Dormi bem pela primeira noite em dias, acordei com seu Mariano batendo na porta do quarto, falei para entrar e ele colocou só metade do corpo para dentro, sua cara não era das melhores, ele só disse “seu amigo está ai.” nem deu tempo de perguntar que amigo ele já saiu, seu Mariano nunca fez cerimônia para dizer que detestava meus amigos, mas também nunca proibiu nenhum deles de andar aqui em casa, mesmo assim evitava ao máximo chama-los para cá, levantei vesti uma bermuda e uma camiseta e fui para porta, eles estavam na garagem, Luís Paulo e Dimas, assim que os vi fechei a cara também.
— Calma, antes de expulsar a gente escuta o Luís Paulo antes pode ser? — Dimas falou e fiz sinal para que entrassem, os levei até meu quarto.
— Fala. — Disse de maneira seca me deitando de novo na cama, Dimas sentou na cama e Luís Paulo na cadeira da escrivania.
— João Miguel, eu sou um idiota, você me conhece, sempre fui um, sei que falo besteira, mas eu te amo cara, você é meu fechamento, estou tentando acertar, mas você tem que entender que tudo isso é muito fora da minha bolha.
— Luís Paulo. — Quando fui falar ele me interrompeu.
— Não estou aqui para me justificar, nem quero que você ignore as coisas que te falei, só quero que me desculpe e que possamos voltar a ser amigos e acabar com essa viadagem de ficar brigando o tempo todo.
— Vai João Miguel, perdoe a gente. — Disse o Dimas.
— Vocês são foda, me acordaram e ainda vem pedir desculpa. — Falei abrindo um sorriso, também não estava muito feliz com esse afastamento.
— Agora o Luciano esse ai vai ser difícil. — Soltou Luís Paulo, mas calou a boca quando Dimas lhe lançou um olhar matador.
— O que tem o Luciano? — Perguntei, Luís Paulo estava meio constrangido, conheço ele o suficiente para saber que tinha acontecido algo e que eles estavam com receio de contar.
— Melhor falarem, porque vou ficar sabendo de qualquer forma mesmo. — Falei para tentar convencê-los, por Dimas ele não falaria, porém Luís Paulo caiu e cantou a bola para mim.
— Ele estava falando umas merdas antes de ontem, tipo meio preconceituosas sobre você, a gente tava com as namoradas e taus e aí Capistrano disse que ele estava sendo homofobico com você e deu a maior confusão. — Capistrano era o sobrenome da namorada do Dimas, Luís Paulo só a chamava pelo sobrenome como forma de piada interna nossa.
— O que ele disse?
— Não vale a pena falar sobre isso, mas uma hora ele vai se tocar e vai vir pedir desculpas. — Dimas falou.
Agora a reação dele passou a fazer sentido, vai ver ele só precisava de uma desculpas para externalizar seu ódio por mim, ainda sim nunca pensei que Luciano pudesse ser assim, no fim você nunca conhece alguém totalmente afinal, de qualquer forma se ele resolver ir por esse caminho é até melhor que a gente tenha cortado relação, afinal não iria querer ele sendo falso comigo e falando mal de mim pelas costas, o melhor é evitar esse babaca para não meter a porrada nele.
— Beleza, vou deixar passar, mas fala para esse arrombado que se ele não tirar meu nome da boca dele vou dar uma surra nesse infeliz. — Digo o mais sério possível e meus amigos assentem.
Nem parecia que tinhamos brigado já estávamos rindo e falando besteiras de novo, Luís Paulo pagou meu almoço como pedido de desculpas e ficamos bem de novo — não me julgue você deve ter um amigo com ele — durante o almoço não aguentei e falei que tinha transado com João Pedro de novo mesmo sabendo que ele estava namorando, precisava falar com alguém e eles eram a melhor pessoa para isso, como imaginei Luís Paulo me incentivou a continuar nas palavras dele “comendo o cu do viadinho”, Dimas por outro lado aconselho um afastamento, concordo com Dimas, mas é mais facil seguir o conselho do Luís Paulo.
— Nem sei se vai rolar de novo. — Falei.
— Mas você quer. — Disse o Luís Paulo.
— Não vou mentir, quero sim.
— Mas ele namora e mentiu para você. — Dimas falou sendo a voz da razão.
— Eu sei, é que quando estou com ele não consigo raciocinar. — Admito minha fraqueza para os meus amigos.
— Vocês ainda se falam por telefone? — Perguntou ele.
— Não, ele continua bloqueado. — Respondi.
— Pois desbloqueia e vai ser feliz João Miguel, quem namora é ele, se você tem problema de transar com quem não conhece e é bom transar com ele, fode com ele até enjoar ou arrumar coisa melhor, pelo menos é o que eu faria. — Luís Paulo falou sendo prático como de costume.
— Luís Paulo, tem um ponto é verdade, mas ainda sim não sei se isso é saudável. — Disse Dimas.
— Isso definitivamente não é, mas é bom pra caralho. — admiti.
Estava de boas com meus amigos de novo, menos com Luciano, mas nem faria falta, minha semana foi a mais leve em dias, trabalhei bastante e ainda tinha gás para sair no fim de semana com Dimas, Luís Paulo e outros conhecidos, iriamos todos dormir no apartamento do Dimas, isso se não aparecesse planos melhores, sai do trabalho e encontrei com eles no apartamento, nos arrumamos e depois seguimos para um posto de gasolina para um esquenta, tomar umas cervejas e jogar conversa fora como é costume.
Luciano estava no posto também, mas fiz questão de ignorá-lo, Luís Paulo e Dimas ficaram dividindo sua atenção entre mim e ele, não podia pedir que os caras escolhessem, mas fiquei meio puto por ainda falarem com ele mesmo sabendo o cuzão que ele era, estava de boas conversando com um pessoal quando vejo João Pedro e umas três amigas, cada uma mais gata que a outra, ele abriu um sorriso largo assim que me viu, se aproximou e me deu um selinho.
— Baby não sabia que estava na cidade hoje. — Ele fala.
— Vim encontrar com o pessoal. — Respondi.
— Ah, então fizeram as pazes?
— Fizemos sim. — Respondi e ele sorriu.
— Que ótimo baby, que bom que te encontrei, estou tão tristinho hoje. — Ele fala passando os braços em volta do meu pescoço.
— Por que, o que aconteceu. — Pergunto segurando sua cintura.
— Você não soube, meu namorado terminou comigo. — Essa informação me pega de surpresa e sei que sorri, por mais que tenha tentado ser discreto com ele me encarando não dava para esconder essa reação.
— Ele descobriu que era corno? — Falei.
— Não, quer dizer, ele sempre foi um corninho consciente, é que ele me pediu para morar com ele e falei que não, aí ele ficou putinho e terminou comigo ontem. — João Pedro não parecia dar a mínima importância para o fim do namoro.
— O que posso fazer para você se sentir melhor? — Pergunto beijando seu pescoço.
— Já está fazendo baby.
Fiquei com ele mais no canto, o beijo do João Pedro era uma coisa que não se pode transmitir com palavras, a boca dele é a porta do céu, principalmente quando estava no meu pau, estávamos ficando e até sugeri que saíssemos dalí fossemos para um motel, mas João Pedro queria curtir a noite então acabou me seguindo para a festa junto com meus amigos, Dimas e Luís Paulo nem reclamaram já que as gostosas amigas dele foram juntas e elas estava dando muita moral para os meus amigos, fomos a uma boate conhecida da cidade, as meninas eram tão gente boa que logo parecia que todo mundo ali já era amigo de muito tempo, João Pedro era um cara muito camaleão, ele já estava super enturmado com a galera e até está se zoando com o Luís Paulo, pensando bem eles são até que muito parecidos. João Pedro ajudou Luís Paulo a pegar sua amiga e tudo.
