Nunca pensei que ficaria tão longe de casa da minha mãe, mas aqui estou em outro estado praticamente do outro lado do mapa, Isa conhece todo mundo da faculdade, depois de dois dias morando com ela já conheci mais gente do que em todos os meus anos de vida em São Paulo, além dela mora outra menina com a gente a Joana, ela cursa medicina então não sai do quarto a não ser para ir às aulas, ela está fazendo umas disciplinas durante as férias, já Isa está aproveitando cada segundo, depois de passar uma semana só dentro do apartamento e no RU — restaurante universitário — eu preciso mesmo ver gente, pois isso aceito um convite para uma calourada no fim de semana.
— Vai ser amanhã, vamos pro Coqueiro que é uma praia daqui, tem uma casa de praia que a atlética do curso sempre aluga para fazer festas. — Isa conta toda animada.
— Atlética? — Não sei exatamente o que é isso, embora tenha um palpite.
— É tipo um centro acadêmico, mas fazemos festas e eventos esportivos, mas admito que fazemos mais festas.
— Acho que o Neto me falou mesmo sobre isso.
— Pois é, a gente vai e você vai amar, nem vai precisar comprar ingresso porque já arrumei o seu — ela fazia parte da Atlética.
— Normalmente eu passaria, mas preciso ver gente — falei toda animada de finalmente poder sair.
— Você vai amar, ah leva teu melhor biquíni — fico vermelha quando ela fala sobre biquíni, não sou a pessoa mais praiana — você tem um né?
— Um maiô muito bonito amarelo com bolinhas brancas, ele veste super bem — sou magra e me acho muito branca, mostrar pele não é muito confortável para mim.
— Maria do céu, não não não, vamos providenciar um biquíni para você para ontem, nem que eu tenha que te dar um — Ela fala rindo, mas meio que foi o que aconteceu, Isa saiu e quando voltou me trouxe um biquíni que nem em um milhão de anos pensaria em comprar, o sutiã é tomara que caia e a calcinha é bem pequena.
— Obrigada, mas não acho que faça muito meu estilo — falei.
— Ele é até amarelo para te fazer lembrar do seu maiô.
— Tá ele é lindo, mas não sei se vou ficar confortável usando ele.
— Faz assim você veste um shortinho e coloca aquele seu kimono que você tanto adora, vai cobrir os ombros e a parte de baixo o que acha, um shortinho branco vai ficar lindo, seu kimono é florido tem tudo haver com a praia.
Até que não foi uma ideia ruim e assim fiquei mais vestida para a ocasião, fui dormir toda feliz, Isa disse que sairíamos bem cedo então fui dormir cedo, essa seria minha primeira festa com álcool e outras drogas, estava toda animada, não que eu vá usar drogas, porque não vou, talvez beber um pouco, mas isso meio que já fazia escondida em São Paulo.
No meio da noite acordei com sede e não teve jeito tive que levantar e até a cozinha para tomar água, deve ser uma três da manhã, quando estou voltando para o quarto vejo Isa chegando de mais um noitada até aí tudo bem, mas vejo com ela o cara do RU, fico vermelha, sua beleza é tão incomum que me deixa encantada, seu cabelo grande está preso, sua blusa de botões meio desabotoada mostrando seu peito magro e liso, seu sorriso me desconcerta.
— Maria, ainda acordada — Isa pergunta.
— Não, só levantei para tomar água.
— Jonathan, essa é a Maria a paulista que te falei.
— Oi Maria — sua voz me penetra de uma forma indecente, seu jeito me deixa completamente estranha, Jonathan tem um olhar penetrante, me esforço para me manter sã.
— Oi Jonathan — respondo.
Eles passam para o quarto, mas não sem antes Jonathan me lançar um último olhar, corro para o meu quarto, bem sou virgem, mas não vivo debaixo de uma pedra, sei quando estou excitada e pode acreditar estou excitada agora, só que é a primeira vez que alguém me deixa assim sem nem me tocar, ele é rebelde e quente, o tipo que minha mãe surtaria se soubesse, bem ele está com Isa então estou segura dessa perdição, pelo menos acho que estou.
Foi difícil dormir com aqueles olhos castanhos me encarando em minha mente, acordei com o despertador, peguei minha escova e minha toalha e fui para o banheiro, as meninas não pareciam ter acordado já que a casa estava em silêncio, por ser ansiosa acordei quase um hora antes do que realmente precisava, pelo menos posso me arrumar com calma e acordar cedo tem as vantagens de não pegar fila para o banheiro, na casa Joana tinha um banheiro em seu quarto motivo pelo qual ela pagava a maior parte do aluguel, enquanto Isa e eu dividimos o banheiro social da casa, pelo menos minha colega de casa era uma pessoa limpa e organizada, tínhamos estabelecido uma rotina de limpeza da casa e do banheiro e nesse ponto estava tudo certo tanto com Joana quanto com a Isa.
A porta do banheiro estava entreaberta então apenas entrei, vejo Jonathan usando uma cueca samba canção, seu peito magro e liso, seu cabelo cacheado e volumoso solto que era ainda mais bonito pela manhã, mas nada disso é um problema, o problema mesmo é o fato de que ele está com seu pau para fora urinando no vazo, meu coração vai sair pela boca, nunca vi um homem com seu membro semi duro tão de perto — na realidade nunca vi um membro pessoalmente — estou paralisada e ele não me pareceu se envergonhar, quero não olhar, mas é tão lindo, ele tem pelos curtos, não que eu seja uma profunda conhecedora de pintos, mas tenho certeza que o dele é lindo.
— Bom dia Maria. — ele fala com uma voz divertida.
— Bom dia Jonathan — respondo fazendo força para mostrar naturalidade.
Ele lava as mãos e sai do banheiro, como estou parada na porta ele passa muito perto de mim, sua boca me chama, seu olhar tem poder sobre mim, sua lascívia me deixa muito mais vermelha, quero agarrar ele, mas fico firme assim como seu amiguinho lá em baixo e fecho a porta do banheiro assim que ele sai, mas agora é tarde e seus olhos não são a única coisa em meu imaginário, agora estou pensando no pinto dele, e que pinto — um banho frio é tudo que preciso agora — tomo meu banho e escovo os dentes, quando finalmente estou pronta para sair vejo que Isa já acordou e que Jonathan já foi, agradeço a Deus por isso pois nunca mais em minha vida vou conseguir encarar esse garoto de novo.
