UMA CONVERSA EM UMA NOITE...
É impossível manter um segredo desse porte por muito tempo, sabia que Inês desconfiava que alguma coisa havia, mas Cristina disfarçava bem e Glória era minha grande preocupação.
Quinta-feira, 9 de dezembro de 2004
Era quase meio dia quando sentei no banco de madeira na praça em frente da casa de Berenice, o sol parecia mais quentes e a camisa molhada de suor incomodava, esperava Inês para irmos para casa. A porta da casa fechada, sabia que minha cunhada e minha sobrinha não estavam em casa.
Tu não quer entrar tio? me espantei e olhei para trás.
Glória tinha me visto e correu, vestia a farda tradicional do diocesano: saia azul escuro com pregas, camisa branca, sapato de boneca.
Vem, deixa eu te servir um suco de maracujá pra matar esse calor... sorria, pegou minha mão.
Entrei e fui direto para a copa, sentei e Glória serviu um copo com suco.
Não vi Cris hoje no colégio... sentou e tirou o sapato e a meia, ficou massageando os pés Teve alguma coisa?
Amanheceu meio gripada... tomei o resto do suco e servi outro copo.
Glória saiu para o quarto, fiquei só, pensava na vida.
Vocês vão pra quinta no final de semana?
Voltou, vestia uma camisa grande que tinha roubado de minhas coisas, abriu a porta do quintal.
As pequenas querem ir... sentou no batente Adoraram a farra...
Virou, olhei para ela temendo terem falado para alguém.
Mas não falaram nada pra ninguém, não é?
Preocupa não tio, elas são cabeça... sorriu e coçou a perna Paola ficou doidinha por ti...
Não fossem elas com certeza já teria traçado a garota, mas tinha Cris que me bastava, apesar do medo constante de sermos descobertos.
Ela sabe sobre Cris e... E você?
Sabe não, se soubesse tinha sido diferente... Tu não conhece aquela pequena...
Olhei as horas, faziam quase vinte minutos que estava lá.
Mas não teve nada entre a gente... olhou, no olhar meio sério uma pitada de safadeza Tu não quis me comer...
* * * * * *
Berê vai vir aqui hoje... Inês saiu do banheiro enxugando os cabelos Achei meio estranha, deve ter acontecido alguma coisa.
Levantei e entrei no banheiro, Inês sentou na cama e olhou para a janela, a lua parecia um disco brilhando na grande radiola do céu, sons de grilos e piados de coruja.
Estava pensando naquela viagem, lembra? deixou o corpo cair para trás Não sei porque, mas Cris me deixou preocupada...
Gelei, minha vista pareceu faltar, segurei na pia para não cair. Esperava que esse assunto viesse há mais tempo.
Que foi, está sentindo alguma coisa? viu minha silhueta refletida no espelho do guarda-roupa.
Não, só estou cansado, esse calor infernal... entrei debaixo do chuveiro.
Inês ficou olhando a porta do banheiro, escutou o som do jato de água e deitou, encolheu as pernas e fechou os olhos. Quando saí ela estava quieta, olhei o corpo nu, a ponta da xoxota e suspirei. Sentei na beirada da cama, passei a mão na costa macia, pele suave.
Tu ainda me amas? olhou para mim.
Tu sabe que sim, sempre te amei...
Ela piscou e voltou para a posição fetal.
Berenice falou uma coisa no sábado... Não sei se era por causa da bebida... a voz sumida Tinha até esquecido, mas...
O que foi que ela falou?
Virou para mim, o corpo ainda era de uma mocinha, não tinha como dar os trinta e sete anos bem vividos, seios firmes, pernas bem feitas e nenhuma risca de ruga na face.
Ela acha que Glorinha não é mais virgem... suspirou Será que nossa Cris já...
* * * * * *
Está bom de parar Berê... Inês estava preocupada com a irmã Tu já estais falando o que não deve...
Berenice olhou para a irmã e sorriu, segurou a mão.
Somos as ultimas a saber minha mana... olhou para a filha sentada conversando animada com Paola Tenho quase certeza que aquela ali já ando provando pau...
Não fala essas coisas de tua filha, tem só quatorze anos, ainda é criança...
Idade não quer dizer nada... sorriu, no rosto muitas lembranças Provei da fruta com a mesma idade, lembra?
Foi diferente mana, tinha o João e eu...
Ele ta ali... apontou Tu não acha que essa amizade com ele está saindo pelas beiradas?
Inês olhou para a sobrinha e para o marido que conversava com a filha, falavam baixinho e riam, Cris vez por outra abraçava o pai, via os seios apertados no peito dele.
Tu estais ficando doida Berê, está na hora de parar de beber...
Escuta, soma e vê se o resultado não é igual a voz pastosa Desde quando começou esse negócio de ficar daquele jeito na frente dele? Olha mana, acho que nosso João ta papando minha Glorinha...
* * * * * *
Berenice chegou pouco depois das sete da noite, Glória correu para o quarto onde Cristina mexia no computador.
Ei gatinha! meteu a cara na porta Ta muito ocupada?
Cristina virou e sorriu, levantou e abraçou a prima.
Que foi, teu pai falou que tu amanheceu gripada? puxou a porta e passou a chave Ele teve lá em casa...
Mamãe falou... puxou a prima e pularam na cama Quais as novidades?
As meninas perguntaram por ti... tirou a sandália e sentou cruzando as pernas Se tu não tiver cuidado Paola fica com o tio...
Riram, Cristina falou que não tinha medo.
Ninguém me toma ele... ficou séria E o que tu queria falar que não disse no telefone?
Glória suspirou e levantou, foi até a janela e virou.
Mamãe fez umas perguntas... olhou para a prima Ela está desconfiada... Perguntou se eu era virgem e um bando de coisas, fiquei zonza de tanta pergunta...
Cristina sentiu um frio subindo na barriga.
* * * * * *
Cadê nosso marido? Berenice sussurrou no ouvido da irmã.
Ta no quarto... saíram para o terraço, sentaram Conversei com ele sobre aquilo...
Berenice ficou séria, tinha conversado com a filha e estava em dúvidas, faltou só pedir que abrisse as pernas para ver.
Também conversei com Glória... suspirou Sei não mana, acho que isso pe loucura minha...
Ela falou o que?
Negou tudo, disse que não tinha nada a ver... piscou nervosa Só faltei pedir que abrisse as pernas para eu ver...
Inês balançou a cabeça imaginando como a sobrinha se sentiria se tivesse pedido.
Ainda bem que tu não fez isso... cruzou as pernas, olhou para o céu, a lua dava um toque de harmonia Acho que não aconteceu nada...
Ficaram em silencio, pelas cabeças imagens desconexas, medo de que fosse realmente verdade.
E se fosse? Berenice olhou para a irmã E se ele tivesse comido Glória e... E Cristina? calou, Inês olhava para ela, não falou nada Fomos as duas para a cama com ele...
Não sei... no peito uma dor de dúvidas Será?
* * * * * *
Está tarde gente, porque vocês não dormem aqui? Cristina estava sentada no colo do pai e Glória no colo da mãe O pai dorme na sala, né velhão? As damas tem prioridade...
Sempre sobra pro coitado aqui... brinquei Onde está a igualdade de direitos entre homens e mulheres?
Qual é tio, tu vai deixar tua cunhada querida dormir no sofá? Glória entrou na brincadeira Então?... Então tu pode dormir ou com elas ou conosco...
Inês olhou para mim e sorriu, viu minha mão no colo de Cristina caída displicente entre as pernas, quase tocando na risca da xoxota coberta pela calcinha fina e folgada de dormir.
Por mim tudo bem, pode dormir no quarto... falou e olhou para a irmã Tu dorme na rede...
E perder uma noite inteirinha, dorme tu! riu Vou aproveitar a costela do cunhadão...
Continuamos brincando até quase uma da madrugada, os galos já cantavam quando fomos deitar.
Se tu quiseres pode dormir com elas amor... sussurrou em meu ouvido Mas no nosso quarto tem coisa mais gostosa... riu.
Acho que Cristina e Glória tiveram esperança de que eu fosse dormir com elas, mas depois da conversa com Inês achei prudente não dar corda para o azar. Dei boa noite para as duas e Cristina apertou meu pau, Glória sorriu e quando fui beijá-la não consegui evitar que fosse na boca, Cristina beliscou a prima, Berenice deve ter olhado.
Quem fica na rede? perguntei.
Berenice e Inês estavam no banheiro quando entrei, fechei a porta e tirei a rede do guarda-roupas.
Eu não quero rede! Inês falou.
Nem eu! Berenice também falou.
Ia sobrar mesmo para mime armei, peguei um lençol e um travesseiro.
Deixa essa rede de mão rapaz! Berenice saiu do banheiro só de calcinha Dorme todo mundo junto, não vai ser a primeira vez...
Inês saiu e falou o mesmo, deitamos, Inês no centro.
Vamos pra quinta amanhã? Berenice apoiou a cabeça na mão Quero encher a cara de novo... riu.
Não quero bebedeira todo final de semana gente Inês já tinha falado que não gostava de ver a irmã naquele estado E vamos só nos, fala com tua filha amor, para não levar ninguém...
Ué? Fala você, é tua filha também... brinquei com ela.
Ficamos em silencio, apenas a luz do abajur acesa, um tom azulado enchia o ambiente, Inês olhava absorta o teto, Berenice pensava em Glória e fazia carinho na barriga da irmã, queria ter coragem de perguntar, mas preferiu ficar calada.
Um doce pelo teu pensamento... falei depois de prestar atenção em Inês.
Tava pensando em nada não... sentiu a pele arrepiar, Berenice bolinou no bico do peito.
Novamente caíram no silencio, Inês tornou cair no abismo das imagens cheias de desconfianças. E se for verdade, como agir?
Eu tinha quase certeza de que as duas pensavam nas filhas, mesmo Inês não mencionando Cristina eu sabia que ela desconfiava. O que fazer, será que devo falar toda a verdade? Não sabia, mas tinha de acontecer um dia e esse dia estava custando demais.
Vamos ficar calados ou vamos trepar? Berenice suspirou, a pele da irmã eriçada e sua buceta melada.
Inês riu e virou para ela.
Tu és mesmo uma sacana... a irmã riu e levantou as pernas, tirou a calcinha Tu spo ficou por isso...
Berenice riu, abraçou a irmã e esfregou a calcinha em meu rosto, passou por cima de Inês e deito em cima de mim, a mão entrou em minha cueca e apertou meu pau.
E tu achas que ia perder essa noite? lambeu o bico de meu peito Se tu não queres, quero eu...
Sempre foi assim até que casou, nossa juventude foi cheia de aventuras a três, atual.