse autor em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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Seguindo animado essa série, apenas começando e já nesse nível de qualidade e trama. Sensacional, Bayoux. Não ouso arriscar palpites para o que se passa pela sua imaginativa cabeça, mas algo no remorso de Buster me deu alguma pista e esperança na humanidade. Será? Ou seguiremos o mundo-cão nosso de cada dia?

Abs, amigo!

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Oi Buko! Adoro personagens com conflitos internos, esse toque de humanidade faz o absurdo parecer real, não é? Aprendi contigo! Abs, amigo.

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