Deixei Iuri em casa para se entender com Felipe e voltei para casa, passei no mercado e comprei umas coisas que faltavam em casa, aproveitei para comprar redbull porque minha noite irá ser longa, estou trabalhando feito louco esses dias, tenho dois casos no trabalho, minha investigação onde estou levantando provas para fazer uma acusação formal no MP — Ministério Público — contra a promotora e ainda estou trabalhando também na defesa do Iuri, estou me sentindo exausto, porém não todos os casos são importantes por motivos diferentes, ainda sim com importância suficiente para que eu não possa largar.
Não passo no sushi porque sei que vou acabar fazendo algo lá para ajudar e não é por má vontade é que tenho muito trabalho pela frente, quando entro em casa vejo Isaac só de toalha saindo do banho, inevitavelmente levo minha língua nos lábios desejando aquele corpo esculpido sobre mim, ele rir, quando percebe meu olhar de predador em seu corpo grande e perfeito para mim. “Cê não devia está lá embaixo agora mô?” Ele vai se aproximando de mim com um olhar de lascívia e responde. “Chamei o Marquinhos para dar uma força lá, porque tenho algo muito importante para fazer agora.” Suas mãos vão em minha cintura e ele me puxa para o seu peito, sua boca provoca a minha com mordidas leves, seu cheiro de sabonete com colônia pós barba me deixa embriagado de desejo. “Amor, preciso trabalhar.” Falo mais para mim do que para ele. “Você precisa relaxar, mozão.”
Meu corpo não me responde mais, ele vai me levando até o quarto tirando minha blusa, me joga na cama e tira minha bermuda junto com a cueca, estou deitado contemplando seu corpo que tanto amo quando sua toalha finalmente vai ao chão revelando seu membro lindo e veiudo. “Mozão, quero te sentir hoje.” Isaac fala isso pegando lubrificante no guarda roupa, depois de lubrificar bem meu membro duro ele monta em cima de mim e senta devagar em mim, vejo sua cara com misto de dor e prazer, isso me excita mais que tudo, amo dar para ele, mas a sensação de ser ativo com Isaac é uma experiência única e transcendental, saber que fui o único que já ativo com ele me dar um gostinho a mais.
Ele cavalga enquanto me beija me fazendo esquecer que teria que trabalhar até de madrugada, o mundo deixa de importar e de fazer sentido, me perco dentro dele, Isaac é tão apertado, ele senta em mim com tanta vontade e luxúria, saber que ele está curtindo torna tudo duas vezes melhor, depois gozar duas vezes junto com ele finalmente caímos mortos na cama, ele me abraça me puxando para o seu peito. “Sério Jonas, amo esse seu lado workaholic e até admito que podia tirar mais folgas também, mas amor você tem que descansar ou vai ter um ataque de estresse.” Entendo sua preocupação é que não consigo parar, tenho tanto o que fazer, tantas pessoas contando comigo. “Ainda bem que tenho você para cuidar de mim.” Falo me levantando o rosto e beijando ele. “Eu te amo.” Ele responde e digo o mesmo.
Me permito ficar agarradinho namorando com ele por mais uns minutos até levantarmos e tomarmos banho, queria que ele ficasse e dormisse um pouco, mas foi só sentar na mesa de trabalho que ele desce para ver como estavam as coisas no sushi, como ele mesmo disse também é viciado em trabalho como eu, mas gosto dele ser tão cuidadoso e responsável com nosso negócio, afinal colocamos muito dinheiro ao decorrer dos anos e meio que provém de lá a maior parte de nossa renda, estou trabalhando a umas duas horas, Isaac já veio deixar algumas peças de sushi e uma cerveja para mim, ficou um pouco comigo me vendo trabalhar e voltou lá para baixo, percebo que ele está mesmo preocupado comigo, é que sei que estou sobrecarregado esses dias.
Meu telefone toca e vejo o nome dele na tela. “Oi amor.” Ele demora uns segundos e já sei que tem algo rolando lá em baixo. “Mozão tem uma pessoa aqui querendo falar com você.” Meu sangue ferve na hora. “Amor expulsa essa mulher daqui e fala para ela nunca mais me procurar!” Respondo sem nem me dar conta de que estou gritando no telefone, ele sem jeito responde. “Não é sua mãe mozão, ele disse que o nome dele é Paulo, ele é seu tio.” Percebo que Isaac está buscando as melhores palavras, porém meu choque é o mesmo, meu tio, querendo falar comigo, nunca pensei que passaria por isso, talvez em alguma ocasião com Iuri. “Iuri está com ele?” Pergunto e ele me diz que não. “Amor pede para ele subir, para ele ter vindo até aqui o assunto deve ser sério, ele pode está querendo falar da crise do Iuri.” Falei, mas Isaac subiu junto com ele, pegou café para o meu tio e se sentou do meu lado.
“Paulo, esse é o Isaac, meu marido.” Falei sem jeito. “Ele se apresentou lá embaixo, obrigado por me receber Jonas.” Assenti com a cabeça, o clima está tenso e agradeço por Isaac ter subido com ele. “Vou deixar vocês conversarem.” Isaac fala, mas seguro sua mão antes que ele se levante do meu lado. “Por favor, fique.” O próprio Paulo pede que ele fique. “Quero falar com você também.” Ele diz e Isaac torna a se sentar ao meu lado, não vou dizer que é tranquilo sentar de frente para esse estranho, mas sinto que precisava disso e nem sabia.
“Jonas, vocês fizeram mais pelo Iuri esses dias do que qualquer um, e me fez pensar muito em como me sinto culpado, carrego essa culpa comigo há muitos anos e sempre tive medo de conversar com você, porque tinha medo de que não me perdoasse.” Ele fala e vê verdade em seus olhos. “Não tem do que se desculpar Paulo.” Ele passa a mão na barba e me encara. “Jonas a culpa de você ter ficado na sua avó foi minha, me recusei a levar você com a gente, mesmo com sua mãe me pedindo muito.” Meio que já sabia disso porque minha mãe me contou quando voltou, mas ouvir dele tem um sabor diferente, sinto um amargo na boca e uma lágrima que começa a se formar. “Depois de alguns anos vendo Iuri crescer percebi meu erro, mas você já estava morando com seu pai e quando pedi para sua mãe ir buscá-lo ela disse que achava melhor deixar você com Sergio, mas aí quando finalmente ela resolver ir buscá-lo você conhece a história.” Não sei o que dizer, Isaac aperta minha mãe mostrando que ele está ali comigo. “Quando vi Iuri no dia em que ela foi embora, ele parecia tão frágil, tão quebrado, foi aí que me atingiu que aquilo tinha acontecido com você, quando você era ainda mais novo do que ele, a culpa foi avassaladora, precisei de ajuda, Iuri não sabe dessa parte, mas quando ele saiu comecei a beber e foi um tempo muito difícil, mas não podia transparecer isso para ele, mas ai fui um dia numa reunião do AA e lá conversando com algumas pessoas soube que precisava tentar reparar meus erros de alguma forma, então me esforcei e continuo me esforçando para ser um pai para o Iuri e vim me preparando para esse momento, de vir até aqui e te pedir perdão por todo o mal que te fiz Jonas.” Não sabia que precisava disse até ouvir, meu coração se aliviou de uma forma, me senti estranho ouvindo ele falar, isso não mudo o inferno que vivi com meus pais, mas saber que pelo menos umas das pessoas que me prejudicou se arrependeu e está aqui na minha frente reconhecendo isso me traz uma tranquilidade que nunca tive.
“Não sei o que dizer Paulo.” Falo sem palavras e com lágrimas no meu rosto, mas não são de tristeza, são de alívio. “Não diga nada, só continue sendo um irmão para o Iuri, ele é o que tenho de mais precioso nessa vida Jonas, tenho muito orgulho do homem que ele está se tornando e desde que a mãe dele nos deixou ele nunca mais foi o mesmo, isso até te encontrar, você está de alguma forma juntando os cacos dele, sei que não posso te pedir nada, mas seja um irmão para ele, não por mim, mas por ele, já que vocês são as vítimas dessa bagunça que Sérgio e eu fizemos e claro sua mãe também.” Isaac enxuga as lágrimas em meu rosto e responde exatamente o que estou sentindo. “Paulo, Iuri é uma pessoa muito especial, mesmo antes de você vir aqui para gente ele já faz parte da nossa família.” Vejo gratidão nos olhos dele, “Você é o pai do meu irmão, vamos ter que conviver, vai levar um tempo Paula então peço que você tenha paciência.” Falo quando as palavras me vem, mas percebo uma inquietação nele, tem mais alguma coisa que ele quer me dizer, meu tino de advogado nunca falha. “Sobre isso, já tem uns anos que tive essa conversa com sua mãe e acho que é hora de por a prova.” Ele fala e começa a me preocupar sobre o que ele está falando. “Jonas, eu posso ser seu pai, já estava com sua mãe desde antes de você nascer, meu caso começou com ela quando ela e seu pai ainda estava no primeiro ano de relacionamento, ele levou ela em casa a primeira vez para conhecer nossos pais e quando olhei para ela nos apaixonamos naquele instante.”
Parei de ouvir quando ele disse que talvez seja meu pai, não sei se estou preparado para isso, pensando bem olhando para ele, somos até parecidos. “Se você me permitir eu gostaria de fazer o exame de DNA com você, quero reparar todos os erros que cometi com você, ou pelo menos tentar” Desejei durante anos que o Pastor não fosse meu pai, mas agora que ele pode não ser não sei como reagir. “Pode me dar um tempo para pensar?” Ele se apressa em dizer que sim e que eu decido. “Não quero forçar nada Jonas, só acho que esse segredo não pode mais ficar guardado, mas eu quero que você saiba que independente de resultados eu vou está aqui por você, no momento em que você se sentir pronto eu gostaria de fazer parte da sua vida.” Fico meio sem saber o que dizer então resolvo falar como me sinto. “Não sei se esse dia vai chegar, Paulo.” Ele pondera por um tempo e me responde com um meio sorriso. “Vou esperar mesmo assim, quando estiver pronto vou estar aqui Jonas.” Percebo verdade em seus olhos. “Tudo bem, vamos fazer o teste de DNA, não tem porque viver com essa dúvida se podemos resolver isso.” Ele faz que sim com a cabeça, eu tenho uns amigos que trabalham na vara da família, peço a eles uma indicação de laboratório, fico de acertar tudo com Paulo quando tiver o contato do laboratório, e mesmo ele insistindo para pagar o teste tanto Isaac quando eu recusamos, é uma coisa que deve ser dividida para nós dois, não sei explicar, só sei que quero assim e ele concorda por fim, Paula vai embora pois ainda tem que fazer uma surpresa para o filho.
“Mozão, o que você vai fazer se ele for seu pai?” Olho para o Isaac e dei de ombros. “Não sei, só quero saber, se eu for filho do Paulo vou poder finalmente fugir do Pastor, de uma vez por todas.” Falo com meu coração se enchendo de esperança, aí vem Isaac com suas piada, que se ele não faz não é ele. “E vamos ficar ricos, já que o pai do Iuri é meio que cheio da grana.” Esse meu marido consegue me fazer rir até quando acho impossível. “Você não existe cara.” Falo para ele beijando sua boca, nessa história toda me alivia o pai do Iuri ter largado tudo e ter vindo prestar assistência ao filho, afinal sei que Iuri está passando por muita coisa, e pelo jeito que ele fala o Paulo ele é o único que pode servir de porto seguro para o filho agora nesse momento. “Não sei você mozão, mas saber que posso ter casado com um herdeiro me deixou cheio de tesão.”
