E por gostar de sexo, ter uma família que não era moralista e estar mais do que acostumada a falar abertamente sobre isso, pensei que minha primeira experiência sexual completa, deveria acontecer. Afinal, eu já estava com 16 anos, para que esperar mais!
Mas quem, hein?
Eu estudava num colégio de freiras, vivia rodeada de meninas - tinha até tido uma experiência "sobrenatural" com uma amiga dois anos mais velha - e os meninos que por lá apareciam, eram muito "novinhos".
Os novinhos, naquela época, não me pareciam ser experientes... Mais tarde, descobri o outro lado... mas essa história fica para outra vez.
Aconteceu que nosso professor de História nos passou um trabalho sobre a época da ditadura.
Através de uma colega de sala, chegamos a um homem, Pedro, que havia sido ativista, militante esquerdista e que morava bem perto da escola.
Marcamos o trabalho, em grupo, na casa dele. Nosso professor foi também, acompanhando a turma de 5 meninas.
Assim que ele abriu a porta, senti um uma emoção diferente: era ele que eu queria para a minha primeira vez!
Ok... entre querer... poder... e foder, há uma diferença enorme!
Sem contar que, no meu grupo, estava Magda, a Lolita gostosona
Certo, eu também acho que se fosse homem desejaria a Magda. Ela era "a linda": mais alta do que a média, pernas longas, corpo delineado e um sorriso de dar inveja, com dentes brancos, alinhados e brilhantes. Na realidade, ela inteira brilhava: sua pela morena clara tinha uma textura que até hoje eu procuro dentro de cada vidrinho de cosmético.
Pedro nos recebeu cordialmente e não conseguia tirar os olhos da menina. Respondia educadamente às nossas questões, mas dirigindo a palavra a ela.
Os outros, ouviam.
Eu, além disso, pensava.
Depois de acabada a entrevista, Pedro serviu um suco de alguma coisa indetectável e nosso professor levantou, fazendo menção de ir embora.
Hummm... isso iria requerer um plano B!
A casa de Pedro ficava a um quarteirão da minha.
Obviamente, comecei a "fazer a ronda", de bicicleta, todas as tardes, depois da escola.
Via Pedro saindo da garagem no seu carro, um Fiat 147, azul. Sozinho, sempre sozinho.
Comecei a controlar o horário... perto das 14:30 às terças e quintas e nos outros dias da semana, logo depois do almoço.
Escolhi uma segunda-feira e tomei coragem de por o plano em ação.
Matei a última aula, convencendo uma freira de que, se não fosse para casa, iria morrer de cólica ali mesmo.O que Deus pensaria disso?
Tomei um banho demorado, me perfumei e vesti um uniforme limpo, com calcinha e sutiã imaculadamente brancos.
A camisa da escola ajudava bastante e nem sei como as Irmãs deixavam que o pessoal do Colegial continuasse usando o mesmo tecido fino e transparente que usávamos no primário.
A saia, eu diminuí enrolando na cintura.
Peguei minha mochila, montei na bicicleta e fiquei na porta da farmácia, bem ao lado do prédio de Pedro.
Assim que vi o bico do carro, joguei a bicicleta contra o portão, cuidando para não atingir o carro.
Sim, me dei mal. Pedro freou bruscamente, mas eu acabei caindo de verdade e feri o joelho.
Ele desceu do carro, já nervoso!
- Mas tem que olhar por onde anda, menina!
- Não foi nada. Desculpe.
- Espere, eu te conheço...
- Sim, do trabalho sobreai, está doendo!
Meu joelho sangrava, mas a vergonha era maior. O plano inicial era que ele se assustasse e isso provocasse algum tipo de contato físico, de amparo, de convite... Mas ele nem me tocou. Falava de longe.
- Você está bem, acha que quebrou alguma coisa?
- Não, não! Não quebrei nada, só esfolei o joelho.
- Você mora perto daqui?
PÉIM!!!!!
Pergunta errada! O que ele teria que falar, na minha fantasia era:
"- Quer subir e cuidar desse machucado?"
- Moro sim... mas estou sem a chave. Voltei mais cedo da escola...
- Vamos até a farmácia então.
PÉIMMMMMMMMMMMMMMMMM!!!!!! Segundo fora.
- Não precisa, eu vou voltar para o colégio e passo na enfermaria.
- Tudo bem então... escute...Não quer mesmo alguma coisa?
- Não. Pode deixar. Obrigada.
- Tá, se precisar, sabe onde eu moro... é Magda seu nome, né?
Não, não era Magda, idiota!
- Meu nome é Fernanda. Tchau.
Peguei a mochila do chão, subi na bicicleta e tentei enxergar a rua por trás das lágrimas.
Quando virei o quarteirão, percebi que o carro dele estava ao meu lado.
- Só estou conferindo se não quebrou nada, disse, sorrindo timidamente.
Daí que vi o sorriso mais lindo do mundo. Pedro era grisalho, magro e muito alto. Mãos longas, unhas roídas e amareladas pelo cigarro.
Parei a bicicleta e disse, confiante:
- Sabe, preciso sim de uma coisa.
- Pode falar.
Eu queria falar. Eu iria falar.
- Preciso daquele livro do Frei Beto que vi na sua estante.Para terminar minha parte no trabalho, sabe?
Pedro vasculhou a biblioteca mentalmente e falou:
- Claro! Só que não posso emprestar. Está autografado e tenho ciúme dos meus livros. Se quiser, olhe, copie o que quer, mas na minha casa. Pode ser?
Uhu!!!!!!!!!!!!
- Tá. Amanhã?
- Amanhã... sim, amanhã antes das duas. Espero você.
Claro que não dormi. Nem comi, nem pensei, nem falei. Estava estática, parada, como que catatônica ante a possibilidade de estar sozinha com Pedro, na casa dele. E nem queria mais transar. Queria casar com ele. Queria que ele me levasse para conhecer o mundo, para dentro das paisagens das fotos que vi em sua mesinha de apoio na sala.
Preparei meu melhor sorriso, respirei fundo e toquei a campainha segurando, nervosamente, o caderno e um estojo.
- Oi.
- Oi, disse ele levantando a mão direita, sem me tocar. Seja rápida, recebi um telefonema e preciso sair daqui a pouquinho...
- Ah...
Peguei o livro e sentei na cadeira da mesa de vidro da pequena sala.
- Quer um suco? disse, já estendendo um copo. E seu joelho, melhorou?
Afastei as pernas e mostrei o local do machucado.
- Ainda dói.
- Sabe o que é própolis? É bom para não infeccionar.
- Já infeccionou.
- Nossa! De ontem para hoje? Falei que devia ter ido à farmácia. Vou pegar a própolis.
Ele ajoelhou perto da cadeira e passou no ferimento, um algodão molhado num líquido amarelo.
Sua proximidade me excitou muito. Sentia o calor de seu corpo, sua respiração, seu cheiro.
Abri as pernas.
Ele olhou nos meus olhos sem dizer nada.
- Menina, não podemos fazer nada...
- Não disse que íamos fazer alguma coisa...
Ele se afastou e sentou no sofá, de frente para mim.
Eu sentia o rosto corado e não desviei de seu olhar.
- Posso sentar do seu lado?
- Não, fique aí. Mantenha distância. Não quero me arrepender depois.
- Do que iria se arrepender?
- De chegar perto de uma menina... de uma menina que está me deixando louco...
Essa era a deixa. Abri o primeiro botão da camisa do uniforme.
- E se a menina queiser se arrepender?
Ele passou a mão, instintivamente, pela calça, de onde já se via um volume.
- Se ela quisesse se arrepender ela continuaria sentada, mas tiraria a calcinha...
Levantei um pouco a bunda e tirei a calcinha, com a ajuda dos pés. Abri as pernas e subi um pouco a saia.
- Oh...
Ele se encostou no sofá, jogando o corpo para trás e fechando os olhos.
- Só isso? Não posso me arrepender disso...
Molhei os dedos no suco e passei pela buceta, bem devagar.
- Não faça isso, não faça isso...
Ele gemia e se masturbava, esfregando o pênis duro sob a calça.
Levantei e fui em direção ao sofá.
- Por favor, por favor, não, não! Fique lá, fique longe, por favor, menina...
Cada vez que me chamava assim, mais o meu tesão crescia.
Voltei à cadeira, sentei e comecei a me masturbar, abrindo um pouco mais os botões da camisa e passando a mão pelos mamilos pequenos e duros.
O grito de prazer de Pedro me assustou. Ele havia gozado forte e só naquele momento percebi que já estava com as calças abaixadas.
Continuei os movimentos, olhando bem em seus olhos e gozei.
Enquanto ele vestia a calça, eu procurei minha calcinha e fechei a blusa.
- Acho que tenho que ir.
- Pelo menos copiou alguma coisa? - disse, rindo abertamente.
- Não, nada...
Ele pegou minha mão, segurou os dedos com os quais eu tinha me masturbado e os colocou na própria boca, sugando delicadamente.
- Então, menina, volte quando quiser.
Eu voltei. Muitas outras vezes!
Pedro e eu nunca chegamos às vias de fato. Dois meses de muito voyerismo depois, eu me "apaixonei perdidamente" pelo jogador de vôley do prédio ao lado, o cara "mais lindo do mundo"!!!
Ele continuou me ligando nas tardes quentes daquele novembro e sondando, vez em quando, a porta do meu prédio.
No último telefonema, falou:
- Menina, o que vai ser de mim, agora?
Tenho certeza de que ele estava chorando.