Dizem que a primeira atitude para libertar-se de um vício qualquer é admitir sua dependência com relação ao mesmo. O grande dilema subjetivo de quem se encontra nesta situação é, após o reconhecimento do mal que o vício pode proporcionar, admitindo que já pode chegar a prejudicar a vida normal, cultivar o desejo de permanecer entregues às suas fáceis sensações.
Não me refiro ao álcool, cigarro ou maconha, antes fosse, minha dependência encontra fulcro em algo muito mais sério e acessível, capaz de entorpecer e tirar completamente do sério pessoas bem socializadas como sempre fui. Agora numa espécie de catarse virtual preciso confessar, para mim mesma e para quantos possam aqui ler, que a dependência aquela substância branca que me alucina a mente e está me retirando o sono, o sossego e me destruindo minha vida familiar. Leitor amigo, confesso, sou viciada em porra! Dependo do consumo diário para ser feliz.
Preciso de porra como quem precisa da água! A analogia é muito feliz, pois, além de além de gostar de provar, também sinto imenso prazer em tê-la espalhada em meu rosto, em meus cabelo, em meus seios, em meus pelos, em meus glúteos, escorrendo em minhas pernas, enfim, por toda minha pele me plastificando, por todo o meu ser, por toda a minha alma. Dentro e fora de mim!
Atualmente meu esposo não é mais capaz de produzir com qualidade todo o leite que necessito, a obrigatoriedade de fornecê-lo diariamente acabou por deixá-lo cada vez mais rarefeito. Quando ejacula pela segunda vez então, apenas algumas míseras gotinhas. Mal posso sentir o cheiro, mal posso sentir o gostoso e sinto-me como uma naufraga morrendo de sede defronte ao mar. Passo então a sugar seu cacete com um canudo que ligasse minha ávida boca a seus exaustos túbulos seminíferos, tentando assim colher na fonte o que tanto preciso.
A solução, portanto, foi terceirizar. Hoje, graças aos meus diversos colaboradores, entre eles, colegas da faculdade, do trabalho, da vizinhança, da igreja, e, até mesmo, colegas de meu esposo, posso me deliciar com o prazer de sentir o líquido maldito, que encerrou minha paz, consistente a diluir-se em minha boca, orifícios, pele e ser...