O carcereiro abriu a cela e empurrou-me para dentro de meu novo lar.
Somos em 12 homens dentro deste cubículo.
O ar cheira merda e mijo. Sinto náuseas. Não consigo segurar. Faço uma expressão de nojo.
Um mulato alto e forte, sem os dentes na boca, com um sorriso molhado e repugnante, se aproxima de mim.
- Não gostou da suite, boneca?
Tento me afastar com um ar apavorado. Ele me segura pelo cós da calça, quase me ergue do chão. Minha expressão de pavor provoca-lhe uma gargalhada.
- Não esquenta não, bichinha. Aqui quem manda sou eu. E eu vou te proteger. Você vai ser minha mulherzinha. Vai fazer tudo o que eu mandar. Estamos entendidos?
Diante de meu silêncio ele abre a braguilha e retira de sua calça um pênis negro, entumecido, embora flácido de respeitável tamanho. Balança aquela coisa grande no ar.
- Olha o que te espera, viadinho. Isto aqui vai entrar tudinho na tua bunda. Você vai ver estrelas. Vai aprender a tratar bem da tua mulher. Aqui todos estão sabendo de suas cornices. Entregou a mulher para outros machos, né? Agora tu vai ver o que é levar uma pica, seu puto.
Dizendo isto puxou-me contra seu corpo e lascou um beijo nojento na minha boca. Fiz ar de repugnância. Ele virou o braço no ar e lascou-me um tapa no ouvido. Cai. Fiquei surdo, tonto. Tentei me levantar. Outro tapa na orelha.
- Isto é para tu aprender a respeitar o teu macho.
Passei o resto do dia sentado num canto, cabisbaixo, lembrando do meu antigo lar. Conforto, um certo luxo, roupas de cama cheirosas e macias. Minha esposa levando café na cama vestida com roupas de seda. Lembrei-me de seus carinhos e dedicação. Eu a amo muito. Tento entender o motivo dela ter me delatado. Claro, ela tinha toda razão. Minha mente doentia só pensava em usá-la para satisfazer as minhas taras. Minhas perversões haviam chegado ao limite. Aquele estupro programado em que 3 homens lhe provocaram tantas dores havia sido a gota d´água. E eu achava que ela tinha gostado, que havia sentido prazer.
Nas minhas horas de lucidez eu me arrependia dos meus atos, mas era um arrependimento barato. Logo eu era tentado por alguma idéia louca e colocá-la em prática passava a ser um objetivo a ser cumprido.
À noite, deitado no piso duro e frio, o sono não vinha. Rezei. Ou melhor, tentei rezar. Os pensamentos pecaminosos misturavam-se com a minha prece. Vou arder no fogo do inferno, pensei.
Senti um movimento leve atrás de mim. De repente uma respiração ofegante. Um braço passou pro cima do meu corpo. Agarrou-me e puxou-me. Senti aquela coisa dura encostando em minhas nádegas. Uma mão baixava minha roupa. Calça e cueca nos joelhos. Um dedo afundou no meu ânus. Senti dor. Tentei me afastar. Não tinha forças para tanto. Resignei-me. Não tinha como reagir. Aquele dedo enterrado em meu rabo era para abrir caminho para algo muito maior. Forçou-me a ficar de barriga para baixo. Senti a pressão e o peso de um corpo sobre mim. Aquela tora já estava encostada em meu ânus forçando passagem.
- Ai! Gritei.
- Quieto, bichinha. Vai levar no cu sem reclamar, como uma mulherzinha comportada.
- Por favor, tá doendo.
- Você teve dó de sua mulher, seu corno? Você atendeu quando ela pediu pra você lhe acudir? Não, viado. Ficou punhetando essa mixaria vendo os caras fodendo-a, seu puto. Vai levar ferro no cu pra aprender, filho da puta.
Ele já havia feito eu me livrar de minhas roupas. Estava nu da cintura para baixo.
- Afasta as coxas, querida. Abre as pernas. Vai levar pau no cu bem quietinho. Se chorar vai apanhar na cara.
Dizendo isto empurrou seu corpo sobre o meu com toda a força. Senti minha carne sendo rasgada e lembrei-me dela. Era o mesmo sofrimento pelo qual ela havia passado. A dor era insuportável.
Lembrei-me do que ele havia dito: - Se chorar vai apanhar na cara. Para não chorar mordi minha própria mão com força. Lágrimas de dor cairam em meu rosto. Estava arrombado. Aquele caralho grosso havia acabado com minhas pregas. Eu estava tomando no cu como ela havia tomado. E era apenas a primeira noite de muitas naquela cela imunda.
Mal sabia que meu sofrimento estava apenas começando.