Como eu sou muito amigo da zelador de um zoológico aqui perto, pedi a ele pra me levar lá num dia que não tivesse ninguém, pra eu bater punheta olhando pra algum que eu achasse interessante.
Ele me levou lá. Mas só tinha bichos que eu já conhecia (no sentido bíblico). Até que a gente foi se aproximando de uma jaula de onde vinha um cheiro estranho. E o meu amigo falou:
-Esse bicho que a gente vai ver agora, aposto que vocÊ nunca viu!
A gente chegou em frente à jaula e tava lá um bicho horroroso, grudento, cheio de gosma... Uma coisa nojenta mesmo.
Eu perguntei, assustado:
-O que é isso?! Nunca vi nada parecido com esse bicho!!!
-Mas isso aí não é na verdade um bicho. É uma aberração. Um cientista fez experiências com DNA de vários animais diferentes e produziu isso aí.
-E como é que se chama?
-O cientista deu o nome científico de Reginaldus Gadelhus.
-É?!
-É. E ele sabe falar latim!
-Nossa!!!
-E o mais impressionante você vai ver agora.
O meu amigo pegou uma pedra do chão e tacou na testa do bicho. Aí o bicho começou a falar:
- Que conto inverossímil!!! Que conto inverossímil!!! Que conto inverossímil!!!
Eu fiquei admirado.
-Que coisa incrível!!! É espantoso que uma coisa tão feia e nojenta consiga dizer uma frase assim.
-Ah, não liga! Ele nem sabe o que diz. Só aprendeu a dizer isso porque a gente ensinou.
-Tudo bem. Mas vamos sair daqui: esse cheiro tá me matando... Aliás, vou embora. Esse cheiro já me cortou o tesão.
Eu me despedi do meu amigo e fui embora. Mas ainda olhei pra trás e vi o bicho fazendo cocô e comendo tudo o que cagava.