Soneto do Amor Total, 17 - 25 de dezembro de 1987, sexta-feira

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Contém 1490 palavras
Data: 11/02/2009 23:15:40
Última revisão: 12/02/2009 08:11:21

<center><tt>17</tt> ●●●●●●●●●●●●●●●●○●●●●●●●●● <tt>26</tt></center>

<tt><center>Soneto do Amor Total</center></tt>

<center><strong><b> DEZESSEIS </b></strong></Center>

<center><tt><b>25 de dezembro de 1987, sexta-feira </b></tt></center>

<blockquote><b> Não foi só uma noite de Natal, foi uma noite de sons, de barulho e de fritos... </b></blockquote>

Cheguei em meu quarto exatamente às três horas da madrugada, minhas pernas bambeavam, andava como se flutuasse. A vela tinha apagado, acendi outra e deitei na cama macia de olhos abertos.

Os acontecimentos e o choque por tudo ainda não haviam sido aplainados em minha mente.

<blockquote><b><i> Tirei a calça, a camisa e deitei de cuecas, não me cobri e acendi um cigarro e dei baforadas demoradas sopradas de leve e a fumaça fluía de minha boca e ganhava os ares formando esculturas voláteis que se desmanchavam à primeira corrente de ar que entrava pela janela entreaberta. Lá fora a chuva forte tamborilava nas telhas empapadas e o vento fazia rugir sons indefiníveis nas copas das árvores que tremiam no frio da noite sem fim.</i></b></blockquote>

Levantei, joguei a bagana pela janela que fechei. Voltei a deitar e tirei a cueca nova que marcava e pressionava minha cintura, senti alívio imediato e soprei a chama que se extinguiu me jogando no centro de um breu denso. Estirei o lençol com os pés e virei de lado buscando sossego para o corpo e tranqüilidade para a mente. Os sons da chuva cresceram quando voltaram os estrondos dos trovões e pensei em Dani se estreitando nos braços do marido e em Beth tremendo com medo sem ter o corpo que lhe proteja – deve já ter adormecido e os sons já não a apavoram, imaginei.

Fechei os olhos sentindo o galope do sono abater em mim e adormeci embalado pela noite escura, pelo breu do quarto e pelas lembranças de um passado ainda vivo naquela casa.

Não a vi chegar, não a vi entrar debaixo da manta pesada e não senti o colchão balançar quando buscou seu espaço.

Acordei espantado com barulhos de vidro espedaçado, de metal retorcido e de dor emanado do corpo estrebuchante preso ao volante implorando socorro, de um socorro que não veio.

Foi quando senti o corpo estirado a meu lado, espantei, temi estar vivendo um sonho envolto pela negritude da noite densa, uma estranha noite que se mostra sem fim. Com medo de vê-la viva e temendo não ser o sonho almejado tateei o corpo quente e senti as curvas vivas e macia. Continuei explorando passeando pelo sonho tátil e toquei os seios e o corpo mexeu, suspirou.

― Desculpa Paulinho, não consegui dormir...

Era Elisabeth, não era o sonho que almejara ter.

Voltei a deitar sentindo o calor emanado do corpo da prima acalentando minha pele e virei de lado dando as costas, pois sabia que ela estava semi nua, sabia da beleza do corpo, dos seios bem feitos e da tez morena que lhe colore a pele, do toque macio de suas mãos com dedos finos e delicados, dos lábios carnudos e sensuais, do cabelo macio e perfumado, dos pequenos pés bem feitos, mas temia a noite que me fizera viver uma vida não imaginada.

Deixei que ficasse a meu lado, calei, consenti.

Mas não lhe daria o corpo por proteção. Bastava-me já o que vivi, o que sentira e tentei fechar os olhos e buscar o sono interrompido pelo sonho que eu não vivera.

Novamente os sons tétricos e reverberantes esmagaram a noite, calaram a chuva e estremeceram a casa. Um grito pequeno, mais uma exclamação exalada que um temor vivido, um susto e mãos tocando minha pele, e braços roçando minhas costas e um corpo colando a mim.

― Tô com medo Paulinho... Tô com medo...

Ela se estreitou, o pressionou a pélvis às minhas nádegas desnudas e senti o roçar macio da calcinha que vestia. Não sabia da minha nudez, estranhou não sentir nada além de minha pele e tateou com a mão indecisa, receosa e parou ao tocar meu cacete que começara a enrijecer. Suspirou ante a descoberta, mas continuou a mão sobre meu membro que pulsava,

― Paulinho... – sussurrou estremecendo e beijou minha nuca e acarinhou meu cacete, e gemi baixinho.

Não vi, a escuridão lhe encobria, mas percebi os movimentos e imaginei o momento que despira-se, que arrancara a calcinha com a mão trêmula antevendo gozo, realização e prazer. Senti sendo puxado, sendo deitado e encoberto pelo corpo moreno, macio e morno e a pressão dos seios quase volumosos e a língua forçando meus dentes e invadindo minha boca e me tomando de assalto aquele hálito leve, puro e carregado de tesão. Não queria, não desejara, mas não me fugiria do desejo e da possessão que não realizara.

― Paulinho... – ouvi o sussurro, o sopro quente tangendo minha pele e a mão havida segurando meu membro e posicionando na vulva.

― Paulinho... – ouvi o sussurro e senti a pressão e o requebrado acomodante, o líquido que lhe vazava da vagina, a sensação de uso.

Ela era tesão, eu omissão e continuei omisso sem deter o desejo e sentindo o caminhar lento da introdução, da vitória. Somente sussurros e nada, sussurros e o tamborilar da chuva sobre a telha empapada, o zunir do vento roçando as copas das árvores trêmulas no frio da noite e eu, omissão. E ela, possessão, desejo e tesão.

De repente o troar do trovão reverberando nas paredes vivas da casa escura e um grito, quase lamento no início e dor no final.

Não antevi o momento, não premeditei o arranque. Só senti o lacerar de meu cacete e o roçar da buceta apartada, penetrada.

― Ai!... Paulinho... – ouvi o sussurro e o lamento da dor, da intromissão, da penetração.

E eu, omissão, deixei-me roçar e penetrá-la sem haver permitido, sem haver consentido e somente silêncio.

― Paulinho... – sussurros repetidos, movimentos lentos, requebrados ondulares e sussurros gemidos em uníssona elevação, do tesão, do desejo.

― Pau... Linho... – e o gemido alto, crescente e unhas marcando, lacerando e o gozo galopante tomando espaço, vazando vida, realizando desejos.

― ...Linho... – gemido, sussurros, prazeres...

― Ai... Meu... Deus... Ai... Ai... Ui... Ai...

E o grito sobrepondo ao rugir tétrico e infernal do trovão. E o gozo chegando até explodir em torrentes sem fim de porra que lhe preenche a buceta ardida de tanto friccionar, de tanto gozar.

― Ai! – um só som, um só grito não de dor, mas de tesão, de sentir-se alagada em uma noite de chuva sem fim, de vento sussurrante, de trovão sobreposto pelo sussurro gritado no gozo, pelo gozo.

<blockquote><b><i> Depois o sono e o sonho que a noite se foi, que a chuva morreu, que o trovão se escondeu e que o sol raiou...</i></b></blockquote>

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<center>Este relato é contado em 26 episódios, você leu o 17º</center>

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<tt><center>Soneto do Amor Total</center></tt>

<tt><center>24 de junho de 1972, sábado</center></tt>

<tt><center>14 de outubro de 1969, terça-feira</center></tt>

<tt><center>4 de julho de 1972, terça-feira</center></tt>

<tt><center>3 de setembro de 1972, domingo</center></tt>

<tt><center>5 de julho de 1972, quarta-feira</center></tt>

<tt><center>04 de dezembro de 1972, segunda-feira</center></tt>

<tt><center>10 de julho de 1972, segunda-feira</center></tt>

<tt><center>10 de março de 1973, sábado</center></tt>

<tt><center>17 de julho de 1976, sábado</center></tt>

<tt><center>9 de maio de 1974, quinta-feira</center></tt>

<tt><center>16 de fevereiro de 1996, sexta-feira</center></tt>

<tt><center>23 de dezembro de 1974, segunda-feira</center></tt>

<tt><center>26 de junho de 1993, sábado</center></tt>

<tt><center>27 de dezembro de 1974, sexta-feira</center></tt>

<tt><center>25 de dezembro de 1987, sexta-feira</center></tt>

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