Simone, 2 - O Sítio

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Contém 1185 palavras
Data: 08/02/2009 21:06:08
Última revisão: 08/02/2009 21:10:47

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<tt><Center>Simone, uma história de amor –– Episódio 02</Center></tt>

<center><strong><b>O Sítio</b></strong></Center>

<Center><tt><b>Sexta-feira, 21de novembro de 2003</b></tt></center>

<blockquote><i> Nem tudo acontece como se planeja e o encontro na casa dele não chegou a acontecer: não naqueles dias.

Na quarta-feira Reginaldo, depois do expediente, anunciou a compra de um sítio em um povoado próximo à cidade.</i></blockquote>

– É só um pedacinho de terra – falou quando Simone perguntou como é que era – Até a casa não é lá essas coisas.

– Pôxa, pai! Porque tu foi escolher logo lá? – era bem característico dela ir contra os sonhos do pai – É quase três léguas!...

Reginaldo sabia que não adiantaria nada tentar fazê-la viver os seus sonhos e fez de contas que não escutou as reclamações.

– Só faltava essa!... – Simone levantou e passou zangada. – Esse merda do teu amigo é mesmo um chato de galocha!

Tinha visto o carro dele apontando na rua. Seu Manoel já sabia que ele viria nessa noite, não falou nada para que a neta não criasse o drama costumeiro.

– Essa tua filha já está passando dos limites! – resmungou sem querer olhar para a filha – Fosse antigamente, já teria levado uma boa sova!

– Não sei porque Simone tem tanta raiva dele! – Reginaldo olhou para trás e levantou para receber o amigo – Tua onça já bateu em retirada! – sorriu.

Lira tinha visto a garota sair avoada e balançou a cabeça rindo da cena costumeira.

– Deixa pra lá! Um dia ainda domo essa fera! – cumprimentou a família e sentou no tamborete – Queria saber por que ela faz assim...

– Só falta levar uma boa surra pra aprender a respeitar! – Rosângela se debruçou na janela – Já falei pro Regis...

– Deixa pra lá, amiga... Vai ver eu fiz alguma coisa que a desagradou! – Lira não queria continuar esse papo – E aí, velho? Ficou mesmo com a fazendinha?

A novidade da compra sobrepujou o incidente da Simone e passaram a falar sobre os planos sonhados nas rodas de cachaça. Demorou quase nada até dona Benta chegar com a bandeja e bule esmaltado encoberto de feltro amarelo, e canecas de esmalte.

– Cafezinho novo! – o sorriso iluminou o rosto bonachão – A Raimunda tá puxando muito o saca do Lira... – colocou a bandeja na janela, distribuiu os canecos e passou o bule fumegante para que se servissem – É só ouvir a zoada do carro que corre pra coar cafezinho novo.

Riram alegres da observação sempre jovial da matrona e degustaram o líquido negro fumegante entre uma e outra piada que Regis contava com maestria.

– Vi o Edu indo para o salão... – Lira lembrou – Perguntou se não topas umas tacadas pra passar o tempo!

Regis adora jogar sinuca – campeão do ultimo torneio – e também já tinha tido a idéia de ir ao salão.

Terminaram o café, fumaram o costumeiro free e saíram no carro de Regis para o salão de bilhar.

Antes de descerem, pararam na bodega do Nhô e tomaram algumas cervejas para esfriar. Continuaram conversando sobre os planos futuros para o sítio.

– Velho! – Regis estava pensativo desde que a filha tinha, novamente, feito a cena costumeira – Que diabo tu fizeste pra Simone?

– E eu lá sei? – respondeu quase que de susto – Queria saber para arrumar as coisas... Ela nunca disse nada?

Ficaram em silêncio por algum tempo, tomaram vários copos e beliscaram o fígado de porco grelhado que dona Joana servira no prato de alumínio e colocara no balcão encardido.

– Acho que realmente fiz alguma coisa... – Lira quebrou o silêncio – Só não sei o que foi.

– É meio esquisito esse jeito dela te tratar... – Regis vinha há muito matutando sobre aquilo – Tu conheces ela desde pequerrucha e eras o tio predileto quando chegavas...

– Pois é! Estranho mesmo... – pegou o copo e sentou no batente da porta – Sabe velho! Ela é especial para mim, quase uma filha – sentiu uma pontada de remorso lembrando da praça do Coronel – Não faria nada que a fizesse sofrer, amo muito aquela oncinha!

Regis ficou olhando o amigo sem conseguir coragem para dizer o que pensava saber e pediu outra cerveja, encheu o copo quase vazio de Lira, puxou um tamborete e saiu da bodega.

– Velho! – pigarreou para limpar a garganta – Se não te conhecesse... – titubeou – Se não conhecesse minha filha, e acho às vezes que não conheço como gostaria, poderia até dizer que isso é pirraça de coração...

Lira gelou e quase deixa o copo cair.

– É como se Simone quisesse chamar tua atenção...

– Por que tu achas isso? – perguntou depois de entornar, de uma golada, todo o copo.

– Sei não... Mas às vezes fico observando e ela te olha de uma maneira diferente, quase que contemplativa... – também entornou o copo – Acho que até não seria de todo mal ter um genro como tu! – riu da própria observação, reabasteceu os copos – Sério! Sem sacanagem!

– Tu não estais falando sério...

– Tô sim! Verdade mesmo...

– Vai a merda, Regis... Simone é mais nova que Laura... Isso é doideira tua!

– E o que é que tem tua filha ser mais velha que uma garota apaixonada por ti? – falava sério, não estava brincando – Sabe, velho! Conhecendo Simone como conheço, não ia me espantar se isso fosse verdade e... Se fosse, tenho certeza que tu serias um bom homem pra ela.

– Porra Regis! Tu estais falando de tua filha... – sentiu um frio na barriga, espantado com o poder de observação do amigo – Acho que seria uma bruta sacanagem se rolasse alguma coisa entre eu e ela.

– Por quê? – levantou para buscar o prato de tira-gosto – Tu és solteiro, boa pinta e ela maior de idade... Não vejo nada de anormal um envolvimento com ela. – voltou, estendeu o prato para Lira que pescou um naco pequeno, e sentou novamente – Acho até que Ro também ia fazer gosto desse namoro...

– Namoro? Porra cara! Tu não estais colocando a carroça na frente do burro? – a cabeça a mil por hora e o espanto pelo que escutara parecia estar vivendo um mundo irreal. – Se Rosângela te ouvisse falar essas coisas, ia dar um bolo dos infernos.

– Não! Acho que não... Iria até melhorar as coisas lá em casa...

– Vamos fazer o seguinte! – Lira levantou e pagou a conta – Faz de contas que a gente nunca falou isso... Vamos lá pro salão!

Puxou Regis pelo braço e andaram sem pressa, Lira mudou de assunto e Regis fez de conta que aceitou, mas teve certeza que o amigo sentia algo a mais que simples afeto fraternal pela filha.

– Tu gosta mesmo dela, não gosta? – voltou ao assunto antes de chegarem ao salão.

Lira parou e não soube o que responder.

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<center><b>Para melhor entender esse relato, leia o episódio anterior</b></center>

<blockquote><tt>Episódio 01: O chato</tt></blockquote>

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Comentários

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É uma pena existirem leitores como esse tal Pastor que de severo apenas o que escreve. E, puta, é sua mãe. Portanto, você que é filho dela sabe bem o que e quem é.

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