Desejo Incontrolável. Penúlt. Parte.

Um conto erótico de Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 3169 palavras
Data: 14/09/2006 20:42:30
Assuntos: Heterossexual

Desejo Incontrolável. – Penúltima Parte.

Já disse que nunca tinha sentido atração por garotas, o que é pura verdade. E não sei dizer ao certo como Anita invadiu meus pensamentos quando eu me masturbara na cozinha, e muito menos porque isto fez disparar meu orgasmo com tanta violência, tal como se eu tivesse sentido desejos homossexuais a vida inteira.

E depois da sua ligação, meu cérebro voltou a pensar com a rapidez de sempre, ritmo louco, à procura de respostas, mas eram perguntas demais para respostas de menos, e estas não me levavam á nenhuma conclusão.

Os fatos era evidentes e claros: poucas horas antes, durante a madrugada, eu tinha sido comida pelo primo dela, justamente um homem por quem eu não nutria a menor simpatia e considerava o último para quem eu daria, muito menos num canil escuro, enquanto meu namorado dormia meio bêbado. Tais circunstâncias eram para ser absolutamente desfavoráveis, mas beiraram à perfeição. Senti-me como um animal irracional, que fode por absoluta necessidade física, sem ser incomodado, como nós, por pensamentos, estética, afetos. Dei para quem, racionalmente eu me recusaria a dar, por todos os motivos do mundo e senti prazeres que, racionalmente, jamais tinha experimentado. Fui irracional. Só senti. Deixei-me sentir. Dei intuitivamente e gozei como um animal irracional.

E Anita, que era minha amiga, mas não tão íntima para tanto, facilitara tudo. Parecia óbvio que eu fora objeto de um plano diabólico, dela e do primo. Talvez isto me incomodasse se não tivesse sido bom, ótimo, delicioso, surpreendente.

Mas a conversa com Anita deixou-me mais atordoada. Primeiro, porque, ao ouvir sua voz, senti um frêmito de desejo. Segundo, por ela ter confessado que o primo era seu amante, informação que refletia em mim em forma de curiosa excitação, mas também me confundia: porque diabos, ela me jogara no colo dele? E porquê ela fizera questão de me dizer que eram amantes? Não tinha sentido. E o estranho olhar que nos demos, assim que eu e ele saímos de sua casa, logo após a foda devastadora no canil? Não fora apenas de cumplicidade, havia algo mais que eu, saciada como jamais estivera, não soube captar.

As respostas, certamente, viriam daquele almoço com ela. O fato é que mesmo depois de ter me masturbado, eu me sentia num cio doido, com os pensamentos e a curiosidade incendiando minha libido.

Mal acabei de me arrumar, o telefone tocou. A voz dela causou-me outro frêmito de tesão e fez meu coração acelerar. Oi, tá pronta? Estou. Chego em cinco minutos. Tá, vou descer. Espera, posso te fazer uma pergunta? Intuí que alguma das perguntas que me infernizavam viria em seguida. Meu coração acelerou mais ainda. Após um longo silêncio, como estivesse indecisa, sua voz apareceu.

Você quer foder com ele de novo? Era óbvio que eu queria, mas o que ela tinha a ver com isso? Porque você tá me perguntando isso? Me responde, Nanda. Quer ou não quer? Mas isso é tão pessoal, Anita, eu, eu... Anita, eu tô ainda boiando nesta história toda. Sua pergunta não tem sentido. A gente vai se encontrar daqui a instantes e vamos esclarecer tudo. Nanda, não pensa muito, não. Não adianta pensar. Quer ou não quer? Ficou ou não ficou louca por ele?

Para dar um fim àquele diálogo de malucas, disse que adorara a transa, mas louca por ele, não. Você acha ou tem certeza? Tá bom, Anita, toda a certeza, adorei foder com ele, mas nem de longe estou morrendo de amores por ele. Tá bom assim? Tá ótimo, Nanda, pode descer que eu já cheguei há muito tempo.

Fiquei mais confusa ainda, e irritada. Seriam ciúmes? Desci decidida a botar um ponto final naquela história.

No instante em que entrei no carro, porém, percebi que as coisas eram mais complicadas do que imaginava. Foi algo instantâneo e invencível. O olhar e a beleza de Anita encheram-me os olhos e a alma. Apesar de bonita, muito bonita, sua beleza nunca tinha sido percebida por mim daquele jeito. Com tesão. Anita simplesmente exalava uma sensualidade irresistível. Até suas olheiras, escuras, tornavam-na mais sensual. Fiquei sem saber o que dizer. Aquela atração, absolutamente despropositada, me atordoava. Não havia motivos para eu, de uma hora para outra, sentir aquele tesão por ela.

Durante um longo tempo, nada dissemos. Apenas nos olhamos. Tive a sensação de que nada existia mais no mundo, apenas nós duas. Mesmo rendida pela vontade de tocá-la, de abraçá-la, de beijá-la, e tomada por latejos e dormências, fiquei paralisada. Naqueles minutinhos descobri um mundo de coisas, dentre elas, que duas mulheres sabem, como ninguém, quando se desejam e que quando isso acontece vira algo insano. Estava louca por ela. Aprendi também algo meio óbvio. Trepar, na minha cabeça, era dar, ser comida, possuída. Mas agora eu não sentia a sexualidade assim. Eu não queria “comê-la” ou comida por ela: desejava apenas senti-la.

Você está bonita, muito bonita, ela disse, quebrando o encanto que começava a virar mal estar, de tanto que a gente se olhava. E você está linda, muita linda, retribuí, emendando, pegando o fio da meada. O que está acontecendo, Anita? Nada. Como “nada”? Minha vida, de ontem prá hoje, deu um salto no escuro. Sinto-me no ar, super satisfeita, mas com a sensação de que fui e estou sendo manipulada. É isso, Anita? Você tem razão por estar aborrecida. Não estou aborrecida, Anita. Não? Acho que não. Estou curiosa, preciso saber o que está acontecendo. A gente se conhece há dois anos, somos amigas, mas nunca fomos decididamente íntimas, e agora... Íntimas, adoro essa palavra, ela disse meio irônica. Você tá fugindo do assunto, Anita. Não, Nanda. Ela olhou-me, com uma ponta de tristeza, e antes de ligar o carro e sair, segurou na minha mão. A dela estava gelada.

Estou tão confusa ou mais que você, Nanda. O que menos tenho são certezas e estou com medo de enlouquecer. Já dirigindo, sem me olhar para mim, ela começou a falar.

Ele me comeu quando tinha quatorze anos. Foi o primeiro, em tudo. Na boca, atrás, na frente. Não há lugar do meu corpo que ele não tenha tocado. Nunca, eu juro, me arrependi. Sempre gostei dele. Acho que já nasci amando-o. E você tem razão, Nanda, ele sempre foi um tarado. Gosta de garotas novinhas. Até hoje ele gosta. E você é uma espécie de obsessão para ele. Mas sou apaixonada, Nanda. E tenho que você seja a preferida dele. Não fala nada, ainda, deixa eu desabafar. Já transei com outros. Procurei namorar, ele dá até força. Mas sempre quer me comer. E você agora sabe porque eu gosto de foder com ele, Nanda.

O diabo é que problema ele nunca está satisfeito, sempre quer coisas diferentes. Garotas diferentes. Morro de ciúmes, de medo. Mas já chegar a arranjar uma meninas para ele. Faço tudo que ele pede. Há dois meses, passávamos de carro e vi você. Ele ficou absolutamente louco quando a apontei, e soube que era minha amiga. A partir daí você passou a ser o objeto de desejo dele. Aliás, você sempre foi.

Então, a festa na sua casa foi um plano? Foi. Mas você não sabia que eu ia levar o meu namorado? Sabia. Era apenas para aproximar vocês dois, depois a coisa evoluiu. Ele é diabólico, Nanda. Um detalhe facilitou as coisas. Que detalhe? Ele é dono de farmácia, Nanda. Não foi exatamente por causa da cerveja que o Nando dormiu. Você botou alguma coisa na bebida dele? Botei. Você é louca, Anita.

Você já amou alguém sem poder amar? Espera, Anita, não me faz perguntas. Me dá respostas, isso tudo tá me parecendo horroroso. E é, Nanda. Para mim foi horrível, mas ao mesmo tempo gostoso. Ele me obriga a fazer coisas que eu não quero. Aproximar proximar vocês dois me doeu na alma. Mas também me excitou. Ele consegue fazer isso comigo. No fim, eu acabo gostando.

Você sente amor por um desgraçado desse? Sinto, Nanda, sinto. Mas não é só isso. Tem mais, você precisa saber, porque o plano ainda está longe de terminar.

Anita foi direa: ele quer nós duas na cama.

Não me supreendi, era como se já soubesse. Deixei-a falar, já dizendo para mim mesma que o desgraçado jamais tornaria a me tocar.

Ele sempre falou em transar a três, comigo e outra garota. Nunca quis. Nojo mesmo, sabe? Mas eu sabia que ele ia acabar quebrando a minha resistência. E desde que vimos você na rua, tem sido um inferno. Em todas as vezes que transamos, ele falou em você o tempo todo, como uma idéia fixa. Ele sabe que eu sinto ciúmes, mas não imagino que coisa, que poder ele tem de fazer esse ciúme virar tesão. Por mais repugnante que tenha sido no início, depois virou um desejo. Tão forte que eu faria qualquer coisa para ter você comigo na cama com ele. Você não tem idéia de quantas vezes transei com você em pensamento, com um ódio e tesão de assustar.. Tenho medo de que ele passe a preferir você.

Esta madrugada para mim foi uma loucura. Fingi o tempo todo que estava bem. Mas foi inferno saber que ele tava fodendo com você. Um inferno ver vocês dois saindo. Mas o pior disso tudo é que eu estava excitada. Com um tesão absurdo. Enquanto estavam na varanda, consegui ver alguma coisa e sabia que ele tava botando nas suas coxas. Dava prá perceber. Quase morri, sem saber se sentia raiva ou tesão. Chamei você de vagabunda um milhão de vezes, mas quase desfaleci de tesão. Quando vocês desapareceram, imaginei que estivessem na sauna, nunca no canil. Quando ele me disse, chamei você de cachorra, de puta, mas além de inveja, senti uma vontade louca de fazer coisas com você naquele lugar.

Só sei que nada disso é normal, Nanda. Eu tô morrendo de vergonha de você, de mim. Tô confusa, com medo de ficar maluca de vez, tô com tesão, com vontade de chorar...

O choro dela explodiu, convulsivo, obrigando-a a parar o carro. A sinceridade e o sofrimento dela eram mais que evidentes e me comoveram. Eu também estava confusa, com raiva, mas engoli o choro. Ela encostou o rosto no volante. Instintivamente, afaguei seus cabelos dourados. Era a primeira vez que eu os tocava. Macios. Senti minha espinha gelar quando percebi que menos que consolá-la, eu estava acariciando-a com tesão. Isso me fez mal, mas não parei. A maciez daqueles cabelos me dava vontade de enfiar o rosto neles, cheirá-los, lambê-los.

Ela olhou-me. Aquela fragilidade tornava-a devastadoramente mais bela e sensual.

Você não está com raiva? Acho que não, Anita, eu disse, sorrindo para ela. Respirei fundo, um tanto surpresa com a segurança inesperada, somada à consciência do desejo irrefreável senti-la e à certeza de que eu iria realizá-lo. Não disse nada. Apenas coloquei a mão em sua nuca e puxei-a para mim. Acho que mesmo que se estivéssemos no meio de um desfile de escola de samba, eu a teria beijado. Por sorte, a rua estava deserta. Um beijo inesquecível. O primeiro de tantos outros que até hoje incendeiam nossa libido. Chupamo-nos como se os minutos seguintes fossem os últimos de nossas vidas. Senti seus seios duros, os pelos arrepiados em suas coxas, a calcinha molhada, a maciez dos seus pentelhos. Ela retribui com ardor e apertou meu seio, tocou também na minha buceta e se não fosse um desgraçado, que nos viu beijando, buzinar freneticamente e gritar “Beija, sapatão!”, assustando-nos, teríamos gozado. Acabamos rindo da situação, mas saímos dali rapidamente.

Ai, Nanda, você é tão maluca quanto eu, ela disse, olhando-me com alívio. Mas, mesmo depois do susto, eu estava num êstase tão absoluto que não queria pensar em nada. . Só me importava o gosto da sua saliva, da sua boca, da língua morna e rosada, o cheiro e o morno da sua respiração. Experimentá-los deixara-me entontecida. Nunca o beijo de um homem me causara tanto êxtase. Meus lábios estavam dormentes, meu cérebro fervilhava de desejos. O que sentira ao tocá-la ainda permanecia vivo em meus dedos, na palma das minhas mãos. Parecia que eu ainda tocava seus pequenos, seios, um pouco menores que os meus, nos seus mamilos que mesmo sem ver, pareciam delicados bicos de mamadeira, com biquinhos pequenos e sensíveis. Anita chegara a morder meus lábios quando eu os bolinei. Podia sentir ainda sua bucetinha, que me pareceu pequena, delicada e peluda. Estava gostosamente molhada e o calor do seu mel viscoso ainda envolvia meu dedo. Sentia os pelinhos eriçados na sua coxa. E jamais me ocorrera que as coxas cabeludas de uma garota pudesse me causar tanto tesão. Acho que o único termo capaz de oferecer uma idéia próxima do meu estado é encantamento. Digo isso para ela até hoje, com a certeza de que morrerei com a mesma impressão.

E agora?, ela perguntou, nitidamente excitada, dividindo-se entre o tesão e a direção. Respondi sem pensar no que estava no estava dizendo.

E agora, Anita, eu estou num estado meio doido, mágico . E agora, a gente sabe o que é beijar uma menina, e que é bom, muito bom. E agora é que eu tô morrendo de vontade de te beijar novamente, de chupar a tua língua, de te tocar, de te lamber toda, de sentir teu gosto, teus sabores, teus cheiros. Eu também tô assim, Nanda, e apavorada. Por quê? É um tesão que eu não conhecia. Nem eu, até essa madrugada. Será que a gente é lésbica e não sabia? Que se dane. Se o preço de sentir isso for esse, eu pago. Vou ser lésbica até morrer. Você não tem vergonha? Eu? Ora, Anita, vergonha de quê, ninguém tem merda nenhuma com a minha vida, nem com a sua. A gente já tem dezenove anos. Não é mais nenhuma garotinha. E não tenho certeza se depois disso, vou deixar de gostar de homem. Não, tenho certeza sim. São coisas diferentes, Anita, eu acho.

Não sei, Nanda, que é diferente é, mas deixa a gente louca.

A gente podia ir lá prá casa, pedir uma pizza e beijar mais, eu disse. Mas Nanda, e ele? Ele que se dane. Mas, ficou combinado que ele ia encontrar a gente depois do almoço. E daí? Não combinei nada. Manda ele à merda. Você quer ir? Não sei, Nanda. Ele vai me odiar, se a gente não for. Odeia ele também. Não posso, e já disse o porquê. E você, iria? Olha, eu tô morrendo de raiva desse filho da puta, porque acho que ele faz você sofrer. E também não entendi ainda essa relação doida de vocês dois. Agora, que estou por dentro das coisas, menos confusa e ardendo por você, para quê almoçar e encontrar com ele? Não é melhor a gente se comer todinha lá em casa, só nós? Nanda você é mais doida que eu.

Nunca tive tanta clareza na vida, Anita, esse filho da puta é nojento, mas admito que é um puta homem. Acho que um dia eu iria ou vou pra cama com vocês. Hoje, não. Ainda tô com raiva dele. Prá você não ficar mal, podemos almoçar e, depois, eu digo pra ele que eu não quero sair e pronto. Mas eu preferia ir prá minha casa agora. Meus pais chegam tarde do clube.

Anita sorriu e acenou com a cabeça. Não Anita, eu não quero que ele me odeie. Coloquei a mão em sua perna e tornei a alisar suas coxas, sentindo os pelinhos abundantes eriçando-se. Seu arrepio e a penugem macia na palma da minha mão e nos meus dedos roubaram-me o fôlego. Sua bucetinha parecia um íma sugando meus dedos. Ao aproximar-me dela, Anita, olhou-me com tesão, me deu um sorriso cúmplice e abriu as pernas. Tornei a tocá-la. Sentir o calor e a viscosidade intensa do seu caldo levaram minha buceta e meus mamilos entrarem em agonia.

Se não tivéssemos chegado á porta do restaurante, teríamos sofrido um acidente. Anita, à beira do gozo, parou o carro abruptamente, de qualquer jeito, e tocou-me também. Bastavam uns míseros segundinhos para a gente explodir, mas o guardador corria na nossa direção e tivemos que parar. Ele insistiu para Anita acertar o carro e isso nos esfriou um pouco.

Subimos a pequena escadaria do restaurante de braços dados, nos amparando, com as pernas bambas de tesão. O restaurante estava quase vazio e escolhemos a mesa mais isolada.

Adorei beijar você, eu disse olhando em seus olhos, sem acreditar no meu despudor. Também adorei te beijar. O que me deixa mais confusa é isso acontecer aparentemente do nada. Você, talvez, não, porque já vem sendo influenciada pelo teu primo, mas eu não. Tá com medo? Não, tô maravilhada e quero mais, muito mais. Eu também, Nanda.

Pedimos vinho. Bebo pouco, mas mesmo assim, esse pouco sempre tem o poder de fazer meu sangue ferver. É quase imediato. Quando os sanduíches vieram, enormes, acompanhados de creme e batatas-fritas, o vinho já fazia seus efeitos. Peguei uma batatinha e mordi devagar, na ponta dos dentes, como se fosse um dos seus mamilos, que eu ainda só conhecia pelo tato. Ao abrir o sanduíche para colocar o creme, as generosas fatias de rosbife, rosadas, fizeram-me imaginar sua bucetinha aberta. Olhei para Anita, mostrei-lhe o sanduíche aberto, e, discretamente, dei uma lambida na carne, dizendo em seguida que preferia que fosse a carne dela.

Sentiu a lambida? Senti, ela respondeu vermelha como um pimentão, mas adorando a safadeza. E fez o mesmo no dela, como se tivesse lambendo a minha. Estremeci. Passei uma quantidade generosa de creme na carne e tornei a lambê-la. Teu creme é uma delícia. Ela fez o mesmo. E nos chupamos imaginariamente até o creme dos dois potes quase acabasse. Meu desejo era saltar em cima dela e nos devorarmos ali mesmo.

E tínhamos tomado apenas uma taça de vinho, ainda.

Cerca de meia hora depois, já com duas taças acima da humanidade e ardendo de desejo uma pela outra, o celular dela tocou. Era ele.

Não, não vamos demorar. Tudo ótimo, muito bem. Vinho, claro. Não, ainda não, estamos decidindo. Não sei, ela ainda não disse. Não, não tenho a menor idéia. Foi tudo bem. Mais gostoso do que eu imaginava. Não, depois eu conto.

Percebi que estava louca para contar sobre nosso beijo. Eu, no lugar dela, teria me aproveitado para infernizá-lo de curiosidade, mas acabei dando de ombros e disse que contasse logo.

Poderia culpar o vinho pela minha decisão. Mas ele não teve a menor culpa. Acho que a gente tem pensamentos que não percebe e vontades que não sabe que tem, e tudo fica tão oculto que só descobre em determinadas situações extremas ou inesperadas.

Tinha entrado naquele restaurante aflita de tesão em Anita e com raiva dele, apesar do prazer que ele me proporcionara. Planejava, simplesmente, enrolá-lo até o último minuto e deixá-lo a ver navios. Mas agora, ao sair, com mais tesão ainda, pressenti, ao vê-lo, que estava redondamente enganada.

Meia hora depois, estávamos em seu apartamento.

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Comentários

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Tive que interreomper minha leitura p fz um comentário...rssr. A forma que vc escreve é mt gostsa e diferente dos outros, tem algo(que na minha opinião) fz lembrar um texto ou outro liter´rio que já li.Vc escreve muuuuuito bm.Ja pensou em escrever um livro?vc me fz lembrar de um livro de João Ubaldo \Ribeiro: A casa dos Budas Ditosos. Leia ele qnd tiver oportunidade...Parabéns!!!E qnd tiver algo novo e quiser me enviar me e-mail é menina.sapeca86@gmail.com

Um xerinho

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olha eu aq novamente

vou subir a nota dos seus contos ta amor?

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