Meu nome tem cinco letras (09/15)

Um conto erótico de Gui Fonseca
Categoria: Gay
Contém 1291 palavras
Data: 23/03/2024 15:34:32

09 – Pedro

Pediram para esperar, não ser tão rápido e não dá quarenta e oito horas e estão falando de amor no meio de uma foda pesada, dois merdas, fiquei um tempão me chamando de otário dentro de minha cabeça.

Jantamos sem ver ninguém ao nosso redor, um mundo de pessoas falando e interagindo ao nosso redor. Falávamos sobre o irmão de Chico, achei gato, nunca pensei que fosse achar homem bonito, achei. Prefiro Chico, muito mais meu namorado, mas que meu cunhado é gato é gato.

Artur concorda comigo, Chico diz que é um mal de família, bobo ele guarda o telefone, quer ver fotos de nossas famílias, eu só tinha ninguém. Nenhuma foto ou lembrança de como eles eram, não sei se minha mãe era mais cara ou escura que eu, se eram pai e mãe pretos, se meus irmãos eram quase de minha idade ou bem mais novos. Chico diz que se eu falasse assim perto de seus pais ia acabar sendo adotado e não podia chocar a família com a revelação de estar em um relacionamento gay com dois homens incríveis, saí um filho hétero padrão e volta um filho bi, no meio de um relacionamento poligâmico gay, fácil de digerir.

Artur pergunta se ele estava com vergonha disso. Chico diz que não, mas era muito filhinho do papai e da mamãe e não queria perder isso, não queria sair de debaixo dessas asas, de dentro desse ninho, e queria que a gente sentisse isso com ele, que a gente não fosse excluído, que ele não tivesse uma vida com a sua família de nascença e outra com essa casa, essa família que estava montando conosco.

Beijei Chico e percebi olhares inconformados, foi um beijo curto, apenas nos lábios, senti uma vaia coletiva e silenciosa, nossos pedidos chegaram, a garçonete pergunta se estávamos comemorando algo especial, eu disse que sim, meus dois namorados disseram que eu era precipitado em falar de amor, dizer que amava os dois, mas ouvi os dois falarem isso ao mesmo tempo hoje, ela sorri, diz que ia trazer as bebidas, me viciei em chá gelado, tomara que depois eu possa aprender a fazer e possa comprar os ingredientes.

A garçonete volta depois de um tempo considerável e nos dá três torteletes e em cada uma das sobremesas havia um coração com as iniciais de cada um dos outros dois, a minha frente um A e um C. Artur levantou para abraçar e agradecer a ela, ela nervosa era quebra do protocolo, Artur diz que o capitão é seu amigo de infância, ela dúvida, ele diz que é verdade, não de infância, mas se perguntar para ele: ele confirmaria.

Pretencioso, entrego meu celular para um casal e eles tiram foto de nós três com a nossa garçonete, ela morta de constrangimento corre para o trabalho. Terminamos o jantar, Chico ainda rouba comida, fazer o que? Ele podia simplesmente levar, não é proibido, mas aí ele não veria graça.

Artur fala que não notamos fotos, começamos a tirar fotos de casal, sozinhos, em trio, não notamos a hora passar até tocar o alarme, uma hora como adolescentes e corremos para o teatro, Tomás estava na porta esperando por nós, me sinto indisposto com isso, mas deixo passar. Artur pede para eu mostrar a garçonete, Artur diz que falou para ela que Tomás e ele eram amigos de infância e pede para ele confirmar, Tomás sorri e diz que tem várias lembranças disso. Ele nos faz sentar em um lugar do balcão bem na borda direita, temos a impressão que podemos estender a mão e pegar nos artistas.

Tomás estava nervoso, entramos depois que o programa havia começado, não podia ser gravado ou fotografado, no meio do show, muito lindo duas mulheres descem de uns tecidos no meio do palco elas estavam no teto e saem tombando do tecido até chegar até uns palmos do chão, eram como fadas magras vestidas de colibri, uma de verde e outra de azul, era lindo ver as penas e lantejoulas desenhando o corpo de peitos firmes e as pernas enganchando naquele tecido prateado e a luz delicada mudando de tom com a música, era estranho como o tecido desapareceu sem que eu visse e as duas entrassem em uma dança de contorcionismo e por fim entrassem dentro de uma caixa em formato de flor que subia no palco e desaparecia no teto por onde tudo havia começado.

Ele pergunta se gostamos de Marie e Alice. Sim, bastante. Chico disse que estava de pau duro do início ao fim, Tomás diz que suas namoradas tem mesmo esse dom, Chico fica vermelho, branco, verde, amarelo, um semáforo de vinte cores aleatórias, contenho a gargalhada com esforço, o resto do espetáculo é muito bonito mesmo, e saímos antes do final.

Encontramos com todos os artistas no camarim, alguns estão correndo para uma outra atividade em algum bar, como atração do fim da noite. Alice e Marie recebem os cumprimentos muito formais com capitão, elas falam um português truncado, cheio de sotaque, são duas ex atletas irlandesas, pobres, quase foram a uma olimpíada, sempre no segundo lugar... Aos vinte e dois foram aposentadas do esporte, sem a ginástica olímpica restou os números em circos e foram para Itália, Grécia, Polônia, e em uma dessas viagens foram sequestradas, torturadas, surradas, perderam o cabelo, Marie perdeu dois dentes, entraram compulsoriamente no mercado de pornô hard, eram estupradas para a diversão de incells imbecilidades.

Tomás as resgatou em uma viagem de uns idiotas que faziam turismo sexual, por isso ele não faz mais cruzeiros na Europa. Tornar o mundo seguro é complicado. Marie diz que agora estavam com trinta e seis, velhas demais para acrobacias no navio, houve uma luxação no ombro na temporada passada, essa era a última.

Chico pergunta a quanto tempo eles namoram, Tomás diz que há dez anos, quando a esposa dele disse que elas foram... que elas passaram por uma espécie de lavagem cerebral, de condicionamento psicológico e não havia o que fazer, elas precisavam de um homem para as proteger de degenerados. Marie pega o telefone e mostra a mulher de Tomás hospitalizada e elas ao redor dela, várias fotos, bordando, dormindo, assistindo algo em um tablet, Alice diz que ela foi uma mãe quando elas já não encontravam acolhimento com as suas mães.

Tomás pergunta se elas querem ficar a vontade, Marie vai trancar a porta, Alice tira a roupa, algo para elas trivial como se não estivéssemos ali, elas transam uma com a outra, é lindo, puta que pariu, é lindo. Xoxota com xoxota, os peitos quase do mesmo tamanho, as o mamilo de uma era enorme da cor da pele dela e a da outra era rosa pálido com bico pontudo, peitos que Tomás mandou colocar, disse que houve... ele para de cochichar estava atrapalhando essa dança poética entre as duas. Alice estava dedilhando e chupando Marie, quatro dedos no cu dela, Marie geme como uma cadelinha miúda, cinco dedos e o punho entra aos poucos, eu estou subindo pelas paredes de tesão, vontade de foder com ambas, Marie goza e ejacula um chuchuzinho espeço que não podia ser xixi, seu grelo parece a fala de meu dedo mindinho, Alice a faz gozar, Marie se entrega, Alice lambe os dedos enquanto o capitão tira o pau e ela imediatamente o põe na boca, ele mira e os pequenos jatos de mijo são engolidos por ela, eu acho ofensivo e repugnante mas eu queria estar no lugar dele, ele termina a mijada e fode a boca dela por um tempo, para e a beija demoradamente, cospe em sua boca e ela suga o cuspe, Artur e Chico estão com o pau na mão, percebi que eu também.

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