Foi com surpresa que Marcos se deparou com Patrícia àquela hora em sua porta.
Ela trabalhava com ele, mas era apenas uma colega de trabalho, como todos os outros. E como Marcos tinha a sua rotina sempre bem delineada, estranhou sua visita em pleno sábado, às 11 horas da noite.
Seu lado humanitário aflorou logo, pois percebeu que a moça não estava muito bem, e com gentileza conduziu-a a sala, onde Patrícia trêmula, acomodou-se no sofá. Ofereceu uma bebida, e ela aceitou vinho, e enquanto Marcos foi servir, sua mente fervilhava de perguntas.
Em silêncio, com os olhos baixos, Patrícia bebeu o vinho em pequenos mas rápidos goles, e dando um suspiro, agradeceu.
Pareceu então ter acordado de um sonho, e dando um sorriso profissional, pediu desculpas pela intromissão inesperada, e seu comportamento nada usual.
Principiou então a contar sua história, uma das tantas que Marcos já tinha ouvido inúmeras vezes, pois apesar de não ser psicólogo, ouvir pessoas era sua ocupação principal, sua maior paixão e sua vida. E justamente por isso, revestiu-se de toda atenção à moça, que discorria sobre um relacionamento de cinco anos que havia se transformado em mesmice, problemas e insatisfações de ambos os lados.
Ela então pediu mais vinho, o que ele concedeu com prazer, e ela tomou mais rápido, enquanto revelava suas frustrações, desejos, decepções, e que tinha culminado naquela mesma noite, quando viu seu marido com outra mulher. Já estava desconfiada há tempos, mas deixava suas suspeitas guardadas em algum canto, acomodada numa vida morna, vazia, mas socialmente aceitável.
Aconteceu porém que justamente naquela noite, ela estava necessitando de sexo, tinha passado o dia todo excitada devido a um sonho que tivera durante a noite, e foi quando se deu conta que há muito tempo não tinha relações sexuais com seu marido.
Como eles só tinham esse contato durante a noite, ela passou seu dia nos afazeres de rotina, esperando pelo anoitecer. Patrícia olhou novamente seu copo vazio, num olhar súplice, e Marcos prontamente a serviu, e então ela continuou seu relato, dizendo ter feito uma refeição especial, tomado uma ducha caprichada, mas quando terminou de se arrumar e foi ao seu encontro, seu marido estava de saída, dizendo que tinha marcado um encontro com amigos, fato muito comum entre eles. E simplesmente saiu.
Normalmente, Patrícia, aliviada, relaxaria no sofá da sala, assistindo a qualquer programa na tv sem dar atenção, enquanto folheava revistas, até o sono chegar, quando então iria dormir sozinha, até seu marido chegar. Mas dessa vez foi diferente, e ela resolveu segui-lo.
Patrícia então descontrolou-se, começou a chorar baixinho, enquanto sua voz embargada perguntava a Marcos o que ele pensava dela, como a via como mulher.
Foi então que Marcos realmente a olhou como uma mulher. Era uma mulher bonita, bem cuidada, elegante, e foi mais ou menos o que ele lhe disse. Ela então perguntou se a achava atraente, e Marcos não soube o que responder. Era óbvio que uma mulher bonita, na faixa dos 30 anos, inteligente e feminina, agradaria a qualquer homem, mas confessar isso poderia lhe trazer problemas, e negar seria imperdoável. E o olhar inquisidor dela, ao mesmo tempo desafiante e súplice, não ajudava em nada... Sentindo-se descolocado, foi a vez dele de encher seu próprio copo, para afastar a impressão de ser um garotinho diante da professora, murmurando palavras que nada diziam.
Patrícia então levantou-se, desafiadora, e fez novamente a pergunta, e o que ela viu nos seus olhos lhe deu forças para continuar seu intento. Devagar, começou a desabotoar sua blusa, deixando entrever a curva dos seios bronzeados pelo sol, encobertos com um sutiã pequeno, branco.
Uma sirene então tocou no cérebro de Marcos: não podia acontecer, ela era uma mulher casada, colega de trabalho, desesperada e precisando de ajuda psicológica! Ele tentava dizer isso a ela, mas Patrícia simplesmente foi se aproximando mais dele, enquanto se livrava da saia, que caiu ao chão perto de sua blusa, e vestida apenas de lingerie e seus sapatos de salto alto, veio ondulando em sua direção, e era uma visão encantadora! Mesmo porque havia tempos que Marcos estava sozinho, portanto também carente, mas mesmo assim, seu senso de dever gritava em seus ouvidos, ao mesmo tempo que o macho gritava que queria aquela mulher, aquela fêmea linda e suplicante, querendo o que ele poderia lhe dar.
Patrícia simplesmente parou em frente a ele, o mais próximo que podia, e segurando sua cabeça, puxou-o de encontro a si. Marcos sentia o calor, a umidade, o cheiro de fêmea que se desprendia dela, sua vontade era de agarrar suas nádegas, arrancar sua calcinha, beijá-la como ela merecia e queria ser beijada, mas num último esforço, ele levantou a cabeça, e tentou explicar a ela que ela tinha bebido mais do que deveria, talvez, ou estivesse muito magoada, mas Patrícia, ainda segurando sua cabeça, calou seus lábios e argumentos com um beijo ardente, sedento, molhado, enquanto pegava as mãos dele e as conduzia para seus seios, e num movimento rápido, livrou-se dele também...
O constrangimento e a surpresa de Marcos aumentavam, misturados à sua fome e desejo que cresciam, e Patrícia então empurrou-o bruscamente para trás, sobre o encosto do sofá, e com mãos rápidas começou a tirar a camisa dele, enquanto seu olhar furioso, sua respiração ofegante, seu perfume se espalhando pelo ar, não o deixavam mais pensar em nada além daquela mulher sedenta, faminta, ansiosa, que parecia saber muito bem o que queria. Desabotoando sua calça, a mão dela entrou buscando o que queria, e gemendo, ajoelhou-se em frente a ele e o colocou inteiro na boca, sugando-o com sofreguidão, desejo e malícia, levando Marcos a gemer sem se controlar. Isso pareceu dar a ela mais forças ainda, e despindo-os totalmente, Patrícia subiu no sofá, colocando aquele sexo quente e cheiroso sobre a boca de Marcos, que ele docilmente beijou, e como se fosse inexperiente, parecia testar. Com um urro de tesão, Patrícia sentou-se sobre ele, guiando seu membro duro para a porta de seu sexo, e com um movimento só, enfiou-o dentro dela, enquanto esfregava os próprios seios com volúpia, e levantava seu corpo e o enfiava novamente, num movimento frenético, enquanto seu calor parecia queimá-lo, e Marcos contemplava aquela fêmea enlouquecida de paixão que o devorava com sua suavidade molhada, faminta e louca.
Ele sentiu seu desejo crescendo, os gemidos e palavras dela o estavam enlouquecendo, mas repentinamente Patrícia saiu de cima dele, e começou a beijar seu pescoço, seu peito, e foi descendo em direção à sua barriga, lambendo, sugando sua pele, e foi em direção às coxas dele, afundando o rosto em sua virilha, enquanto com as mãos percorria seu corpo suado, descendo em direção às nádegas dele, arranhando-as de leve com suas unhas longas, arrepiando-o de tesão...
Então a voracidade dela foi aumentando, ela começou a apertar suas unhas nele com mais força, mais ousadia, procurando lugares mais sensíveis, e então se levantou novamente, rainha soberana, porejada de suor, os cabelos úmidos, os olhos expedindo chispas de desejo, e virando-se de costas, sentou-se sobre ele novamente, deixando-o sentir a maciez de suas nádegas de encontro ao seu membro teso, que queria explodir para acabar com aquela agonia, e começou a roçar-se nele, devagar, suavemente, sem pressa...
Marcos então segurou-a com força, e deu a ela o que ela queria, fazendo-a dar um grito de dor e surpresa, mas agora era ele quem comandava, e subjugando-a sem pena, levantava seu corpo de encontro ao dela, forçando, levando-a a delirar de prazer... então num movimento rápido, Patrícia se levantou novamente, puxando seu rosto contra seu sexo ardente, e quando Marcos atendeu aos seus apelos, o corpo dela tremeu, enquanto ela se contorcia...
Desabando sobre ele, novamente sentou-se enfiando-o nela, e começou uma cavalgada louca, dizendo palavras desconexas, se esfregando nele com mais rapidez, mais fúria, cada vez mais rápido, mais, mais...
Então ambos explodiram ao mesmo tempo, ele num grito rouco de satisfação alcançada, enquanto ela chorava por ter alcançado o ponto máximo do tesão...
Ficaram então em silêncio, abraçados, esperando a respiração se normalizar, saciados, cansados.
Sem uma palavra, Patrícia se levantou, vestiu a saia e a blusa, compôs seus cabelos da melhor forma possível, e olhando-o como sempre o cumprimentava no trabalho, deu aquele seu sorriso profissional, e desejou-lhe um ótimo domingo. Virou-se e foi em direção à porta, e saiu sem olhar para trás.
Marcos ficou sentado, olhando para a lingerie abandonada no chão, que ela lhe deixou de recordação, ou talvez como uma muda promessa...