Me apaixonei pelo cliente

Um conto erótico de Marina
Categoria: Heterossexual
Contém 4441 palavras
Data: 15/03/2024 20:59:39

Dizer que sou “rodada” é eufemismo. Falo isso sem problemas, já aceitei esse meu lado. Pessoalmente, nunca vi problema algum, mas o estigma é real.

Quando nasci ganhei na loteria da genética: desde que meu corpo começou a se desenvolver ele naturalmente coloca a gordura nos lugares certos, peita, bunda e coxa. Nunca fiz mais que 3 dias de academia, sou falsa magra, de corpinho macio que mexe quando leva um tapa bem dado, mas pareço uma cavala, encorpada, de atributos grandes.

Na época de adolescente, quando comecei a me descobrir e entender que eu poderia ter o que quisesse se abrisse as pernas... Eu dei. Dei muito. Para vários. Dei para conseguir coisas, dei por dinheiro, dei para não me ferrar, dei por curiosidade, por tesão, por ego, por raiva, por tristeza, por fetiche. A forma e o motivo que pensar, provavelmente eu já fiz algo parecido. Até então, só não tinha dado por amor mesmo.

Morando em cidade pequena desde que nasci não demorou para pegar fama, e com dezoito já era famosinha. Numa das minhas noitadas, após tomar um belo de um chá de um homão, ele virou para mim enquanto se trocava e me perguntou:

- Todo mundo já te conhece como puta, você adora foder... Por quê não começa a ganhar dinheiro com isso?

A pergunta dele me deixou pasma. Já tinha brincado sobre isso várias vezes, mas nunca me colocaram como uma opção real. Ele deu um sorriso. Aquele date tinha sido, mais do que qualquer outra coisa, uma entrevista de emprego. O homem me deu uma ideia dos valores, e aceitei ali mesmo.

Ele era cafetão, nada desses cafetões de rua, homem conceituado que cuidava de várias “modelos” book rosa. Eu era gostosa, mas segundo ele, não era material para aquela classe de cliente – só falava uma língua, corpo não era de academia, não tinha modos de dama. Mas, ele tinha outro projeto, uma casa com várias outras garotas, eu teria meu quarto para atendimentos, podia fazer meu horário, o “aluguel” era 100 reais o dia, mais 30% de todo serviço que eu prestasse. Os benefícios eram o espaço, uma “assistente” dele fazia a recepção, então não precisava me expor, e no fundo da casa ficavam sempre dois “seguranças” prontos para intervir. Tinha chuveiro quente, produtos de higiene, toalha, roupa de cama.

Meu cafetão, agora oficialmente, me levou para meu primeiro photobook, montou meu instagram “profissional” e perfil nos sites de acompanhantes, deu dicas e me botou para trabalhar. O primeiro mês era cortesia, para ter tempo de formar clientela – mas besteira, logo começou a chover clientes. Novinha, gostosa, e principalmente, safada, tudo o que queriam. As outras meninas começaram a achar ruim, mas acertamos subindo meu cachê – o que não diminui em nada a quantidade de atendimentos.

Ninfomaníaca que sou amei aquela vida. Fazia de tudo para agradar e ia além. Todos os atendimentos maquiada, banho tomado, consultava com o cliente se ele queria que eu passasse perfume ou não e cor da lingerie. Se não solicitassem alguma roupa, ia busca-los só de calcinha fio dental e salto, com meus peitos enormes bem à mostra.

Adorava ser fodida por homens estranhos e receber por isso. Ao longos dos anos fiz vários ménages, festinhas, dei para casados, solteiros, novinhos, coroas, negões, clientes com pau maior que de cavalo e até os com micro pênis. Com cada um eu era uma Mari diferente, com a personalidade desenhada especificamente para agradar cada cliente individualmente. Eu aprendi a lê-los como livros abertos, quase como mágica extraía seus fetiches mais ocultos sem uma palavra dos meus amores, e deixava que vivessem aquelas fantasias proibidas. Sete anos na profissão, meus clientes eram fiéis, sempre com presentes e caixinhas, mas nunca totalmente realizada.

É estranho pensar nisso – realizava o desejo de todos, menos os meus. Claro, eu adorava tudo, mas sempre era algo externo. Sexo para mim era um esporte. Algo sempre faltava, mas eu não sabia dizer o que.

Num dia qualquer de semana recebi uma mensagem no celular. A foto era de um gordinho, nerd, de barba, daqueles com cara que sabem a história de todos os filmes da Marvel e Star Wars de cor. Se chamava Eduardo, parecia ter minha idade. Super educadinho, me dando boa tarde, perguntando como estava, pediu serviço de uma hora. Perguntei se queria que eu usasse alguma roupa, já avisando que tinha alguns “cosplays” de armário, mas ele só me disse “pode usar o que achar mais confortável”. Achei que tivesse lido ele errado.

Chegada a hora ele me avisou que estava em frente da casa. Avisei a assistente que foi lá busca-lo. Para evitar encontros indesejados entre clientes, toda entrada e saída era controlada. Ele veio para dentro, passou por um corredor por fora da casa principal e foi para uma salinha no fundo. A moça me deu o sinal verde e então sim fui busca-lo. Salto alto, uma calcinha de renda preta semi-transparente, meus peitos de fora. Abri a porta devagarinho, com um sorriso enorme no rosto, falando carinhosamente.

- Edu?

Ele tirou os olhos do celular e se assustou quando me viu, congelando assim que viu meus peitos. Me senti elogiada.

- Vamos lá, meu querido?

Ele acenou com a cabeça e veio me seguindo. Estiquei a mão para trás e peguei a dele, fui guiando até meu quarto. Ele estava cheiroso, o perfume era leve e dava para sentir o cheiro do sabonete que usou no banho. Todo nervoso, não falava nada. Chegando no quarto, sentei ele na cama, fechei a porta e então subi no seu colo, colocando meus peitos na sua cara. Para minha surpresa, ele recuou, murmurando alguma coisa.

- O que foi, meu gato? Não precisa ter medo, pode me usar como você quiser – falei em tom sedutor, guiando sua mão até meu seio.

Novamente ele recuou.

- Tudo bem... Eu não quero... transar hoje.

Fui pega desprevenida. Não é incomum um cliente não querer sexo, às vezes o programa é só uma conchinha ou um carinho, um papo, mas nunca tinha visto com um rapaz novo assim. Via de regra, os hormônios falam mais alto. Ainda assim, tratei de descer dele na hora e dar espaço. Minha função é satisfazer meu cliente, não questionar o que ele precisa satisfeito.

- Ah, claro meu amor. Sem problemas. Quer dividir um vinho enquanto conversamos? – andei até o frigobar.

- Não precisa... não costumo beber...

Tarde demais. Eu já estava abrindo a garrafa antes mesmo dele falar, até porque precisava soltar aquele garoto, e um pouquinho de álcool sempre ajuda. Coloquei uma taça e levei para ele. Vinho barato, mas álcool é álcool do mesmo jeito.

- Tim tim. – brindei o copo dele – Não vai deixar uma mulher bonita beber sozinha né?

Ele ficou vermelho, mas cedeu, tomando um golinho.

- Então Edu, o que você faz? Trabalho anda te consumindo?

- Não, não, sou TI. Home office, bem tranquilo.

- Huumm... Que legal, sou toda boba com computador, inclusive semana passada quebrei o meu haha

- N-não sou bem esse tipo de TI mas... Se precisar eu posso dar uma olhada.

Oi? Querido, você veio se divertir e vai querer trabalhar no meu programa? Acho que minha cara transpareceu meu choque.

- Tudo bem se não quiser... é que essas informáticas cobram o olho da cara por qualquer besteira... – ele continuou.

Escondi meu suspiro. Eu toda gostosa aos pés dele e o nerd mais interessado num notebook velho. Em sete anos recebendo dinheiro para me prostituir, nada me humilhou mais do que buscar minha mala, tirar o notebook e entregar para o meu cliente consertar.

- Então, desde semana passada ele não conecta mais no wifi, tentei de tudo!

Ele ficou pensativo e começou a abrir um monte de telas.

- Ah, aqui, uma atualização deve ter desativado seu driver de rede, ou você clicou errado. É só ativar aqui e deve voltar. – E como mágica, voltou. De repente o rapaz tímido estava abrindo todo tipo de página no meu computador e vasculhando por problemas, e eu adorando ver aquilo. – Olha só, você está ocupando toda sua memória, vou colocar um backup em nuvem e vamos limpar um pouco disso. Tem arquivos temporários também pra deletar. Seu chrome está cheio de extensões estranhas, vou tirar isso para você e colocar um adblock, assim não vai ter mais propaganda. E – blá blá blá.

Eu não ouvia nada do que ele falava, entrava tudo por uma orelha e saía pela outra. Só ficava sorrindo e admirando aquele nerd gordinho gostoso arrumando meu computadorzinho rosa. Estava balançando os pezinhos feito menininha, e me imaginando sentando naquele rostinho.

A hora do programa passou voando, eu acabei com a garrafa de vinho sozinha, e o copo dele só faltou criar dengue. Por outro lado, meu computador estava melhor do que quando veio da loja. O celular despertou indicando que era hora de encerrar, ele entendeu e desligou o notebook, me dando mais dicas de como manter bem cuidado enquanto se arrumava para sair.

Fui com ele até a porta, tentei dar um beijo de despedida, mas ele virou o rosto. Ainda assim fiz questão de me esfregar nele, e senti seu volume por baixo das calças. Ele foi embora e me deitei, peguei o celular, já marquei com o próximo cliente, e quando percebi, estava com a mão dentro da calcinha me tocando. Sempre fico com tesão acumulado quando o cliente não dá conta, mas dessa vez o vinho bateu e eu estava demais. O próximo foi um negão, chegou rápido, voei até a sala arrastar ele pro quarto. Cliente fixo meu com pau enorme, sempre tenho problemas para “acomodar” ele, mas dessa vez pulei por cima e cavalguei com gosto pensando no nerd. O negão era o oposto dele em tudo, confiante, soberbo, me agarrava os peitos e me provocava:

- Tava com falta da pica desse negão, né safada? Tava loca pra dar pra mim, olha isso.

Eu quicava feito louca, mordendo os lábios, dando sorrisinho de safada, e mentindo na cara dele:

- Aii papai, tava morrendo de saudades de você, olha como eu tô molhadinha por você.

O negão não durou muito, enchendo a camisinha dentro de mim, e eu gozei horrores.

Mais um tempo se passou sem notícias do nerd. Foi quase um mês, até ter outra mensagem dele. Marcamos novamente. Dessa vez ele estava mais tranquilo, não se assustava perto de mim. Recebi ele da mesma forma que da primeira vez, trouxe de mãos dadas até o quarto, ele fechou a porta.

- Então amor – mordi os lábios, olhando de canto de olho por cima dos ombros – Hoje você quer conversar mais ou quer algo mais? – movia meu quadril sutilmente, fazendo minha bunda ir de um lado pro outro, atiçando ele.

- Tudo bem se for só conversa? – ele respondeu – Dessa vez eu trouxe o vinho.

Duas vezes rejeitada. Mas pelo menos tinha vinho. Peguei e abri, servi as taças, dava para ver no rótulo que não era qualquer vinho barato de mercado, e o gosto era maravilhoso.

Bebemos duas taças e a conversa começou a fluir. Falamos de séries, filmes, nosso dia-a-dia, descobrimos um amor em comum: pizza baiana, e aos poucos ele se soltou para perguntar de mim.

- E você, trabalha com isso faz tempo?

- Sete anos, por aí. Já vi e levei muito rola nessa vida haha.

Ele riu junto.

- Deve ter muitas histórias.

- E como, sabe, outro dia veio um cliente aqui e – comecei a contar alguns causos, e ele ouvindo atentamente sempre focado nos meus olhos. Não havia julgamento no olhar, ele estava interessado, entretido. Mas, quando eu descrevia detalhes mais sórdidos, seus olhos caiam no meu corpo por um breve momento, e rapidamente procuravam meu olhar.

- Com tanta experiência assim, seu marido deve ser um cara bem feliz hahaha

Fiquei surpresa. Já tinha ouvido comentários parecidos, porém sarcásticos. Mas nele... eu senti honestidade.

- Nem tenho marido, doido haha Puta precisa viver solteira, né. Mas porque acha isso?

- Com tanta experiência, você deve ser ótima na cama... literalmente uma profissional

Não contive a gargalhada com ele. Que piada idiota. Mas também soltei um sorrisinho sincero, ele estava realmente me elogiando.

- Se você acha isso... – virei a chave para o lado gata manhosa, engatinhando na cama em direção à minha presa, apertando meus cotovelos para aumentar ainda mais meus seios – Não quer provar o quão boa de cama eu sou?

Ele virou o rosto, terminando o último gole da taça.

- N-não... Desculpa, deve ser ótimo, mas não, obrigado.

Terceira rejeição. Esse nerdzinho estava acabando com o meu ego.

- Hmm... Tem algum motivo, gato? Uma namorada, esposa?

Ele não tinha aliança no dedo, mas já vi casos de cliente que queria papo mas não queria trair mesmo.

- Não... Já tive, um tempo atrás. Ela me trocou pelo meu amigo.. ex amigo, no caso.

Meu coração partiu. Queria naquele mesmo momento sugar aquele boy até o saco dele secar e ele esquecer completamente a ex. Onde já se viu, fazer isso com um anjinho desses? Piranha!

- Querido, o remédio pra esquecer buceta e uma buceta mais gostosa. Deixa eu cuidar de você que vai ficar tudo bem.

Ele riu.

- Não consigo, você é maravilhosa, mas não é esse tipo de sexo que eu gosto. Na verdade, eu te chamei a primeira vez no desespero... Estava muito sozinho, não queria fazer merda...

Meus olhos arregalaram. Quem diz que puta não tem sentimentos estava mentindo. Fui por trás dele e dei um abraço bem gostoso, fazendo cafuné no cabelinho bagunçado.

- Tá tudo bem, neném. Eu entendo. Sempre que precisar, eu vou estar aqui. E se sentir mais confortável, pode me chamar que vou até a sua casa se abraçar assim.

Atendimento residencial era um luxo que pouquíssimos clientes tinham, e sempre com cachê dobrado. Mas ele ia ser a minha exceção. Se o meu ursinho precisasse de mim, eu estaria lá para cuidar dele.

Ficamos agarradinhos até o final do programa. Na hora de pagar, ele estava sorridente, mas me veio um aperto no coração. Nunca liguei de aceitar o que me é devido, mas aqui algo estava diferente, não parecia certo. Ainda assim, recebi o dinheiro, dei um beijinho no rosto e me pendurei no pescoço dele. Dei aquela esfregadinha, e senti o volume se mexer. Subi até o ouvido dele:

- Eu te entendo, meu amor, mas agora preciso tocar uma pensando nessa sua rola aqui.

Dei um beijo no pescoço dele. O coitado estava completamente vermelho. Foi embora sem mais uma palavra.

O cliente seguinte recebeu um baita chá comigo de quatro, finalizou nos meus peitos. Quando saiu, fiquei na frente do espelho, me olhando, e pela primeira vez pensei se alguém aceitaria uma mulher como eu.

Uma semana se passou, e o Eduardo me chamou para casa dela. Dessa vez, entretanto, não seria um programa “normal”. Ele me contratou para um pernoite, das 20h às 08h. O programa era caríssimo, mais de R$5000,00, mas ele custeou sem reclamar, e disse para eu usar algo realmente confortável.

No dia, peguei um Uber e cheguei lá de pijama de moletom rosinha de ursinho, sem maquiagem, como ele tinha pedido, totalmente confortável. O fato de não termos transado não me surpreendeu, mas os pequenos detalhes foram alugando espaço na minha cabeça. Ele pediu pizza baiana para nós, comprou mais vinho, e depois sentamos de conchinha no sofá para assistir filme. Acabei dormindo no peito dele.

Na manhã seguinte ele fez questão de me levar, ao invés do trabalho pedi para que me deixasse em casa – na minha casa de verdade. Foi o primeiro e único cliente a saber meu endereço real. A partir daí, também, começamos a conversar por mensagens, trocando memes, vídeos idiotas, e contando do dia. Eu até contava dos programas e ele fofocava junto comigo.

Fiquei pensativa sobre tudo aquilo. Nunca fui de me apaixonar, e olha que já tentaram de tudo para me conquistar, mas esse boy estava me derrubando e sem quaisquer intenções. Me pegava pensando nele durante o dia, fantasiando sobre ele nos programas. Vez em quando até soltava uma piada interna com outro cliente, e os coitados ficavam sem entender nada.

Nunca fui mulher de me resguardar. Era isso o que eu queria, e eu precisava do “não” para tirar ele da cabeça. Pela primeira vez ia me declarar para um homem.

Mandei mensagem avisando que queria ir na casa dele. Fazia algumas semanas que não marcávamos.

“Mari, estou meio sem dinheiro agora, podemos deixar para outro dia?”

Que ódio, desde quando puta manda mensagem pra marcar, seu tonto!

“Tá tudo bem, eu estou me convidando... então não é programa, se for ok”

A resposta demorou uma hora, mas senti uma eternidade. Quase bloqueei ele três vezes. Disquei o número para ligar quatro vezes. Escrevi e apaguei dois textões. Gravei um áudio gigantesco que parou de gravar na metade e apaguei antes de enviar.

“Tudo bem, pode vir às 20h?”

Eu dava pulinhos de alegria.

Estava eu de novo na casa dele. Dessa vez me vesti para batalha, camisa listrada, saia preta de couro, meia-calça até a coxa deixando aquela fatia de gordurinha. Vários acessórios. Nas nossas conversas consegui desenhar exatamente a mulher ideal dele – ele pode ser difícil de ler, mas eu sou profissional. Desenhei meu delineado, passei o gloss, cílios com tanto volume que se piscar faz vento e uma maquiagem “sem maquiagem”. Meu coturno de salto era a peça para me dar confiança. Ele abriu a porta para me receber e riu.

Ele riu.

Aquela risadinha sincera que logo tentou esconder.

- Desculpa, você está gata, só não estou acostumado te ver de roupa.

Se tivesse uma arma eu tinha cometido um crime. Entramos e tentei me recompor.

- Está afim de comer o que? Ainda não pedi nada – ele disse.

- Antes... podemos conversar?

Ele me olhou com aquela cara de panaca, e meu coração amoleceu de novo. Droga.

- Tá tudo bem, Mari? Ah, perdão, esqueci – ele botou a mão no bolso de trás e tirou algumas notas – Fiz um esforcinho e tirei um cachê pra você, sei que está perdendo hora por vir aqui. Não é suficiente pro pernoite, mas se quiser só ficar a hora eu entendo.

Suspirei. Minha confiança desapareceu na hora. E o pior, dava para ver no rosto dele que ele realmente só não queria me atrapalhar. Empurrei gentilmente a mão dele.

- Obrigada, Edu, mas não quero aceitar.

- Eu fiz alguma coisa?

- Não, não, pelo amor, longe disso. Você é ótimo. – Abri minha bolsa e comecei a contar as notas de cem. Quase sete mil na mesa, coloquei do lado dele. – Isso é tudo o que você me pagou até hoje. Eu cobro de clientes pelos meus serviços, mas a verdade é que não posso mais te chamar de cliente. Eu quero te ver talvez até mais do que você quer me ver. Então antes de qualquer coisa quero deixar claro quais são as minhas intenções.

Ele protestou, queria que eu aceitasse, era meu trabalho, eu me recusei. Fomos até o sofá, e depois de muito vai-e-vém, ele cedeu. Já estava emocionalmente exausta, tudo aquilo era tão pesado, tão difícil. Tomei coragem e me ajoelhei na frente dele entre as pernas.

- Edu, eu sinto muitas coisas por você que nunca senti por outro homem. Fica tudo tão confuso dentro da minha cabeça que não sei colocar em palavras. Não tenho direito de te pedir um relacionamento, mas então por favor, pelo menos me deixa demonstrar o que eu sinto do único jeito que eu sei.

Ele estava congelado sem saber reagir. Coloquei a mão sobre sua coxa e fui movendo lentamente até o seu pau. Senti ele começando a crescer por de baixo do shorts. Eu olhava para o Eduardo não com provocação ou apenas desejo, mas um olhar sincero de súplica, implorando que ele me desse a chance.

Edu assentiu com a cabeça e abaixou o shorts, não contive meu sorriso. Comecei a beijar sua virilha, pronta para cair de boca, mas me controlei. Tirei o shorts dele enquanto ele tirava a camisa. Minha buceta piscava olhando para aquele gordinho peludo todo nu na minha frente.

Fui beijando suas coxas, tirando leves arrepios, arranhando levemente as pernas, fazendo um caminho demorado até o prato principal. Dei leves beijinhos no entorno e nas bolas, coloquei ele na minha mão, ainda estava mole, mas dando sinais. Puxei a pele para trás e coloquei-o inteiro na boca, chupando bem devagarinho e deixando ele crescer dentro enquanto fazia carinho com a língua. Soltei ele quando já estava bem duro, um fio de baba escorrendo da minha boca, Edu não aguentou e soltou um gemido, me senti realizada.

O pau dele era perfeito, um tamanho gostoso, cabia na boca, não ia me machucar. Por experiência já sabia que era o tamanho certo para dar igual louca. Voltei a beijar a base daquele caralho, fui devagarinho subindo cada centímetro com um beijo. Beijei a cabeça e brinquei com ela nos meus lábios. Edu soltava gemidos grossos, gostosos de ouvir. Era impossível conter meu sorriso besta enquanto babava nele. Coloquei a cabeça dentro da minha boca, brincando com a língua em volta dela, e então uma chupada de leve para fazer aquele barulho característico.

Comecei a lamber o comprimento, desde a base até o topo, rebolando todo meu corpo com cada movimento, tudo sem usar as mãos para deixar aquela rola bater e esfregar no meu rosto.

Eu mesma comecei a gemer, sem quaisquer intenções de melhorar a performance, era um gemido genuíno. Mamar aquele pau era um tesão indescritível.

Desci até as bolas, me contorcendo embaixo daquele homem. Beijei, lambi e depois coloquei um dentro da boca. Aqui não chupei, apenas fiz carinho com a língua, deixando ele relaxado.

Voltei para o mastro, finalmente peguei aquele pau deliciosamente duro e pulsante na mão. Ah, que vontade de siriricar ali mesmo... Mas esse momento não era sobre mim, era sobre o Edu. Pela primeira vez estava satisfazendo alguém não por curiosidade, ou interesse, ou dinheiro, ou apenas pelo tesão. Eu estava ali porque queria dar prazer para o Edu. Eu queria que ele pudesse relaxar e gozar, que aquilo aliviasse um pouquinho o peso que sentia. Mesmo que fosse por um breve momento que logo fosse acabar, ali eu estava satisfazendo o meu homem, e nada jamais poderia superar isso.

Quando um homem bate punheta demais, a fricção machuca a pele de forma desigual. É o tipo de detalhe que só quem vê uma dúzia de rolas diferentes por dia saberia enxergar. Será que eu era a culpada daquilo? Ou será que ainda pensava na ex? Ou seria um escape? Não importava, eu ia fazer ele se sentir como nunca. Formei um tanto de saliva na boca e lentamente soltei o fio, melando toda a sua cabecinha. Minha mão fazia movimentos semi-circulares enquanto ia de baixo para cima e cima para baixo.

- Amor, agora vou começar a te chupar pra valer. Quero que relaxe bem gostoso, esvazia a mente. Sem pressão. Quando sentir a vontade não precisa segurar, é só deixar vir.

Dei um sorriso safado, estiquei ele todo segurando na base e desci abocanhando-o todo. Minha língua explorava aquele mastro enquanto eu chupava, subindo e descendo, e a mão acompanhando com os mesmos movimentos.

Ele gemia e se contorcia. O pau dele pulsava, e eu já podia sentir um gostinho levemente salgado na boca. Com a mão livre comecei a arranhar seu corpinho. Estava totalmente em transe, focada no movimento, meus gemidos abafados pela boca cheia.

Ia e voltava. Às vezes chupava até o final antes de soltar, fazendo o barulho de chupeta, beijava a cabeça e voltava pro movimento anterior. Ou então descia até a base, colocando ele lá na minha garganta e subia chupando ele todo. Estava sem noção nenhuma de tempo, e sinceramente, passaria horas ali.

Finalmente senti uma pulsação mais forte. O saco começou a contrair. O coitado tentou me avisar, mas não deixei, foquei mais no movimento, acelerando, pondo mais pressão, ele só gemeu. Quando senti que iria vir, afastei um pouco, sem tirar da boca, deixando a cabeça descansar na minha língua. O primeiro jato quente invadiu minha boca, que gosto maravilhoso, naquele momento me senti a mulher mais sexy do mundo. Os jatos continuaram, quatro ou cinco no total, inundando minha boquinha. Por mais que eu fosse puta, nunca deixava os clientes gozarem na minha boca, era uma questão básica de saúde e segurança. Mas o Edu não era mais meu cliente, esse era um privilégio que eu tinha reservado só para ele.

Finalmente tirei o pau da boca, mas continuei saboreando aquele sêmen. Era o gostinho dele. Engoli tudo, fazendo questão que ele visse. Voltei para aquele cacete, colocando na boca devagarinho – afinal, agora já deveria estar super sensível – e fiz o trabalho de limpar e sugar até a última gota ele amolecer.

Continuei ajoelhada, sentando sob os calcanhares, limpei a baba do rosto, e olhei para o Edu – que estava em êxtase – com um sorriso.

- Obrigada, meu amor.

Falei genuinamente. Eu sabia que o Edu jamais iria querer algo comigo, e eu também não podia largar meu ganha pão por um relacionamento. Por mais que amasse ele, eu também amava minha carreira, era um motivo de orgulho. Não sabia quem eu seria se não fosse puta. Tudo o que eu podia oferecer era o meu corp-

A mão do Edu cortou meu raciocínio. Passando por trás do meu rosto e gentilmente me pegando pela nuca. Ele se inclinou para frente e ao mesmo tempo me trouxe até ele, até os lábios dele. Imediatamente me entreguei naquele beijo, me jogando no seu corpo. Ele explorava minha boca. Alternávamos entre beijos longos, mordidas nos lábios, selinhos e provocações. Ele estava sorrindo. Eu queria chorar.

Edu afastou meu rosto, me olhando nos olhos, e não podia acreditar nas palavras dele:

- Mari, quer ser minha namorada?

Estava em choque.

- Edu, eu quero, quero demais, mas não posso largar minha vida.

- Mas eu não te pedi isso, eu pedi para ser minha namorada.

Eu não acreditava.

- Não é assim....

- Claro que é.

- Você entende que eu vou continuar nessa vida, que eu não vou parar?

- Eu quero você, a Mari que eu conheço hoje. Não quero mudar nada sobre você.

- E você? Como vai ficar sabendo que eu transo com outros homens?

- Se você fez tudo o que fez, é porque me acha diferente dos outros. Você podia escolher qualquer homem, mas me escolheu. Eu vou sempre sentir um pouquinho de ciúmes, mas eu sei que o seu trabalho e isso aqui são coisas diferentes.

Comecei a chorar e caí nos braços do meu namorado. Finalmente eu encontrei algo que preenchesse aquele vazio, e eu daria tudo por ele.

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Comentários

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Interessante, bom conto

O nome me lembrou da Prima Nocta.

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Sem dúvida alguma que esse é um dos melhores contos que eu li na vida!!! Algo que me remete ao filme "Uma linda mulher". Não tem como ler e não se sentir envolvido pela trama!!!!

Palmas para vc...

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Não existe isso de mulher "rodada", o que existe são mulheres de atitudes que são rotuladas injustamente. Aliás, parabéns pela atitude

felipemeto88@outlook.com

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Puta que pariu!!!

Que história boa, fiquei envolvido do começo ao fim!

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Historia emocionante. Quando nao existe julgamento, um amor livre de amarras e frescuras, entre duas pessoas.

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