A menina do menino (Prólogo)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Heterossexual
Contém 1419 palavras
Data: 12/05/2024 20:49:10
Última revisão: 19/05/2024 22:19:24

— Maria…Maria…Maria!

— Oi, mãe — respondi saindo de meu transe.

— Filha pelo amor de Deus, estou perguntando se você se lembrou de pegar todos os documentos para a matrícula?

— Peguei mãe, a senhora está mais nervosa do que eu. — Falei.

— Por que será né Maria, estou indo deixar minha filha no aeroporto para ela ir para o outro lado do país.

— Mãe o Piauí fica a menos de três horas de avião. — Falei tentando tranquilizá-la novamente.

Desde que passei para psicologia para a federal do Piauí que ela não dorme direito, meu pai é tranquilo e meu irmão ficou até feliz que estou indo embora, sempre quis cursar psicologia e quando me inscrevi no sisu pensei que não faria mal me candidatar a uma vaga em um lugar diferente, para falar a verdade não tinha pretensões de passar, mas passei e agora estou viajando para lá.

— Maria estou nervosa, eu devia está indo com você, pelo menos para te instalar por lá. — Ela volta a insistir nesse assunto.

— Mãe, só minha passagem já foi bem cara e o pai já conversou com a dona do lugar em que eu vou ficar, não tem com o que se preocupar, vai dar tudo certo. — Essa frase era mais para mim mesmo do que para ela, agora que estava entrando na sala de embarque meu coração estava a mil.

Me despedir da minha mãe foi difícil, sair do ninho nunca é fácil, mas tinha um bom pressentimento sobre essa viagem, sempre fui uma garota tímida e até um pouco insegura, quando minha terapeuta sugeriu que eu mudasse um pouco minha rotina acho que ela não se referia a mudar de estado, mas agora não tinha muito o que fazer.

Levou quase três horas para chegar à Teresina e assim que sai do aeroporto senti um calor que nunca tinha sentido na vida, já tinha pesquisado que o clima do Piauí era quente, porém era bem mais quente do que estava acostumada e olha que minha cidade em São Paulo não era tão fria, ainda bem que estava indo para o litoral, lá o clima deveria ser mais ameno.

Peguei um taxi até a rodoviária, porque não tinha voo direto para Parnaíba, na rodoviária tive minha primeira surpresa, meu ônibus tinha sido cancelado e eles haviam me remanejado para outra rota, até aí tudo ótimo, se não fosse pelo fato de que eu teria que esperar cinco horas até ele chegar, mandei mensagem para o meu pai, seria melhor ele explicar para minha mãe, bem não tinha muito o que fazer então comprei um lanche e fui me sentar em uns bancos mais confortáveis para esperar.

Estava cansada, com sono e com calor, definitivamente minhas roupas não eram as melhores para aquele calor, fui até o banheiro e coloquei uma camiseta, deixando meus ombros amostra, voltei para o meu banco e me sentei bem a tempo de ver um jovem rapaz brigando com a mesma atendente que me deu a notícia do cancelamento, ele é magro como eu é bem mais alto, eu tenho pouco mais de um e sessenta e ele deve ter quase um e oitenta, tem a pele morena e mesmo dando um mini barraco percebo que ele tem classe, pelo sotaque percebo que ele é local, é incrível como podemos dizer muito sobre alguém apenas o observando.

Depois de perceber que suas reclamações não seriam atendidas ele se rendeu e sentou em um banco próximo ao que eu estava, quero puxar assunto, mas sou muito tímida para isso, fico em silêncio por um bom tempo até que ele fala comigo primeiro.

— Você também está indo para Parnaíba?

— Sim, mas meu ônibus foi cancelado.

— Pois é isso é um absurdo e eles nem ao menos nos avisaram

— Sim achei muito errado também. — Falei.

— Eu sou Neto. — Ele estende a mão para mim.

— Sou Maria. — Falei abrindo um sorriso simpático. — Você mora em Parnaíba?

— Sim, mas sou daqui, vim passar o fim de semana porque é aniversário do meu namorado, quer dizer ex, mas é uma longa história e você?

— Passei na faculdade de psicologia e estou indo para cursar. — Seus olhos brilham quando falo a palavra psicologia.

— Eu estou no segundo período, era para estar no quarto, mas tranquei por um tempo.

— Que legal. — Pronto com a psicologia em comum tinha acabado de fazer um amigo.

Neto era um cara muito interessante, ele era bem inteligente também e me tirou várias dúvidas sobre a cidade, a faculdade e próprio curso, como o ônibus atrasou quase meia hora ainda viajamos apenas no início da madrugada, o ponto positivo era chegaríamos pela manhã, eu iria direto para a universidade entregar meus documentos da matrícula e depois para o apartamento que meu pai alugou para mim, estava tudo certo, pelo menos foi o que eu pensei, mas estava enganada.

Parnaíba era menos quente que a capital, mas o calor aqui ainda era desconfortável, por sorte o taxista ligou o ar condicionado, mas a viagem da rodoviária para a federal não durou nem vinte minutos, pois se tratava de uma linha reta de um ponto a outro, assim que entrei no campus perguntei para o guarda onde ficava a secretaria e segui para lá, demora um pouco porque tem muitas pessoas entregando os documentos, aproveito para dar notícias à minha família, chega minha vez e entrego meus documentos oficializando assim minha matrícula.

Pego meu telefone e ligo para o dono do apartamento para saber onde posso pegar a chave, mas ele não atendeu, liguei de novo e ele não atendeu, comecei a ficar meio preocupada, depois da quarta tentativa já estava começando a ficar nervosa, mandei mensagem para o meu pai falando que não conseguia falar com o cara e ele tentou também e nada, passei a manhã inteira na faculdade tentando falar com esse cara, mas nem eu nem meu pai obteve sucesso.

Aproveitei que já tinha uma matrícula e almocei no refeitório, como ainda estamos em mês de férias não tinha quase ninguém, procurei um lugar sossegado para comer, estou perdida em meu pensamentos quando escuto umas risadas, quando olho vejo um pessoal bem animado entrando no refeitório, entre eles tem um que me chama muita atenção, ele tem o cabelo grande, é mais alto que eu e é o cara mais gato que já vi na vida, fico encarando ele por um tempo, mas quando uma das meninas que está com ele o beija desvio meu olhar, claro que esse cara lindo tem namorada.

Depois de comer, finalmente meu pai me trás uma notícia, ele diz que o cara devolveu o depósito do apartamento pois precisou alugar para outra pessoa, fiquei completamente atômica e perdida, não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo, fiquei completamente perdida, meu pai disse que estava urgentemente procurando outro lugar, enquanto isso me sentei e fiquei olhando para o nada repensando toda minha vida, “será que foi mesmo uma boa ideia vir para cá?”

— Maria? — Levanto a cabeça e vejo Neto.

— Neto. — Respondo sem ânimo, ele se senta ao meu lado.

— O que aconteceu? — Explico minha situação para ele, que me escuta com paciência.

— Nossa sinto muito, mas e aí para onde você vai?

— Não faço ideia. — Respondi.

— Vem, pega suas coisas. — Ele fala me ajudando com a mala.

— Para onde? — Pergunto o seguinte.

— Vou te arrumar um lugar para ficar.

— Como?

— Deixa comigo.

Neto me leva até o refeitório de novo, e chama justo a menina que estava beijando o carinha que achei bonito, oh carma.

— Isa, essa é a Maria, ela veio de São Paulo e vai começar o nosso curso esse ano.

— Maria essa é Isa, ela está no quarto período e é vice-presidente da atlética do nosso curso.

— Prazer em te conhecer, Maria.

— Igualmente. — Respondo, olhando ela de perto até que é bem bonita, morena, pouco mais alta que eu e com um sorriso cativante.

— Isa, a Maria não tem onde ficar, o cara furou com ela no apartamento que ela ia ficar.

— Nossa sinto muito, olha no meu ap ainda tem um quarto vazio, moram apenas eu e mais uma menina.

— Está falando sério?

— Sim, se você é amiga do Neto é minha amiga também.

E assim eu fiquei amiga da ficante do menino que eu achei interessante, falei com meu pai e aceitei todos os valores com Isa, finalmente tinha um teto as coisas iriam começar a dar certo, foi um começo conturbado, mas no final quem sabe quando foi contar minha história vou ter um bom começo pelo menos.

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Comentários

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Galerinha só uma pequena grande mudança nesse conto em relação ao nome dos protagonistas, fora isso tudo ok, achei melhor mudar, valeu.

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Isso que notei Neto virou Yago né ?

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Não, Neto e Thiago continuam sendo dois personagens diferentes, só o neto que não apareceu muito ainda.

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Rafa, acredito que seja a primeira leitura hete que início rsrsr, gostei e estou curioso. Como sua cabeça tá? 3 livros em aberto. A minha ainda tá precisa em "E Se" e querendo ler "Vício" rsrsrs. Que seja sucesso esse, como são os outros.

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Rafa, já gostei desse capítulo e quero muito acompanhar essa história, mesmo sendo de outra temática haha. Mas autor bom é autor bom né, independe do tema 😉

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Quanto mais tipo de assuntos abordados, o nosso amigo autor vai crescer, sendo ele um ótimo autor.

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Gostei do início dessa história, sinto que vai ter uma reviravolta muito bacana, Clara sendo tímida do jeito que é, vai passar por muitas coisas. Parabéns pelo início dessa história.

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