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<tt><center>Soneto do Amor Total</center></tt>
<center><strong><b> DEZOITO </b></strong></Center>
<center><tt><b>8 de novembro de 1979, quinta-feira </b></tt></center>
<blockquote><b> Sabe! Pensei que ia ter um troço quando a tia falou que Paulinha estava grávida. O primeiro pensamento foi que era eu o pai, mas pensei um pouco e vi que isso era improvável afinal de contas nunca transamos sem os cuidados necessários (nunca é demais, pois as primeira vezes ela ainda não tomava anticoncepcional)</b></blockquote>
Paulinha estava estranha e nos últimos dias deu pra ter vontade de vomitar, de enjoar com tudo.
<blockquote><i> Ontem fomos ao circo e voltei a vomitar, Paulinho ficou muito preocupado e perguntou se sentia alguma coisa ou se comera algo estragado. Há dias que desconfio estar grávida, minhas regras pararam desde outubro e não tenho coragem de falar para ele.</i></blockquote>
Resolvi sair e dar uma volta, pode ser que seja o ar carregado do circo e o aroma forte dos animais. Fomos à pracinha da Redenção, perto da casa da tia Nadir que estava lá com algumas amigas. De sacanagem nos apresentou como namorados prestes a se casarem.
― Puxa Nadir, não sabia que tinhas um sobrinho tão bonito brincou Maria Éster, uma morena de fechar quarteirão Se soubesse disso já tinha atacado o gato.
Paulinha não gostou da brincadeira e deu um beliscão dolorido em meu braço, a tia notou a cara de dor e falou que a amiga estava apenas brincando. Conversamos um pouco e fomos para sua casa, as colegas se despediram, iam para o cinema.
Logo que entramos a Paulinha começou a chorar. Tia Nadir ficou preocupada e levou a irmãzinha para o quarto onde conversaram muito, fiquei na sala assistindo televisão até que Paulinha saiu e disse que a tia queria conversar comigo.
Ela estava séria como não vira a bastante tempo.
― Vem cá meu filho mostrou a cadeira ao lado da cama Precisamos ter uma conversa séria.
Fiquei assustado, não imaginava qual o assunto e qual a seriedade.
― Tua irmã está grávida.
Tomei um susto, fiquei branco e gelado. Nunca imaginara ser possível engravidar Paulinha, pois sempre tomamos todos os cuidados.
― Pode não ser teu... olhava fixa para mim Tu sabes que ela tem um namorado, não sabe?
Sim, sei e até mesmo incentivei como meios de desviar a atenção de nos próprios, mas não sabia que Paulinha houvesse transado com ele.
― Sei... É o Cezar, um colega da faculdade... respondi cabisbaixo.
― Pois é Paulinho. Tua irmã me falou que transou sem camisinha com ele, e que havia esquecido de tomar o remédio...
― Também sei, tia. Ela me falou sobre o remédio e passamos o resto do mês vestindo, mas não sabia que essa tonta tinha fodido com o Cezar sem camisinha... o susto inicial se transformara em indignação pelo descuido de Paula Até parece criança!...
Nadir riu de minha expressão.
― Vocês são dois sacanas... segurou minha mão Se teus pais souberem disso vai dar o maior galho... Mas até que essa gravidez pode ajeitar as coisas falou pensativa e chamou Paulinha que entrou e sentou em meu colo.
<i>― E aí irmãozinho, como vou fazer?</i>
Balancei a cabeça sem saber o que lhe responder, a tia nos olhava com um sorriso singelo lhe emoldurando o rosto.
― Olha Paulinha, se é verdade que vocês não transaram sem camisinha então esse filho não é do Paulo, é do Cezar.
<i>― É, pode ser que seja, mas nem por isso deixo de estar grávida... respondeu não dando oportunidade para que digerisse a linha de pensamento da tia.</i>
― Também não estou entendendo onde a senhora quer chegar ela não tinha mais o sorriso e também não demonstrava preocupação.
― Simples menina, casa com ele! falou de supetão Ele é o pai!
<blockquote><i>Entendi o que havia maquinado, só que eu não tinha tanta certeza de que o Cezar era o pai e muito menos o Paulo.</i></blockquote>
<i>― Porra tia, e se o pai for o Paulo? acariciou meu braço que lhe enlaçara.</i>
― E daí? ficamos atônitos com o que falara Pai é quem cria, não quem faz. E olhem bem, o que vou falar aqui não quero que saia fez uma pausa longa olhando para nos Quando casei com Humberto eu já estava grávida e não era dele. Nunca falei nada e ele nunca perguntou quem é o verdadeiro pai de seu filho...
Ficamos silenciosos digerindo a revelação e a proposta que fizera. Depois que quase vinte minutos calados Roberto entrou correndo e se jogou na cama, Nadir abraçou o filho e fez cócegas e ele riu, nos também. Saímos e fomos para a cozinha onde a tia nos serviu doce de leite e suco de carambola.
― Sabe uma coisa filho, a tua prima está grávida!
Gelamos, não esperávamos que a tia revelasse nosso segredo tão perto assim. Roberto virou para Paulinha.
― Quem é o pai? ela olhou pra tia que sorria.
― Ora quem é o pai respondi Sou eu!
Roberto deixou soltar uma gargalhada gostosa.
― Qualé primo, tu não pode ser o pai, tu é irmão da Paula e tio do filho que está dentro da barriga dela, né mãe?
Nadir abraçou o filho e fez uma careta para mim.
― Esse meu garoto sabe das coisas...
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<center>Este relato é contado em 26 episódios, você leu o 19º</center>
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<tt><center>Soneto do Amor Total</center></tt>
<tt><center>24 de junho de 1972, sábado</center></tt>
<tt><center>14 de outubro de 1969, terça-feira</center></tt>
<tt><center>4 de julho de 1972, terça-feira</center></tt>
<tt><center>3 de setembro de 1972, domingo</center></tt>
<tt><center>5 de julho de 1972, quarta-feira</center></tt>
<tt><center>04 de dezembro de 1972, segunda-feira</center></tt>
<tt><center>10 de julho de 1972, segunda-feira</center></tt>
<tt><center>10 de março de 1973, sábado</center></tt>
<tt><center>17 de julho de 1976, sábado</center></tt>
<tt><center>9 de maio de 1974, quinta-feira</center></tt>
<tt><center>16 de fevereiro de 1996, sexta-feira</center></tt>
<tt><center>23 de dezembro de 1974, segunda-feira</center></tt>
<tt><center>26 de junho de 1993, sábado</center></tt>
<tt><center>27 de dezembro de 1974, sexta-feira</center></tt>
<tt><center>25 de dezembro de 1987, sexta-feira</center></tt>
<tt><center>25 de dezembro de 1987, sexta-feira</center></tt>
<tt><center>17 de dezembro de 1971, sexta-feira</center></tt>
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