Será que eu dou para o Manoel? - A Cascata da Fodelança

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 2442 palavras
Data: 28/03/2024 10:22:07

O dia hoje amanheceu azul, sem uma nuvem sequer, mas o friozinho do inverno lá fora entrava pelas frestas da janela e invocava o desejo de permanecer na cama.

Mas não, hoje não, depois de um longo período sem emprego e vendo as contas acumularem-se na mesinha do criado mudo, finalmente Martinha iniciava em seu novo trabalho.

Aceitar ser copeira quando se tem um diploma de administração de empresas não é exatamente o sonho de ninguém, mas a crise ficou feia, se não tomasse uma atitude terminaria sendo despejada e precisaria voltar para a casa de seus pais lá no interior, com o rabinho entre as pernas.

Tirou a camisolinha transparente e entrou no banho. A morena de curvas provocantes estava exultante, apesar do cargo não ser atrativo, seu primeiro dia na corporação representava um novo começo e a esperança de dias melhores chegando!

A água morna envolvia seu corpo e deu um certo tesão, seu estado de espírito não podia ser melhor e, quando percebeu, masturbava-se embaixo do chuveiro, friccionando o sexo eriçado e fazendo feito viu numa série da internet: dois dedos aqui e um dedo lá.

Ela nem curtia sexo por trás, nunca fizera nem queria fazer, mas depois de experimentar esta técnica de alternar dois dedos aqui e um dedão lá passou a ter orgasmos bem melhores, daí adotou a prática.

Depois do ônibus lotado cheio de rostos sonolentos e da caminhada de duas quadras até o imponente edifício corporativo, se via toda animadinha e foi direto ao vestiário colocar o uniforme para iniciar o trabalho.

Segundo a sessão de instrução recebida da Dona Lourdes do RH na semana anterior, o dia seria repleto de atividades desimportantes: coar café, esperar junto ao telefone pelos chamados de secretárias, montar bandejas e servir com água nas reuniões, encher as garrafas de cada setor no sétimo andar e repor os copos descartáveis, para depois recolher tudo, lavar, organizar e limpar a copa.

A única tarefa diferente seria a reunião ao final do dia, quando poderia interagir de verdade junto a alguém. Seu Manoel, disseram no RH, seria o responsável por acompanhar os seus dias de servidão.

Não que Martinha reclamasse, longe disso, a corporação era uma engrenagem complexa e todo mundo necessitava executar suas atividades coordenadamente para as coisas andarem, até mesmo servir o cafézinho implicava em responsabilidade e, afinal, o salário no fim do mês era o mais importante, a justificativa para esta submissão silenciosa.

Mas aquele uniforme azul marinho de saia justa e camisa apertada bem que poderia ser um pouco mais cômodo, era até difícil alguém com tantas curvas movimentar-se encaixada nessa roupa dois números menor que a sua talha. E aquela redinha na cabeça então? Horrível, o branco contrastando sobre seus cabelos negros simplesmente nao lhe caía bem.

“Paciência, minha filha”, disse a Dona Lourdes durante a instrução, ao indicar haverem muitas oportunidades de promoção na empresa caso ela se adaptasse ao trabalho, exercesse dignamente suas funções de copeira, fosse muito discreta e, principalmente, agradasse ao tal Manoel, seu supervisor.

O dia transcorreu normalmente, entrou e saiu das reuniões como se nem existisse, caminhou para lá e pra cá carregando as bandejas, foram dezoito chamados ao todo só no seu andar, os corredores eram compridos e devia ter caminhado uma meia maratona.

Das mais de cento e oitenta pessoas a quem serviu, só uma de disse “muito obrigado”, um senhor de idade e terno impecável muito amável e pinta de gerente. “Arnaldo - Gerente de Almoxarifado” dizia o crachá pendurado em sua lapela.

Fora isso, permaneceu na copa ao lado do telefone. Esse minúsculo ambiente de quatro metros quadrados e sem janela seria a sua vida dali em diante, bem que podiam colocar uma cadeira, mas certamente não caberiam os quatro ali: Martinha, a cadeira, a máquina de café e a pequena bancada da pia.

Enfim, foi um tédio cansativo ficar de copeira, ela tinha certeza que o uniforme fora o grande responsável por não a verem feito um ser humano, além de ficar grande parte do tempo sozinha, sem poder falar com ninguém. Definitivamente, Martinha faria o máximo para ser promovida a qualquer função menos chata!

O dia chegou ao final e apareceu por lá o tal Manoel, seu supervisor. Moreno, magro e baixinho, bem baixinho, quase um anão. Fora isso, pareceu-lhe um cara normal feito tantos outros.

Perguntou sobre o seu dia e se teve alguma dificuldade, ou reclamação, pareceu interessado em ajudar. Martinha achou-o simpático. Falou sobre colocar uma cadeira ali e ele riu, dizendo que não iria caber, tal como ela imaginara. Mas o tal Manuel a ensinou a transferir as chamadas da copa para a sua ante-sala, sugerindo que ela fizesse isso a partir das quatro da tarde - e assim poderia ficar sentada em vez de permanecer em pé na copa.

Como assim? Ela ficava num cuxixó sem janela e o cara possuia uma ante-sala!

Antes de sair, o tampinha fez um comentário meio inapropriado: “Aqui é meio apertadinho mesmo, nem cabe direito o seu bundão.” Apesar do susto, Martinha sorriu, afinal de contas ele era seu chefe e ela queria mesmo ser promovida.

Fez o circuito de volta à casa pensando nas palavras do Manoel, ele nem parecia ser tesudo, mas mesmo assim sentiu uma necessidade enorme de tocar umazinha antes de dormir. Essa foi a segunda siririca em menos de vinte quatro horas, a morena sentia-se fogosa além do normal e nem desconfiava o porquê.

É bem certo, o fato de começar num trabalho novo a motivava, mas nem tanto a ponto de ficar meio tarada.

Já no seu segundo dia, em várias reuniões onde levou café, alguém lhe perguntou sobre uma tal de Marcileide. Ela simplesmente sorriu e disse não saber. Lá pela décima vez quando escutou a mesma pergunta, um gerente agregou um uma observação um pouquinho preocupante: “Ela deve ter sido promovida. Esse Manoel se dá bem, só rola mulher gostosa na copa.”

O gerente fez um sinal desenhando aspas no ar ao citar “promovida”, feito quisesse dar a entender outra coisa. Aquilo ficou rondando a cabeça de Martinha. Afinal, quem seria a tal Marcileide? Qual teria sido seu fim? E qual seria o sentido desta última observação?

Bem, só havia uma maneira de saber: às quatro da tarde, transferiu as ligações e foi lá sondar os fatos na sala do anão sinistro. Qualquer informação sobre promoções na corporação seria bem-vinda e ela não dormiria no ponto.

Foi uma roubada.

A sala do Manoel ficava ao final do corredor, não encontrou o sujeito por lá e, mal sentou, já ligaram pedindo um cafezinho. Precisou voltar o caminho todo por causa disso.

Por outro lado, o pedido veio do Arnaldo, o simpático senhor gerente do almoxarifado, então engoliu o mau humor e colocou um sorriso na cara: tudo para agradar o pessoal e conquistar sua futura promoção!

Demorou para achar a sala do gerente e, quando chegou, o velhinho permaneceu enfiado no computador. Martinha achou normal, pois o almoxarifado normalmente controla muitas planilhas de estoque, mas, quando deu a volta na mesa para servir o café, percebeu: ele via pornografia, um filminho hardcore de uma branquinha magricela levando tronca por todos os lados de um bando de homens.

Para piorar, notou que ele se tocava por baixo da mesa, batendo umazinha!

Na hora foi constrangedor para a morena, mas o velho nem se fez de rogado, agradeceu o café sem despregar os olhos da tela nem interromper a punheta. Arnaldo, gerente do almoxarifado - simpático mas punheteiro obsessivo.

A morena então lembrou-se das palavras da Dona Lourdes, aquela do RH, então optou por ser discreta em lugar de armar um barraco: A sala era dele, o computador era dele, a punheta era dele - e ela não tinha nada a ver com isso.

Saiu apressada e voltou para a copa, o telefone não parou de tocar, serviu café e água em mais um monte de reunião. Ouviu mais uns tantos homens perguntarem sobre a tal da Marcileide e isso aumentou sua curiosidade.

Quando o movimento baixou, o tempo se arrastava e ela sentia-se bem cansada, mas ainda pensando no tal filminho do Arnaldo. A tal branquinha e sabe-se lá quantos caras comendo ela, havia jabironga pendurada de todo lado, na boca, nas mãos, na perseguida, no coisinho e, ainda assim, havia uns quantos esperando na fila.

Achou que estava ficando meio doida, sem nem perceber eu já levara a mão entre as pernas, dois dedos aqui e o dedão só na rosca, já quase gozando. Assustou-se consigo mesma, afinal, de onde veio aquele tesão inesperado?

Logo ela, nem tão ligada assim nessas coisas, havia tocado umazinha em pleno expediente, em pé, na copa… Porquê? Ficou desconfiada, não parecia ser psicológico, talvez fosse uma necessidade do próprio corpo, algo ardendo e clamando dentro de seu sexo. Isso não costumava acontecer.

Mal lavou a mão na pia e viu que já eram seis da tarde. Meia aturdida pela siririca interrompida, nem esperou o tampinha vir saber do seu dia e foi ela mesma até a sala chique do chefe, determinada a saber sobre a da promoção da tal Marcileide e obter algum conselho sobre aquela situação esdrúxula na sala do Arnaldo.

Encontrou a porta interna aberta e o Manoel estava lá, estirado na cadeira e tendo os pés cruzados sobre a mesa, tirando um cochilo. Pareceu meio assustado quando acordou, mas fingiu não ser nada. A recebeu bem e todo sorridente, dizendo já estar mesmo indo até a copa para falar com a morena.

Ela comentou o ocorrido na sala do gerente de almoxarifado usando termos elegantes: “O Doutor Arnaldo via pornografia e tocava suas partes íntimas quando servi café e isso me constrangeu.”

O baixinho não pareceu surpreso, fez um sorriso sacana e me respondeu: “Deixa isso para lá. O velho tem lá os problemas dele. Sugiro manter a discrição, você vai ver de tudo na sua função e a última coisa que a corporação deseja é uma copeira fofoqueira.”

Martinha ficou meio desconcertada, o Manoel não mexeria um dedo em relação ao Arnaldo, mas mesmo assim se conteve: este era somente o seu segundo dia na corporação e achou melhor não criar caso.

Resolveu entrar no assunto da promoção da tal Marcileide, todo mundo lhe perguntava sobre isso e ela não sabia qual seria a resposta apropriada a dar. Agora sim o Manuel fez cara de preocupado.

Pensou alguns minutos e resolveu comentar: “Olha, é melhor continuar dizendo não saber. A Marcileide trabalhava de copeira antes de você, mas ela não foi promovida. Ela foi demitida!”

Obviamente, isso só aumentou sua curiosidade sobre o caso.

Ante seus questionamentos insistentes em busca de mais informação, o Manoel deu um sorrisinho de canto de boca, levantou-se e veio andando em sua direção, dizendo: “Bem, Martinha, eu só pretendia entrar neste assunto mais para frente, quando você já estivesse mais ambientada… Mas, como chegamos a este ponto, é melhor conversarmos de uma vez.”

Sem nenhum constrangimento aparente, o baixinho abriu o bico: Marcileide não havia aceitado os termos e condições para o trabalho - e por isso os dois acertaram que ela deveria ser demitida para poder ganhar os direitos trabalhistas e procurar “algo mais adequado ao seu perfil profissional.”

Daí o Manoel ficou na ponta dos pés, a segurou pelos ombros e, olhando fixamente bem dentro dos seus olhos, completou: “No meu setor, todas as copeiras dão para mim pelo menos uma vez por semana, de livre vontade. É uma regra sagrada e eu não abro mão. Eu tô de olho em você desde ontem, ô pedaço de morena mais gostosa, deve ser uma delícia!”

Martinha deve ter feito cara de assustada, porque antes mesmo que pudesse reagir, o tampinha ainda completou: “Mas a decisão é sua, se topar, fica no emprego. Se fizer direitinho e eu gostar, entra na fila da promoção para encarregada de setor. Se não quiser, tudo bem, acertamos sua demissão, você ganha seus direitos e boa sorte.”

Ela entrou em choque frente a uma proposta tão descabida. Sua primeira oportunidade em meses de ganhar um salário merreca e ainda deveria deixar o chefe amassá-la? Sua cabeça funcionava a mil por hora. Ficou indignada, que corporação era essa? E as leis contra assédio? Ela iria denunciar o Manoel, isso sim, fazer um escândalo, ele seria mandado para rua, safado!

Contudo, o descarado acrescentou: “Eu sei, parece estranho. Mas na corporação é assim, alguém dá para alguém lá em cima e é promovido, daí se abrem oportunidades de promoção na cascata de comedores e comidos, até chegar em nosso setor. É uma regra, só se levanta quem um dia ficou de quatro!”

Isso resultava inacreditável demais. Passou pela mente de Martinha que aquela conversa era tudo uma balela, uma estratégia do chefe só para lhe comer, é claro.

Ela deve ter ficado de queixo caído e fazendo cara de idiota, pois o baixinho ainda se deu o direito de finalizar: “Nem pense em assédio, ou denúncias, nem outras jogadas desse estilo. Eu estou dizendo como as coisas funcionam aqui, você pode averiguar junto aos outros funcionários e pensar bem antes de aceitar. Em três dias, ou acertamos sua demissão honrosa, ou já chega preparada, porque eu vou te comer todinha!”

Quando o Manoel soltou seus ombros, Martinha saiu de lá sem dizer uma palavra, era muita informação para processar tão rápido. Sua primeira decisão era nunca mais colocar os pés naquela droga de corporação!

Mal conseguiu dormir à noite, as contas atrasadas continuavam acumulando-se na mesinha, ela sequer recebera seu primeiro salário e já iria perder o emprego! Por outro lado, aceitar a proposta do anãozinho iria contra todos os seus princípios, a morena odiava quem se aproveita dos mais humildes e jamais apoiaria tal atitude.

Sim, ela voltaria para o interior, lá na casa dos seus pais, tendo o rabo entre as pernas, mas… Isso também seria humilhante! Estava numa sinuca, ou punha o rabinho entre as pernas, ou o Manoel é que poria outra coisa ali!

O dia amanheceu e Martinha ainda fritava, dando voltas e mais voltas na cama.

Decidiu ir ao trabalho normalmente e tirar aquela história a limpo. Se fosse apenas balela do Manoel, ele iria se ver com ela, ah, se ia! Por outro lado, se fosse mesmo verdade, ela poderia trabalhar mais dois dias naquela copinha infame e aumentar um pouco a sua indenização.

Sim, Martinha necessitava informar-se melhor, mas ainda não conhecia ninguém na corporação, uma dificuldade a mais no caminho, mas para escolher entre o desemprego ou a trolha do baixinho, deveria estar bem segura antes de decidir!

Nota: Confira os demais contos, sagas e séries desse autor em mrbayoux.wordpress.com

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Comentários

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Vamos ver o quê a Martinha vai decidir. Ou dá ou desce? Kkkk

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Ou dá ou desce é uma piada muito velha, mas não resisti, rs

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