<tt><Center>Simone, uma história de amor Episódio 03</Center></tt>
<center><strong><b>INSTITUTO DO INSTINTO</b></strong></Center>
<Center><tt><b> Quinta-feira, 27 de novembro de 2003</b></tt></center>
<blockquote><b> Edu já estava impaciente com a demora dos dois e quando eles apontaram, a-briu os braços.</b></blockquote>
Pensei que tu não vinhas! abraçou Regis e deu um tapinha na costa de Lira A polícia passou por aqui!
Rosângela saíra com o carro e Simone de bicicleta.
Polícia? Regis não entendeu.
Tua mulher primeiro e depois aquela deusa de tua filhinha... Rapaz! Tá cada vez mais bo-nita... Regis olhou para Lira que baixou a vista Queria ser um pouco mais jovem para... parou de supetão ao dar-se conta que Regis poderia não gostar da brincadeira Quem é o felizardo que namora ela? ficou preocupado com o que falara Ela namora, não namora?
Lira pediu cerveja e copos, Regis se aproximou dele e passou o braço em seu ombro.
É!... Deve ser um felizardo mesmo... puxou Lira para si e apertou, com carinho, o ombro do amigo.
<blockquote><i> Arrumou as bolas e começaram jogar, rindo dos casos que Edu contou ou das piadas, velhas conhecidas, que Regis não perdia oportunidade de contar.</i></blockquote>
Teu pai esta desconfiado de alguma coisa! falou baixinho Ele conversou contigo?
Se encontraram no supermercado, Raimunda foi quem primeiro o viu e chamou atenção da garo-ta.
Ele perguntou se eu sentia alguma coisa a mais por ti falou pensativa olhando para os lados preocupada em ser vista conversando sem a costumeira antipatia Tô morrendo de sau-dades, amado! sussurrou enquanto escolhia um sabonete na gôndola Tu vais pro sítio?
Regis ligara cedo convidando para passarem o final de semana no mato e ele ficou de confir-mar.
Tu vais? perguntou igualmente sussurrante.
Só se tu fores! acocorou para escolher melhor Ele falou alguma coisa contigo?
Queria poder conversar com ela sem ter que esconder a avalanche de sentimentos que batia no montão no peito.
Preciso conversar contigo... Vê se arruma um jeito hoje à noite?
Tiveram que se afastar, dona Francisca chegou e puxou conversa com Simone. Lira continuou colocando os produtos no carrinho sentindo a respiração, entrecortada, fremir o corpo. Ti-nha que arranjar uma maneira de assumir, de vez, o namoro com a garota.
Seu Lira! Raimunda chamou Como é que o senhor vai? sorriu para ele.
Lira parou novamente e conversaram animados sobre as coisas da mulata. Raimunda estava doi-dinha para saber das novidades e se eles acertaram alguma coisa estava se revelando um cupido de valor.
Tô precisando ficar a sós com ela... Lira falou baixinho.
Raimunda ficou brincando com um tubo de desodorante na mão com o semblante carregado, como se matutasse uma resposta que agradasse ao amigo.
Acho que seu Regis está desconfiado... falou baixinho Ele andou querendo saber se vo-cês têm se visto.
É sobre isso que preciso conversar... olhou para Simone que conversava animada com dona Francisca Vê se dá um jeitinho hoje!
Sei não, seu Lira... olhou para ele, séria Tô meio preocupada... Pode sobrar pra mim!
Preocupa não... Vai dar tudo certo!
Raimunda não respondeu, apenas caminhou em direção de Simone e cochichou alguma coisa em seu ouvido. Lira ainda ficou observando as duas antes de retomar as compras, Simone riu pa-ra ele antes que dobrasse a esquina da gôndola.
Terminou as compras e não viu mais as garotas, achava que não ia dar pé o plano de encon-trar-se com Simone. O telefone tocou, ele correu para atender e não conseguiu identificar o número que apareceu no bina.
Alô! falou a meio tom Sim?
Tu vais com papai? reconheceu a voz da garota.
Te falei! Só se tu fores... Onde tu estais?
Na praça, tô no orelhão... Tu gostas de mim?
Tu sabes que sim... murmurou sentindo acender os sentidos Tens dúvidas?
Tu sabias que ainda sou virgem? escutou o sorriso maroto da garota Na frente... ri-sinhos Meu cuzinho tu já comeste... ele sentiu o cacete endurecendo Sabia que bato siririca pensando em ti?
E aí? Vai dar hoje? Lira estava ansioso para saber se ela viria em sua casa.
Tu vais na casa do vovô hoje? desviou o assunto.
Não sei... Talvez! não estava com coragem de encarar Regis antes de conversar com ela E teu pai?
Que tem ele?
Conversou contigo?
Já falei... Perguntou se eu gosto de ti...
E tu?
Disse que sim! riu baixinho Acho que ele vai terminar pirando... Perguntou se era gostar de mulher pra homem! falou compassadamente como se escolhesse as palavras Ri de-le e disso que não sabia... E ele perguntou por que eu te trato assim e falei que gostava de te ver aperreado!
Como é? Vai dar hoje? insistiu.
Dou!
Sei... Tu queres que eu vá na tua casa? torceu para que ela dissesse que não.
Quero! fez uma pousa longa Quero te chamar de chato! riu e desligou.
<blockquote><i>Lira ainda ficou ouvindo o bip bip do aparelho antes de desligar e ir para a cozinha terminar de arrumar as compras. Tomou banho, vestiu uma bermuda caqui com camiseta sem mangas branca, coou café e saiu.</i></blockquote>
Lá vem aquele chato outra vez! fechou a cara Não sei o que ele tanto quer aqui!
A avó fuzilou com faísca no olhar, a neta estava passandos dos limites e nem era mais uma criança.
Teu pai te dá muita corda negra! olhou o carro estacionando Fosse antiogamente ia dormir de couro ardendo...
Mas a vontade mesmo era correr e se dependurar no pescoço, mas o teatro tinha de continuar, foi assim desde o início.
Boa noite gente... olhou para Simone Olá oncinha?
Não fala comigo seu chato... levantou, a cadeira caiu Tu não tem vergonha mesmo... - pisou forte e entrou.
Simone volta aqui! a avó chamou.
Deixa ela... sorri sabendo que era tudo finta Já estou acostumado...
Olhou para o corredor, ela estava parada olhando para ele, sorriu e fez sinal que iria para o quarto dos fundos.
Lira sentou e aceitou o café fumegante, conversou um pouco louco de vontade de correr logo para onde ela estava.
E Regis, está lá dentro?
Ta não, foi a Paraibano receber umas encomendas... Acho que volta só amanhã...
Levantou e entrou dizendo ir beber água, Raimunda riu e apontou a porta do seu quarto.
Demora não seu Lira senão os velhos desconfiam...
Estava debruçada na janela olhando o escuro do quintal.
Porque tu demorou... ronronou quando abracei pelas costas.
Virou e beijou a boca com gosto de cigarro, segurou no ombro e sentou na, abriu as pernas e levantou o vestido.
A danada ta melada...Passa a mão...
Passei, tinha depilado, estava liso e molhado, ela suspirou.
To doida pra te sentir... beijou os olhos e abriu as pernas sentindo a mão passear e o dedo roçar na abertura Não aguento mais amor...
A vontade era fazer ali mesmo, mas o instinto de preservação soou mais alto, tirei a mão e ela choramingou.
Ficamos abraçados sentindo nossas respirações e o pulsar de nossos corpos. Soou como uma explosão a batida, Raimunda avisou que a avó estava vindo.
E se ela nos visse assim? Simone riu Ia ter um troço...
Um dia vai ver...
Ficaram calados escutando a avó falar com Raimunda.
O pai vai te convidar pra passar o próximo fim de semana no sítio... sussurrou Se tu for eu vou..
3b
Sexta-feira à tarde confirmou que iria com Regis para o sítio.
Levo o que? perguntou ao telefone.
Vou levar um porquinho e uma picanha respondeu Leva a rede!
Sim! E bebida? Lira sabia que o amigo não iria sem levar o costumeiro Montila Tenho um Passaporte em casa... E cerveja em lata!
Tu és quem sabe... Faz isso! Passa aqui pra gente ir ao supermercado convidou Tu tens um isopor grande?
Tinha, falou que tinha e que levaria. Marcaram para saírem lá pelas dez horas da manhã, passaria antes para fazerem as compras.
Acho que tua oncinha também vai... falou sabendo que Lira sentiria o baque Quem sa-be...
Quem sabe o que, bicho? sentiu que aquele final de semana seria meio complicado A gente conversa sobre isso depois! - desconversou Tu vais na Toca hoje?
<blockquote><i> Não! Não iria, teria que despachar Rosângela que resolvera ir na frente, de ônibus. Ele ainda ficaria mais esse final de semana antes de também voltar pra Ca-paísa.</i></blockquote>
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<center><b>Para melhor entender esse relato, leia os episódios anteriores</b></center>
<blockquote><tt>Episódio 01: O chato</tt>
<tt>Episódio 02: O Sítio</tt>
<tt>Episódio 03: Instituto do instinto</tt></blockquote>